Jair Bolsonaro foi internado às pressas em Natal, no Rio Grande do Norte, após sentir fortes dores abdominais na manhã de sexta-feira, 11 de abril. O ex-presidente, que participava de uma agenda política na região, foi levado inicialmente ao Hospital Regional de Santa Cruz e, posteriormente, transferido de helicóptero para o Hospital Rio Grande, uma unidade particular na capital potiguar. Exames de imagem realizados ao longo do dia indicaram uma piora em seu quadro clínico, apontando a necessidade de uma nova cirurgia abdominal. A condição está relacionada às sequelas de um atentado sofrido em 2018, quando foi esfaqueado durante a campanha eleitoral em Juiz de Fora, Minas Gerais. Desde então, Bolsonaro já passou por cinco procedimentos cirúrgicos, e a possibilidade de mais uma intervenção reacende debates sobre sua saúde e futuro político.
A internação ocorreu em um momento de intensa atividade política. Bolsonaro havia chegado a Natal na madrugada de sexta-feira, onde foi recebido por apoiadores. A agenda incluía compromissos em cidades como Acari, Oiticica e Pau dos Ferros, além de um evento em Bom Jesus. Por volta das 8h30, um vídeo divulgado por sua assessoria mostrava o ex-presidente interagindo com simpatizantes, aparentemente sem sinais de desconforto. No entanto, horas depois, ele relatou dores intensas no hotel onde estava hospedado, o que levou à busca imediata por atendimento médico. O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, que acompanhava Bolsonaro, confirmou que o quadro foi estabilizado inicialmente, mas a gravidade exigiu exames mais detalhados.
O histórico médico de Bolsonaro é marcado por complicações decorrentes do atentado de 2018. A facada no abdômen causou lesões graves, incluindo perfurações no intestino, que demandaram cirurgias emergenciais na época. Desde então, ele enfrenta problemas como obstruções intestinais, hérnias e aderências abdominais, que já o levaram a internações em cidades como São Paulo, Brasília e até Orlando, nos Estados Unidos. A última cirurgia ocorreu em 2023, quando foi submetido a um procedimento para corrigir uma hérnia de hiato e um desvio de septo no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Agora, a nova crise de saúde levanta questões sobre a frequência dessas complicações e seus impactos.
Contexto da internação em Natal
O quadro clínico de Bolsonaro em Natal foi descrito como estável, mas preocupante. Médicos do Hospital Rio Grande, onde ele foi internado, informaram que os exames de imagem revelaram alterações que justificam a necessidade de uma cirurgia. A decisão sobre o procedimento, no entanto, depende de avaliações adicionais, incluindo a possibilidade de transferência para São Paulo ou Brasília, onde o ex-presidente costuma ser tratado. A família ainda não definiu o local da operação, mas a estabilidade atual permite o transporte em UTI aérea, caso necessário. Um andar inteiro do hospital foi reservado para garantir segurança e privacidade durante o atendimento.
A internação gerou comoção entre apoiadores e adversários políticos. Parlamentares aliados, como o deputado federal Nikolas Ferreira, manifestaram apoio nas redes sociais, pedindo orações pela recuperação do ex-presidente. Enquanto isso, opositores questionaram o timing da crise de saúde, sugerindo que poderia ser uma estratégia para desviar o foco de investigações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar das especulações, médicos reforçaram que o quadro é uma consequência direta das sequelas do atentado, descartando qualquer relação com questões políticas.
Histórico de problemas abdominais
As complicações de saúde de Bolsonaro remontam ao atentado de 6 de setembro de 2018. Durante um ato de campanha em Juiz de Fora, ele foi atingido por uma facada no abdômen, que perfurou o intestino e causou hemorragia interna. Internado em estado grave, passou por uma cirurgia de emergência ainda em Minas Gerais antes de ser transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O procedimento inicial envolveu a colocação de uma bolsa de colostomia, que foi mantida por meses até sua reversão em 2019.
Desde o atentado, Bolsonaro enfrentou uma série de problemas abdominais. Abaixo, alguns dos episódios mais marcantes:
- 2018: Após a facada, passou por duas cirurgias para reparar danos intestinais e instalar a colostomia.
- 2019: Submeteu-se à reversão da colostomia e a uma cirurgia para corrigir uma hérnia incisional.
