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18 Apr 2025, Fri

Deolane Bezerra escapa de CPI das Bets com habeas corpus de André Mendonça

Deolane Bezerra


Em um desdobramento que agitou o noticiário na manhã de 10 de abril de 2025, a advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra anunciou que não comparecerá à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas, conhecida como CPI das Bets, no Senado Federal. A sessão, marcada para as 9h desta quinta-feira, tinha como objetivo ouvir seu depoimento na condição de testemunha sobre supostas ligações com plataformas de apostas online. A decisão de Deolane veio logo após o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), conceder um habeas corpus na quarta-feira, 9 de abril, tornando sua presença facultativa. A justificativa do STF baseia-se no fato de que ela é alvo de investigações em curso, o que lhe assegura o direito constitucional de não produzir provas contra si mesma. Com isso, a influenciadora optou por exercer esse direito e informou publicamente sua ausência, reacendendo debates sobre o papel de figuras públicas em esquemas de apostas e a eficácia das CPIs no combate a atividades ilícitas.

A convocação de Deolane para a CPI das Bets foi aprovada pelo Senado com a intenção de esclarecer como influenciadores digitais têm sido utilizados por empresas de apostas para atrair consumidores e se há conhecimento de irregularidades nessas operações. Ela é investigada pela Polícia Civil de Pernambuco na Operação Integration, deflagrada em setembro de 2024, que apura um esquema de lavagem de dinheiro ligado a jogos de azar. A operação resultou na prisão temporária de Deolane e de sua mãe, Solange Bezerra, além da apreensão de bens de luxo, como carros e imóveis, e do bloqueio de ativos financeiros. A influenciadora foi solta dias depois, passando a cumprir prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, mas o caso segue em andamento, o que motivou a defesa a recorrer ao STF para evitar o depoimento.

A decisão de André Mendonça não apenas desobriga Deolane de comparecer, mas também garante que, caso ela escolhesse estar presente, poderia permanecer em silêncio sem sofrer constrangimentos. A influenciadora, que conta com milhões de seguidores nas redes sociais, vinha sendo pressionada pela CPI para explicar transações financeiras suspeitas, incluindo um repasse de mais de R$ 19 milhões em 2023 da empresa Esportes da Sorte à sua companhia, Bezerra Publicidade e Comunicação Ltda. Sua ausência na sessão desta quinta-feira marca mais um capítulo na saga judicial que a coloca no centro de uma investigação sobre o submundo das apostas online no Brasil.

Habeas corpus muda planos da CPI

A reviravolta começou na noite de 9 de abril, quando o ministro André Mendonça, do STF, assinou a liminar que alterou o rumo da convocação de Deolane Bezerra. A defesa da influenciadora argumentou que sua participação na CPI violaria garantias legais, já que ela é formalmente investigada em Pernambuco por suposta lavagem de dinheiro e associação com jogos ilegais. Mendonça acatou o pedido, destacando que o direito à não autoincriminação é um pilar constitucional. Assim, a presença de Deolane na comissão passou de obrigatória a opcional, e ela rapidamente informou que não irá a Brasília.

Inicialmente, a equipe de Deolane havia sinalizado que ela compareceria por conta própria, já que o Senado não arcaria com passagens ou diárias. O advogado Francisco Ferreira chegou a trocar e-mails com a secretaria da CPI confirmando a ida, mas o habeas corpus mudou a estratégia. A decisão do STF foi vista como uma vitória para a influenciadora, que evita expor detalhes de sua relação com plataformas de apostas em um momento em que enfrenta um processo criminal. A ausência dela, no entanto, frustra os planos dos senadores, que esperavam usar o depoimento para avançar nas investigações sobre o impacto das bets no orçamento familiar e suas conexões com o crime organizado.

O caso de Deolane não é isolado. A CPI das Bets já convocou outros influenciadores digitais, como Gkay e Tirullipa, para esclarecer o uso de suas imagens na promoção de sites de apostas. A comissão busca entender como essas figuras públicas, com grande alcance nas redes, podem estar envolvidas, consciente ou inconscientemente, em atividades ilícitas. A dispensa de Deolane, porém, levanta questões sobre os limites do poder de convocação do Senado diante de investigações paralelas na Justiça.

dr deolane bezerra presa
Deolane – Foto: Instagram/@dra.deolanebezerra
  • Principais pontos da decisão do STF:
    • Presença de Deolane na CPI é facultativa.
    • Direito ao silêncio garantido caso ela compareça.
    • Baseada no princípio da não autoincriminação.

