Breaking
17 Apr 2025, Thu

Queda do dólar a R$ 5,86 impulsiona alta da Bovespa a 128 mil pontos: veja o que mudou

B3 Ibovespa


O mercado financeiro brasileiro viveu um dia de fortes oscilações em 9 de abril de 2025, com o dólar comercial registrando uma queda expressiva de 2,24%, fechando a R$ 5,862 na venda, enquanto o índice Bovespa subiu 3,33%, alcançando 128.061,84 pontos. A movimentação reflete uma pausa inesperada nas tensões comerciais globais, após o anúncio do presidente Donald Trump de uma trégua de 90 dias no chamado “tarifaço” que vinha pressionando as moedas emergentes. Durante o pregão, a moeda americana atingiu a máxima de R$ 6,096, mas recuou para a mínima de R$ 5,843, zerando os ganhos iniciais e surpreendendo analistas. Já a bolsa brasileira, impulsionada por ações de exportadoras como Vale e Petrobras, reagiu positivamente ao alívio cambial e à perspectiva de negociações entre Estados Unidos e China. Esse cenário trouxe um respiro aos investidores, que vinham enfrentando semanas de volatilidade devido à guerra comercial.

A desvalorização do dólar começou logo após a notícia da trégua tarifária, que suspendeu temporariamente taxas de até 25% sobre produtos importados anunciadas no início do mês. Na véspera, o real havia sido a terceira moeda mais desvalorizada frente ao dólar entre os emergentes, com uma queda acumulada de 5,1% desde o início das ameaças tarifárias. O recuo da moeda americana em 9 de abril aliviou a pressão sobre os preços de importados no Brasil, enquanto a alta da Bovespa foi sustentada por um otimismo renovado no mercado interno. Empresas como a Vale, que exporta minério de ferro, viram suas ações subirem mais de 4%, aproveitando a valorização das commodities em um dia de dólar mais fraco.

Esse movimento ocorre em um momento em que o Banco Central do Brasil monitora de perto o câmbio, mas optou por não intervir diretamente no mercado à vista no pregão de hoje. Em 2024, o BC realizou 12 leilões extraordinários de dólares, injetando mais de US$ 50 bilhões para conter a escalada da moeda, que chegou a R$ 6,26 em dezembro. A pausa nas tarifas americanas, combinada com dados econômicos positivos no Brasil, como o crescimento de 0,8% do PIB no quarto trimestre de 2024, deu fôlego à bolsa e ao real, mas especialistas alertam que a volatilidade pode retornar caso as negociações entre as potências econômicas fracassem nos próximos meses.

Trump Potus
Trump Potus – Foto: X

Fatores por trás da queda do dólar

O principal gatilho para a queda de 2,24% do dólar em 9 de abril foi o anúncio de Donald Trump de uma trégua de 90 dias nas tarifas de importação, inicialmente previstas para entrar em vigor em 2 de abril. Essas tarifas, que variavam de 10% a 50% sobre produtos de mais de 180 países, haviam elevado o dólar a picos históricos, como os R$ 6,30 registrados na semana anterior. A decisão veio após pressão de líderes empresariais americanos e ameaças de retaliação da China e da União Europeia, que anunciaram tarifas próprias contra os EUA no mesmo dia, mas recuaram com a notícia da pausa.

A China, maior parceira comercial do Brasil, respondeu inicialmente com taxas de 84% sobre produtos americanos, enquanto a UE impôs 20% sobre bens dos EUA. Esse embate havia fortalecido o dólar como ativo seguro, mas a suspensão mudou o humor do mercado. No Brasil, o real ganhou força com a perspectiva de menor pressão sobre as exportações de commodities, como soja e minério de ferro, que representaram 28% das vendas externas do país em 2024, totalizando US$ 90 bilhões. O câmbio caiu de R$ 6,063 às 11h23 para R$ 5,862 ao fim do dia, refletindo a rápida reação dos investidores.

Outro fator foi o desempenho das moedas emergentes. O peso mexicano subiu 2,76%, enquanto o euro caiu 2,12% frente ao dólar, indicando uma redistribuição de fluxos globais. Em 2024, o Brasil exportou US$ 40,3 bilhões para os EUA, e a trégua tarifária aliviou temores de perda de competitividade, sustentando a valorização do real e a queda do dólar no mercado doméstico.

