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18 Apr 2025, Fri

Italo Ferreira comanda ranking da WSL com brasileiros no top 10 após etapa de El Salvador

Italo Ferreira


A temporada 2025 da World Surf League (WSL) segue com domínio brasileiro nas ondas. Italo Ferreira, campeão olímpico e mundial, mantém a liderança do ranking masculino após a etapa de El Salvador, realizada em Punta Roca, consolidando sua posição com atuações consistentes e manobras de alto nível. Ao seu lado, outros três brasileiros figuram entre os dez melhores do mundo: Yago Dora, Filipe Toledo e Miguel Pupo, reforçando a força da chamada Brazilian Storm no circuito. A competição, que reúne os principais surfistas do planeta, tem mostrado equilíbrio, com nomes como Barron Mamiya, Ethan Ewing e Jack Robinson na briga pelas primeiras posições. A etapa centro-americana, marcada por ondas potentes e disputas acirradas, trouxe mudanças no ranking e evidenciou o talento dos atletas brasileiros, que somam vitórias e posições de destaque em um calendário mais extenso nesta temporada, agora com 12 etapas antes das finais.

Yago Dora, que venceu a etapa de Peniche, em Portugal, aparece em quarto lugar, após performances sólidas ao longo do ano. Filipe Toledo, bicampeão mundial, retornou ao circuito após um ano sabático e já ocupa a nona posição, mostrando que sua habilidade permanece intacta. Miguel Pupo, outro veterano da elite, fecha o top 10 com resultados consistentes, especialmente nas direitas de El Salvador. A temporada, que começou em Pipeline, no Havaí, e passou por Abu Dhabi e Portugal, agora entra em sua fase decisiva, com os surfistas buscando pontos cruciais antes do corte de meio de temporada, que reduzirá o número de competidores.

Além dos brasileiros, surfistas como o havaiano Barron Mamiya, o australiano Ethan Ewing e o japonês Kanoa Igarashi mantêm a pressão no topo do ranking. A disputa em Punta Roca, encerrada no início de abril, destacou a versatilidade dos atletas em condições variadas, com séries de até oito pés de face e ventos favoráveis em alguns dias. A próxima parada, em Saquarema, no Rio de Janeiro, promete ser um marco para os brasileiros, que contam com o apoio da torcida local e o conhecimento das ondas para ampliar a vantagem no circuito.

Brasileiros em destaque no ranking atual

O ranking masculino da WSL reflete o impacto da Brazilian Storm na temporada 2025. Quatro brasileiros entre os dez primeiros colocados mostram a força do país no surfe mundial, com atuações que combinam técnica, ousadia e consistência. Abaixo, os representantes do Brasil no top 10:

  • Italo Ferreira: Líder com 16.085 pontos, venceu em Abu Dhabi e foi vice em Peniche.
  • Yago Dora: Quarto colocado, conquistou o título em Portugal e soma 10.260 pontos.
  • Filipe Toledo: Nono no ranking, retorna com 6.640 pontos e performances crescentes.
  • Miguel Pupo: Décimo, acumula 9.490 pontos com resultados sólidos em El Salvador.

Trajetória de Italo Ferreira rumo ao topo

Italo Ferreira chegou à liderança do ranking com uma combinação de talento e determinação. O potiguar, natural de Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, começou a temporada com um vice-campeonato em Pipeline, onde enfrentou condições desafiadoras nas ondas havaianas. Na etapa seguinte, em Abu Dhabi, na piscina de ondas dos Emirados Árabes, ele dominou as baterias finais, derrotando adversários como Kanoa Igarashi e Jack Robinson. Sua vitória na etapa marcou o primeiro título brasileiro em 2025 e o colocou no topo do ranking, posição que manteve mesmo após o vice-campeonato em Peniche, onde perdeu a final para Yago Dora.

Em El Salvador, Italo avançou com autoridade nas direitas de Punta Roca, somando 14.67 pontos na bateria de estreia contra o australiano George Pittar e o local Bryan Perez. Suas manobras, que misturam aéreos progressivos e rasgadas potentes, têm impressionado os juízes e garantido notas altas. A consistência do surfista, que já conquistou o título mundial em 2019 e o ouro olímpico em Tóquio 2020, é um dos pilares de sua campanha. A liderança atual reflete não apenas sua habilidade técnica, mas também a preparação física e mental que o mantém competitivo em diferentes tipos de onda.

O caminho de Italo até o topo não foi isento de desafios. Em temporadas anteriores, ele enfrentou eliminações precoces e críticas por resultados irregulares. No entanto, o surfista trabalhou sua abordagem mental, adotando treinos intensivos e estratégias mais agressivas nas baterias. A temporada 2025 marca um momento de redenção, com atuações que o colocam como favorito ao título mundial, embora a concorrência de nomes como Barron Mamiya e Ethan Ewing exija foco total nas próximas etapas.