Operação Integration coloca Deolane no foco

A investigação que pesa contra Deolane Bezerra teve início com a Operação Integration, deflagrada em 4 de setembro de 2024 pela Polícia Civil de Pernambuco. A ação mirou uma quadrilha suspeita de movimentar cerca de R$ 3 bilhões em um esquema de lavagem de dinheiro ligado a jogos de azar, incluindo apostas online. Deolane foi presa em Recife junto com sua mãe, Solange, em uma operação que apreendeu carros de luxo, imóveis, uma aeronave e embarcações, além de bloquear contas bancárias. A influenciadora é acusada de criar um site de apostas para lavar recursos ilícitos, uma denúncia que ela nega veementemente.

Após cinco dias detida, Deolane foi liberada para prisão domiciliar em 9 de setembro de 2024, com a condição de usar tornozeleira eletrônica. O Tribunal de Justiça de Pernambuco acatou o pedido de habeas corpus da defesa, que argumentou falta de provas concretas para mantê-la presa. A investigação, no entanto, continua, e documentos revelam que a empresa dela recebeu R$ 19 milhões da Esportes da Sorte em 2023, valor que chamou a atenção das autoridades. Esse montante é parte do que os investigadores acreditam ser uma rede de pagamentos para influenciadores que promoviam plataformas de apostas, muitas vezes sem regulação adequada.

A Operação Integration também atingiu outros alvos, como Darwin Henrique da Silva Filho, CEO da Esportes da Sorte, e sua esposa, Maria Eduarda Quinto Filizola. A conexão entre essas figuras e Deolane reforça a suspeita de que ela desempenhava um papel central na divulgação de sites como o “Tigrinho”, um jogo de azar popular entre seus seguidores. A decisão do STF de liberá-la da CPI das Bets é mais um obstáculo para as autoridades, que tentam montar o quebra-cabeça desse esquema bilionário.

Influenciadores na mira da CPI das Bets

A CPI das Apostas Esportivas, instalada no Senado, tem como missão investigar o crescimento das apostas online e seu impacto nas finanças das famílias brasileiras, além de possíveis ligações com organizações criminosas. Deolane Bezerra foi convocada pelo senador Izalci Lucas (PL-DF), que justificou o chamado alegando que ela poderia esclarecer como influenciadores atraem consumidores para plataformas de apostas e se sabem das ilegalidades envolvidas. Sua dispensa, contudo, representa um revés para a comissão, que já enfrentou dificuldades em obter depoimentos de outras figuras públicas.

Além de Deolane, a CPI aprovou a convocação de nomes como Wesley Safadão, Jojo Todynho e Tirullipa, todos suspeitos de promoverem sites de apostas em troca de pagamentos vultosos. A estratégia das empresas de bets é clara: usar a popularidade desses influenciadores para alcançar milhões de seguidores, muitos dos quais jovens em busca de ganhos rápidos. Estima-se que o mercado de apostas online no Brasil movimente bilhões de reais anualmente, com uma fatia significativa operando à margem da lei.

A ausência de Deolane nesta quinta-feira não encerra sua relação com a CPI. Os senadores podem buscar outras formas de pressioná-la, como a quebra de sigilos bancário e telefônico, medidas já aplicadas em casos anteriores. Enquanto isso, a decisão do STF reforça o precedente de que investigados têm o direito de se proteger contra a autoincriminação, o que pode dificultar o trabalho da comissão em convocar testemunhas-chave.

Decisão do STF reacende debate jurídico

O habeas corpus concedido por André Mendonça não é a primeira intervenção do STF em favor de Deolane Bezerra. Em 2024, o mesmo ministro barrou seu depoimento na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, também no Senado, usando o mesmo argumento da não autoincriminação. A repetição do cenário mostra como o Judiciário tem atuado para limitar o alcance das CPIs quando elas colidem com investigações criminais em andamento.

Juristas apontam que o direito constitucional invocado por Mendonça é amplamente reconhecido, mas gera controvérsia em casos de interesse público. A CPI das Bets busca combater um problema que afeta milhares de brasileiros, com relatos de famílias endividadas por causa de apostas online. A dispensa de Deolane, uma figura central na investigação, pode ser vista como um entrave à transparência, embora esteja alinhada com os princípios legais que protegem os investigados.

