Assúria Mesquita é acreana, filha do secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre e estudante da Ufac desde 2022. Comentários dizendo que tem ‘asco de acreanos’ e que tem ‘nojo’ do estado geraram revolta nas redes sociais. Ela emitiu nota de esclarecimento onde diz que se expressou de forma imatura. Assúria Mesquita é filha do secretário da Seict, Assurbanípal Mesquita, e causou polêmica nas redes sociais ao se referir aos acreanos como ‘povo tão seboso’
Reprodução/Instagram e X
“Odeio tanto essa roça, quando me formar vou estudar tanto pra passar numa residência que seja bem longe desse umbral e poder ser feliz sem ter acreanos estragando meu dia”.
Esta foi uma das postagens escritas pela estudante de medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac), identificada como Assúria Nascimento de Mesquita, que causou polêmica na última quarta-feira (9) entre os usuários do X (antigo ‘Twitter’). Ela é filha do secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre (Seict), Assurbanípal Mesquita, e entrou no curso na 2ª edição do Sistema de Seleção Unificada (SiSU) em 2022, utilizando o bônus regional para acreanos.
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Ainda na noite de quarta, ela publicou, nas redes sociais, uma nota de retratação acerca das publicações, onde diz que está “profundamente arrependida e refletindo com seriedade sobre o impacto disso”. O g1 também entrou em contato com a estudante e aguarda retorno. (Veja a nota completa mais abaixo)
O secretário Assurbanípal Mesquita também se manifestou nas redes sociais, nesta quinta (10), onde diz que não compactua com as falas, mas que conversou “longamente com a nossa filha, que está verdadeiramente arrependida”. (Confira no final da reportagem)
Dentre as publicações, ela também se refere aos acreanos como ‘povo seboso’. “A coisa que mais amo no meu namorado é que ele não é acreano pois tenho asco de acreanos, se Deus quiser eu nunca mais vou precisar ter que olhar pra esse povo tão seboso (infelizmente não posso falar mais nada pq [sic] vou parecer preconceituosa)”.
Postagens de estudante de medicina da Ufac causaram revolta nas redes sociais nessa quarta-feira (9)
Reprodução/X
As declarações geraram revolta entre os usuários do X, que mencionaram o teor preconceituoso das publicações. Ela é da diretoria da Atlética Sinistra, do curso de medicina da Ufac, e após a repercussão negativa, Assúria desativou a conta.
A entidade representativa dos estudantes, inclusive, se manifestou com uma nota onde repudia o comportamento da acadêmica. (Veja o posicionamento completo mais abaixo)
“Não compactuamos com manifestações que desrespeitam a dignidade humana, promovem a exclusão ou discriminam qualquer indivíduo ou grupo com base em sua origem, etnia, condição social, cultural ou qualquer outro marcador. Acreditamos em um ambiente universitário inclusivo, plural e respeitoso, onde a diversidade é força e não motivo de ataque”, destacou.
Publicações foram feitas nesta semana pela estudante de medicina da Ufac
Reprodução/X
Nos comentários da postagem da atlética, internautas criticaram as falas. “Já pensou se esse ser [sic.] se forma e for atender um paciente que porventura seja acreano, o que ele seria capaz de fazer? Melhor não pagar pra ver”, disse um usuário da rede social Instagram.
Já na postagem do secretário, também há manifestações de apoio à jovem. “Quem não tem pecado que atire a primeira pedra! Assúria é uma jovem do coração gigantesco, essa falha não define ela”, frisa um dos comentários.
Nota da estudante
“Eu cometi um erro muito grave ao me manifestar em rede social e é natural que as pessoas, especialmente quem, como eu, nasceu no Acre, se sintam atingidas ou ultrajadas.
Confesso que estou profundamente arrependida e refletindo com seriedade sobre o impacto disso. Admito que me expressei de forma profundamente imatura e desrespeitosa.
Sou profundamente grata por ser acreana e tudo o que consegui até o momento foi com apoio de minha família e de amigos que também são acreanos.
Não transfiro a ninguém a responsabilidade do dano que causei a mim e a terceiros e assumo o compromisso de buscar escuta, aprendizado e a corrigir minha atitude equivocada.
As palavras têm poder, e eu falhei no uso desse poder.
Portanto, peço desculpas sinceras à minha família, amigos e a todas as demais pessoas que feri.”
Nota do secretário da Seict
“Como pai da Assúria Mesquita, venho por meio desta, expressar minha solidariedade e apoio àqueles que se sentiram afetados pelas palavras de minha filha, Assúria Mesquita.