Alta da Bovespa: o que impulsionou os 128 mil pontos

A Bovespa reagiu com entusiasmo à queda do dólar, subindo 3,33% e fechando em 128.061,84 pontos, o maior patamar desde janeiro de 2025. A valorização foi puxada por ações de empresas exportadoras e bancos, que se beneficiaram do câmbio mais favorável e do otimismo com a trégua tarifária. A Vale, maior exportadora de minério de ferro do país, viu suas ações saltarem 4,2%, refletindo a alta de 2% nos preços do minério em mercados internacionais, que atingiram US$ 130 por tonelada no dia.

Petrobras também contribuiu para o avanço, com ganhos de 3,8% nas ações preferenciais, impulsionados pela expectativa de maior receita com exportações de petróleo, que somaram US$ 20 bilhões para a China em 2024. Bancos como Itaú e Bradesco subiram 2,5% e 2,7%, respectivamente, aproveitando a redução da percepção de risco no mercado interno. Em 2024, o setor financeiro respondeu por 35% da composição do Ibovespa, e a alta do índice reflete a confiança renovada dos investidores após semanas de quedas consecutivas.

  • Vale: Alta de 4,2% com valorização do minério de ferro.
  • Petrobras: Ganho de 3,8% com exportações favorecidas.
  • Bancos: Itaú e Bradesco sobem até 2,7% com menor risco cambial.

O índice, que havia recuado 2,96% na semana anterior para 127.256 pontos, recuperou terreno com o alívio global, mas analistas alertam que a volatilidade pode persistir enquanto as negociações internacionais não se concretizarem.

Contexto global e seus reflexos no Brasil

O cenário internacional foi decisivo para as oscilações no Brasil em 9 de abril. A trégua de Trump, anunciada após pressões de Wall Street e de aliados como Canadá e México, suspendeu tarifas que afetariam US$ 500 bilhões em importações globais. Em resposta, bolsas asiáticas caíram até 3% no início do dia, mas recuperaram parte das perdas, enquanto Wall Street viu o Nasdaq subir 0,5% e o Dow Jones avançar 1,2%. O dólar, que vinha sendo buscado como refúgio, perdeu força globalmente, beneficiando moedas como o real.

No Brasil, a queda do dólar aliviou os custos de importação, que em 2024 somaram US$ 40,6 bilhões com os EUA, incluindo insumos industriais e combustíveis. Em março de 2025, o IPCA registrou alta de 4,5%, e a desvalorização da moeda americana pode conter pressões inflacionárias no curto prazo. Exportadoras, que geraram R$ 170 bilhões em receita em 2024, também se beneficiaram, já que um dólar mais baixo torna os produtos brasileiros mais competitivos em mercados alternativos à China.

A pausa nas tarifas também impactou o bitcoin, que subiu 3,97%, atingindo R$ 481.883,00, refletindo o apetite por risco dos investidores. Em 2024, o Brasil movimentou R$ 15 bilhões em criptomoedas, e a alta do bitcoin acompanhou a recuperação da Bovespa, sinalizando um dia de otimismo generalizado nos mercados.

Impactos da trégua tarifária no câmbio

A trégua de 90 dias anunciada por Trump inverteu a tendência de alta do dólar, que vinha pressionando o real desde o início de abril. Na manhã do dia 9, a moeda americana chegou a R$ 6,096, mas caiu para R$ 5,843 na mínima do dia, fechando a R$ 5,862. Essa queda de 2,24% foi a maior desde dezembro de 2024, quando o dólar recuou 2,29% após leilões do Banco Central. Em 2024, o real perdeu 10% de seu valor frente ao dólar, mas o pregão de hoje trouxe alívio temporário.

O mercado reagiu ao recuo da China e da UE, que suspenderam tarifas retaliatórias de 84% e 20%, respectivamente, após o anúncio americano. Isso reduziu a busca pelo dólar como ativo seguro, beneficiando o real e outras moedas emergentes. Em 2023, o Brasil exportou US$ 20 bilhões em soja para a China, e a trégua pode manter esse fluxo estável, evitando perdas de mercado para concorrentes como os EUA.

A volatilidade do câmbio, porém, segue no radar. Em 2024, o dólar oscilou entre R$ 5,62 e R$ 6,26, e analistas preveem que o patamar de R$ 5,86 pode não se sustentar se as negociações globais fracassarem. O Banco Central, que injetou US$ 3 bilhões em leilões na semana anterior, manteve-se em alerta, mas não atuou diretamente no dia 9.