- 2021: Foi internado com obstrução intestinal em São Paulo, mas não precisou de cirurgia na ocasião.
- 2023: Realizou uma cirurgia para tratar uma hérnia de hiato e corrigir um desvio de septo.
- 2025: Nova internação em Natal, com indicação de cirurgia devido a dores abdominais.
Esses episódios ilustram a complexidade das sequelas deixadas pelo atentado. A facada comprometeu estruturas abdominais, levando a aderências e enfraquecimento da parede abdominal, o que aumenta o risco de hérnias e obstruções. Cada cirurgia, embora necessária, eleva a probabilidade de novas complicações, criando um ciclo de intervenções médicas.
Impactos políticos da crise de saúde
A internação de Bolsonaro ocorre em um momento delicado de sua trajetória política. Ele enfrenta investigações no STF por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em março de 2025, a Primeira Turma do tribunal aceitou denúncias contra ele e outros aliados, tornando-o réu por crimes contra a democracia. O processo, que envolve nomes como o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem, pode resultar em condenações severas, incluindo a possibilidade de prisão.
Além das questões judiciais, Bolsonaro mantém uma agenda intensa como líder da oposição. Nos últimos meses, ele percorreu diversas cidades brasileiras, mobilizando apoiadores para as eleições municipais de 2024 e articulando alianças para 2026. A crise de saúde, no entanto, interrompe temporariamente esses planos, obrigando-o a cancelar compromissos no Rio Grande do Norte. A ausência física pode impactar sua capacidade de manter a base mobilizada, especialmente em um contexto de crescente fragmentação da direita brasileira.
A saúde de Bolsonaro também reacende debates sobre sua inelegibilidade. Declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido a abusos de poder na campanha de 2022, ele busca reverter a decisão com apoio internacional, incluindo aliados próximos ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A internação, embora não diretamente ligada a esses esforços, reforça a narrativa de vitimização adotada por seus apoiadores, que veem as complicações médicas como uma consequência de sua luta política.
Detalhes do quadro clínico atual
O atendimento em Natal foi marcado por rapidez e discrição. Após as dores abdominais, Bolsonaro foi levado ao Hospital Regional de Santa Cruz, onde recebeu os primeiros cuidados. A transferência para o Hospital Rio Grande, uma unidade equipada para procedimentos complexos, ocorreu por helicóptero, garantindo agilidade. No hospital, ele foi submetido a exames laboratoriais e de imagem, que incluíram tomografias para avaliar a extensão do problema abdominal.
Os médicos descartaram, inicialmente, a necessidade de cirurgia imediata, mas a piora nos resultados dos exames mudou o cenário. A equipe responsável informou que Bolsonaro está sem dor e bem-humorado, mas a intervenção cirúrgica é considerada inevitável. A causa exata ainda não foi detalhada publicamente, mas especula-se que o problema envolva aderências intestinais ou uma nova hérnia, condições comuns em pacientes com histórico de múltiplas cirurgias abdominais.
A possibilidade de transferência para outro centro médico reflete a complexidade do caso. São Paulo, onde Bolsonaro já foi tratado no Hospital Vila Nova Star e no Albert Einstein, é uma opção provável devido à infraestrutura e à presença de médicos que acompanham seu histórico, como o cirurgião Antônio Luiz Macedo. Brasília, por sua vez, oferece proximidade com a base política do ex-presidente, mas menos recursos especializados para procedimentos abdominais de alta complexidade.
Repercussão e apoio popular
A notícia da internação mobilizou rapidamente a base de apoiadores de Bolsonaro. Nas redes sociais, hashtags como #ForçaBolsonaro e #RecuperaçãoJair ganharam destaque, com mensagens de solidariedade de políticos, influenciadores e eleitores. Deputados do Partido Liberal (PL), como Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, compartilharam atualizações sobre o estado de saúde do ex-presidente, pedindo união em torno de sua recuperação. Em Natal, pequenos grupos de simpatizantes se reuniram em frente ao Hospital Rio Grande, mas a segurança reforçada evitou aglomerações.
Por outro lado, adversários políticos adotaram um tom mais cauteloso. Figuras ligadas ao governo Lula evitaram comentários diretos, enquanto alguns ativistas de esquerda questionaram a gravidade do quadro, sugerindo que a internação poderia servir como distração em meio às investigações do STF. A polarização política, característica do cenário brasileiro, marcou as reações à crise de saúde, com narrativas opostas circulando em plataformas como X e WhatsApp.