Yago Dora e a ascensão no circuito

Yago Dora, outro destaque brasileiro, vive uma temporada de afirmação. O surfista de Florianópolis, criado nas ondas de Santa Catarina, conquistou sua segunda vitória na carreira ao vencer a etapa de Peniche, em março. Na final contra Italo Ferreira, Dora mostrou um surfe moderno, com aéreos de alta dificuldade e linhas fluidas, somando 13.50 pontos contra 12.67 do compatriota. A vitória o alçou ao quarto lugar no ranking, com 10.260 pontos, e reforçou sua posição como um dos principais nomes da nova geração.

A trajetória de Dora na WSL é marcada por momentos de brilho e períodos de instabilidade. Desde que entrou no circuito de elite, em 2018, ele enfrentou dificuldades para manter resultados consistentes, mas 2025 tem mostrado uma evolução clara. Em Pipeline, ele avançou até as quartas de final, caindo para o australiano Jack Robinson em uma bateria equilibrada. Já em Abu Dhabi, chegou às semifinais, onde foi superado por Italo. A consistência nas últimas etapas, aliada ao título em Portugal, coloca Dora como um forte candidato a chegar às finais da temporada, previstas para setembro, em um novo palco ainda não anunciado pela WSL.

O surfe de Dora combina potência e progressão, com manobras que desafiam a gravidade. Sua habilidade em ondas tubulares, como as de Pipeline, e em condições menores, como as de Supertubos, em Peniche, demonstra versatilidade. Além disso, o trabalho com seu novo treinador, o ex-surfista profissional Adriano de Souza, tem ajudado a refinar sua estratégia nas competições, especialmente na leitura das ondas e na escolha de manobras para maximizar as notas.

Filipe Toledo retorna com força

Filipe Toledo, bicampeão mundial em 2022 e 2023, voltou ao circuito em 2025 após um ano sabático dedicado à saúde mental. O surfista de Ubatuba, no litoral paulista, enfrentou críticas no passado por seu desempenho em ondas pesadas, como as de Pipeline e Teahupoo, mas sua volta tem mostrado um atleta renovado. Em El Salvador, Toledo avançou ao round 3 com 15.77 pontos na bateria de estreia, superando o compatriota Ian Gouveia e o mexicano Alan Cleland. Sua nona posição no ranking, com 6.640 pontos, reflete um início promissor, embora ele ainda busque sua primeira vitória na temporada.

O retorno de Toledo ao circuito foi cercado de expectativas. Após conquistar dois títulos mundiais consecutivos, ele optou por uma pausa em 2024 para lidar com a pressão do circuito e questões pessoais. Durante o período afastado, o surfista trabalhou com psicólogos esportivos e intensificou seus treinos físicos, buscando equilíbrio entre corpo e mente. Em Pipeline, sua primeira etapa de volta, ele chegou às oitavas de final, mas foi eliminado por Ethan Ewing. Em Abu Dhabi, um incidente inusitado marcou sua campanha: durante uma bateria contra Kanoa Igarashi, Toledo colidiu com um fotógrafo na água, quebrando duas quilhas de sua prancha e comprometendo sua performance.

Apesar do contratempo, Toledo mostrou resiliência. Em Peniche, ele venceu um duelo brasileiro contra Alejo Muniz e avançou às oitavas, caindo para o australiano Jack Robinson em uma bateria disputada. Sua atuação em El Salvador, com notas altas e manobras precisas, sinaliza que o surfista está recuperando o ritmo competitivo. A etapa de Saquarema, próxima no calendário, é uma oportunidade para Toledo brilhar em casa, onde já venceu em 2022 e 2023, aproveitando o apoio da torcida e sua familiaridade com as ondas de Itaúna.

Miguel Pupo e a consistência no top 10

Miguel Pupo, veterano do circuito, mantém sua posição entre os dez melhores com atuações sólidas. O surfista de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, soma 9.490 pontos e ocupa o décimo lugar no ranking. Sua campanha em 2025 tem sido marcada por avanços consistentes, embora sem vitórias em etapas. Em El Salvador, Pupo caiu para a repescagem na primeira fase, mas conseguiu se recuperar e chegar às quartas de final, onde foi eliminado por Ethan Ewing.

A carreira de Pupo na WSL é um exemplo de longevidade. Com mais de uma década na elite, ele enfrentou altos e baixos, mas sua melhor temporada foi em 2022, quando venceu a etapa de Teahupoo e terminou o ano como sexto melhor do mundo. Em 2024, o surfista ficou abaixo do corte de meio de temporada, mas garantiu seu retorno à elite através da Challenger Series. Sua experiência em diferentes tipos de onda, desde as tubulares de Pipeline até as manobráveis de Supertubos, o torna um competidor versátil e respeitado.

