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13 Apr 2025, Sun

Ellie e Joel enfrentam mentiras em novo mundo

Isabela Merced as Dina, left, and Pedro Pascal as Joel in “The Last of Us.” Liane Hentscher HBO


A segunda temporada de The Last of Us, que estreou em 13 de abril na HBO, mergulha fundo nas complexidades das relações humanas em um mundo devastado pelo fungo Cordyceps. Cinco anos após os eventos da primeira temporada, Ellie, interpretada por Bella Ramsey, e Joel, vivido por Pedro Pascal, vivem em Jackson, Wyoming, uma comunidade estável liderada por Tommy e Maria. A série, baseada em partes de The Last of Us Part II, jogo criado por Neil Druckmann e Halley Gross, troca batalhas épicas contra infectados por uma narrativa íntima, centrada na tensão crescente entre os protagonistas após a mentira de Joel sobre os eventos em Salt Lake City. Com novos personagens como Dina, interpretada por Isabela Merced, e Jesse, vivido por Young Mazino, a temporada explora amor, culpa e vingança, enquanto a paz frágil de Jackson enfrenta ameaças internas e externas. Apesar de um ritmo mais lento e menos foco nos infectados, a série entrega atuações poderosas e momentos que preparam o terreno para conflitos maiores, mantendo o público preso às escolhas morais de seus personagens.

A história retoma Ellie, agora com 19 anos, mais independente e distante de Joel, que luta para manter o vínculo forjado em meio ao caos da primeira temporada. A comunidade de Jackson oferece segurança, mas também espaço para que as feridas emocionais de ambos se manifestem. Ellie treina como atiradora e patrulha a região com amigos, enquanto Joel busca formas de lidar com a culpa, até consultando uma terapeuta excêntrica, interpretada por Catherine O’Hara. A introdução de Abby, vivida por Kaitlyn Dever, adiciona camadas ao enredo, embora sua presença seja limitada nos sete episódios iniciais, sugerindo que a narrativa completa do jogo será dividida em mais temporadas.

O foco no drama interpessoal reflete a visão de Druckmann, inspirada em suas experiências pessoais, de explorar ódio e amor como forças universais. A série mantém a essência do jogo ao humanizar personagens que, em outros contextos, poderiam ser apenas alvos. A violência, quando presente, é crua e desconfortável, reforçando o compromisso da produção em evitar glorificar o caos. Embora alguns espectadores possam sentir falta de mais ação ou clareza sobre o mundo fora de Jackson, a temporada brilha ao detalhar as dinâmicas de uma comunidade lutando para preservar a humanidade em meio ao colapso.

O que mudou em Jackson

Ellie cresceu e agora vive separada de Joel, ocupando um espaço próprio no garage. A rotina de patrulhas contra infectados a mantém ocupada, mas também revela sua afinidade com a violência, algo que preocupa quem a observa.

Joel, por sua vez, enfrenta o peso de suas escolhas passadas. Sua tentativa de buscar ajuda psicológica, mesmo com uma terapeuta pouco convencional, mostra um homem em conflito, tentando preservar o laço com Ellie enquanto lida com a culpa de suas ações.

A comunidade de Jackson é o pano de fundo ideal para essas tensões. Liderada por Tommy e Maria, ela representa uma rara tentativa de democracia em um mundo pós-apocalíptico, mas não está imune a desafios, tanto internos quanto do ambiente hostil ao redor.

  • Novo lar de Ellie: Vive no garage, buscando independência.
  • Joel em crise: Consulta terapeuta para lidar com culpa.
  • Liderança em Jackson: Tommy e Maria comandam a comunidade.
  • Novos rostos: Dina e Jesse trazem frescor à trama.
  • Ameaça sutil: Paz em Jackson é frágil e instável.

Um mundo menos desesperador

A segunda temporada apresenta um cenário menos caótico que o da estreia. Jackson oferece eletricidade, agricultura e até eventos sociais, como danças comunitárias, que contrastam com a brutalidade do mundo exterior. Essa estabilidade permite que os personagens explorem emoções mais sutis, como arrependimento e desejo de pertencimento.

A presença de uma terapeuta, interpretada com humor ácido por Catherine O’Hara, simboliza esse novo contexto. Ela troca sessões por bebidas, ignorando ética profissional, mas sua existência indica que a sociedade tenta recuperar práticas de cuidado, mesmo que imperfeitas.

Fora de Jackson, o mundo permanece perigoso, com infectados e grupos rivais à espreita. A série, porém, foca menos nesses elementos, preferindo detalhar a vida dentro da comunidade, o que pode frustrar quem esperava mais ação, mas enriquece a narrativa emocional.

As raízes do conflito

A mentira de Joel, revelada no final da primeira temporada, é o motor da trama. Ao salvar Ellie do laboratório dos Fireflies, ele matou dezenas, incluindo médicos, e privou o mundo de uma possível cura. Ellie, que acredita ter escapado por outros meios, começa a questionar sua versão, gerando um afastamento que define o tom da temporada.