A decisão também destaca o papel do STF como árbitro em disputas entre o Legislativo e indivíduos sob investigação. Em sua liminar, Mendonça deixou claro que Deolane poderia comparecer se quisesse, mas com a garantia de silêncio e sem constrangimentos físicos ou morais. Esse equilíbrio tenta atender tanto às garantias individuais quanto às necessidades da CPI, mas, na prática, favoreceu a estratégia da influenciadora de evitar o depoimento.

Impacto da ausência de Deolane na CPI

A escolha de Deolane Bezerra por não comparecer à CPI das Bets frustra os planos dos senadores, que esperavam usar seu depoimento para expor as entranhas do mercado de apostas online. A sessão de 10 de abril, marcada para começar às 9h, terá de seguir sem uma das testemunhas mais aguardadas. A comissão já ouviu outros nomes, como o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, no dia 8 de abril, mas a falta de Deolane deixa uma lacuna na investigação sobre o papel dos influenciadores.

Senadores como Izalci Lucas, autor do requerimento de convocação, acreditavam que Deolane poderia detalhar como plataformas como a Esportes da Sorte utilizam figuras públicas para atrair consumidores. A suspeita é que esses contratos milionários escondam operações de lavagem de dinheiro, uma prática que a Operação Integration tenta desmantelar. Sem o depoimento, a CPI perde uma chance de confrontar diretamente uma das principais investigadas, o que pode atrasar o avanço das apurações.

A ausência de Deolane também alimenta críticas à efetividade das CPIs. Com um histórico de dificuldades para obter testemunhos relevantes, a comissão enfrenta o desafio de provar sua relevância em um cenário onde o STF frequentemente intervém. A investigação parlamentar segue, mas o foco agora deve se voltar para outros convocados e para a análise de documentos já obtidos.

  • Outros influenciadores convocados pela CPI:
    • Wesley Safadão: Suspeito de promover sites de apostas.
    • Jojo Todynho: Envolvida em campanhas de bets online.
    • Tirullipa: Citado em contratos com plataformas suspeitas.

Contexto da investigação em Pernambuco

A Operação Integration, que colocou Deolane Bezerra no centro das atenções, é uma das maiores ações contra jogos de azar no Brasil nos últimos anos. Iniciada em setembro de 2024, a investigação da Polícia Civil de Pernambuco revelou um esquema que movimentou cerca de R$ 3 bilhões, envolvendo empresas de apostas, influenciadores e lavagem de dinheiro. Deolane foi detida em Recife junto com sua mãe, Solange, e passou cinco dias presa antes de ser liberada para prisão domiciliar.

A polícia apreendeu bens luxuosos da influenciadora, incluindo carros como uma Lamborghini e uma Porsche, além de imóveis e uma aeronave. O bloqueio de ativos financeiros atingiu milhões de reais, e os investigadores apontam que a Bezerra Publicidade e Comunicação Ltda., empresa de Deolane, funcionava como uma fachada para receber pagamentos suspeitos. O repasse de R$ 19 milhões da Esportes da Sorte em 2023 é um dos principais indícios analisados, sugerindo que ela lucrava com a promoção de sites ilegais.

A investigação também mira outros envolvidos, como Darwin Henrique, CEO da Esportes da Sorte, e sua esposa, Maria Eduarda. A conexão entre esses nomes indica uma rede complexa que usava influenciadores para dar legitimidade a plataformas de apostas, muitas sem licença para operar no Brasil. O caso de Deolane é emblemático por seu alcance nas redes sociais, onde ela acumula milhões de seguidores, muitos dos quais podem ter sido atraídos para os jogos de azar.

Repercussão da decisão entre senadores

A liberação de Deolane Bezerra pelo STF gerou reações no Senado. Izalci Lucas, que propôs a convocação, esperava que o depoimento dela trouxesse luz às práticas das empresas de apostas. A ausência da influenciadora, confirmada na manhã de 10 de abril, foi recebida com frustração por alguns parlamentares, que veem na decisão do STF um obstáculo ao trabalho da CPI. A comissão agora avalia como prosseguir sem um dos depoimentos mais aguardados da semana.

Outros senadores, no entanto, já previam dificuldades. A CPI das Bets enfrentou resistência semelhante em tentativas anteriores de ouvir Deolane, como na CPI da Manipulação de Jogos, também bloqueada por Mendonça em 2024. A repetição do cenário reforça a percepção de que investigados com bons advogados podem escapar do escrutínio parlamentar, o que alimenta debates sobre os limites do poder legislativo em casos de interesse nacional.

