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17 Apr 2025, Thu


O piloto de uma motocicleta esportiva de luxo trafegava na hora do almoço do último dia 22 de março, um sábado, em uma rua da região do Tatuapé, zona leste de São Paulo, quando foi surpreendido por um grupo de seis pessoas em quatro motos —ao menos um deles estava armado.

Sem reação, ele desceu do veículo, teve de tirar e entregar seu capacete, além de objetos pessoais, como relógio, e viu o bando fugir com sua moto pelo lado oposto da via.

A ação foi registrada por uma câmera de segurança, assim como outros dois roubos de motocicletas de luxo gravados em menos de 48 horas na capital paulista, entre sábado e segunda-feira, dia 24.

Em comum, esses pilotos são cercados por criminosos em motos menores, armados, e acabam vítimas de uma espécie de arrastão do trânsito.

Levantamento da empresa de rastreamento Ituran, a partir de dados de boletins de ocorrência registrados na Polícia Civil paulista, mostra que 8 em cada 10 motocicletas de alta cilindrada levadas por ladrões, na região metropolitana de São Paulo, são em ações de roubo.

Em 2024 foram registradas 3.173 queixas envolvendo motos a partir de 500 cc na Grande São Paulo. Dessas, 2.496 vítimas foram roubadas, ou seja, 78,21%.

Para combater crimes como esse, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirma ter investido mais de R$ 24 milhões na compra de 180 motocicletas para reforçar o patrulhamento contra roubos, furtos e receptação de veículos no estado.

“Desde o início da atual gestão, a Polícia Militar vistoriou 2,6 milhões de motocicletas na Operação Impacto, resultando na prisão de 219.622 infratores e na recuperação de 21.399 motos.

Fernando Correia, gerente de operações da Ituran, afirma que, diferentemente das motos menores, esses veículos de luxo costumam ficar guardados em estacionamentos na maior parte do tempo e são usados para passeios aos fins de semana, quando disparam as estatísticas desse tipo de criminalidade.

“A maioria é roubada por pessoas que querem ostentar no sábado à noite, por exemplo, e abandonam a moto depois”, afirma.

De acordo com o levantamento, 45% das ações criminosas ocorrem aos sábados e domingos.

Centro, Tatuapé e Ipiranga, na zona sul, são os bairros campeões de queixas na cidade de São Paulo.

Do total de ocorrências, 45% delas ocorreram à noite. Mas os condutores dessas motos de luxo devem ficar atentos aos assaltos durante o dia.

Também no último dia 22, um idoso de 70 anos chegava por volta das 16h45, com uma BMW, em seu condomínio no Campo Belo, zona sul de São Paulo, quando foi cercado por três pessoas em duas motos, depois de ter passado pelo portão eletrônico da garagem —os ladrões entraram junto.

Um quarto suspeito, em uma outra moto, chegou instantes depois e aguardou do lado de fora. Na ação, o ladrão da primeira motocicleta entrou na garagem com arma já apontada para a vítima, que foi revistada antes de descer e entregar o veículo.

Em outro caso, pouco depois das 6h30 da segunda-feira (24), um homem chega com a namorada em uma Kawasaki Versys, quando é abordado por uma dupla, em outra moto, no momento que o portão eletrônico sobe. O comparsa na garupa, que estava armado, leva a motocicleta do casal.

Com ajuda de rastreador, no mesmo dia, a polícia conseguiu localizar a Kawasaki e prender um homem de 22 anos suspeito daquele roubo e de outras sete motos na capital paulista.

Nos dois episódios, a investigação da polícia apura se os motociclistas eram seguidos.

Para José Vicente da Silva Filho, coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo e membro do Conselho da Escola de Segurança Multidimensional da USP (Universidade de São Paulo), o roubo de veículos, e o de motos em particular, é um “desafio imenso” para a polícia.

“No caso dos carros, metade deles é abandonado pelos criminosos e gera estatísticas de veículos recuperados, mas isso não acontece por causa do trabalho de investigação”, afirma o especialista, dizendo que a Polícia Civil paulista atualmente tem problemas para investigar esse tipo de crime.