O peso do atentado de 2018
O atentado de 2018 permanece como um divisor de águas na trajetória de Bolsonaro. Além das consequências físicas, o episódio moldou sua imagem pública, reforçando a narrativa de resiliência que ele cultiva entre seus apoiadores. A facada, perpetrada por Adélio Bispo, um ex-filiado do PSOL, foi classificada como tentativa de homicídio, mas o autor foi considerado inimputável por problemas psiquiátricos. O caso ainda gera controvérsias, com bolsonaristas defendendo a tese de uma conspiração política, embora investigações não tenham encontrado evidências de mandantes.
As sequelas físicas, no entanto, são inegáveis. A facada comprometeu o intestino delgado e grosso, exigindo reconstruções cirúrgicas que deixaram cicatrizes e fragilidades na parede abdominal. A cada nova internação, o histórico médico de Bolsonaro é revisitado, com especialistas apontando que pacientes com traumas abdominais graves têm maior probabilidade de complicações a longo prazo, como obstruções e infecções.
Trajetória médica detalhada
A saúde de Bolsonaro tem sido um tema recorrente desde 2018. Após o atentado, ele passou 22 dias internado no Hospital Albert Einstein, onde enfrentou infecções e precisou de uma colostomia temporária. Em 2019, a reversão da colostomia marcou mais uma etapa de recuperação, mas a formação de uma hérnia incisional exigiu outra cirurgia no mesmo ano. Em 2021, uma obstrução intestinal levou a uma internação em São Paulo, mas o quadro foi resolvido sem intervenção cirúrgica.
Em 2023, enquanto estava em Orlando, Bolsonaro foi internado com dores abdominais, mas optou por retornar ao Brasil para tratamento. Meses depois, passou por uma cirurgia no Hospital Vila Nova Star para corrigir uma hérnia de hiato, um problema que afeta o diafragma e pode causar refluxo. Cada procedimento, embora bem-sucedido, aumenta o risco de novas complicações, como aderências, que ocorrem quando tecidos cicatriciais se formam entre órgãos abdominais.
Abaixo, um resumo das principais internações de Bolsonaro:
- Setembro de 2018: Internação em Juiz de Fora e São Paulo após facada.
- Janeiro de 2019: Reversão da colostomia no Albert Einstein.
- Setembro de 2019: Cirurgia para hérnia incisional em São Paulo.
- Julho de 2021: Internação por obstrução intestinal, sem cirurgia.
- Janeiro de 2023: Atendimento em Orlando por dores abdominais.
- Setembro de 2023: Cirurgia para hérnia de hiato e desvio de septo.
- Abril de 2025: Internação em Natal com indicação de nova cirurgia.
Perspectivas para a cirurgia
A nova cirurgia de Bolsonaro ainda não tem data confirmada, mas a expectativa é que ocorra nos próximos dias, dependendo da evolução do quadro. A equipe médica avalia se o procedimento pode ser realizado em Natal ou se será necessário transferi-lo para um hospital de referência. A escolha do local dependerá de fatores como a complexidade da operação e a disponibilidade de especialistas familiarizados com o histórico do ex-presidente.
Cirurgias abdominais em pacientes com múltiplos procedimentos anteriores são desafiadoras. A presença de aderências e tecidos cicatriciais aumenta o risco de complicações, como sangramentos ou infecções. Além disso, a recuperação pode ser mais lenta, exigindo repouso prolongado e cuidados intensivos. No caso de Bolsonaro, a atenção à segurança também será um fator, já que sua condição de ex-presidente exige medidas para evitar tumultos ou ameaças.
Cenário político em meio à crise
A internação de Bolsonaro reacende discussões sobre o futuro da direita brasileira. Com a proximidade das eleições de 2026, ele permanece como principal nome do campo conservador, mas enfrenta desafios crescentes. A inelegibilidade, as investigações no STF e a fragmentação de lideranças no PL e em outros partidos aliados complicam sua estratégia de manter influência. A crise de saúde, embora temporária, pode limitar sua presença em eventos de campanha e articulações políticas.