Em Punta Roca, Pupo mostrou um surfe clássico, com rasgadas longas e linhas bem desenhadas, mas enfrentou dificuldades contra adversários que apostaram em aéreos. Sua permanência no top 10 é um reflexo de sua regularidade, mas o surfista sabe que precisa de resultados mais expressivos para se aproximar do topo. A etapa brasileira, em Saquarema, pode ser um divisor de águas, já que Pupo tem histórico de boas atuações no Rio de Janeiro, incluindo uma semifinal em 2022.

Concorrentes internacionais na briga

Embora os brasileiros dominem o top 10, a concorrência internacional é feroz. Barron Mamiya, segundo colocado, tem se destacado com um surfe poderoso e venceu a etapa de Pipeline, onde superou Leonardo Fioravanti na final. O havaiano, com 11.330 pontos, é uma ameaça constante, especialmente em ondas pesadas. Ethan Ewing, terceiro no ranking, combina técnica refinada com consistência, tendo chegado às semifinais em Abu Dhabi e El Salvador. O australiano, que venceu em Bells Beach em 2023, é um dos favoritos para as próximas etapas.

Jack Robinson, sétimo colocado, é outro nome de peso. O australiano, campeão em Pipeline e Teahupoo em temporadas anteriores, soma 7.415 pontos e aposta em sua experiência em ondas grandes para subir no ranking. Kanoa Igarashi, em oitavo, traz um surfe dinâmico e acumula 8.065 pontos, com destaque para sua atuação em Abu Dhabi, onde chegou às quartas. Rio Waida, da Indonésia, e Leonardo Fioravanti, da Itália, completam o top 10, mostrando a diversidade de nacionalidades na elite do surfe.

A presença de surfistas de diferentes países reflete o crescimento global do esporte. Enquanto o Brasil lidera com quatro atletas no top 10, Austrália, Havaí, Japão, Indonésia e Itália também têm representantes fortes. A temporada 2025, com um calendário expandido, oferece oportunidades para que novos nomes despontem, mas a experiência dos líderes atuais será crucial nas etapas decisivas.

Etapas que definem a temporada

A temporada 2025 da WSL é uma das mais longas dos últimos anos, com 12 etapas antes das finais. Após El Salvador, os surfistas se preparam para Saquarema, no Brasil, seguida por eventos em locais como Jeffreys Bay, na África do Sul, e Teahupoo, no Taiti. O calendário completo inclui:

  • Pipeline, Havaí: 27 de janeiro a 8 de fevereiro – Vencedor: Barron Mamiya.
  • Abu Dhabi, Emirados Árabes: 10 a 16 de fevereiro – Vencedor: Italo Ferreira.
  • Peniche, Portugal: 15 a 25 de março – Vencedor: Yago Dora.
  • El Salvador: 2 a 12 de abril – Vencedor: a definir.
  • Saquarema, Brasil: 20 a 30 de junho.
  • Jeffreys Bay, África do Sul: 10 a 20 de julho.
  • Teahupoo, Taiti: 10 a 20 de agosto.

Impacto da Brazilian Storm no surfe mundial

A força dos brasileiros no ranking da WSL não é novidade, mas sua consistência em 2025 reforça a hegemonia do país no surfe. Desde que Gabriel Medina conquistou o primeiro título mundial brasileiro, em 2014, o Brasil soma seis campeonatos na categoria masculina, com Adriano de Souza (2015), Italo Ferreira (2019), Medina (2018 e 2021) e Filipe Toledo (2022 e 2023). A presença de quatro atletas no top 10 atual é um reflexo do talento, mas também da estrutura que o surfe brasileiro desenvolveu nas últimas décadas.

Escolas de surfe, patrocínios e competições locais têm formado novas gerações de surfistas, que crescem admirando ídolos como Medina, Italo e Toledo. Além disso, a diversidade de ondas no Brasil, de picos como Saquarema a praias como Maresias e Florianópolis, permite que os atletas desenvolvam um surfe versátil, capaz de se adaptar a diferentes condições. A torcida brasileira, conhecida pelo apoio caloroso, também desempenha um papel importante, especialmente em etapas como a de Saquarema, onde o público lota a praia para incentivar os atletas.

A temporada 2025 ainda reserva desafios, como o corte de meio de temporada, que reduzirá o número de surfistas para 22 homens e 10 mulheres. Para brasileiros como João Chianca, Samuel Pupo e Ian Gouveia, que estão fora do top 10, as próximas etapas serão cruciais. Chianca, finalista em 2023, retorna após um grave acidente em Pipeline, enquanto Pupo e Gouveia buscam consolidar suas posições na elite.