Ações que lideraram a alta da Bovespa

A alta de 3,33% da Bovespa foi impulsionada por ações de peso no índice. A Vale, com 15% da composição do Ibovespa, subiu 4,2%, refletindo a alta do minério de ferro e a queda do dólar, que favorece suas receitas em reais. Petrobras, com 12% do índice, avançou 3,8%, beneficiada pelo petróleo a US$ 70 por barril e pela perspectiva de exportações mais competitivas. Em 2024, a estatal exportou 500 mil barris diários, e o câmbio favorável ampliou suas margens.

Bancos como Itaú (alta de 2,5%) e Bradesco (2,7%) também puxaram o índice, aproveitando a redução do risco cambial que impacta seus portfólios de crédito. Em 2023, o setor financeiro lucrou R$ 120 bilhões, e a alta da bolsa reflete a confiança em sua resiliência. Outras empresas, como Suzano, do setor de celulose, subiram 3,5%, aproveitando a desvalorização do dólar para exportações, que somaram R$ 10 bilhões em 2024.

Efeitos no bolso do consumidor brasileiro

A queda do dólar para R$ 5,862 traz alívio imediato ao consumidor. Em 2024, importados como eletrônicos e combustíveis responderam por 20% do consumo interno, e o câmbio elevado elevou os preços em 15% no último trimestre. Com a moeda mais barata, produtos como smartphones, que custavam em média R$ 3.000, podem ter redução de até 5%, enquanto o litro da gasolina, a R$ 6,50, pode cair até R$ 0,20 nas próximas semanas.

O impacto na inflação também é positivo. Em março de 2025, o IPCA acumulado em 12 meses estava em 4,5%, e a trégua tarifária pode ajudar a mantê-lo abaixo do teto da meta de 4,75%. Em 2023, alimentos importados como trigo subiram 10% devido ao dólar alto, mas a queda atual pode estabilizar itens como pão e massas, que consomem 8% do orçamento familiar médio.

Reação do mercado internacional ao dólar mais fraco

A desvalorização do dólar em 9 de abril reverberou globalmente. Bolsas europeias, como a FTSE 100, subiram 2%, enquanto o Nikkei, no Japão, avançou 1,5% após perdas iniciais. Nos EUA, o Dow Jones ganhou 1,2%, com investidores apostando em menor pressão inflacionária doméstica. Em 2024, os EUA importaram US$ 2 trilhões em bens, e a trégua pode reduzir custos em 5%, segundo projeções.

Moedas emergentes também se fortaleceram. O peso mexicano subiu 2,76%, enquanto o rand sul-africano avançou 2%. O euro, por outro lado, caiu 2,12%, para R$ 6,431, refletindo a menor busca pelo dólar como refúgio. O bitcoin, negociado a R$ 481.883,00, subiu 3,97%, acompanhando o apetite por risco que favoreceu a Bovespa e outros ativos.

Perspectivas para o câmbio e a bolsa no curto prazo

Analistas veem a queda do dólar e a alta da Bovespa como um alívio temporário. Em 2024, o dólar oscilou 15% frente ao real, e a trégua de 90 dias pode manter o câmbio entre R$ 5,80 e R$ 6,00 até julho, caso as negociações avancem. A Bovespa, que caiu 5% em março, pode testar os 130 mil pontos se o otimismo persistir, mas uma retomada das tarifas pode derrubá-la para 125 mil pontos.

Em 2023, o PIB brasileiro cresceu 2,8%, e a trégua tarifária pode sustentar esse ritmo ao evitar choques inflacionários. No entanto, a incerteza global mantém os investidores cautelosos, e o Banco Central já sinalizou prontidão para novos leilões se o dólar voltar a subir. Em 2024, o BC gastou US$ 60 bilhões em reservas para estabilizar o câmbio, que fecharam o ano em US$ 340 bilhões.

Calendário dos eventos que mexeram com o mercado

Os acontecimentos recentes moldaram o desempenho do dólar e da Bovespa:

  • 2 de abril: Trump anuncia tarifas de 10% a 50% sobre importações.
  • 7 de abril: China e UE retaliam com tarifas de 84% e 20%.
  • 9 de abril: Trump suspende tarifas por 90 dias; dólar cai 2,24%, Bovespa sobe 3,33%.
  • Julho de 2025: Fim previsto da trégua tarifária.