No Rio Grande do Norte, a agenda interrompida incluía encontros com prefeitos e vereadores, parte de um esforço para fortalecer candidaturas locais. A suspensão desses compromissos frustra aliados, que esperavam capitalizar a popularidade de Bolsonaro na região. Enquanto isso, adversários monitoram a situação, atentos a qualquer sinal de que a internação possa ser usada para reforçar a narrativa de perseguição política.
Mobilização digital e polarização
A internação de Bolsonaro dominou as redes sociais ao longo da sexta-feira. Postagens de apoio e críticas dividiram o espaço virtual, com influenciadores bolsonaristas pedindo orações e adversários questionando a gravidade do quadro. A polarização, intensificada desde as eleições de 2018, ganhou novo fôlego, com memes, vídeos e mensagens circulando em grupos de WhatsApp e no X.
Entre os apoiadores, a narrativa predominante é de que Bolsonaro é vítima de um sistema que busca enfraquecê-lo, seja por investigações judiciais ou por problemas de saúde. Já os críticos apontam para a coincidência temporal entre a internação e os avanços no processo do STF, sugerindo que a crise pode ser uma tentativa de desviar a atenção. Apesar das especulações, o quadro médico foi confirmado por profissionais do Hospital Rio Grande, que descartaram qualquer exagero nas informações divulgadas.
O que esperar da recuperação
A recuperação de Bolsonaro dependerá da natureza da cirurgia e de sua resposta ao procedimento. Em casos anteriores, ele demonstrou boa evolução pós-operatória, mas a frequência das internações sugere que novos episódios podem ocorrer no futuro. A equipe médica deve recomendar repouso absoluto nas primeiras semanas, o que pode limitar sua participação em eventos públicos e articulações políticas.
A longo prazo, a saúde de Bolsonaro será um fator determinante em sua carreira. Embora mantenha uma base fiel de apoiadores, a necessidade de cuidados médicos constantes pode afetar sua imagem de força e resistência, qualidades que sempre destacou em sua comunicação. Para aliados, a prioridade é garantir que ele se recupere plenamente para retomar a liderança da oposição.
Cronologia das internações
Abaixo, uma linha do tempo com os principais momentos médicos de Bolsonaro:
- 6 de setembro de 2018: Facada em Juiz de Fora, seguida de cirurgia emergencial.
- Setembro a outubro de 2018: Internação no Albert Einstein, com duas cirurgias.
- 28 de janeiro de 2019: Reversão da colostomia em São Paulo.
- 8 de setembro de 2019: Cirurgia para hérnia incisional no Vila Nova Star.
- 14 de julho de 2021: Internação por obstrução intestinal em São Paulo.
- 3 de janeiro de 2022: Nova internação por problema intestinal em São Paulo.
- 9 de janeiro de 2023: Atendimento em Orlando por dores abdominais.
- 12 de setembro de 2023: Cirurgia para hérnia de hiato e desvio de septo.
- 11 de abril de 2025: Internação em Natal com indicação de cirurgia.
Essa sequência reflete a gravidade das sequelas do atentado e a complexidade de sua recuperação. Cada internação trouxe novos desafios, com impactos que vão além da saúde física, influenciando sua trajetória política e a percepção pública.
Desafios médicos e políticos à frente
A nova cirurgia de Bolsonaro representa mais um capítulo em sua luta contra as consequências do atentado de 2018. A decisão sobre onde e quando o procedimento será realizado será crucial para minimizar riscos e garantir uma recuperação eficaz. Enquanto isso, a equipe médica deve equilibrar a necessidade de transparência com a privacidade do paciente, especialmente em um contexto de alta visibilidade.
No campo político, a internação pode servir como um momento de consolidação para seus apoiadores, que veem na saúde do ex-presidente um símbolo de resistência. No entanto, também expõe vulnerabilidades, já que a oposição pode explorar qualquer sinal de fragilidade para questionar sua capacidade de liderança. A forma como Bolsonaro e sua equipe gerenciarem a comunicação durante esse período será determinante para o impacto da crise.
A polarização política, intensificada pela internação, continuará a moldar o debate público. Enquanto aliados pedem união em torno da recuperação do ex-presidente, adversários monitoram os desdobramentos judiciais, que seguem avançando no STF. A saúde de Bolsonaro, assim como sua trajetória, permanece no centro das atenções, com implicações que transcendem o âmbito médico.