Nossa familha não compactua com as mesmas e também nos indignados e tomamos as medidas devidas e a uma avaliação profunda sobre este fato.
É fundamental reconhecer o impacto das palavras e ações, e, neste momento, é nosso dever ouvir, aprender e evoluir. Estamos todos em um processo constante de formação e conscientização.
A empatia, o respeito e a responsabilidade são pilares fundamentais que devemos cultivar em nossas relações e na nossa sociedade. Essa é a educação que repassamos à nossa filha.
Conversamos longamente com a nossa filha, que está verdadeiramente arrependida. Ela reconheceu o erro, está refletindo sobre o impacto de suas atitudes e buscando formas de se retratar e aprender com essa péssima experiência.
Em reconhecimento a este grave erro, ela fez retratação pública em suas redes sociais.
Aos que se sentiram ofendidos, deixo minha mais profunda solidariedade. Estamos juntos na busca por um diálogo construtivo e pela promoção de um ambiente onde todos possam ser respeitados e valorizados.
Agradeço a cada um de vocês pela oportunidade de refletirmos sobre nossas atitudes e pelas lições que podemos aprender juntos.
Assurbanipal e família.”
Nota da atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac
“A Atlética Sinistra, entidade representativa dos estudantes de Medicina da UFAC, vem a público manifestar seu total repúdio a qualquer atitude, fala ou comportamento de cunho preconceituoso ao estado do Acre.
Não compactuamos com manifestações que desrespeitam a dignidade humana, promovem a exclusão ou discriminam qualquer indivíduo ou grupo com base em sua origem, etnia, condição social, cultural ou qualquer outro marcador. Acreditamos em um ambiente universitário inclusivo, plural e respeitoso, onde a diversidade é força e não motivo de ataque.
Como futuros profissionais da saúde, temos o dever ético de zelar pelo bem-estar coletivo e combater todas as formas de preconceito, dentro e fora da universidade. A Medicina que escolhemos praticar é baseada na empatia, ciência e justiça social — e qualquer discurso contrário a esses princípios será veementemente rechaçado por esta instituição.
Reforçamos nosso compromisso com a construção de uma comunidade acadêmica segura, acolhedora e livre de qualquer tipo de opressão.
Atlética Sinistra
Medicina UFAC.”
VÍDEOS: g1
Assúria Mesquita é acreana, filha do secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre e estudante da Ufac desde 2022. Comentários dizendo que tem ‘asco de acreanos’ e que tem ‘nojo’ do estado geraram revolta nas redes sociais. Ela emitiu nota de esclarecimento onde diz que se expressou de forma imatura. Assúria Mesquita é filha do secretário da Seict, Assurbanípal Mesquita, e causou polêmica nas redes sociais ao se referir aos acreanos como ‘povo tão seboso’
Reprodução/Instagram e X
“Odeio tanto essa roça, quando me formar vou estudar tanto pra passar numa residência que seja bem longe desse umbral e poder ser feliz sem ter acreanos estragando meu dia”.
Esta foi uma das postagens escritas pela estudante de medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac), identificada como Assúria Nascimento de Mesquita, que causou polêmica na última quarta-feira (9) entre os usuários do X (antigo ‘Twitter’). Ela é filha do secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre (Seict), Assurbanípal Mesquita, e entrou no curso na 2ª edição do Sistema de Seleção Unificada (SiSU) em 2022, utilizando o bônus regional para acreanos.
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Ainda na noite de quarta, ela publicou, nas redes sociais, uma nota de retratação acerca das publicações, onde diz que está “profundamente arrependida e refletindo com seriedade sobre o impacto disso”. O g1 também entrou em contato com a estudante e aguarda retorno. (Veja a nota completa mais abaixo)
O secretário Assurbanípal Mesquita também se manifestou nas redes sociais, nesta quinta (10), onde diz que não compactua com as falas, mas que conversou “longamente com a nossa filha, que está verdadeiramente arrependida”. (Confira no final da reportagem)
Dentre as publicações, ela também se refere aos acreanos como ‘povo seboso’. “A coisa que mais amo no meu namorado é que ele não é acreano pois tenho asco de acreanos, se Deus quiser eu nunca mais vou precisar ter que olhar pra esse povo tão seboso (infelizmente não posso falar mais nada pq [sic] vou parecer preconceituosa)”.
Postagens de estudante de medicina da Ufac causaram revolta nas redes sociais nessa quarta-feira (9)
Reprodução/X
As declarações geraram revolta entre os usuários do X, que mencionaram o teor preconceituoso das publicações. Ela é da diretoria da Atlética Sinistra, do curso de medicina da Ufac, e após a repercussão negativa, Assúria desativou a conta.