A sessão desta quinta-feira seguirá com outros temas em pauta, mas a falta de Deolane pode desviar o foco da mídia e do público. A CPI planeja intensificar a análise de documentos e convocar novos nomes, mas a ausência de uma figura tão conhecida quanto Deolane Bezerra reduz o impacto imediato da investigação no imaginário popular.

Apostas online: um mercado em expansão

O crescimento das apostas online no Brasil é um fenômeno que preocupa autoridades e especialistas. Estima-se que o setor movimente bilhões de reais por ano, com uma fatia significativa operando sem regulamentação clara. Plataformas como a Esportes da Sorte, envolvida no caso de Deolane, atraem consumidores com promessas de ganhos fáceis, muitas vezes usando influenciadores para ampliar seu alcance. A CPI das Bets busca mapear esse mercado e suas consequências sociais.

Dados apontam que cerca de 20% dos brasileiros já experimentaram alguma forma de aposta online, com um aumento expressivo desde a legalização parcial das bets em 2018. No entanto, a falta de fiscalização permite que empresas ilegais prosperem, muitas vezes associadas a esquemas de lavagem de dinheiro. A história de Deolane ilustra como figuras públicas podem ser peças-chave nesse sistema, lucrando com a promoção de jogos como o “Tigrinho”, que mistura apostas e entretenimento.

A investigação parlamentar também examina o impacto financeiro nas famílias. Relatos de endividamento e vício em jogos de azar têm crescido, especialmente entre jovens influenciados por campanhas nas redes sociais. A ausência de Deolane na CPI dificulta a obtenção de detalhes diretos sobre essas práticas, mas a comissão segue determinada a expor os bastidores desse mercado em expansão.

Linha do tempo da saga de Deolane

Os eventos envolvendo Deolane Bezerra e as apostas online seguem uma trajetória marcada por prisões, decisões judiciais e embates com o Senado. Em 4 de setembro de 2024, ela foi detida na Operação Integration, que revelou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Cinco dias depois, em 9 de setembro, foi liberada para prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. Em outubro, o STF barrou seu depoimento na CPI da Manipulação de Jogos, e agora, em abril de 2025, a história se repete com a CPI das Bets.

A convocação para a sessão de 10 de abril foi aprovada semanas antes, com a expectativa de que Deolane esclarecesse sua relação com a Esportes da Sorte. A liminar de André Mendonça, assinada em 9 de abril, mudou o cenário, e horas depois, na manhã do dia 10, a influenciadora confirmou que não comparecerá. Essa cronologia reflete a complexidade do caso, que mistura fama, crime e poder judicial.

  • Datas-chave do caso Deolane:
    • 4 de setembro de 2024: Prisão na Operação Integration.
    • 9 de setembro de 2024: Liberação para prisão domiciliar.
    • Outubro de 2024: STF barra depoimento na CPI da Manipulação.
    • 9 de abril de 2025: Habeas corpus para a CPI das Bets.
    • 10 de abril de 2025: Deolane anuncia ausência na CPI.

Pressão sobre influenciadores aumenta

A dispensa de Deolane Bezerra não diminui o cerco aos influenciadores digitais envolvidos com apostas online. A CPI das Bets mantém outros nomes na mira, como Wesley Safadão e Jojo Todynho, que também foram convocados para depor. A comissão suspeita que esses artistas, assim como Deolane, assinaram contratos milionários para promover plataformas de bets, muitas vezes sem verificar sua legalidade. A pressão sobre essas figuras cresce à medida que as investigações avançam.

O caso de Deolane é emblemático por seu alcance midiático. Com mais de 15 milhões de seguidores no Instagram, ela tem uma influência que poucas personalidades alcançam, o que a torna um alvo estratégico para empresas de apostas. A Esportes da Sorte, por exemplo, teria pago R$ 19 milhões à sua empresa em 2023, valor que levanta suspeitas sobre a natureza desses acordos. A CPI quer entender se esses influenciadores sabiam que estavam promovendo atividades ilícitas ou se foram usados como peças de um esquema maior.

Enquanto Deolane escapa do depoimento, outros podem não ter a mesma sorte. A comissão já quebrou sigilos financeiros de alguns investigados e planeja intensificar as convocações. O objetivo é traçar um mapa completo das conexões entre influenciadores, plataformas de apostas e o crime organizado, uma tarefa que exige persistência diante das barreiras judiciais.