Jair Bolsonaro foi internado às pressas em Natal, no Rio Grande do Norte, após sentir fortes dores abdominais na manhã de sexta-feira, 11 de abril. O ex-presidente, que participava de uma agenda política na região, foi levado inicialmente ao Hospital Regional de Santa Cruz e, posteriormente, transferido de helicóptero para o Hospital Rio Grande, uma unidade particular na capital potiguar. Exames de imagem realizados ao longo do dia indicaram uma piora em seu quadro clínico, apontando a necessidade de uma nova cirurgia abdominal. A condição está relacionada às sequelas de um atentado sofrido em 2018, quando foi esfaqueado durante a campanha eleitoral em Juiz de Fora, Minas Gerais. Desde então, Bolsonaro já passou por cinco procedimentos cirúrgicos, e a possibilidade de mais uma intervenção reacende debates sobre sua saúde e futuro político.
A internação ocorreu em um momento de intensa atividade política. Bolsonaro havia chegado a Natal na madrugada de sexta-feira, onde foi recebido por apoiadores. A agenda incluía compromissos em cidades como Acari, Oiticica e Pau dos Ferros, além de um evento em Bom Jesus. Por volta das 8h30, um vídeo divulgado por sua assessoria mostrava o ex-presidente interagindo com simpatizantes, aparentemente sem sinais de desconforto. No entanto, horas depois, ele relatou dores intensas no hotel onde estava hospedado, o que levou à busca imediata por atendimento médico. O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, que acompanhava Bolsonaro, confirmou que o quadro foi estabilizado inicialmente, mas a gravidade exigiu exames mais detalhados.
O histórico médico de Bolsonaro é marcado por complicações decorrentes do atentado de 2018. A facada no abdômen causou lesões graves, incluindo perfurações no intestino, que demandaram cirurgias emergenciais na época. Desde então, ele enfrenta problemas como obstruções intestinais, hérnias e aderências abdominais, que já o levaram a internações em cidades como São Paulo, Brasília e até Orlando, nos Estados Unidos. A última cirurgia ocorreu em 2023, quando foi submetido a um procedimento para corrigir uma hérnia de hiato e um desvio de septo no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Agora, a nova crise de saúde levanta questões sobre a frequência dessas complicações e seus impactos.
Contexto da internação em Natal
O quadro clínico de Bolsonaro em Natal foi descrito como estável, mas preocupante. Médicos do Hospital Rio Grande, onde ele foi internado, informaram que os exames de imagem revelaram alterações que justificam a necessidade de uma cirurgia. A decisão sobre o procedimento, no entanto, depende de avaliações adicionais, incluindo a possibilidade de transferência para São Paulo ou Brasília, onde o ex-presidente costuma ser tratado. A família ainda não definiu o local da operação, mas a estabilidade atual permite o transporte em UTI aérea, caso necessário. Um andar inteiro do hospital foi reservado para garantir segurança e privacidade durante o atendimento.
A internação gerou comoção entre apoiadores e adversários políticos. Parlamentares aliados, como o deputado federal Nikolas Ferreira, manifestaram apoio nas redes sociais, pedindo orações pela recuperação do ex-presidente. Enquanto isso, opositores questionaram o timing da crise de saúde, sugerindo que poderia ser uma estratégia para desviar o foco de investigações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar das especulações, médicos reforçaram que o quadro é uma consequência direta das sequelas do atentado, descartando qualquer relação com questões políticas.
Histórico de problemas abdominais
As complicações de saúde de Bolsonaro remontam ao atentado de 6 de setembro de 2018. Durante um ato de campanha em Juiz de Fora, ele foi atingido por uma facada no abdômen, que perfurou o intestino e causou hemorragia interna. Internado em estado grave, passou por uma cirurgia de emergência ainda em Minas Gerais antes de ser transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O procedimento inicial envolveu a colocação de uma bolsa de colostomia, que foi mantida por meses até sua reversão em 2019.
Desde o atentado, Bolsonaro enfrentou uma série de problemas abdominais. Abaixo, alguns dos episódios mais marcantes:
- 2018: Após a facada, passou por duas cirurgias para reparar danos intestinais e instalar a colostomia.
- 2019: Submeteu-se à reversão da colostomia e a uma cirurgia para corrigir uma hérnia incisional.