Perspectivas para Saquarema

A etapa de Saquarema, marcada para junho, é uma das mais aguardadas do circuito. Conhecida como o “Maracanã do surfe”, a praia de Itaúna recebe milhares de torcedores e oferece ondas desafiadoras, com potencial para tubos e manobras aéreas. Italo Ferreira, que venceu a etapa em 2024, chega como favorito, mas Yago Dora e Filipe Toledo também têm histórico de sucesso no local. Toledo, em particular, conquistou o título em Saquarema em 2022 e 2023, usando sua velocidade e fluidez para somar notas altas.

Para os brasileiros fora do top 10, como João Chianca e Deivid Silva, a etapa brasileira é uma chance de recuperação. Chianca, que avançou ao round 3 em El Salvador, busca retomar o ritmo que o levou às finais em 2023. Silva, que também chegou à terceira fase em Punta Roca, aposta em sua experiência na Challenger Series para surpreender. A torcida local, que transforma a praia em um caldeirão, pode ser o diferencial para impulsionar os atletas brasileiros.

A competição em Saquarema também marca o início da segunda metade da temporada regular, antes do corte que define os sobreviventes para a reta final. Com pontos em dobro em relação às primeiras etapas, a etapa brasileira pode redefinir o ranking e abrir caminho para surpresas. Para os líderes, como Italo Ferreira, é uma oportunidade de consolidar a vantagem, enquanto para os concorrentes internacionais, como Mamiya e Ewing, será um teste em território dominado pelos brasileiros.

Números que impressionam

O desempenho dos brasileiros na temporada 2025 é respaldado por estatísticas expressivas. Abaixo, alguns dados que destacam a força da Brazilian Storm:

  • Títulos em 2025: Dois dos quatro eventos realizados até abril tiveram vencedores brasileiros (Italo em Abu Dhabi e Yago em Peniche).
  • Presença no top 10: Quatro brasileiros entre os dez primeiros, a maior representação de um único país.
  • Notas altas: Italo Ferreira soma três notas acima de 8.0 em El Salvador, incluindo um 8.17 em Peniche.
  • Participação recorde: O Brasil tem 11 surfistas na elite masculina, incluindo wildcard para Filipe Toledo e João Chianca.

Desafios até as finais

A temporada 2025 da WSL reserva emoções até setembro, quando as finais definirão os campeões mundiais. Após Saquarema, os surfistas enfrentarão picos icônicos como Jeffreys Bay, conhecido por suas direitas longas, e Teahupoo, onde tubos profundos testam a coragem dos competidores. Italo Ferreira, que venceu em Teahupoo em 2019, é um dos favoritos para a etapa taitiana, enquanto Yago Dora busca sua primeira vitória em ondas grandes.

Para os brasileiros fora do top 10, como Alejo Muniz e Edgard Groggia, que caíram na repescagem em El Salvador, a pressão aumenta. Muniz, de volta à elite após oito anos, mostrou potencial em Punta Roca, mas precisa de resultados mais expressivos. Groggia, estreante na elite, enfrenta o desafio de se adaptar ao nível da competição, mas seu surfe agressivo pode surpreender em Saquarema. A temporada, com mais etapas que em anos anteriores, oferece chances de recuperação, mas também exige consistência em um circuito cada vez mais disputado.

A ausência de Gabriel Medina, lesionado, e a pausa de Tatiana Weston-Webb, que optou por cuidar da saúde mental, são baixas sentidas pelo Brasil. No entanto, a presença de Luana Silva, única brasileira no circuito feminino, mantém o país representado entre as mulheres. Silva, que chegou às oitavas em El Salvador, enfrenta a líder Caitlin Simmers e outras tops como Caroline Marks, mas sua juventude e talento indicam um futuro promissor.

Legado do surfe brasileiro

O domínio brasileiro na WSL vai além dos números. A Brazilian Storm transformou o surfe em um esporte de massa no Brasil, inspirando jovens a pegarem a prancha e sonharem com o circuito mundial. Cidades como Maresias, Ubatuba e Florianópolis tornaram-se celeiros de talentos, enquanto eventos locais, como o Circuito Brasileiro de Surfe, alimentam a base. A rivalidade saudável entre os brasileiros, como os duelos entre Italo e Yago em Peniche, eleva o nível técnico e mantém o país no centro das atenções.

A temporada 2025, com sua estrutura ampliada e novos desafios, é um teste para a geração atual. Italo Ferreira, aos 30 anos, lidera com a experiência de quem já conquistou o mundo. Yago Dora, aos 28, representa a transição para uma nova fase da Brazilian Storm, enquanto Filipe Toledo e Miguel Pupo, ambos com mais de uma década na elite, mostram que a longevidade é possível em um esporte tão exigente. As próximas etapas dirão se o Brasil manterá o domínio ou se novos nomes, de outros países, conseguirão desafiar a hegemonia verde-amarela.