Em um desdobramento que agitou o noticiário na manhã de 10 de abril de 2025, a advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra anunciou que não comparecerá à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas, conhecida como CPI das Bets, no Senado Federal. A sessão, marcada para as 9h desta quinta-feira, tinha como objetivo ouvir seu depoimento na condição de testemunha sobre supostas ligações com plataformas de apostas online. A decisão de Deolane veio logo após o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), conceder um habeas corpus na quarta-feira, 9 de abril, tornando sua presença facultativa. A justificativa do STF baseia-se no fato de que ela é alvo de investigações em curso, o que lhe assegura o direito constitucional de não produzir provas contra si mesma. Com isso, a influenciadora optou por exercer esse direito e informou publicamente sua ausência, reacendendo debates sobre o papel de figuras públicas em esquemas de apostas e a eficácia das CPIs no combate a atividades ilícitas.

A convocação de Deolane para a CPI das Bets foi aprovada pelo Senado com a intenção de esclarecer como influenciadores digitais têm sido utilizados por empresas de apostas para atrair consumidores e se há conhecimento de irregularidades nessas operações. Ela é investigada pela Polícia Civil de Pernambuco na Operação Integration, deflagrada em setembro de 2024, que apura um esquema de lavagem de dinheiro ligado a jogos de azar. A operação resultou na prisão temporária de Deolane e de sua mãe, Solange Bezerra, além da apreensão de bens de luxo, como carros e imóveis, e do bloqueio de ativos financeiros. A influenciadora foi solta dias depois, passando a cumprir prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, mas o caso segue em andamento, o que motivou a defesa a recorrer ao STF para evitar o depoimento.

A decisão de André Mendonça não apenas desobriga Deolane de comparecer, mas também garante que, caso ela escolhesse estar presente, poderia permanecer em silêncio sem sofrer constrangimentos. A influenciadora, que conta com milhões de seguidores nas redes sociais, vinha sendo pressionada pela CPI para explicar transações financeiras suspeitas, incluindo um repasse de mais de R$ 19 milhões em 2023 da empresa Esportes da Sorte à sua companhia, Bezerra Publicidade e Comunicação Ltda. Sua ausência na sessão desta quinta-feira marca mais um capítulo na saga judicial que a coloca no centro de uma investigação sobre o submundo das apostas online no Brasil.

Habeas corpus muda planos da CPI

A reviravolta começou na noite de 9 de abril, quando o ministro André Mendonça, do STF, assinou a liminar que alterou o rumo da convocação de Deolane Bezerra. A defesa da influenciadora argumentou que sua participação na CPI violaria garantias legais, já que ela é formalmente investigada em Pernambuco por suposta lavagem de dinheiro e associação com jogos ilegais. Mendonça acatou o pedido, destacando que o direito à não autoincriminação é um pilar constitucional. Assim, a presença de Deolane na comissão passou de obrigatória a opcional, e ela rapidamente informou que não irá a Brasília.

Inicialmente, a equipe de Deolane havia sinalizado que ela compareceria por conta própria, já que o Senado não arcaria com passagens ou diárias. O advogado Francisco Ferreira chegou a trocar e-mails com a secretaria da CPI confirmando a ida, mas o habeas corpus mudou a estratégia. A decisão do STF foi vista como uma vitória para a influenciadora, que evita expor detalhes de sua relação com plataformas de apostas em um momento em que enfrenta um processo criminal. A ausência dela, no entanto, frustra os planos dos senadores, que esperavam usar o depoimento para avançar nas investigações sobre o impacto das bets no orçamento familiar e suas conexões com o crime organizado.

O caso de Deolane não é isolado. A CPI das Bets já convocou outros influenciadores digitais, como Gkay e Tirullipa, para esclarecer o uso de suas imagens na promoção de sites de apostas. A comissão busca entender como essas figuras públicas, com grande alcance nas redes, podem estar envolvidas, consciente ou inconscientemente, em atividades ilícitas. A dispensa de Deolane, porém, levanta questões sobre os limites do poder de convocação do Senado diante de investigações paralelas na Justiça.

dr deolane bezerra presa
Deolane – Foto: Instagram/@dra.deolanebezerra
  • Principais pontos da decisão do STF:
    • Presença de Deolane na CPI é facultativa.
    • Direito ao silêncio garantido caso ela compareça.
    • Baseada no princípio da não autoincriminação.