Esse cronograma destaca a sensibilidade do mercado às decisões globais e o impacto imediato no Brasil.



O mercado financeiro brasileiro viveu um dia de fortes oscilações em 9 de abril de 2025, com o dólar comercial registrando uma queda expressiva de 2,24%, fechando a R$ 5,862 na venda, enquanto o índice Bovespa subiu 3,33%, alcançando 128.061,84 pontos. A movimentação reflete uma pausa inesperada nas tensões comerciais globais, após o anúncio do presidente Donald Trump de uma trégua de 90 dias no chamado “tarifaço” que vinha pressionando as moedas emergentes. Durante o pregão, a moeda americana atingiu a máxima de R$ 6,096, mas recuou para a mínima de R$ 5,843, zerando os ganhos iniciais e surpreendendo analistas. Já a bolsa brasileira, impulsionada por ações de exportadoras como Vale e Petrobras, reagiu positivamente ao alívio cambial e à perspectiva de negociações entre Estados Unidos e China. Esse cenário trouxe um respiro aos investidores, que vinham enfrentando semanas de volatilidade devido à guerra comercial.

A desvalorização do dólar começou logo após a notícia da trégua tarifária, que suspendeu temporariamente taxas de até 25% sobre produtos importados anunciadas no início do mês. Na véspera, o real havia sido a terceira moeda mais desvalorizada frente ao dólar entre os emergentes, com uma queda acumulada de 5,1% desde o início das ameaças tarifárias. O recuo da moeda americana em 9 de abril aliviou a pressão sobre os preços de importados no Brasil, enquanto a alta da Bovespa foi sustentada por um otimismo renovado no mercado interno. Empresas como a Vale, que exporta minério de ferro, viram suas ações subirem mais de 4%, aproveitando a valorização das commodities em um dia de dólar mais fraco.

Esse movimento ocorre em um momento em que o Banco Central do Brasil monitora de perto o câmbio, mas optou por não intervir diretamente no mercado à vista no pregão de hoje. Em 2024, o BC realizou 12 leilões extraordinários de dólares, injetando mais de US$ 50 bilhões para conter a escalada da moeda, que chegou a R$ 6,26 em dezembro. A pausa nas tarifas americanas, combinada com dados econômicos positivos no Brasil, como o crescimento de 0,8% do PIB no quarto trimestre de 2024, deu fôlego à bolsa e ao real, mas especialistas alertam que a volatilidade pode retornar caso as negociações entre as potências econômicas fracassem nos próximos meses.

Trump Potus
Trump Potus – Foto: X

Fatores por trás da queda do dólar

O principal gatilho para a queda de 2,24% do dólar em 9 de abril foi o anúncio de Donald Trump de uma trégua de 90 dias nas tarifas de importação, inicialmente previstas para entrar em vigor em 2 de abril. Essas tarifas, que variavam de 10% a 50% sobre produtos de mais de 180 países, haviam elevado o dólar a picos históricos, como os R$ 6,30 registrados na semana anterior. A decisão veio após pressão de líderes empresariais americanos e ameaças de retaliação da China e da União Europeia, que anunciaram tarifas próprias contra os EUA no mesmo dia, mas recuaram com a notícia da pausa.

A China, maior parceira comercial do Brasil, respondeu inicialmente com taxas de 84% sobre produtos americanos, enquanto a UE impôs 20% sobre bens dos EUA. Esse embate havia fortalecido o dólar como ativo seguro, mas a suspensão mudou o humor do mercado. No Brasil, o real ganhou força com a perspectiva de menor pressão sobre as exportações de commodities, como soja e minério de ferro, que representaram 28% das vendas externas do país em 2024, totalizando US$ 90 bilhões. O câmbio caiu de R$ 6,063 às 11h23 para R$ 5,862 ao fim do dia, refletindo a rápida reação dos investidores.

Outro fator foi o desempenho das moedas emergentes. O peso mexicano subiu 2,76%, enquanto o euro caiu 2,12% frente ao dólar, indicando uma redistribuição de fluxos globais. Em 2024, o Brasil exportou US$ 40,3 bilhões para os EUA, e a trégua tarifária aliviou temores de perda de competitividade, sustentando a valorização do real e a queda do dólar no mercado doméstico.