A introdução de Abby, embora breve, sinaliza que as consequências das ações de Joel vão além do pessoal. Sua história, que se conecta ao massacre em Salt Lake City, promete expandir o debate sobre moralidade e vingança nos próximos capítulos da série.

Druckmann, cocriador do jogo e da série, traz influências de sua juventude em Israel, onde sentimentos de ódio e culpa moldaram sua visão. Ele busca fazer o público sentir essas emoções de forma universal, questionando até onde o amor por alguém pode justificar atos extremos.

Novos rostos, novas histórias

Dina, vivida por Isabela Merced, torna-se uma figura central na vida de Ellie. Sua relação, que mistura amizade e algo mais, oferece momentos de leveza em meio à tensão. Dina é habilidosa, leal e traz uma perspectiva otimista, contrastando com a introspecção de Ellie.

Jesse, interpretado por Young Mazino, é outro destaque. Líder em formação, ele divide patrulhas com Ellie e mantém uma relação complicada com Dina. Sua presença injeta dinamismo, com Mazino entregando uma atuação que equilibra força e vulnerabilidade.

Personagens como Isaac, vivido por Jeffrey Wright, e Mel, interpretada por Ariela Barer, aparecem brevemente, mas suas motivações ficam para futuras temporadas. Essa escolha narrativa deixa a trama incompleta, mas cria expectativa para o que está por vir.

  • Dina em foco: Parceira de Ellie, traz calor à história.
  • Jesse’s papel: Líder jovem com laços complexos.
  • Isaac e Mel: Presenças enigmáticas com futuro promissor.
  • Atuações fortes: Merced e Mazino elevam o elenco.

A violência repensada

A série continua desafiando a forma como a violência é retratada. Diferente de outras histórias apocalípticas, The Last of Us evita sequências de ação gloriosas. Quando Ellie atira em infectados, há um prazer em sua precisão que incomoda, sugerindo um lado mais sombrio de sua personalidade.

O massacre de Joel na primeira temporada, longe de ser heroico, foi mostrado como um ato brutal e egoísta. A segunda temporada amplia essa ideia, dando peso a cada vida perdida, mesmo as de personagens secundários. Esse cuidado reflete a influência do jogo, que humaniza até os “inimigos”.

Batalhas com infectados, embora raras, impressionam. Uma sequência em um campo nevado destaca a tensão e o trabalho visual impecável da produção, mas o foco permanece nas consequências emocionais, não na adrenalina.

O peso das escolhas

As decisões de Joel reverberam em cada episódio. Sua escolha de salvar Ellie, embora movida por amor, tirou dela a chance de dar sentido à sua imunidade. Ellie, que carrega o fardo de ser “especial”, luta para encontrar propósito em Jackson, onde sua habilidade como atiradora é mais útil que seu segredo.

A raiva de Ellie contra Joel cresce à medida que ela percebe as implicações de sua mentira. A temporada explora como o trauma molda os dois, com Ramsey entregando uma performance que captura a dor de uma jovem dividida entre gratidão e ressentimento.

Pascal, como Joel, brilha ao mostrar um homem endurecido tentando se abrir. Sua vulnerabilidade, especialmente nas cenas com O’Hara, adiciona camadas a um personagem que poderia facilmente cair no estereótipo do herói durão.

Um ritmo mais lento

A temporada, com apenas sete episódios, parece incompleta. Diferente da primeira, que cobriu todo o arco do jogo original, esta adapta apenas parte de The Last of Us Part II, deixando muitas questões abertas. O mundo fora de Jackson é pouco explorado, com grupos como os WLF e os Serafitas mencionados, mas não detalhados.

A ausência de um clímax claro frustra, mas faz sentido diante da divisão planejada da história. Os criadores, Craig Mazin e Druckmann, optaram por construir o cenário aos poucos, focando nas relações que sustentarão conflitos futuros.

Apesar disso, a temporada encanta com seus detalhes. A fotografia, que captura a beleza gélida de Wyoming, e a trilha sonora, que reforça a melancolia, criam uma imersão única, mesmo quando a narrativa hesita.

Momentos que definem a temporada

A evolução da história segue um caminho claro:

  • Ano 1, pós-Salt Lake: Ellie e Joel se estabelecem em Jackson.
  • Ano 5, início da temporada: Ellie vive separada, Joel busca conexão.
  • Meados da temporada: Dina e Jesse ganham destaque na vida de Ellie.
  • Episódios finais: Abby aparece, sugerindo conflitos maiores.
  • Estreia: 13 de abril, com episódios semanais na HBO.

Atuações que elevam

Bella Ramsey continua impressionando como Ellie. Sua capacidade de transmitir raiva, vulnerabilidade e esperança faz dela o coração da série. Cada olhar e gesto reforçam a transformação de uma adolescente impulsiva em uma jovem marcada por perdas.

Pedro Pascal entrega um Joel mais frágil, mas igualmente cativante. Sua química com Ramsey permanece o ponto alto, com cenas que vão do silêncio pesado a diálogos carregados de emoção.