Operação Integration coloca Deolane no foco

A investigação que pesa contra Deolane Bezerra teve início com a Operação Integration, deflagrada em 4 de setembro de 2024 pela Polícia Civil de Pernambuco. A ação mirou uma quadrilha suspeita de movimentar cerca de R$ 3 bilhões em um esquema de lavagem de dinheiro ligado a jogos de azar, incluindo apostas online. Deolane foi presa em Recife junto com sua mãe, Solange, em uma operação que apreendeu carros de luxo, imóveis, uma aeronave e embarcações, além de bloquear contas bancárias. A influenciadora é acusada de criar um site de apostas para lavar recursos ilícitos, uma denúncia que ela nega veementemente.

Após cinco dias detida, Deolane foi liberada para prisão domiciliar em 9 de setembro de 2024, com a condição de usar tornozeleira eletrônica. O Tribunal de Justiça de Pernambuco acatou o pedido de habeas corpus da defesa, que argumentou falta de provas concretas para mantê-la presa. A investigação, no entanto, continua, e documentos revelam que a empresa dela recebeu R$ 19 milhões da Esportes da Sorte em 2023, valor que chamou a atenção das autoridades. Esse montante é parte do que os investigadores acreditam ser uma rede de pagamentos para influenciadores que promoviam plataformas de apostas, muitas vezes sem regulação adequada.

A Operação Integration também atingiu outros alvos, como Darwin Henrique da Silva Filho, CEO da Esportes da Sorte, e sua esposa, Maria Eduarda Quinto Filizola. A conexão entre essas figuras e Deolane reforça a suspeita de que ela desempenhava um papel central na divulgação de sites como o “Tigrinho”, um jogo de azar popular entre seus seguidores. A decisão do STF de liberá-la da CPI das Bets é mais um obstáculo para as autoridades, que tentam montar o quebra-cabeça desse esquema bilionário.

Influenciadores na mira da CPI das Bets

A CPI das Apostas Esportivas, instalada no Senado, tem como missão investigar o crescimento das apostas online e seu impacto nas finanças das famílias brasileiras, além de possíveis ligações com organizações criminosas. Deolane Bezerra foi convocada pelo senador Izalci Lucas (PL-DF), que justificou o chamado alegando que ela poderia esclarecer como influenciadores atraem consumidores para plataformas de apostas e se sabem das ilegalidades envolvidas. Sua dispensa, contudo, representa um revés para a comissão, que já enfrentou dificuldades em obter depoimentos de outras figuras públicas.

Além de Deolane, a CPI aprovou a convocação de nomes como Wesley Safadão, Jojo Todynho e Tirullipa, todos suspeitos de promoverem sites de apostas em troca de pagamentos vultosos. A estratégia das empresas de bets é clara: usar a popularidade desses influenciadores para alcançar milhões de seguidores, muitos dos quais jovens em busca de ganhos rápidos. Estima-se que o mercado de apostas online no Brasil movimente bilhões de reais anualmente, com uma fatia significativa operando à margem da lei.

A ausência de Deolane nesta quinta-feira não encerra sua relação com a CPI. Os senadores podem buscar outras formas de pressioná-la, como a quebra de sigilos bancário e telefônico, medidas já aplicadas em casos anteriores. Enquanto isso, a decisão do STF reforça o precedente de que investigados têm o direito de se proteger contra a autoincriminação, o que pode dificultar o trabalho da comissão em convocar testemunhas-chave.

Decisão do STF reacende debate jurídico

O habeas corpus concedido por André Mendonça não é a primeira intervenção do STF em favor de Deolane Bezerra. Em 2024, o mesmo ministro barrou seu depoimento na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, também no Senado, usando o mesmo argumento da não autoincriminação. A repetição do cenário mostra como o Judiciário tem atuado para limitar o alcance das CPIs quando elas colidem com investigações criminais em andamento.

Juristas apontam que o direito constitucional invocado por Mendonça é amplamente reconhecido, mas gera controvérsia em casos de interesse público. A CPI das Bets busca combater um problema que afeta milhares de brasileiros, com relatos de famílias endividadas por causa de apostas online. A dispensa de Deolane, uma figura central na investigação, pode ser vista como um entrave à transparência, embora esteja alinhada com os princípios legais que protegem os investigados.