- 2021: Foi internado com obstrução intestinal em São Paulo, mas não precisou de cirurgia na ocasião.
- 2023: Realizou uma cirurgia para tratar uma hérnia de hiato e corrigir um desvio de septo.
- 2025: Nova internação em Natal, com indicação de cirurgia devido a dores abdominais.
Esses episódios ilustram a complexidade das sequelas deixadas pelo atentado. A facada comprometeu estruturas abdominais, levando a aderências e enfraquecimento da parede abdominal, o que aumenta o risco de hérnias e obstruções. Cada cirurgia, embora necessária, eleva a probabilidade de novas complicações, criando um ciclo de intervenções médicas.
Impactos políticos da crise de saúde
A internação de Bolsonaro ocorre em um momento delicado de sua trajetória política. Ele enfrenta investigações no STF por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em março de 2025, a Primeira Turma do tribunal aceitou denúncias contra ele e outros aliados, tornando-o réu por crimes contra a democracia. O processo, que envolve nomes como o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem, pode resultar em condenações severas, incluindo a possibilidade de prisão.
Além das questões judiciais, Bolsonaro mantém uma agenda intensa como líder da oposição. Nos últimos meses, ele percorreu diversas cidades brasileiras, mobilizando apoiadores para as eleições municipais de 2024 e articulando alianças para 2026. A crise de saúde, no entanto, interrompe temporariamente esses planos, obrigando-o a cancelar compromissos no Rio Grande do Norte. A ausência física pode impactar sua capacidade de manter a base mobilizada, especialmente em um contexto de crescente fragmentação da direita brasileira.
A saúde de Bolsonaro também reacende debates sobre sua inelegibilidade. Declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido a abusos de poder na campanha de 2022, ele busca reverter a decisão com apoio internacional, incluindo aliados próximos ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A internação, embora não diretamente ligada a esses esforços, reforça a narrativa de vitimização adotada por seus apoiadores, que veem as complicações médicas como uma consequência de sua luta política.
Detalhes do quadro clínico atual
O atendimento em Natal foi marcado por rapidez e discrição. Após as dores abdominais, Bolsonaro foi levado ao Hospital Regional de Santa Cruz, onde recebeu os primeiros cuidados. A transferência para o Hospital Rio Grande, uma unidade equipada para procedimentos complexos, ocorreu por helicóptero, garantindo agilidade. No hospital, ele foi submetido a exames laboratoriais e de imagem, que incluíram tomografias para avaliar a extensão do problema abdominal.
Os médicos descartaram, inicialmente, a necessidade de cirurgia imediata, mas a piora nos resultados dos exames mudou o cenário. A equipe responsável informou que Bolsonaro está sem dor e bem-humorado, mas a intervenção cirúrgica é considerada inevitável. A causa exata ainda não foi detalhada publicamente, mas especula-se que o problema envolva aderências intestinais ou uma nova hérnia, condições comuns em pacientes com histórico de múltiplas cirurgias abdominais.
A possibilidade de transferência para outro centro médico reflete a complexidade do caso. São Paulo, onde Bolsonaro já foi tratado no Hospital Vila Nova Star e no Albert Einstein, é uma opção provável devido à infraestrutura e à presença de médicos que acompanham seu histórico, como o cirurgião Antônio Luiz Macedo. Brasília, por sua vez, oferece proximidade com a base política do ex-presidente, mas menos recursos especializados para procedimentos abdominais de alta complexidade.
Repercussão e apoio popular
A notícia da internação mobilizou rapidamente a base de apoiadores de Bolsonaro. Nas redes sociais, hashtags como #ForçaBolsonaro e #RecuperaçãoJair ganharam destaque, com mensagens de solidariedade de políticos, influenciadores e eleitores. Deputados do Partido Liberal (PL), como Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, compartilharam atualizações sobre o estado de saúde do ex-presidente, pedindo união em torno de sua recuperação. Em Natal, pequenos grupos de simpatizantes se reuniram em frente ao Hospital Rio Grande, mas a segurança reforçada evitou aglomerações.
Por outro lado, adversários políticos adotaram um tom mais cauteloso. Figuras ligadas ao governo Lula evitaram comentários diretos, enquanto alguns ativistas de esquerda questionaram a gravidade do quadro, sugerindo que a internação poderia servir como distração em meio às investigações do STF. A polarização política, característica do cenário brasileiro, marcou as reações à crise de saúde, com narrativas opostas circulando em plataformas como X e WhatsApp.