José Vicente cita a existência de grupos organizados no roubo e furto de motos que acabam vendendo peças no mercado clandestino. “Não basta pegar um ou outro, com uso de recursos como os da Muralha Paulista [sistema de câmeras que faz a leitura de placas], o problema é que a investigação é falha.”

O gerente de operações da empresa de rastreamento diz que, no caso das motos de alta cilindrada, esse mercado paralelo é menor. Conforme as estatísticas levantadas pela empresa, 54,6% desses veículos roubados têm a partir de cinco anos de fabricação.

Na última quarta-feira (26), policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) prenderam dois homens durante a localização de um desmanche ilegal de motocicletas de luxo em Itapevi, na região metropolitana.

Um dos detidos chegou a atirar na equipe na tentativa de fuga com uma moto. Ele foi atingido e socorrido e não corre risco de morte.

De acordo com a SSP, na capital paulista os roubos de veículos caíram 6,6% em janeiro deste ano em relação a 2024.

No estado, desde o início da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), em 2023, a pasta diz que 4.930 automóveis foram recuperados, sendo 1.519 no município de São Paulo. O número de motos recuperadas não é citado.

“A Polícia Civil, por meio da Divecar [Deic], fiscalizou 63 desmanches e apreendeu 4.630 peças, desarticulando esquemas de receptação”, afirma trecho da nota.

EVITE

  • Estacionar na rua
  • Passar em locais desconhecidos e ruas desertas, principalmente no período da noite; se não conhece o local, pesquise antes
  • Parar em qualquer lugar para mexer no celular, mesmo se precisar ajustar o GPS
  • Distrações ao parar em semáforos
  • Rotinas: busque sair em horários diferentes e faça caminhos distintos

OUTRAS DICAS DE SEGURANÇA

  • Esteja sempre alerta e, na dúvida, mude o trajeto
  • No caso de passeios, prefira andar com outros motociclistas
  • Exija nota fiscal na compra de peça usada
  • Coloque trava e alarme na moto para dificultar furtos

Fontes: Ituran e Tracker

O piloto de uma motocicleta esportiva de luxo trafegava na hora do almoço do último dia 22 de março, um sábado, em uma rua da região do Tatuapé, zona leste de São Paulo, quando foi surpreendido por um grupo de seis pessoas em quatro motos —ao menos um deles estava armado.

Sem reação, ele desceu do veículo, teve de tirar e entregar seu capacete, além de objetos pessoais, como relógio, e viu o bando fugir com sua moto pelo lado oposto da via.

A ação foi registrada por uma câmera de segurança, assim como outros dois roubos de motocicletas de luxo gravados em menos de 48 horas na capital paulista, entre sábado e segunda-feira, dia 24.

Em comum, esses pilotos são cercados por criminosos em motos menores, armados, e acabam vítimas de uma espécie de arrastão do trânsito.

Levantamento da empresa de rastreamento Ituran, a partir de dados de boletins de ocorrência registrados na Polícia Civil paulista, mostra que 8 em cada 10 motocicletas de alta cilindrada levadas por ladrões, na região metropolitana de São Paulo, são em ações de roubo.

Em 2024 foram registradas 3.173 queixas envolvendo motos a partir de 500 cc na Grande São Paulo. Dessas, 2.496 vítimas foram roubadas, ou seja, 78,21%.

Para combater crimes como esse, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirma ter investido mais de R$ 24 milhões na compra de 180 motocicletas para reforçar o patrulhamento contra roubos, furtos e receptação de veículos no estado.

“Desde o início da atual gestão, a Polícia Militar vistoriou 2,6 milhões de motocicletas na Operação Impacto, resultando na prisão de 219.622 infratores e na recuperação de 21.399 motos.

Fernando Correia, gerente de operações da Ituran, afirma que, diferentemente das motos menores, esses veículos de luxo costumam ficar guardados em estacionamentos na maior parte do tempo e são usados para passeios aos fins de semana, quando disparam as estatísticas desse tipo de criminalidade.

“A maioria é roubada por pessoas que querem ostentar no sábado à noite, por exemplo, e abandonam a moto depois”, afirma.

