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18 Apr 2025, Fri

5 dicas para evitar dívidas com apostas esportivas


Elas não devem ser encaradas como uma fonte de renda, nem uma forma de investimento

Apostas online podem representar um risco para as finanças Apostas online podem representar um risco para as finanças Imagem: SeventyFour | Shutterstock

O Campeonato Brasileiro 2025 já começou e, com ele, cresce o número de brasileiros que apostam nos jogos da Série A. O mercado de apostas esportivas tem se expandido rapidamente, mas, com esse crescimento, surgem preocupações sobre os impactos financeiros para os jogadores.

O estudo “O impacto das apostas esportivas no consumo”, da Strategy&, consultoria estratégica da PwC, aponta que o volume de apostas no Brasil aumentou 89% ao ano entre 2020 e 2024, com um desembolso estimado entre R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões somente em 2023. Atualmente, 18 dos 20 clubes têm uma casa de apostas como patrocinadora master, com seus logotipos estampados no centro do uniforme. O Red Bull Bragantino e o Mirassol são as exceções.

“A facilidade de acesso às plataformas de apostas, combinada com o apelo emocional dos jogos e dos times e a falta de controle financeiro, tem levado muitos brasileiros a gastarem além de suas possibilidades, acumulando dívidas e comprometendo o orçamento familiar”, destaca Adriana de Arruda, psicanalista e planejadora financeira especialista em gestão financeira familiar.

Quando a diversão se transforma em problema

Apostas podem estimular um comportamento compulsivo, semelhante ao vício em jogos de azar. “A ilusão de ganhos fáceis e a sensação de quase vitória incentivam apostas sucessivas, levando muitos a recorrer a cartões de crédito, empréstimos e cheque especial para continuar jogando”, alerta Adriana de Arruda.

Segundo a pesquisa “Panorama Político 2024: Apostas esportivas, golpes digitais e endividamento”, do Instituto DataSenado, 42% dos brasileiros que apostam regularmente estão endividados, com contas atrasadas há mais de 90 dias. O levantamento mostra ainda que 20,3 milhões de brasileiros acima de 16 anos já realizaram apostas esportivas, o que representa 13% da população nessa faixa etária.

O estudo também revela que 32% dos apostadores estão desempregados ou fora da força de trabalho, o que reforça a preocupação de que muitos enxergam as bets como uma alternativa de renda — um erro que pode gerar consequências financeiras graves. 

Para a psicanalista e planejadora financeira, é fundamental que os apostadores tenham consciência dos riscos envolvidos. “As apostas não devem ser encaradas como uma fonte de renda, nem uma forma de investimento. O problema começa quando a pessoa gasta o pouco dinheiro que tem e compromete suas finanças pessoais”, explica. 

O excesso de apostas pode comprometer a renda familiar e o pagamento das contas essenciais Imagem: fizkes | Shutterstock

Impacto nas finanças pessoais e familiares 

O endividamento com apostas não afeta apenas o jogador, mas também sua família. Dívidas escondidas, atrasos no pagamento de contas essenciais e conflitos conjugais são algumas das consequências enfrentadas por quem perde o controle.

“O problema se agrava quando a pessoa tenta recuperar as perdas apostando valores ainda maiores, acreditando que uma grande vitória está próxima – algo que raramente acontece”, explica Adriana de Arruda.

Outro ponto de atenção é a influência das bets sobre os jovens. Com a publicidade massiva no futebol e a facilidade de acesso às plataformas digitais, adolescentes e jovens adultos entram nesse universo cedo, muitas vezes sem consciência dos riscos envolvidos.

Regulamentação e educação financeira

Diante desse cenário, o Brasil tem avançado na regulamentação das apostas esportivas, impondo regras mais rígidas para as empresas e aumentando a transparência do setor. Entre as medidas propostas, estão a exigência de licenças para operadoras, ações para coibir fraudes e a destinação de recursos para campanhas de conscientização.

No entanto, só a regulamentação não basta. Para Adriana de Arruda, a educação financeira é fundamental para evitar que as apostas causem danos financeiros. “É essencial que os jogadores estabeleçam limites de gasto, entendam que ganhos não são garantidos e jamais utilizem dinheiro destinado a necessidades básicas”, orienta a especialista.

Evitando dívidas com apostas esportivas

Para aqueles que já têm o hábito de apostar, mas desejam evitar prejuízos financeiros, algumas estratégias podem ser adotadas. Confira! 

  1. Defina um orçamento: estabeleça um limite mensal para apostas e nunca ultrapasse esse valor; 
  2. Evite usar o crédito: não utilize cartões de crédito, cheque especial ou empréstimos para financiar apostas;
  3. Acompanhe seus gastos: mantenha um registro detalhado do quanto está apostando e do retorno obtido;
  4. Não aposte sob pressão emocional: evite apostar em momentos de estresse, euforia ou frustração com o seu time do coração;
  5. Busque ajuda se necessário: caso perceba que o hábito está saindo do controle, procure apoio de um especialista em saúde mental ou educação financeira.

O crescimento das apostas esportivas no Brasil é um fenômeno irreversível, mas os apostadores devem estar cientes dos riscos envolvidos e tomar medidas para proteger suas finanças. A conscientização e a educação são as principais ferramentas para evitar que o entretenimento se transforme em um problema financeiro sério. 

