É uma verdadeira reação em cadeia: após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escalar a guerra comercial ao anunciar tarifas recíprocas a 117 países, no que ele chamou de “Dia da Libertação da América“, e impor nova taxação sobre a China, com tributos que chegam a 104%, a União Europeia e o Canadá se uniram, nesta quarta-feira (9/4), a Pequim na retaliação.
Maior adversária dos EUA na guerra tarifária, a China contra-atacou e anunciou que vai aplicar tarifas de 84% sobre produtos norte-americanos importados. A medida entra em vigor já nesta quinta-feira (10/4).
O aumento tarifário anunciado por Pequim é de 50% — que, se somados aos 34% já aplicados pela China na última sexta-feira (4/4), resultam no total de 84% em impostos a todos os produtos norte-americanos.
A China, liderada pelo presidente Xi Jinping, declarou que vai continuar a tomar medidas “firmes e contundentes” para proteger seus “direitos e interesses legítimos”, após a entrada em vigor das novas taxas de importação impostas pelos EUA.
Além de anunciar o aumento, o Ministério do Comércio da China incluiu seis empresas norte-americanas na lista de entidades não confiáveis. “A China defenderá firmemente seus interesses, o sistema de comércio multilateral e a ordem econômica internacional”, afirmou o ministro Wang Wentao.
Reação da União Europeia
Também nesta quarta, a União Europeia (UE) aprovou o primeiro pacote de medidas retaliatórias aos EUA, com tarifas de 25% sobre diversos produtos norte-americanos. Segundo a UE, as taxas retaliatórias começarão a ser cobradas a partir de 15 de abril.
“Essas medidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com um resultado negociado justo e equilibrado”, informou a Comissão Europeia, em nota.
Esta é a resposta europeia às tarifas de 25% impostas sobre o aço e o alumínio, que foram somadas às tarifas recíprocas de 20% aplicadas por Trump a todos produtos da UE que entram nos EUA.
O pacote de medidas aprovado pelos europeus deve ter um impacto de 20 bilhões de euros (R$ 129,5 bilhões) e será aplicado sobre produtos como soja, suco de laranja, carne, motos e itens de beleza.
O uísque dos EUA foi retirado da lista na última hora, com o objetivo de proteger os fabricantes de bebidas do bloco europeu de eventuais novas taxas norte-americanas. Essa decisão decorre da pressão francesa, que temia os danos econômicos de uma taxação sobre os seus vinhos.
Embora tenha optado pela retaliação, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que continua a apostar na negociação como solução para o embate comercial.
“A Europa está sempre pronta para um bom acordo. Mas também estamos preparados para responder, por meio de medidas de retaliação, para defender nossos interesses”, afirmou von der Leyen.
Canadá: “Tarifas injustificadas e irracionais”
O primeiro ministro do Canadá, Mark Carney, foi às redes sociais para anunciar a reação de seu país. E mirou no comércio de automóveis: “Haverá tarifas de 25% sobre todos os veículos não compatíveis com o acordo Canadá-Estados Unidos-México e tarifas de 25% sobre o conteúdo de veículos compatíveis com o acordo, que não sejam do Canadá ou México”, disse.
“O presidente Trump causou essa crise comercial, e o Canadá está respondendo com propósito e força”, pontuou.
Já o ministro das Finanças canadense, François-Philippe Champagne, afirmou que a tarifa de 25% sobre importações de veículos dos EUA é uma resposta a tarifas “injustificadas e irracionais”.
Embora o Canadá não esteja na nova leva de tarifas impostas por Trump nessa quarta, o país vizinho já estava em conflito com Washington sobre as políticas preexistentes dos EUA, que taxaram uma série de itens comercializados pela fronteira em 25%.
“Protegeremos nossos trabalhadores, nossos negócios e nossa economia”, escreveu Champagne no X.
Serão taxados pelo Canadá:
- Quaisquer veículos totalmente montados provenientes dos EUA que não estejam em conformidade com o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Cusma, na sigla em inglês).
- Qualquer “conteúdo não canadense e não mexicano” que fizesse parte de um veículo totalmente montado proveniente dos EUA, mesmo que esteja em conformidade com a Cusma.
- A confirmação ocorre depois que o primeiro-ministro canadense, Mark Carney — que está em uma disputa eleitoral —, prometeu uma resposta enérgica às tarifas de Trump.
“Não espere. Faça agora”
Por sua vez, Donald Trump voltou à sua rede Truth Social para reafirmar aos investidores que é um “ótimo momento para transferir sua empresa” para os EUA, mesmo com as bolsas de valores em todo o mundo em queda, devido à guerra comercial.
“Este é um ótimo momento para transferir sua empresa para os EUA, como a Apple e tantas outras, em números recordes, estão fazendo. Tarifas zero e conexões e aprovações de energia elétrica/energética quase imediatas. Sem atrasos ambientais. Não espere. Faça agora”, postou.
Trump argumenta que as tarifas são uma ferramenta necessária para reativar a indústria manufatureira dos EUA. Na manhã dessa quarta, ele afirmou que um “número recorde” de empresas está retornando aos EUA, apesar da turbulência.
“Kissing my ass”
O norte-americano ainda debochou de líderes mundiais, ao dizer que todos estão “kissing my ass” (“puxando meu saco” ou “beijando meu traseiro”, na tradução literal) na tentativa de fechar um acordo contra o tarifaço.
“Estou te falando: esses países estão nos ligando, puxando o meu saco. Eles estão doidos para fazer um acordo. ‘Por favor, por favor, senhor, me deixe fazer um acordo’”, disse Trump em um jantar do Comitê Nacional Republicano do Congresso (NRCC) na noite dessa terça.