A temporada 2025 da World Surf League (WSL) segue com domínio brasileiro nas ondas. Italo Ferreira, campeão olímpico e mundial, mantém a liderança do ranking masculino após a etapa de El Salvador, realizada em Punta Roca, consolidando sua posição com atuações consistentes e manobras de alto nível. Ao seu lado, outros três brasileiros figuram entre os dez melhores do mundo: Yago Dora, Filipe Toledo e Miguel Pupo, reforçando a força da chamada Brazilian Storm no circuito. A competição, que reúne os principais surfistas do planeta, tem mostrado equilíbrio, com nomes como Barron Mamiya, Ethan Ewing e Jack Robinson na briga pelas primeiras posições. A etapa centro-americana, marcada por ondas potentes e disputas acirradas, trouxe mudanças no ranking e evidenciou o talento dos atletas brasileiros, que somam vitórias e posições de destaque em um calendário mais extenso nesta temporada, agora com 12 etapas antes das finais.

Yago Dora, que venceu a etapa de Peniche, em Portugal, aparece em quarto lugar, após performances sólidas ao longo do ano. Filipe Toledo, bicampeão mundial, retornou ao circuito após um ano sabático e já ocupa a nona posição, mostrando que sua habilidade permanece intacta. Miguel Pupo, outro veterano da elite, fecha o top 10 com resultados consistentes, especialmente nas direitas de El Salvador. A temporada, que começou em Pipeline, no Havaí, e passou por Abu Dhabi e Portugal, agora entra em sua fase decisiva, com os surfistas buscando pontos cruciais antes do corte de meio de temporada, que reduzirá o número de competidores.

Além dos brasileiros, surfistas como o havaiano Barron Mamiya, o australiano Ethan Ewing e o japonês Kanoa Igarashi mantêm a pressão no topo do ranking. A disputa em Punta Roca, encerrada no início de abril, destacou a versatilidade dos atletas em condições variadas, com séries de até oito pés de face e ventos favoráveis em alguns dias. A próxima parada, em Saquarema, no Rio de Janeiro, promete ser um marco para os brasileiros, que contam com o apoio da torcida local e o conhecimento das ondas para ampliar a vantagem no circuito.

Brasileiros em destaque no ranking atual

O ranking masculino da WSL reflete o impacto da Brazilian Storm na temporada 2025. Quatro brasileiros entre os dez primeiros colocados mostram a força do país no surfe mundial, com atuações que combinam técnica, ousadia e consistência. Abaixo, os representantes do Brasil no top 10:

  • Italo Ferreira: Líder com 16.085 pontos, venceu em Abu Dhabi e foi vice em Peniche.
  • Yago Dora: Quarto colocado, conquistou o título em Portugal e soma 10.260 pontos.
  • Filipe Toledo: Nono no ranking, retorna com 6.640 pontos e performances crescentes.
  • Miguel Pupo: Décimo, acumula 9.490 pontos com resultados sólidos em El Salvador.

Trajetória de Italo Ferreira rumo ao topo

Italo Ferreira chegou à liderança do ranking com uma combinação de talento e determinação. O potiguar, natural de Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, começou a temporada com um vice-campeonato em Pipeline, onde enfrentou condições desafiadoras nas ondas havaianas. Na etapa seguinte, em Abu Dhabi, na piscina de ondas dos Emirados Árabes, ele dominou as baterias finais, derrotando adversários como Kanoa Igarashi e Jack Robinson. Sua vitória na etapa marcou o primeiro título brasileiro em 2025 e o colocou no topo do ranking, posição que manteve mesmo após o vice-campeonato em Peniche, onde perdeu a final para Yago Dora.

Em El Salvador, Italo avançou com autoridade nas direitas de Punta Roca, somando 14.67 pontos na bateria de estreia contra o australiano George Pittar e o local Bryan Perez. Suas manobras, que misturam aéreos progressivos e rasgadas potentes, têm impressionado os juízes e garantido notas altas. A consistência do surfista, que já conquistou o título mundial em 2019 e o ouro olímpico em Tóquio 2020, é um dos pilares de sua campanha. A liderança atual reflete não apenas sua habilidade técnica, mas também a preparação física e mental que o mantém competitivo em diferentes tipos de onda.

O caminho de Italo até o topo não foi isento de desafios. Em temporadas anteriores, ele enfrentou eliminações precoces e críticas por resultados irregulares. No entanto, o surfista trabalhou sua abordagem mental, adotando treinos intensivos e estratégias mais agressivas nas baterias. A temporada 2025 marca um momento de redenção, com atuações que o colocam como favorito ao título mundial, embora a concorrência de nomes como Barron Mamiya e Ethan Ewing exija foco total nas próximas etapas.

Yago Dora e a ascensão no circuito

Yago Dora, outro destaque brasileiro, vive uma temporada de afirmação. O surfista de Florianópolis, criado nas ondas de Santa Catarina, conquistou sua segunda vitória na carreira ao vencer a etapa de Peniche, em março. Na final contra Italo Ferreira, Dora mostrou um surfe moderno, com aéreos de alta dificuldade e linhas fluidas, somando 13.50 pontos contra 12.67 do compatriota. A vitória o alçou ao quarto lugar no ranking, com 10.260 pontos, e reforçou sua posição como um dos principais nomes da nova geração.

A trajetória de Dora na WSL é marcada por momentos de brilho e períodos de instabilidade. Desde que entrou no circuito de elite, em 2018, ele enfrentou dificuldades para manter resultados consistentes, mas 2025 tem mostrado uma evolução clara. Em Pipeline, ele avançou até as quartas de final, caindo para o australiano Jack Robinson em uma bateria equilibrada. Já em Abu Dhabi, chegou às semifinais, onde foi superado por Italo. A consistência nas últimas etapas, aliada ao título em Portugal, coloca Dora como um forte candidato a chegar às finais da temporada, previstas para setembro, em um novo palco ainda não anunciado pela WSL.

O surfe de Dora combina potência e progressão, com manobras que desafiam a gravidade. Sua habilidade em ondas tubulares, como as de Pipeline, e em condições menores, como as de Supertubos, em Peniche, demonstra versatilidade. Além disso, o trabalho com seu novo treinador, o ex-surfista profissional Adriano de Souza, tem ajudado a refinar sua estratégia nas competições, especialmente na leitura das ondas e na escolha de manobras para maximizar as notas.

Filipe Toledo retorna com força

Filipe Toledo, bicampeão mundial em 2022 e 2023, voltou ao circuito em 2025 após um ano sabático dedicado à saúde mental. O surfista de Ubatuba, no litoral paulista, enfrentou críticas no passado por seu desempenho em ondas pesadas, como as de Pipeline e Teahupoo, mas sua volta tem mostrado um atleta renovado. Em El Salvador, Toledo avançou ao round 3 com 15.77 pontos na bateria de estreia, superando o compatriota Ian Gouveia e o mexicano Alan Cleland. Sua nona posição no ranking, com 6.640 pontos, reflete um início promissor, embora ele ainda busque sua primeira vitória na temporada.

O retorno de Toledo ao circuito foi cercado de expectativas. Após conquistar dois títulos mundiais consecutivos, ele optou por uma pausa em 2024 para lidar com a pressão do circuito e questões pessoais. Durante o período afastado, o surfista trabalhou com psicólogos esportivos e intensificou seus treinos físicos, buscando equilíbrio entre corpo e mente. Em Pipeline, sua primeira etapa de volta, ele chegou às oitavas de final, mas foi eliminado por Ethan Ewing. Em Abu Dhabi, um incidente inusitado marcou sua campanha: durante uma bateria contra Kanoa Igarashi, Toledo colidiu com um fotógrafo na água, quebrando duas quilhas de sua prancha e comprometendo sua performance.

Apesar do contratempo, Toledo mostrou resiliência. Em Peniche, ele venceu um duelo brasileiro contra Alejo Muniz e avançou às oitavas, caindo para o australiano Jack Robinson em uma bateria disputada. Sua atuação em El Salvador, com notas altas e manobras precisas, sinaliza que o surfista está recuperando o ritmo competitivo. A etapa de Saquarema, próxima no calendário, é uma oportunidade para Toledo brilhar em casa, onde já venceu em 2022 e 2023, aproveitando o apoio da torcida e sua familiaridade com as ondas de Itaúna.

Miguel Pupo e a consistência no top 10

Miguel Pupo, veterano do circuito, mantém sua posição entre os dez melhores com atuações sólidas. O surfista de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, soma 9.490 pontos e ocupa o décimo lugar no ranking. Sua campanha em 2025 tem sido marcada por avanços consistentes, embora sem vitórias em etapas. Em El Salvador, Pupo caiu para a repescagem na primeira fase, mas conseguiu se recuperar e chegar às quartas de final, onde foi eliminado por Ethan Ewing.

A carreira de Pupo na WSL é um exemplo de longevidade. Com mais de uma década na elite, ele enfrentou altos e baixos, mas sua melhor temporada foi em 2022, quando venceu a etapa de Teahupoo e terminou o ano como sexto melhor do mundo. Em 2024, o surfista ficou abaixo do corte de meio de temporada, mas garantiu seu retorno à elite através da Challenger Series. Sua experiência em diferentes tipos de onda, desde as tubulares de Pipeline até as manobráveis de Supertubos, o torna um competidor versátil e respeitado.

Em Punta Roca, Pupo mostrou um surfe clássico, com rasgadas longas e linhas bem desenhadas, mas enfrentou dificuldades contra adversários que apostaram em aéreos. Sua permanência no top 10 é um reflexo de sua regularidade, mas o surfista sabe que precisa de resultados mais expressivos para se aproximar do topo. A etapa brasileira, em Saquarema, pode ser um divisor de águas, já que Pupo tem histórico de boas atuações no Rio de Janeiro, incluindo uma semifinal em 2022.

Concorrentes internacionais na briga

Embora os brasileiros dominem o top 10, a concorrência internacional é feroz. Barron Mamiya, segundo colocado, tem se destacado com um surfe poderoso e venceu a etapa de Pipeline, onde superou Leonardo Fioravanti na final. O havaiano, com 11.330 pontos, é uma ameaça constante, especialmente em ondas pesadas. Ethan Ewing, terceiro no ranking, combina técnica refinada com consistência, tendo chegado às semifinais em Abu Dhabi e El Salvador. O australiano, que venceu em Bells Beach em 2023, é um dos favoritos para as próximas etapas.

Jack Robinson, sétimo colocado, é outro nome de peso. O australiano, campeão em Pipeline e Teahupoo em temporadas anteriores, soma 7.415 pontos e aposta em sua experiência em ondas grandes para subir no ranking. Kanoa Igarashi, em oitavo, traz um surfe dinâmico e acumula 8.065 pontos, com destaque para sua atuação em Abu Dhabi, onde chegou às quartas. Rio Waida, da Indonésia, e Leonardo Fioravanti, da Itália, completam o top 10, mostrando a diversidade de nacionalidades na elite do surfe.

A presença de surfistas de diferentes países reflete o crescimento global do esporte. Enquanto o Brasil lidera com quatro atletas no top 10, Austrália, Havaí, Japão, Indonésia e Itália também têm representantes fortes. A temporada 2025, com um calendário expandido, oferece oportunidades para que novos nomes despontem, mas a experiência dos líderes atuais será crucial nas etapas decisivas.

Etapas que definem a temporada

A temporada 2025 da WSL é uma das mais longas dos últimos anos, com 12 etapas antes das finais. Após El Salvador, os surfistas se preparam para Saquarema, no Brasil, seguida por eventos em locais como Jeffreys Bay, na África do Sul, e Teahupoo, no Taiti. O calendário completo inclui:

  • Pipeline, Havaí: 27 de janeiro a 8 de fevereiro – Vencedor: Barron Mamiya.
  • Abu Dhabi, Emirados Árabes: 10 a 16 de fevereiro – Vencedor: Italo Ferreira.
  • Peniche, Portugal: 15 a 25 de março – Vencedor: Yago Dora.
  • El Salvador: 2 a 12 de abril – Vencedor: a definir.
  • Saquarema, Brasil: 20 a 30 de junho.
  • Jeffreys Bay, África do Sul: 10 a 20 de julho.
  • Teahupoo, Taiti: 10 a 20 de agosto.

Impacto da Brazilian Storm no surfe mundial

A força dos brasileiros no ranking da WSL não é novidade, mas sua consistência em 2025 reforça a hegemonia do país no surfe. Desde que Gabriel Medina conquistou o primeiro título mundial brasileiro, em 2014, o Brasil soma seis campeonatos na categoria masculina, com Adriano de Souza (2015), Italo Ferreira (2019), Medina (2018 e 2021) e Filipe Toledo (2022 e 2023). A presença de quatro atletas no top 10 atual é um reflexo do talento, mas também da estrutura que o surfe brasileiro desenvolveu nas últimas décadas.

Escolas de surfe, patrocínios e competições locais têm formado novas gerações de surfistas, que crescem admirando ídolos como Medina, Italo e Toledo. Além disso, a diversidade de ondas no Brasil, de picos como Saquarema a praias como Maresias e Florianópolis, permite que os atletas desenvolvam um surfe versátil, capaz de se adaptar a diferentes condições. A torcida brasileira, conhecida pelo apoio caloroso, também desempenha um papel importante, especialmente em etapas como a de Saquarema, onde o público lota a praia para incentivar os atletas.

A temporada 2025 ainda reserva desafios, como o corte de meio de temporada, que reduzirá o número de surfistas para 22 homens e 10 mulheres. Para brasileiros como João Chianca, Samuel Pupo e Ian Gouveia, que estão fora do top 10, as próximas etapas serão cruciais. Chianca, finalista em 2023, retorna após um grave acidente em Pipeline, enquanto Pupo e Gouveia buscam consolidar suas posições na elite.