O peso do atentado de 2018
O atentado de 2018 permanece como um divisor de águas na trajetória de Bolsonaro. Além das consequências físicas, o episódio moldou sua imagem pública, reforçando a narrativa de resiliência que ele cultiva entre seus apoiadores. A facada, perpetrada por Adélio Bispo, um ex-filiado do PSOL, foi classificada como tentativa de homicídio, mas o autor foi considerado inimputável por problemas psiquiátricos. O caso ainda gera controvérsias, com bolsonaristas defendendo a tese de uma conspiração política, embora investigações não tenham encontrado evidências de mandantes.
As sequelas físicas, no entanto, são inegáveis. A facada comprometeu o intestino delgado e grosso, exigindo reconstruções cirúrgicas que deixaram cicatrizes e fragilidades na parede abdominal. A cada nova internação, o histórico médico de Bolsonaro é revisitado, com especialistas apontando que pacientes com traumas abdominais graves têm maior probabilidade de complicações a longo prazo, como obstruções e infecções.
Trajetória médica detalhada
A saúde de Bolsonaro tem sido um tema recorrente desde 2018. Após o atentado, ele passou 22 dias internado no Hospital Albert Einstein, onde enfrentou infecções e precisou de uma colostomia temporária. Em 2019, a reversão da colostomia marcou mais uma etapa de recuperação, mas a formação de uma hérnia incisional exigiu outra cirurgia no mesmo ano. Em 2021, uma obstrução intestinal levou a uma internação em São Paulo, mas o quadro foi resolvido sem intervenção cirúrgica.
Em 2023, enquanto estava em Orlando, Bolsonaro foi internado com dores abdominais, mas optou por retornar ao Brasil para tratamento. Meses depois, passou por uma cirurgia no Hospital Vila Nova Star para corrigir uma hérnia de hiato, um problema que afeta o diafragma e pode causar refluxo. Cada procedimento, embora bem-sucedido, aumenta o risco de novas complicações, como aderências, que ocorrem quando tecidos cicatriciais se formam entre órgãos abdominais.
Abaixo, um resumo das principais internações de Bolsonaro:
- Setembro de 2018: Internação em Juiz de Fora e São Paulo após facada.
- Janeiro de 2019: Reversão da colostomia no Albert Einstein.
- Setembro de 2019: Cirurgia para hérnia incisional em São Paulo.
- Julho de 2021: Internação por obstrução intestinal, sem cirurgia.
- Janeiro de 2023: Atendimento em Orlando por dores abdominais.
- Setembro de 2023: Cirurgia para hérnia de hiato e desvio de septo.
- Abril de 2025: Internação em Natal com indicação de nova cirurgia.
Perspectivas para a cirurgia
A nova cirurgia de Bolsonaro ainda não tem data confirmada, mas a expectativa é que ocorra nos próximos dias, dependendo da evolução do quadro. A equipe médica avalia se o procedimento pode ser realizado em Natal ou se será necessário transferi-lo para um hospital de referência. A escolha do local dependerá de fatores como a complexidade da operação e a disponibilidade de especialistas familiarizados com o histórico do ex-presidente.
Cirurgias abdominais em pacientes com múltiplos procedimentos anteriores são desafiadoras. A presença de aderências e tecidos cicatriciais aumenta o risco de complicações, como sangramentos ou infecções. Além disso, a recuperação pode ser mais lenta, exigindo repouso prolongado e cuidados intensivos. No caso de Bolsonaro, a atenção à segurança também será um fator, já que sua condição de ex-presidente exige medidas para evitar tumultos ou ameaças.
Cenário político em meio à crise
A internação de Bolsonaro reacende discussões sobre o futuro da direita brasileira. Com a proximidade das eleições de 2026, ele permanece como principal nome do campo conservador, mas enfrenta desafios crescentes. A inelegibilidade, as investigações no STF e a fragmentação de lideranças no PL e em outros partidos aliados complicam sua estratégia de manter influência. A crise de saúde, embora temporária, pode limitar sua presença em eventos de campanha e articulações políticas.