A decisão também destaca o papel do STF como árbitro em disputas entre o Legislativo e indivíduos sob investigação. Em sua liminar, Mendonça deixou claro que Deolane poderia comparecer se quisesse, mas com a garantia de silêncio e sem constrangimentos físicos ou morais. Esse equilíbrio tenta atender tanto às garantias individuais quanto às necessidades da CPI, mas, na prática, favoreceu a estratégia da influenciadora de evitar o depoimento.

Impacto da ausência de Deolane na CPI

A escolha de Deolane Bezerra por não comparecer à CPI das Bets frustra os planos dos senadores, que esperavam usar seu depoimento para expor as entranhas do mercado de apostas online. A sessão de 10 de abril, marcada para começar às 9h, terá de seguir sem uma das testemunhas mais aguardadas. A comissão já ouviu outros nomes, como o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, no dia 8 de abril, mas a falta de Deolane deixa uma lacuna na investigação sobre o papel dos influenciadores.

Senadores como Izalci Lucas, autor do requerimento de convocação, acreditavam que Deolane poderia detalhar como plataformas como a Esportes da Sorte utilizam figuras públicas para atrair consumidores. A suspeita é que esses contratos milionários escondam operações de lavagem de dinheiro, uma prática que a Operação Integration tenta desmantelar. Sem o depoimento, a CPI perde uma chance de confrontar diretamente uma das principais investigadas, o que pode atrasar o avanço das apurações.

A ausência de Deolane também alimenta críticas à efetividade das CPIs. Com um histórico de dificuldades para obter testemunhos relevantes, a comissão enfrenta o desafio de provar sua relevância em um cenário onde o STF frequentemente intervém. A investigação parlamentar segue, mas o foco agora deve se voltar para outros convocados e para a análise de documentos já obtidos.

  • Outros influenciadores convocados pela CPI:
    • Wesley Safadão: Suspeito de promover sites de apostas.
    • Jojo Todynho: Envolvida em campanhas de bets online.
    • Tirullipa: Citado em contratos com plataformas suspeitas.

Contexto da investigação em Pernambuco

A Operação Integration, que colocou Deolane Bezerra no centro das atenções, é uma das maiores ações contra jogos de azar no Brasil nos últimos anos. Iniciada em setembro de 2024, a investigação da Polícia Civil de Pernambuco revelou um esquema que movimentou cerca de R$ 3 bilhões, envolvendo empresas de apostas, influenciadores e lavagem de dinheiro. Deolane foi detida em Recife junto com sua mãe, Solange, e passou cinco dias presa antes de ser liberada para prisão domiciliar.

A polícia apreendeu bens luxuosos da influenciadora, incluindo carros como uma Lamborghini e uma Porsche, além de imóveis e uma aeronave. O bloqueio de ativos financeiros atingiu milhões de reais, e os investigadores apontam que a Bezerra Publicidade e Comunicação Ltda., empresa de Deolane, funcionava como uma fachada para receber pagamentos suspeitos. O repasse de R$ 19 milhões da Esportes da Sorte em 2023 é um dos principais indícios analisados, sugerindo que ela lucrava com a promoção de sites ilegais.

A investigação também mira outros envolvidos, como Darwin Henrique, CEO da Esportes da Sorte, e sua esposa, Maria Eduarda. A conexão entre esses nomes indica uma rede complexa que usava influenciadores para dar legitimidade a plataformas de apostas, muitas sem licença para operar no Brasil. O caso de Deolane é emblemático por seu alcance nas redes sociais, onde ela acumula milhões de seguidores, muitos dos quais podem ter sido atraídos para os jogos de azar.

Repercussão da decisão entre senadores

A liberação de Deolane Bezerra pelo STF gerou reações no Senado. Izalci Lucas, que propôs a convocação, esperava que o depoimento dela trouxesse luz às práticas das empresas de apostas. A ausência da influenciadora, confirmada na manhã de 10 de abril, foi recebida com frustração por alguns parlamentares, que veem na decisão do STF um obstáculo ao trabalho da CPI. A comissão agora avalia como prosseguir sem um dos depoimentos mais aguardados da semana.

Outros senadores, no entanto, já previam dificuldades. A CPI das Bets enfrentou resistência semelhante em tentativas anteriores de ouvir Deolane, como na CPI da Manipulação de Jogos, também bloqueada por Mendonça em 2024. A repetição do cenário reforça a percepção de que investigados com bons advogados podem escapar do escrutínio parlamentar, o que alimenta debates sobre os limites do poder legislativo em casos de interesse nacional.