De acordo com o levantamento, 45% das ações criminosas ocorrem aos sábados e domingos.

Centro, Tatuapé e Ipiranga, na zona sul, são os bairros campeões de queixas na cidade de São Paulo.

Do total de ocorrências, 45% delas ocorreram à noite. Mas os condutores dessas motos de luxo devem ficar atentos aos assaltos durante o dia.

Também no último dia 22, um idoso de 70 anos chegava por volta das 16h45, com uma BMW, em seu condomínio no Campo Belo, zona sul de São Paulo, quando foi cercado por três pessoas em duas motos, depois de ter passado pelo portão eletrônico da garagem —os ladrões entraram junto.

Um quarto suspeito, em uma outra moto, chegou instantes depois e aguardou do lado de fora. Na ação, o ladrão da primeira motocicleta entrou na garagem com arma já apontada para a vítima, que foi revistada antes de descer e entregar o veículo.

Em outro caso, pouco depois das 6h30 da segunda-feira (24), um homem chega com a namorada em uma Kawasaki Versys, quando é abordado por uma dupla, em outra moto, no momento que o portão eletrônico sobe. O comparsa na garupa, que estava armado, leva a motocicleta do casal.

Com ajuda de rastreador, no mesmo dia, a polícia conseguiu localizar a Kawasaki e prender um homem de 22 anos suspeito daquele roubo e de outras sete motos na capital paulista.

Nos dois episódios, a investigação da polícia apura se os motociclistas eram seguidos.

Para José Vicente da Silva Filho, coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo e membro do Conselho da Escola de Segurança Multidimensional da USP (Universidade de São Paulo), o roubo de veículos, e o de motos em particular, é um “desafio imenso” para a polícia.

“No caso dos carros, metade deles é abandonado pelos criminosos e gera estatísticas de veículos recuperados, mas isso não acontece por causa do trabalho de investigação”, afirma o especialista, dizendo que a Polícia Civil paulista atualmente tem problemas para investigar esse tipo de crime.

José Vicente cita a existência de grupos organizados no roubo e furto de motos que acabam vendendo peças no mercado clandestino. “Não basta pegar um ou outro, com uso de recursos como os da Muralha Paulista [sistema de câmeras que faz a leitura de placas], o problema é que a investigação é falha.”

O gerente de operações da empresa de rastreamento diz que, no caso das motos de alta cilindrada, esse mercado paralelo é menor. Conforme as estatísticas levantadas pela empresa, 54,6% desses veículos roubados têm a partir de cinco anos de fabricação.

Na última quarta-feira (26), policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) prenderam dois homens durante a localização de um desmanche ilegal de motocicletas de luxo em Itapevi, na região metropolitana.

Um dos detidos chegou a atirar na equipe na tentativa de fuga com uma moto. Ele foi atingido e socorrido e não corre risco de morte.

De acordo com a SSP, na capital paulista os roubos de veículos caíram 6,6% em janeiro deste ano em relação a 2024.

No estado, desde o início da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), em 2023, a pasta diz que 4.930 automóveis foram recuperados, sendo 1.519 no município de São Paulo. O número de motos recuperadas não é citado.

“A Polícia Civil, por meio da Divecar [Deic], fiscalizou 63 desmanches e apreendeu 4.630 peças, desarticulando esquemas de receptação”, afirma trecho da nota.

EVITE

  • Estacionar na rua
  • Passar em locais desconhecidos e ruas desertas, principalmente no período da noite; se não conhece o local, pesquise antes
  • Parar em qualquer lugar para mexer no celular, mesmo se precisar ajustar o GPS
  • Distrações ao parar em semáforos
  • Rotinas: busque sair em horários diferentes e faça caminhos distintos

OUTRAS DICAS DE SEGURANÇA

  • Esteja sempre alerta e, na dúvida, mude o trajeto
  • No caso de passeios, prefira andar com outros motociclistas
  • Exija nota fiscal na compra de peça usada
  • Coloque trava e alarme na moto para dificultar furtos

Fontes: Ituran e Tracker



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