No Rio Grande do Norte, a agenda interrompida incluía encontros com prefeitos e vereadores, parte de um esforço para fortalecer candidaturas locais. A suspensão desses compromissos frustra aliados, que esperavam capitalizar a popularidade de Bolsonaro na região. Enquanto isso, adversários monitoram a situação, atentos a qualquer sinal de que a internação possa ser usada para reforçar a narrativa de perseguição política.
Mobilização digital e polarização
A internação de Bolsonaro dominou as redes sociais ao longo da sexta-feira. Postagens de apoio e críticas dividiram o espaço virtual, com influenciadores bolsonaristas pedindo orações e adversários questionando a gravidade do quadro. A polarização, intensificada desde as eleições de 2018, ganhou novo fôlego, com memes, vídeos e mensagens circulando em grupos de WhatsApp e no X.
Entre os apoiadores, a narrativa predominante é de que Bolsonaro é vítima de um sistema que busca enfraquecê-lo, seja por investigações judiciais ou por problemas de saúde. Já os críticos apontam para a coincidência temporal entre a internação e os avanços no processo do STF, sugerindo que a crise pode ser uma tentativa de desviar a atenção. Apesar das especulações, o quadro médico foi confirmado por profissionais do Hospital Rio Grande, que descartaram qualquer exagero nas informações divulgadas.
O que esperar da recuperação
A recuperação de Bolsonaro dependerá da natureza da cirurgia e de sua resposta ao procedimento. Em casos anteriores, ele demonstrou boa evolução pós-operatória, mas a frequência das internações sugere que novos episódios podem ocorrer no futuro. A equipe médica deve recomendar repouso absoluto nas primeiras semanas, o que pode limitar sua participação em eventos públicos e articulações políticas.
A longo prazo, a saúde de Bolsonaro será um fator determinante em sua carreira. Embora mantenha uma base fiel de apoiadores, a necessidade de cuidados médicos constantes pode afetar sua imagem de força e resistência, qualidades que sempre destacou em sua comunicação. Para aliados, a prioridade é garantir que ele se recupere plenamente para retomar a liderança da oposição.
Cronologia das internações
Abaixo, uma linha do tempo com os principais momentos médicos de Bolsonaro:
- 6 de setembro de 2018: Facada em Juiz de Fora, seguida de cirurgia emergencial.
- Setembro a outubro de 2018: Internação no Albert Einstein, com duas cirurgias.
- 28 de janeiro de 2019: Reversão da colostomia em São Paulo.
- 8 de setembro de 2019: Cirurgia para hérnia incisional no Vila Nova Star.
- 14 de julho de 2021: Internação por obstrução intestinal em São Paulo.
- 3 de janeiro de 2022: Nova internação por problema intestinal em São Paulo.
- 9 de janeiro de 2023: Atendimento em Orlando por dores abdominais.
- 12 de setembro de 2023: Cirurgia para hérnia de hiato e desvio de septo.
- 11 de abril de 2025: Internação em Natal com indicação de cirurgia.
Essa sequência reflete a gravidade das sequelas do atentado e a complexidade de sua recuperação. Cada internação trouxe novos desafios, com impactos que vão além da saúde física, influenciando sua trajetória política e a percepção pública.
Desafios médicos e políticos à frente
A nova cirurgia de Bolsonaro representa mais um capítulo em sua luta contra as consequências do atentado de 2018. A decisão sobre onde e quando o procedimento será realizado será crucial para minimizar riscos e garantir uma recuperação eficaz. Enquanto isso, a equipe médica deve equilibrar a necessidade de transparência com a privacidade do paciente, especialmente em um contexto de alta visibilidade.
No campo político, a internação pode servir como um momento de consolidação para seus apoiadores, que veem na saúde do ex-presidente um símbolo de resistência. No entanto, também expõe vulnerabilidades, já que a oposição pode explorar qualquer sinal de fragilidade para questionar sua capacidade de liderança. A forma como Bolsonaro e sua equipe gerenciarem a comunicação durante esse período será determinante para o impacto da crise.
A polarização política, intensificada pela internação, continuará a moldar o debate público. Enquanto aliados pedem união em torno da recuperação do ex-presidente, adversários monitoram os desdobramentos judiciais, que seguem avançando no STF. A saúde de Bolsonaro, assim como sua trajetória, permanece no centro das atenções, com implicações que transcendem o âmbito médico.