É uma verdadeira reação em cadeia: após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escalar a guerra comercial ao anunciar tarifas recíprocas a 117 países, no que ele chamou de “Dia da Libertação da América“, e impor nova taxação sobre a China, com tributos que chegam a 104%, a União Europeia e o Canadá se uniram, nesta quarta-feira (9/4), a Pequim na retaliação.
Maior adversária dos EUA na guerra tarifária, a China contra-atacou e anunciou que vai aplicar tarifas de 84% sobre produtos norte-americanos importados. A medida entra em vigor já nesta quinta-feira (10/4).
O aumento tarifário anunciado por Pequim é de 50% — que, se somados aos 34% já aplicados pela China na última sexta-feira (4/4), resultam no total de 84% em impostos a todos os produtos norte-americanos.
A China, liderada pelo presidente Xi Jinping, declarou que vai continuar a tomar medidas “firmes e contundentes” para proteger seus “direitos e interesses legítimos”, após a entrada em vigor das novas taxas de importação impostas pelos EUA.
Além de anunciar o aumento, o Ministério do Comércio da China incluiu seis empresas norte-americanas na lista de entidades não confiáveis. “A China defenderá firmemente seus interesses, o sistema de comércio multilateral e a ordem econômica internacional”, afirmou o ministro Wang Wentao.
Reação da União Europeia
Também nesta quarta, a União Europeia (UE) aprovou o primeiro pacote de medidas retaliatórias aos EUA, com tarifas de 25% sobre diversos produtos norte-americanos. Segundo a UE, as taxas retaliatórias começarão a ser cobradas a partir de 15 de abril.
“Essas medidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com um resultado negociado justo e equilibrado”, informou a Comissão Europeia, em nota.
Esta é a resposta europeia às tarifas de 25% impostas sobre o aço e o alumínio, que foram somadas às tarifas recíprocas de 20% aplicadas por Trump a todos produtos da UE que entram nos EUA.
O pacote de medidas aprovado pelos europeus deve ter um impacto de 20 bilhões de euros (R$ 129,5 bilhões) e será aplicado sobre produtos como soja, suco de laranja, carne, motos e itens de beleza.
O uísque dos EUA foi retirado da lista na última hora, com o objetivo de proteger os fabricantes de bebidas do bloco europeu de eventuais novas taxas norte-americanas. Essa decisão decorre da pressão francesa, que temia os danos econômicos de uma taxação sobre os seus vinhos.
Embora tenha optado pela retaliação, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que continua a apostar na negociação como solução para o embate comercial.
“A Europa está sempre pronta para um bom acordo. Mas também estamos preparados para responder, por meio de medidas de retaliação, para defender nossos interesses”, afirmou von der Leyen.
Canadá: “Tarifas injustificadas e irracionais”
O primeiro ministro do Canadá, Mark Carney, foi às redes sociais para anunciar a reação de seu país. E mirou no comércio de automóveis: “Haverá tarifas de 25% sobre todos os veículos não compatíveis com o acordo Canadá-Estados Unidos-México e tarifas de 25% sobre o conteúdo de veículos compatíveis com o acordo, que não sejam do Canadá ou México”, disse.
“O presidente Trump causou essa crise comercial, e o Canadá está respondendo com propósito e força”, pontuou.
Já o ministro das Finanças canadense, François-Philippe Champagne, afirmou que a tarifa de 25% sobre importações de veículos dos EUA é uma resposta a tarifas “injustificadas e irracionais”.
Embora o Canadá não esteja na nova leva de tarifas impostas por Trump nessa quarta, o país vizinho já estava em conflito com Washington sobre as políticas preexistentes dos EUA, que taxaram uma série de itens comercializados pela fronteira em 25%.
“Protegeremos nossos trabalhadores, nossos negócios e nossa economia”, escreveu Champagne no X.
Serão taxados pelo Canadá:
- Quaisquer veículos totalmente montados provenientes dos EUA que não estejam em conformidade com o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Cusma, na sigla em inglês).
- Qualquer “conteúdo não canadense e não mexicano” que fizesse parte de um veículo totalmente montado proveniente dos EUA, mesmo que esteja em conformidade com a Cusma.
- A confirmação ocorre depois que o primeiro-ministro canadense, Mark Carney — que está em uma disputa eleitoral —, prometeu uma resposta enérgica às tarifas de Trump.
“Não espere. Faça agora”
Por sua vez, Donald Trump voltou à sua rede Truth Social para reafirmar aos investidores que é um “ótimo momento para transferir sua empresa” para os EUA, mesmo com as bolsas de valores em todo o mundo em queda, devido à guerra comercial.
“Este é um ótimo momento para transferir sua empresa para os EUA, como a Apple e tantas outras, em números recordes, estão fazendo. Tarifas zero e conexões e aprovações de energia elétrica/energética quase imediatas. Sem atrasos ambientais. Não espere. Faça agora”, postou.
Trump argumenta que as tarifas são uma ferramenta necessária para reativar a indústria manufatureira dos EUA. Na manhã dessa quarta, ele afirmou que um “número recorde” de empresas está retornando aos EUA, apesar da turbulência.
“Kissing my ass”
O norte-americano ainda debochou de líderes mundiais, ao dizer que todos estão “kissing my ass” (“puxando meu saco” ou “beijando meu traseiro”, na tradução literal) na tentativa de fechar um acordo contra o tarifaço.
“Estou te falando: esses países estão nos ligando, puxando o meu saco. Eles estão doidos para fazer um acordo. ‘Por favor, por favor, senhor, me deixe fazer um acordo’”, disse Trump em um jantar do Comitê Nacional Republicano do Congresso (NRCC) na noite dessa terça.