Alta da Bovespa: o que impulsionou os 128 mil pontos

A Bovespa reagiu com entusiasmo à queda do dólar, subindo 3,33% e fechando em 128.061,84 pontos, o maior patamar desde janeiro de 2025. A valorização foi puxada por ações de empresas exportadoras e bancos, que se beneficiaram do câmbio mais favorável e do otimismo com a trégua tarifária. A Vale, maior exportadora de minério de ferro do país, viu suas ações saltarem 4,2%, refletindo a alta de 2% nos preços do minério em mercados internacionais, que atingiram US$ 130 por tonelada no dia.

Petrobras também contribuiu para o avanço, com ganhos de 3,8% nas ações preferenciais, impulsionados pela expectativa de maior receita com exportações de petróleo, que somaram US$ 20 bilhões para a China em 2024. Bancos como Itaú e Bradesco subiram 2,5% e 2,7%, respectivamente, aproveitando a redução da percepção de risco no mercado interno. Em 2024, o setor financeiro respondeu por 35% da composição do Ibovespa, e a alta do índice reflete a confiança renovada dos investidores após semanas de quedas consecutivas.

  • Vale: Alta de 4,2% com valorização do minério de ferro.
  • Petrobras: Ganho de 3,8% com exportações favorecidas.
  • Bancos: Itaú e Bradesco sobem até 2,7% com menor risco cambial.

O índice, que havia recuado 2,96% na semana anterior para 127.256 pontos, recuperou terreno com o alívio global, mas analistas alertam que a volatilidade pode persistir enquanto as negociações internacionais não se concretizarem.

Contexto global e seus reflexos no Brasil

O cenário internacional foi decisivo para as oscilações no Brasil em 9 de abril. A trégua de Trump, anunciada após pressões de Wall Street e de aliados como Canadá e México, suspendeu tarifas que afetariam US$ 500 bilhões em importações globais. Em resposta, bolsas asiáticas caíram até 3% no início do dia, mas recuperaram parte das perdas, enquanto Wall Street viu o Nasdaq subir 0,5% e o Dow Jones avançar 1,2%. O dólar, que vinha sendo buscado como refúgio, perdeu força globalmente, beneficiando moedas como o real.

No Brasil, a queda do dólar aliviou os custos de importação, que em 2024 somaram US$ 40,6 bilhões com os EUA, incluindo insumos industriais e combustíveis. Em março de 2025, o IPCA registrou alta de 4,5%, e a desvalorização da moeda americana pode conter pressões inflacionárias no curto prazo. Exportadoras, que geraram R$ 170 bilhões em receita em 2024, também se beneficiaram, já que um dólar mais baixo torna os produtos brasileiros mais competitivos em mercados alternativos à China.

A pausa nas tarifas também impactou o bitcoin, que subiu 3,97%, atingindo R$ 481.883,00, refletindo o apetite por risco dos investidores. Em 2024, o Brasil movimentou R$ 15 bilhões em criptomoedas, e a alta do bitcoin acompanhou a recuperação da Bovespa, sinalizando um dia de otimismo generalizado nos mercados.

Impactos da trégua tarifária no câmbio

A trégua de 90 dias anunciada por Trump inverteu a tendência de alta do dólar, que vinha pressionando o real desde o início de abril. Na manhã do dia 9, a moeda americana chegou a R$ 6,096, mas caiu para R$ 5,843 na mínima do dia, fechando a R$ 5,862. Essa queda de 2,24% foi a maior desde dezembro de 2024, quando o dólar recuou 2,29% após leilões do Banco Central. Em 2024, o real perdeu 10% de seu valor frente ao dólar, mas o pregão de hoje trouxe alívio temporário.

O mercado reagiu ao recuo da China e da UE, que suspenderam tarifas retaliatórias de 84% e 20%, respectivamente, após o anúncio americano. Isso reduziu a busca pelo dólar como ativo seguro, beneficiando o real e outras moedas emergentes. Em 2023, o Brasil exportou US$ 20 bilhões em soja para a China, e a trégua pode manter esse fluxo estável, evitando perdas de mercado para concorrentes como os EUA.

A volatilidade do câmbio, porém, segue no radar. Em 2024, o dólar oscilou entre R$ 5,62 e R$ 6,26, e analistas preveem que o patamar de R$ 5,86 pode não se sustentar se as negociações globais fracassarem. O Banco Central, que injetou US$ 3 bilhões em leilões na semana anterior, manteve-se em alerta, mas não atuou diretamente no dia 9.