A entidade representativa dos estudantes, inclusive, se manifestou com uma nota onde repudia o comportamento da acadêmica. (Veja o posicionamento completo mais abaixo)
“Não compactuamos com manifestações que desrespeitam a dignidade humana, promovem a exclusão ou discriminam qualquer indivíduo ou grupo com base em sua origem, etnia, condição social, cultural ou qualquer outro marcador. Acreditamos em um ambiente universitário inclusivo, plural e respeitoso, onde a diversidade é força e não motivo de ataque”, destacou.
Publicações foram feitas nesta semana pela estudante de medicina da Ufac
Reprodução/X
Nos comentários da postagem da atlética, internautas criticaram as falas. “Já pensou se esse ser [sic.] se forma e for atender um paciente que porventura seja acreano, o que ele seria capaz de fazer? Melhor não pagar pra ver”, disse um usuário da rede social Instagram.
Já na postagem do secretário, também há manifestações de apoio à jovem. “Quem não tem pecado que atire a primeira pedra! Assúria é uma jovem do coração gigantesco, essa falha não define ela”, frisa um dos comentários.
Nota da estudante
“Eu cometi um erro muito grave ao me manifestar em rede social e é natural que as pessoas, especialmente quem, como eu, nasceu no Acre, se sintam atingidas ou ultrajadas.
Confesso que estou profundamente arrependida e refletindo com seriedade sobre o impacto disso. Admito que me expressei de forma profundamente imatura e desrespeitosa.
Sou profundamente grata por ser acreana e tudo o que consegui até o momento foi com apoio de minha família e de amigos que também são acreanos.
Não transfiro a ninguém a responsabilidade do dano que causei a mim e a terceiros e assumo o compromisso de buscar escuta, aprendizado e a corrigir minha atitude equivocada.
As palavras têm poder, e eu falhei no uso desse poder.
Portanto, peço desculpas sinceras à minha família, amigos e a todas as demais pessoas que feri.”
Nota do secretário da Seict
“Como pai da Assúria Mesquita, venho por meio desta, expressar minha solidariedade e apoio àqueles que se sentiram afetados pelas palavras de minha filha, Assúria Mesquita.
Nossa familha não compactua com as mesmas e também nos indignados e tomamos as medidas devidas e a uma avaliação profunda sobre este fato.
É fundamental reconhecer o impacto das palavras e ações, e, neste momento, é nosso dever ouvir, aprender e evoluir. Estamos todos em um processo constante de formação e conscientização.
A empatia, o respeito e a responsabilidade são pilares fundamentais que devemos cultivar em nossas relações e na nossa sociedade. Essa é a educação que repassamos à nossa filha.
Conversamos longamente com a nossa filha, que está verdadeiramente arrependida. Ela reconheceu o erro, está refletindo sobre o impacto de suas atitudes e buscando formas de se retratar e aprender com essa péssima experiência.
Em reconhecimento a este grave erro, ela fez retratação pública em suas redes sociais.
Aos que se sentiram ofendidos, deixo minha mais profunda solidariedade. Estamos juntos na busca por um diálogo construtivo e pela promoção de um ambiente onde todos possam ser respeitados e valorizados.
Agradeço a cada um de vocês pela oportunidade de refletirmos sobre nossas atitudes e pelas lições que podemos aprender juntos.
Assurbanipal e família.”
Nota da atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac
“A Atlética Sinistra, entidade representativa dos estudantes de Medicina da UFAC, vem a público manifestar seu total repúdio a qualquer atitude, fala ou comportamento de cunho preconceituoso ao estado do Acre.
Não compactuamos com manifestações que desrespeitam a dignidade humana, promovem a exclusão ou discriminam qualquer indivíduo ou grupo com base em sua origem, etnia, condição social, cultural ou qualquer outro marcador. Acreditamos em um ambiente universitário inclusivo, plural e respeitoso, onde a diversidade é força e não motivo de ataque.
Como futuros profissionais da saúde, temos o dever ético de zelar pelo bem-estar coletivo e combater todas as formas de preconceito, dentro e fora da universidade. A Medicina que escolhemos praticar é baseada na empatia, ciência e justiça social — e qualquer discurso contrário a esses princípios será veementemente rechaçado por esta instituição.
Reforçamos nosso compromisso com a construção de uma comunidade acadêmica segura, acolhedora e livre de qualquer tipo de opressão.
Atlética Sinistra
Medicina UFAC.”
VÍDEOS: g1