Por Letícia Carvalho



Elas não devem ser encaradas como uma fonte de renda, nem uma forma de investimento

Apostas online podem representar um risco para as finanças Apostas online podem representar um risco para as finanças Imagem: SeventyFour | Shutterstock

O Campeonato Brasileiro 2025 já começou e, com ele, cresce o número de brasileiros que apostam nos jogos da Série A. O mercado de apostas esportivas tem se expandido rapidamente, mas, com esse crescimento, surgem preocupações sobre os impactos financeiros para os jogadores.

O estudo “O impacto das apostas esportivas no consumo”, da Strategy&, consultoria estratégica da PwC, aponta que o volume de apostas no Brasil aumentou 89% ao ano entre 2020 e 2024, com um desembolso estimado entre R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões somente em 2023. Atualmente, 18 dos 20 clubes têm uma casa de apostas como patrocinadora master, com seus logotipos estampados no centro do uniforme. O Red Bull Bragantino e o Mirassol são as exceções.

“A facilidade de acesso às plataformas de apostas, combinada com o apelo emocional dos jogos e dos times e a falta de controle financeiro, tem levado muitos brasileiros a gastarem além de suas possibilidades, acumulando dívidas e comprometendo o orçamento familiar”, destaca Adriana de Arruda, psicanalista e planejadora financeira especialista em gestão financeira familiar.

Quando a diversão se transforma em problema

Apostas podem estimular um comportamento compulsivo, semelhante ao vício em jogos de azar. “A ilusão de ganhos fáceis e a sensação de quase vitória incentivam apostas sucessivas, levando muitos a recorrer a cartões de crédito, empréstimos e cheque especial para continuar jogando”, alerta Adriana de Arruda.

Segundo a pesquisa “Panorama Político 2024: Apostas esportivas, golpes digitais e endividamento”, do Instituto DataSenado, 42% dos brasileiros que apostam regularmente estão endividados, com contas atrasadas há mais de 90 dias. O levantamento mostra ainda que 20,3 milhões de brasileiros acima de 16 anos já realizaram apostas esportivas, o que representa 13% da população nessa faixa etária.

O estudo também revela que 32% dos apostadores estão desempregados ou fora da força de trabalho, o que reforça a preocupação de que muitos enxergam as bets como uma alternativa de renda — um erro que pode gerar consequências financeiras graves. 

Para a psicanalista e planejadora financeira, é fundamental que os apostadores tenham consciência dos riscos envolvidos. “As apostas não devem ser encaradas como uma fonte de renda, nem uma forma de investimento. O problema começa quando a pessoa gasta o pouco dinheiro que tem e compromete suas finanças pessoais”, explica. 

O excesso de apostas pode comprometer a renda familiar e o pagamento das contas essenciais Imagem: fizkes | Shutterstock

Impacto nas finanças pessoais e familiares 

O endividamento com apostas não afeta apenas o jogador, mas também sua família. Dívidas escondidas, atrasos no pagamento de contas essenciais e conflitos conjugais são algumas das consequências enfrentadas por quem perde o controle.

“O problema se agrava quando a pessoa tenta recuperar as perdas apostando valores ainda maiores, acreditando que uma grande vitória está próxima – algo que raramente acontece”, explica Adriana de Arruda.

Outro ponto de atenção é a influência das bets sobre os jovens. Com a publicidade massiva no futebol e a facilidade de acesso às plataformas digitais, adolescentes e jovens adultos entram nesse universo cedo, muitas vezes sem consciência dos riscos envolvidos.

Regulamentação e educação financeira

Diante desse cenário, o Brasil tem avançado na regulamentação das apostas esportivas, impondo regras mais rígidas para as empresas e aumentando a transparência do setor. Entre as medidas propostas, estão a exigência de licenças para operadoras, ações para coibir fraudes e a destinação de recursos para campanhas de conscientização.

No entanto, só a regulamentação não basta. Para Adriana de Arruda, a educação financeira é fundamental para evitar que as apostas causem danos financeiros. “É essencial que os jogadores estabeleçam limites de gasto, entendam que ganhos não são garantidos e jamais utilizem dinheiro destinado a necessidades básicas”, orienta a especialista.

Evitando dívidas com apostas esportivas

Para aqueles que já têm o hábito de apostar, mas desejam evitar prejuízos financeiros, algumas estratégias podem ser adotadas. Confira! 

  1. Defina um orçamento: estabeleça um limite mensal para apostas e nunca ultrapasse esse valor; 
  2. Evite usar o crédito: não utilize cartões de crédito, cheque especial ou empréstimos para financiar apostas;
  3. Acompanhe seus gastos: mantenha um registro detalhado do quanto está apostando e do retorno obtido;
  4. Não aposte sob pressão emocional: evite apostar em momentos de estresse, euforia ou frustração com o seu time do coração;
  5. Busque ajuda se necessário: caso perceba que o hábito está saindo do controle, procure apoio de um especialista em saúde mental ou educação financeira.

O crescimento das apostas esportivas no Brasil é um fenômeno irreversível, mas os apostadores devem estar cientes dos riscos envolvidos e tomar medidas para proteger suas finanças. A conscientização e a educação são as principais ferramentas para evitar que o entretenimento se transforme em um problema financeiro sério. 

Por Letícia Carvalho



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