Ações que lideraram a alta da Bovespa

A alta de 3,33% da Bovespa foi impulsionada por ações de peso no índice. A Vale, com 15% da composição do Ibovespa, subiu 4,2%, refletindo a alta do minério de ferro e a queda do dólar, que favorece suas receitas em reais. Petrobras, com 12% do índice, avançou 3,8%, beneficiada pelo petróleo a US$ 70 por barril e pela perspectiva de exportações mais competitivas. Em 2024, a estatal exportou 500 mil barris diários, e o câmbio favorável ampliou suas margens.

Bancos como Itaú (alta de 2,5%) e Bradesco (2,7%) também puxaram o índice, aproveitando a redução do risco cambial que impacta seus portfólios de crédito. Em 2023, o setor financeiro lucrou R$ 120 bilhões, e a alta da bolsa reflete a confiança em sua resiliência. Outras empresas, como Suzano, do setor de celulose, subiram 3,5%, aproveitando a desvalorização do dólar para exportações, que somaram R$ 10 bilhões em 2024.

Efeitos no bolso do consumidor brasileiro

A queda do dólar para R$ 5,862 traz alívio imediato ao consumidor. Em 2024, importados como eletrônicos e combustíveis responderam por 20% do consumo interno, e o câmbio elevado elevou os preços em 15% no último trimestre. Com a moeda mais barata, produtos como smartphones, que custavam em média R$ 3.000, podem ter redução de até 5%, enquanto o litro da gasolina, a R$ 6,50, pode cair até R$ 0,20 nas próximas semanas.

O impacto na inflação também é positivo. Em março de 2025, o IPCA acumulado em 12 meses estava em 4,5%, e a trégua tarifária pode ajudar a mantê-lo abaixo do teto da meta de 4,75%. Em 2023, alimentos importados como trigo subiram 10% devido ao dólar alto, mas a queda atual pode estabilizar itens como pão e massas, que consomem 8% do orçamento familiar médio.

Reação do mercado internacional ao dólar mais fraco

A desvalorização do dólar em 9 de abril reverberou globalmente. Bolsas europeias, como a FTSE 100, subiram 2%, enquanto o Nikkei, no Japão, avançou 1,5% após perdas iniciais. Nos EUA, o Dow Jones ganhou 1,2%, com investidores apostando em menor pressão inflacionária doméstica. Em 2024, os EUA importaram US$ 2 trilhões em bens, e a trégua pode reduzir custos em 5%, segundo projeções.

Moedas emergentes também se fortaleceram. O peso mexicano subiu 2,76%, enquanto o rand sul-africano avançou 2%. O euro, por outro lado, caiu 2,12%, para R$ 6,431, refletindo a menor busca pelo dólar como refúgio. O bitcoin, negociado a R$ 481.883,00, subiu 3,97%, acompanhando o apetite por risco que favoreceu a Bovespa e outros ativos.

Perspectivas para o câmbio e a bolsa no curto prazo

Analistas veem a queda do dólar e a alta da Bovespa como um alívio temporário. Em 2024, o dólar oscilou 15% frente ao real, e a trégua de 90 dias pode manter o câmbio entre R$ 5,80 e R$ 6,00 até julho, caso as negociações avancem. A Bovespa, que caiu 5% em março, pode testar os 130 mil pontos se o otimismo persistir, mas uma retomada das tarifas pode derrubá-la para 125 mil pontos.

Em 2023, o PIB brasileiro cresceu 2,8%, e a trégua tarifária pode sustentar esse ritmo ao evitar choques inflacionários. No entanto, a incerteza global mantém os investidores cautelosos, e o Banco Central já sinalizou prontidão para novos leilões se o dólar voltar a subir. Em 2024, o BC gastou US$ 60 bilhões em reservas para estabilizar o câmbio, que fecharam o ano em US$ 340 bilhões.

Calendário dos eventos que mexeram com o mercado

Os acontecimentos recentes moldaram o desempenho do dólar e da Bovespa:

  • 2 de abril: Trump anuncia tarifas de 10% a 50% sobre importações.
  • 7 de abril: China e UE retaliam com tarifas de 84% e 20%.
  • 9 de abril: Trump suspende tarifas por 90 dias; dólar cai 2,24%, Bovespa sobe 3,33%.
  • Julho de 2025: Fim previsto da trégua tarifária.

Esse cronograma destaca a sensibilidade do mercado às decisões globais e o impacto imediato no Brasil.



Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *