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18 Apr 2025, Fri

Leandro Damião encerra carreira aos 35 anos após trajetória marcante no Inter e seleção brasileira

Leandro Damiao


Aos 35 anos, Leandro Damião anunciou o fim de sua carreira como jogador profissional de futebol. Em um vídeo publicado nas redes sociais, o centroavante comunicou a decisão de pendurar as chuteiras, encerrando uma trajetória que começou na várzea catarinense e o levou a conquistas como a Libertadores de 2010 com o Internacional e a medalha de prata nas Olimpíadas de 2012 com a seleção brasileira. Sem clube desde julho de 2024, quando deixou o Coritiba, Damião recusou uma proposta recente de um time alemão, optando por se despedir dos gramados. A decisão marca o fim de uma jornada repleta de gols, desafios e passagens por clubes no Brasil, Japão e Espanha.

Nascido em Jardim Alegre, Paraná, Damião descobriu o futebol nas ruas e campos de várzea de Santa Catarina. Sua estreia profissional aconteceu em 2007, pelo modesto Atlético Ibirama, onde chamou atenção pela força física e faro de gol. A ascensão meteórica veio em 2009, ao chegar ao Internacional, inicialmente para o time B. Em pouco tempo, tornou-se peça central do elenco principal, liderando o ataque colorado em uma das fases mais vitoriosas do clube. A conquista da Libertadores, com direito a gol na final contra o Chivas, no Beira-Rio, consolidou seu nome entre os torcedores.

A passagem pelo Inter rendeu momentos inesquecíveis. Além do título sul-americano, Damião acumulou taças estaduais e foi artilheiro em diversas competições. Sua habilidade no jogo aéreo e a presença de área o transformaram em referência no ataque, despertando o interesse de clubes nacionais e internacionais. Em 2011, a convocação para a seleção brasileira coroou o auge de sua carreira no Colorado, abrindo portas para desafios ainda maiores.

Início na seleção e desafios no exterior

A estreia de Damião com a amarelinha aconteceu em um amistoso contra Gana, em 2011, quando marcou seu primeiro gol pela seleção. Nos anos seguintes, participou de momentos importantes, como a campanha olímpica de 2012, em Londres, onde o Brasil ficou com a prata. Apesar de convocado para a Copa das Confederações de 2013, uma lesão o afastou do torneio. Ao todo, foram 17 jogos e três gols pela seleção, números que refletem tanto seu talento quanto os obstáculos enfrentados, como lesões e concorrência no ataque.

Após deixar o Inter em 2014, Damião foi negociado com o Santos, onde viveu altos e baixos. A passagem pelo clube da Vila Belmiro foi marcada por gols importantes, mas também por críticas em momentos de instabilidade. Ainda assim, sua qualidade o levou a outros grandes clubes brasileiros, como Cruzeiro e Flamengo, onde continuou a mostrar faro de gol, ainda que sem repetir o brilho dos tempos de Beira-Rio.

A experiência internacional veio em 2016, com uma breve passagem pelo Real Betis, da Espanha. A adaptação ao futebol europeu, porém, foi desafiadora, e Damião retornou ao Brasil para defender novamente o Internacional. Em 2019, uma nova oportunidade no exterior surgiu com o Kawasaki Frontale, do Japão. Durante cinco temporadas, o centroavante se destacou, conquistando títulos como a J-League e a Copa do Imperador, além de se tornar ídolo entre os torcedores japoneses.

  • Momentos marcantes da carreira:
    • Gol na final da Libertadores de 2010 contra o Chivas.
    • Medalha de prata nas Olimpíadas de 2012 com a seleção brasileira.
    • Títulos no Japão, incluindo a J-League de 2020.
    • Artilharia no Gauchão de 2011 com o Internacional.

Passagem pelo Japão e retorno ao Brasil

A mudança para o Kawasaki Frontale representou um recomeço para Damião. Longe dos holofotes do futebol brasileiro, ele encontrou no Japão um ambiente ideal para recuperar a confiança. Com gols decisivos e atuações consistentes, o atacante se adaptou ao estilo de jogo asiático, que valoriza disciplina tática e eficiência. Sua passagem pelo clube japonês foi tão bem-sucedida que ele chegou a ser especulado em seleções locais, embora nunca tenha se naturalizado.

Em 2024, Damião retornou ao Brasil para defender o Coritiba, na Série B. A passagem pelo Coxa, no entanto, foi curta. Após seis meses e poucos jogos, o jogador rescindiu contrato, ficando sem clube. Durante esse período, ele chegou a cogitar um retorno ao Internacional, clube onde viveu seus melhores momentos. A negociação, porém, não avançou, e o atacante optou por jogar na várzea, em São Bernardo do Campo, em um gesto que simbolizou o retorno às origens.

O último gol de Damião como profissional aconteceu pelo Coritiba, em um duelo contra o Ituano, pela Série B de 2024. A imagem do centroavante comemorando com a torcida ficou marcada como o fechamento de sua trajetória nos gramados profissionais. Mesmo sem o brilho de outros tempos, o gol reforçou a garra que sempre caracterizou sua carreira.

Legado no Internacional e carinho da torcida

No Internacional, Damião escreveu capítulos que permanecem vivos na memória dos torcedores. Foram 109 gols em 254 jogos, números que o colocam entre os maiores artilheiros da história do clube. Além da Libertadores, ele conquistou cinco edições do Campeonato Gaúcho e a Recopa Sul-Americana de 2011. Sua identificação com o Colorado transcende estatísticas, marcada por momentos de entrega e paixão em campo.

Fora do Beira-Rio, Damião também deixou sua marca. No Santos, foram 18 gols em 67 partidas, enquanto no Cruzeiro ele balançou as redes 13 vezes em 37 jogos. No Flamengo, embora com menos destaque, contribuiu com gols em competições como a Copa Libertadores. Cada clube pelo qual passou guarda histórias de um atacante que nunca desistiu, mesmo diante de adversidades.

A relação com os torcedores sempre foi um diferencial. No Japão, Damião conquistou o respeito dos fãs do Kawasaki, que o apelidaram de “Samurai Colorado” por sua força e determinação. No Brasil, especialmente em Porto Alegre, ele é lembrado como um ídolo que honrou a camisa vermelha em momentos decisivos, como a final continental de 2010.

  • Clubes defendidos por Damião:
    • Atlético Ibirama (2007-2009)
    • Internacional (2009-2013, 2017-2018)
    • Santos (2014-2015)
    • Cruzeiro (2015)
    • Real Betis (2016)
    • Flamengo (2016-2017)
    • Kawasaki Frontale (2019-2023)
    • Coritiba (2024)

Desafios e superação ao longo da carreira

Lesões foram um obstáculo recorrente na trajetória de Damião. Em 2013, uma contusão o tirou da Copa das Confederações, interrompendo um momento promissor com a seleção. No Santos, problemas físicos também limitaram sua regularidade, assim como no Real Betis, onde o ritmo intenso do futebol espanhol exigiu mais do que seu corpo podia oferecer à época. Apesar disso, o atacante sempre buscou se reinventar, seja voltando ao Inter para recuperar o protagonismo, seja brilhando no Japão.

Outro desafio foi a pressão por resultados. Como artilheiro, Damião frequentemente enfrentava críticas quando os gols não vinham. No Flamengo, por exemplo, a concorrência com nomes como Paolo Guerrero e a cobrança da torcida tornaram sua passagem menos expressiva. Ainda assim, ele nunca deixou de trabalhar para superar as adversidades, característica que o acompanhou desde os tempos de várzea.

A decisão de retornar à várzea em 2024, após deixar o Coritiba, revelou um lado nostálgico do jogador. Em São Bernardo do Campo, ele voltou a jogar por prazer, sem as pressões do profissionalismo. A experiência, embora breve, mostrou que o amor pelo futebol sempre foi o motor de sua carreira, independentemente do palco.

Conquistas e números impressionantes

A carreira de Damião é repleta de feitos notáveis. No Internacional, ele foi artilheiro do Campeonato Gaúcho em 2011 e 2012, além de liderar a tabela de gols da Libertadores de 2012. No Japão, suas atuações no Kawasaki Frontale renderam quatro títulos, incluindo a Supercopa Japonesa e a Copa da Liga. Ao todo, o atacante soma mais de 200 gols em cerca de 600 jogos oficiais, números que refletem sua longevidade e consistência.

Na seleção brasileira, embora sem o protagonismo esperado, Damião deixou sua marca. Seus três gols em 17 jogos incluem momentos como o tento contra Gana, em 2011, e participações em amistosos preparatórios para a Copa do Mundo de 2014. A prata olímpica, conquistada ao lado de nomes como Neymar e Oscar, permanece como um dos pontos altos de sua trajetória com a amarelinha.

A versatilidade também foi um trunfo. Capaz de atuar como pivô, abrir espaços para companheiros e finalizar com precisão, Damião se adaptou a diferentes esquemas táticos ao longo dos anos. No Japão, por exemplo, ele aprimorou o posicionamento e a leitura de jogo, tornando-se um jogador mais completo.

  • Principais títulos conquistados:
    • Libertadores (2010 – Internacional)
    • Recopa Sul-Americana (2011 – Internacional)
    • J-League (2020 – Kawasaki Frontale)
    • Copa do Imperador (2020 – Kawasaki Frontale)
    • Supercopa Japonesa (2021 – Kawasaki Frontale)
    • Cinco Campeonatos Gaúchos (2011-2013, 2017-2018 – Internacional)

Retorno às origens e despedida

A escolha de Damião por jogar na várzea antes de anunciar a aposentadoria emocionou muitos torcedores. Em São Bernardo do Campo, ele voltou a sentir a essência do futebol que o revelou: campos simples, jogos sem holofotes e a paixão pelo esporte. A experiência, embora simbólica, reforçou sua conexão com as raízes e o desejo de encerrar a carreira de forma autêntica.

Na mensagem de despedida, publicada nas redes sociais, Damião destacou a importância da família e dos amigos em sua jornada. Ele relembrou a viagem de carro até Santa Catarina, onde começou a correr atrás do sonho de ser jogador, e celebrou conquistas como os títulos pelo Inter e a passagem pela seleção. A gratidão aos torcedores e aos clubes pelos quais passou permeou suas palavras, mostrando um jogador consciente de seu impacto.

A aposentadoria de Damião fecha um ciclo de quase duas décadas no futebol profissional. Dos campos de terra ao Beira-Rio, de Londres ao Japão, ele construiu uma história de superação e dedicação. Seus gols, títulos e momentos de garra permanecem como legado para os fãs do esporte.

Impacto cultural e inspiração

Fora de campo, Damião também deixou sua marca. Em Santa Catarina, sua história inspira jovens atletas que sonham em sair da várzea para o profissionalismo. No Internacional, ele é referência para novas gerações de atacantes, que veem nele um exemplo de entrega e identificação com o clube. No Japão, sua adaptação à cultura local e o respeito conquistado mostram como o futebol pode unir povos e tradições.

A trajetória de Damião reflete o sonho de muitos brasileiros. Filho de uma família humilde, ele enfrentou dificuldades financeiras e geográficas para chegar ao topo. Sua história é um lembrete de que o talento, aliado à perseverança, pode abrir portas improváveis, seja no Brasil, na Europa ou na Ásia.

O impacto de Damião também se mede pela memória afetiva. Para os colorados, ele é o herói da Libertadores de 2010. Para os fãs do Kawasaki, é o estrangeiro que abraçou o clube como se fosse seu. Para os brasileiros, é o atacante que vestiu a amarelinha com orgulho, mesmo sem alcançar todos os objetivos que sonhou.

  • Curiosidades sobre Leandro Damião:
    • Antes de ser profissional, trabalhava como ajudante de pedreiro para ajudar a família.
    • Seu apelido na infância era “Leandrão”, devido à altura e força física.
    • No Japão, aprendeu a falar japonês básico para se comunicar com torcedores.
    • É torcedor declarado do Internacional desde criança, o que tornou sua passagem pelo clube ainda mais especial.



Aos 35 anos, Leandro Damião anunciou o fim de sua carreira como jogador profissional de futebol. Em um vídeo publicado nas redes sociais, o centroavante comunicou a decisão de pendurar as chuteiras, encerrando uma trajetória que começou na várzea catarinense e o levou a conquistas como a Libertadores de 2010 com o Internacional e a medalha de prata nas Olimpíadas de 2012 com a seleção brasileira. Sem clube desde julho de 2024, quando deixou o Coritiba, Damião recusou uma proposta recente de um time alemão, optando por se despedir dos gramados. A decisão marca o fim de uma jornada repleta de gols, desafios e passagens por clubes no Brasil, Japão e Espanha.

Nascido em Jardim Alegre, Paraná, Damião descobriu o futebol nas ruas e campos de várzea de Santa Catarina. Sua estreia profissional aconteceu em 2007, pelo modesto Atlético Ibirama, onde chamou atenção pela força física e faro de gol. A ascensão meteórica veio em 2009, ao chegar ao Internacional, inicialmente para o time B. Em pouco tempo, tornou-se peça central do elenco principal, liderando o ataque colorado em uma das fases mais vitoriosas do clube. A conquista da Libertadores, com direito a gol na final contra o Chivas, no Beira-Rio, consolidou seu nome entre os torcedores.

A passagem pelo Inter rendeu momentos inesquecíveis. Além do título sul-americano, Damião acumulou taças estaduais e foi artilheiro em diversas competições. Sua habilidade no jogo aéreo e a presença de área o transformaram em referência no ataque, despertando o interesse de clubes nacionais e internacionais. Em 2011, a convocação para a seleção brasileira coroou o auge de sua carreira no Colorado, abrindo portas para desafios ainda maiores.

Início na seleção e desafios no exterior

A estreia de Damião com a amarelinha aconteceu em um amistoso contra Gana, em 2011, quando marcou seu primeiro gol pela seleção. Nos anos seguintes, participou de momentos importantes, como a campanha olímpica de 2012, em Londres, onde o Brasil ficou com a prata. Apesar de convocado para a Copa das Confederações de 2013, uma lesão o afastou do torneio. Ao todo, foram 17 jogos e três gols pela seleção, números que refletem tanto seu talento quanto os obstáculos enfrentados, como lesões e concorrência no ataque.

Após deixar o Inter em 2014, Damião foi negociado com o Santos, onde viveu altos e baixos. A passagem pelo clube da Vila Belmiro foi marcada por gols importantes, mas também por críticas em momentos de instabilidade. Ainda assim, sua qualidade o levou a outros grandes clubes brasileiros, como Cruzeiro e Flamengo, onde continuou a mostrar faro de gol, ainda que sem repetir o brilho dos tempos de Beira-Rio.

A experiência internacional veio em 2016, com uma breve passagem pelo Real Betis, da Espanha. A adaptação ao futebol europeu, porém, foi desafiadora, e Damião retornou ao Brasil para defender novamente o Internacional. Em 2019, uma nova oportunidade no exterior surgiu com o Kawasaki Frontale, do Japão. Durante cinco temporadas, o centroavante se destacou, conquistando títulos como a J-League e a Copa do Imperador, além de se tornar ídolo entre os torcedores japoneses.

  • Momentos marcantes da carreira:
    • Gol na final da Libertadores de 2010 contra o Chivas.
    • Medalha de prata nas Olimpíadas de 2012 com a seleção brasileira.
    • Títulos no Japão, incluindo a J-League de 2020.
    • Artilharia no Gauchão de 2011 com o Internacional.

Passagem pelo Japão e retorno ao Brasil

A mudança para o Kawasaki Frontale representou um recomeço para Damião. Longe dos holofotes do futebol brasileiro, ele encontrou no Japão um ambiente ideal para recuperar a confiança. Com gols decisivos e atuações consistentes, o atacante se adaptou ao estilo de jogo asiático, que valoriza disciplina tática e eficiência. Sua passagem pelo clube japonês foi tão bem-sucedida que ele chegou a ser especulado em seleções locais, embora nunca tenha se naturalizado.

Em 2024, Damião retornou ao Brasil para defender o Coritiba, na Série B. A passagem pelo Coxa, no entanto, foi curta. Após seis meses e poucos jogos, o jogador rescindiu contrato, ficando sem clube. Durante esse período, ele chegou a cogitar um retorno ao Internacional, clube onde viveu seus melhores momentos. A negociação, porém, não avançou, e o atacante optou por jogar na várzea, em São Bernardo do Campo, em um gesto que simbolizou o retorno às origens.

O último gol de Damião como profissional aconteceu pelo Coritiba, em um duelo contra o Ituano, pela Série B de 2024. A imagem do centroavante comemorando com a torcida ficou marcada como o fechamento de sua trajetória nos gramados profissionais. Mesmo sem o brilho de outros tempos, o gol reforçou a garra que sempre caracterizou sua carreira.

Legado no Internacional e carinho da torcida

No Internacional, Damião escreveu capítulos que permanecem vivos na memória dos torcedores. Foram 109 gols em 254 jogos, números que o colocam entre os maiores artilheiros da história do clube. Além da Libertadores, ele conquistou cinco edições do Campeonato Gaúcho e a Recopa Sul-Americana de 2011. Sua identificação com o Colorado transcende estatísticas, marcada por momentos de entrega e paixão em campo.

Fora do Beira-Rio, Damião também deixou sua marca. No Santos, foram 18 gols em 67 partidas, enquanto no Cruzeiro ele balançou as redes 13 vezes em 37 jogos. No Flamengo, embora com menos destaque, contribuiu com gols em competições como a Copa Libertadores. Cada clube pelo qual passou guarda histórias de um atacante que nunca desistiu, mesmo diante de adversidades.

A relação com os torcedores sempre foi um diferencial. No Japão, Damião conquistou o respeito dos fãs do Kawasaki, que o apelidaram de “Samurai Colorado” por sua força e determinação. No Brasil, especialmente em Porto Alegre, ele é lembrado como um ídolo que honrou a camisa vermelha em momentos decisivos, como a final continental de 2010.

  • Clubes defendidos por Damião:
    • Atlético Ibirama (2007-2009)
    • Internacional (2009-2013, 2017-2018)
    • Santos (2014-2015)
    • Cruzeiro (2015)
    • Real Betis (2016)
    • Flamengo (2016-2017)
    • Kawasaki Frontale (2019-2023)
    • Coritiba (2024)

Desafios e superação ao longo da carreira

Lesões foram um obstáculo recorrente na trajetória de Damião. Em 2013, uma contusão o tirou da Copa das Confederações, interrompendo um momento promissor com a seleção. No Santos, problemas físicos também limitaram sua regularidade, assim como no Real Betis, onde o ritmo intenso do futebol espanhol exigiu mais do que seu corpo podia oferecer à época. Apesar disso, o atacante sempre buscou se reinventar, seja voltando ao Inter para recuperar o protagonismo, seja brilhando no Japão.

Outro desafio foi a pressão por resultados. Como artilheiro, Damião frequentemente enfrentava críticas quando os gols não vinham. No Flamengo, por exemplo, a concorrência com nomes como Paolo Guerrero e a cobrança da torcida tornaram sua passagem menos expressiva. Ainda assim, ele nunca deixou de trabalhar para superar as adversidades, característica que o acompanhou desde os tempos de várzea.

A decisão de retornar à várzea em 2024, após deixar o Coritiba, revelou um lado nostálgico do jogador. Em São Bernardo do Campo, ele voltou a jogar por prazer, sem as pressões do profissionalismo. A experiência, embora breve, mostrou que o amor pelo futebol sempre foi o motor de sua carreira, independentemente do palco.

Conquistas e números impressionantes

A carreira de Damião é repleta de feitos notáveis. No Internacional, ele foi artilheiro do Campeonato Gaúcho em 2011 e 2012, além de liderar a tabela de gols da Libertadores de 2012. No Japão, suas atuações no Kawasaki Frontale renderam quatro títulos, incluindo a Supercopa Japonesa e a Copa da Liga. Ao todo, o atacante soma mais de 200 gols em cerca de 600 jogos oficiais, números que refletem sua longevidade e consistência.

Na seleção brasileira, embora sem o protagonismo esperado, Damião deixou sua marca. Seus três gols em 17 jogos incluem momentos como o tento contra Gana, em 2011, e participações em amistosos preparatórios para a Copa do Mundo de 2014. A prata olímpica, conquistada ao lado de nomes como Neymar e Oscar, permanece como um dos pontos altos de sua trajetória com a amarelinha.

A versatilidade também foi um trunfo. Capaz de atuar como pivô, abrir espaços para companheiros e finalizar com precisão, Damião se adaptou a diferentes esquemas táticos ao longo dos anos. No Japão, por exemplo, ele aprimorou o posicionamento e a leitura de jogo, tornando-se um jogador mais completo.

  • Principais títulos conquistados:
    • Libertadores (2010 – Internacional)
    • Recopa Sul-Americana (2011 – Internacional)
    • J-League (2020 – Kawasaki Frontale)
    • Copa do Imperador (2020 – Kawasaki Frontale)
    • Supercopa Japonesa (2021 – Kawasaki Frontale)
    • Cinco Campeonatos Gaúchos (2011-2013, 2017-2018 – Internacional)

Retorno às origens e despedida

A escolha de Damião por jogar na várzea antes de anunciar a aposentadoria emocionou muitos torcedores. Em São Bernardo do Campo, ele voltou a sentir a essência do futebol que o revelou: campos simples, jogos sem holofotes e a paixão pelo esporte. A experiência, embora simbólica, reforçou sua conexão com as raízes e o desejo de encerrar a carreira de forma autêntica.

Na mensagem de despedida, publicada nas redes sociais, Damião destacou a importância da família e dos amigos em sua jornada. Ele relembrou a viagem de carro até Santa Catarina, onde começou a correr atrás do sonho de ser jogador, e celebrou conquistas como os títulos pelo Inter e a passagem pela seleção. A gratidão aos torcedores e aos clubes pelos quais passou permeou suas palavras, mostrando um jogador consciente de seu impacto.

A aposentadoria de Damião fecha um ciclo de quase duas décadas no futebol profissional. Dos campos de terra ao Beira-Rio, de Londres ao Japão, ele construiu uma história de superação e dedicação. Seus gols, títulos e momentos de garra permanecem como legado para os fãs do esporte.

Impacto cultural e inspiração

Fora de campo, Damião também deixou sua marca. Em Santa Catarina, sua história inspira jovens atletas que sonham em sair da várzea para o profissionalismo. No Internacional, ele é referência para novas gerações de atacantes, que veem nele um exemplo de entrega e identificação com o clube. No Japão, sua adaptação à cultura local e o respeito conquistado mostram como o futebol pode unir povos e tradições.

A trajetória de Damião reflete o sonho de muitos brasileiros. Filho de uma família humilde, ele enfrentou dificuldades financeiras e geográficas para chegar ao topo. Sua história é um lembrete de que o talento, aliado à perseverança, pode abrir portas improváveis, seja no Brasil, na Europa ou na Ásia.

O impacto de Damião também se mede pela memória afetiva. Para os colorados, ele é o herói da Libertadores de 2010. Para os fãs do Kawasaki, é o estrangeiro que abraçou o clube como se fosse seu. Para os brasileiros, é o atacante que vestiu a amarelinha com orgulho, mesmo sem alcançar todos os objetivos que sonhou.

  • Curiosidades sobre Leandro Damião:
    • Antes de ser profissional, trabalhava como ajudante de pedreiro para ajudar a família.
    • Seu apelido na infância era “Leandrão”, devido à altura e força física.
    • No Japão, aprendeu a falar japonês básico para se comunicar com torcedores.
    • É torcedor declarado do Internacional desde criança, o que tornou sua passagem pelo clube ainda mais especial.



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