A sessão desta quinta-feira seguirá com outros temas em pauta, mas a falta de Deolane pode desviar o foco da mídia e do público. A CPI planeja intensificar a análise de documentos e convocar novos nomes, mas a ausência de uma figura tão conhecida quanto Deolane Bezerra reduz o impacto imediato da investigação no imaginário popular.

Apostas online: um mercado em expansão

O crescimento das apostas online no Brasil é um fenômeno que preocupa autoridades e especialistas. Estima-se que o setor movimente bilhões de reais por ano, com uma fatia significativa operando sem regulamentação clara. Plataformas como a Esportes da Sorte, envolvida no caso de Deolane, atraem consumidores com promessas de ganhos fáceis, muitas vezes usando influenciadores para ampliar seu alcance. A CPI das Bets busca mapear esse mercado e suas consequências sociais.

Dados apontam que cerca de 20% dos brasileiros já experimentaram alguma forma de aposta online, com um aumento expressivo desde a legalização parcial das bets em 2018. No entanto, a falta de fiscalização permite que empresas ilegais prosperem, muitas vezes associadas a esquemas de lavagem de dinheiro. A história de Deolane ilustra como figuras públicas podem ser peças-chave nesse sistema, lucrando com a promoção de jogos como o “Tigrinho”, que mistura apostas e entretenimento.

A investigação parlamentar também examina o impacto financeiro nas famílias. Relatos de endividamento e vício em jogos de azar têm crescido, especialmente entre jovens influenciados por campanhas nas redes sociais. A ausência de Deolane na CPI dificulta a obtenção de detalhes diretos sobre essas práticas, mas a comissão segue determinada a expor os bastidores desse mercado em expansão.

Linha do tempo da saga de Deolane

Os eventos envolvendo Deolane Bezerra e as apostas online seguem uma trajetória marcada por prisões, decisões judiciais e embates com o Senado. Em 4 de setembro de 2024, ela foi detida na Operação Integration, que revelou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Cinco dias depois, em 9 de setembro, foi liberada para prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. Em outubro, o STF barrou seu depoimento na CPI da Manipulação de Jogos, e agora, em abril de 2025, a história se repete com a CPI das Bets.

A convocação para a sessão de 10 de abril foi aprovada semanas antes, com a expectativa de que Deolane esclarecesse sua relação com a Esportes da Sorte. A liminar de André Mendonça, assinada em 9 de abril, mudou o cenário, e horas depois, na manhã do dia 10, a influenciadora confirmou que não comparecerá. Essa cronologia reflete a complexidade do caso, que mistura fama, crime e poder judicial.

  • Datas-chave do caso Deolane:
    • 4 de setembro de 2024: Prisão na Operação Integration.
    • 9 de setembro de 2024: Liberação para prisão domiciliar.
    • Outubro de 2024: STF barra depoimento na CPI da Manipulação.
    • 9 de abril de 2025: Habeas corpus para a CPI das Bets.
    • 10 de abril de 2025: Deolane anuncia ausência na CPI.

Pressão sobre influenciadores aumenta

A dispensa de Deolane Bezerra não diminui o cerco aos influenciadores digitais envolvidos com apostas online. A CPI das Bets mantém outros nomes na mira, como Wesley Safadão e Jojo Todynho, que também foram convocados para depor. A comissão suspeita que esses artistas, assim como Deolane, assinaram contratos milionários para promover plataformas de bets, muitas vezes sem verificar sua legalidade. A pressão sobre essas figuras cresce à medida que as investigações avançam.

O caso de Deolane é emblemático por seu alcance midiático. Com mais de 15 milhões de seguidores no Instagram, ela tem uma influência que poucas personalidades alcançam, o que a torna um alvo estratégico para empresas de apostas. A Esportes da Sorte, por exemplo, teria pago R$ 19 milhões à sua empresa em 2023, valor que levanta suspeitas sobre a natureza desses acordos. A CPI quer entender se esses influenciadores sabiam que estavam promovendo atividades ilícitas ou se foram usados como peças de um esquema maior.

Enquanto Deolane escapa do depoimento, outros podem não ter a mesma sorte. A comissão já quebrou sigilos financeiros de alguns investigados e planeja intensificar as convocações. O objetivo é traçar um mapa completo das conexões entre influenciadores, plataformas de apostas e o crime organizado, uma tarefa que exige persistência diante das barreiras judiciais.



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