Perspectivas para Saquarema

A etapa de Saquarema, marcada para junho, é uma das mais aguardadas do circuito. Conhecida como o “Maracanã do surfe”, a praia de Itaúna recebe milhares de torcedores e oferece ondas desafiadoras, com potencial para tubos e manobras aéreas. Italo Ferreira, que venceu a etapa em 2024, chega como favorito, mas Yago Dora e Filipe Toledo também têm histórico de sucesso no local. Toledo, em particular, conquistou o título em Saquarema em 2022 e 2023, usando sua velocidade e fluidez para somar notas altas.

Para os brasileiros fora do top 10, como João Chianca e Deivid Silva, a etapa brasileira é uma chance de recuperação. Chianca, que avançou ao round 3 em El Salvador, busca retomar o ritmo que o levou às finais em 2023. Silva, que também chegou à terceira fase em Punta Roca, aposta em sua experiência na Challenger Series para surpreender. A torcida local, que transforma a praia em um caldeirão, pode ser o diferencial para impulsionar os atletas brasileiros.

A competição em Saquarema também marca o início da segunda metade da temporada regular, antes do corte que define os sobreviventes para a reta final. Com pontos em dobro em relação às primeiras etapas, a etapa brasileira pode redefinir o ranking e abrir caminho para surpresas. Para os líderes, como Italo Ferreira, é uma oportunidade de consolidar a vantagem, enquanto para os concorrentes internacionais, como Mamiya e Ewing, será um teste em território dominado pelos brasileiros.

Números que impressionam

O desempenho dos brasileiros na temporada 2025 é respaldado por estatísticas expressivas. Abaixo, alguns dados que destacam a força da Brazilian Storm:

  • Títulos em 2025: Dois dos quatro eventos realizados até abril tiveram vencedores brasileiros (Italo em Abu Dhabi e Yago em Peniche).
  • Presença no top 10: Quatro brasileiros entre os dez primeiros, a maior representação de um único país.
  • Notas altas: Italo Ferreira soma três notas acima de 8.0 em El Salvador, incluindo um 8.17 em Peniche.
  • Participação recorde: O Brasil tem 11 surfistas na elite masculina, incluindo wildcard para Filipe Toledo e João Chianca.

Desafios até as finais

A temporada 2025 da WSL reserva emoções até setembro, quando as finais definirão os campeões mundiais. Após Saquarema, os surfistas enfrentarão picos icônicos como Jeffreys Bay, conhecido por suas direitas longas, e Teahupoo, onde tubos profundos testam a coragem dos competidores. Italo Ferreira, que venceu em Teahupoo em 2019, é um dos favoritos para a etapa taitiana, enquanto Yago Dora busca sua primeira vitória em ondas grandes.

Para os brasileiros fora do top 10, como Alejo Muniz e Edgard Groggia, que caíram na repescagem em El Salvador, a pressão aumenta. Muniz, de volta à elite após oito anos, mostrou potencial em Punta Roca, mas precisa de resultados mais expressivos. Groggia, estreante na elite, enfrenta o desafio de se adaptar ao nível da competição, mas seu surfe agressivo pode surpreender em Saquarema. A temporada, com mais etapas que em anos anteriores, oferece chances de recuperação, mas também exige consistência em um circuito cada vez mais disputado.

A ausência de Gabriel Medina, lesionado, e a pausa de Tatiana Weston-Webb, que optou por cuidar da saúde mental, são baixas sentidas pelo Brasil. No entanto, a presença de Luana Silva, única brasileira no circuito feminino, mantém o país representado entre as mulheres. Silva, que chegou às oitavas em El Salvador, enfrenta a líder Caitlin Simmers e outras tops como Caroline Marks, mas sua juventude e talento indicam um futuro promissor.

Legado do surfe brasileiro

O domínio brasileiro na WSL vai além dos números. A Brazilian Storm transformou o surfe em um esporte de massa no Brasil, inspirando jovens a pegarem a prancha e sonharem com o circuito mundial. Cidades como Maresias, Ubatuba e Florianópolis tornaram-se celeiros de talentos, enquanto eventos locais, como o Circuito Brasileiro de Surfe, alimentam a base. A rivalidade saudável entre os brasileiros, como os duelos entre Italo e Yago em Peniche, eleva o nível técnico e mantém o país no centro das atenções.

A temporada 2025, com sua estrutura ampliada e novos desafios, é um teste para a geração atual. Italo Ferreira, aos 30 anos, lidera com a experiência de quem já conquistou o mundo. Yago Dora, aos 28, representa a transição para uma nova fase da Brazilian Storm, enquanto Filipe Toledo e Miguel Pupo, ambos com mais de uma década na elite, mostram que a longevidade é possível em um esporte tão exigente. As próximas etapas dirão se o Brasil manterá o domínio ou se novos nomes, de outros países, conseguirão desafiar a hegemonia verde-amarela.



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