Catherine O’Hara rouba cenas como Gail, a terapeuta cínica. Sua presença, embora breve, adiciona humor e leveza, enquanto Merced e Mazino trazem frescor ao elenco, prometendo mais impacto em temporadas futuras.

O que falta na narrativa

A escolha de dividir o jogo em várias temporadas deixa lacunas. Personagens como Abby, que no jogo têm papéis centrais, aparecem pouco, limitando o entendimento de suas motivações. Grupos externos, como os WLF, são mencionados sem contexto claro, o que pode confundir quem não conhece o jogo.

Os infectados, embora visualmente impactantes, têm menos destaque. Suas aparições servem mais para reforçar o treinamento de Ellie do que para avançar a trama, o que pode desapontar fãs de ação.

Ainda assim, a temporada estabelece bases sólidas. O foco nas relações humanas, especialmente entre Ellie, Dina e Joel, cria uma conexão emocional que compensa a falta de resolução, mantendo o público investido.

Um olhar para o futuro

A série planeja explorar mais do jogo em temporadas futuras, com promessas de expandir o papel de Abby e detalhar o mundo pós-apocalíptico. A abordagem de Mazin e Druckmann, que prioriza o impacto emocional sobre a ação, sugere que conflitos maiores estão por vir, com potencial para desafiar ainda mais o público.

A fotografia e a direção continuam impecáveis, capturando a dualidade de um mundo belo e cruel. Cada quadro, desde campos cobertos de neve até as ruas desgastadas de Jackson, reforça a ideia de que a humanidade persiste, mesmo em ruínas.

The Last of Us segue como uma das adaptações mais fiéis e ambiciosas de um jogo, equilibrando fidelidade com inovações que respeitam o meio televisivo. A segunda temporada, apesar de suas falhas, é um capítulo essencial, pavimentando o caminho para uma história ainda maior.

Números da temporada

Dados que resumem a produção:

  • 7 episódios: Duração da segunda temporada.
  • 5 anos: Salto temporal desde a primeira temporada.
  • 19 anos: Idade de Ellie no início da trama.
  • 13 de abril: Data de estreia na HBO.
  • 2 criadores: Neil Druckmann e Craig Mazin lideram a série.

A segunda temporada de The Last of Us, que estreou em 13 de abril na HBO, mergulha fundo nas complexidades das relações humanas em um mundo devastado pelo fungo Cordyceps. Cinco anos após os eventos da primeira temporada, Ellie, interpretada por Bella Ramsey, e Joel, vivido por Pedro Pascal, vivem em Jackson, Wyoming, uma comunidade estável liderada por Tommy e Maria. A série, baseada em partes de The Last of Us Part II, jogo criado por Neil Druckmann e Halley Gross, troca batalhas épicas contra infectados por uma narrativa íntima, centrada na tensão crescente entre os protagonistas após a mentira de Joel sobre os eventos em Salt Lake City. Com novos personagens como Dina, interpretada por Isabela Merced, e Jesse, vivido por Young Mazino, a temporada explora amor, culpa e vingança, enquanto a paz frágil de Jackson enfrenta ameaças internas e externas. Apesar de um ritmo mais lento e menos foco nos infectados, a série entrega atuações poderosas e momentos que preparam o terreno para conflitos maiores, mantendo o público preso às escolhas morais de seus personagens.

A história retoma Ellie, agora com 19 anos, mais independente e distante de Joel, que luta para manter o vínculo forjado em meio ao caos da primeira temporada. A comunidade de Jackson oferece segurança, mas também espaço para que as feridas emocionais de ambos se manifestem. Ellie treina como atiradora e patrulha a região com amigos, enquanto Joel busca formas de lidar com a culpa, até consultando uma terapeuta excêntrica, interpretada por Catherine O’Hara. A introdução de Abby, vivida por Kaitlyn Dever, adiciona camadas ao enredo, embora sua presença seja limitada nos sete episódios iniciais, sugerindo que a narrativa completa do jogo será dividida em mais temporadas.

O foco no drama interpessoal reflete a visão de Druckmann, inspirada em suas experiências pessoais, de explorar ódio e amor como forças universais. A série mantém a essência do jogo ao humanizar personagens que, em outros contextos, poderiam ser apenas alvos. A violência, quando presente, é crua e desconfortável, reforçando o compromisso da produção em evitar glorificar o caos. Embora alguns espectadores possam sentir falta de mais ação ou clareza sobre o mundo fora de Jackson, a temporada brilha ao detalhar as dinâmicas de uma comunidade lutando para preservar a humanidade em meio ao colapso.

O que mudou em Jackson

Ellie cresceu e agora vive separada de Joel, ocupando um espaço próprio no garage. A rotina de patrulhas contra infectados a mantém ocupada, mas também revela sua afinidade com a violência, algo que preocupa quem a observa.

Joel, por sua vez, enfrenta o peso de suas escolhas passadas. Sua tentativa de buscar ajuda psicológica, mesmo com uma terapeuta pouco convencional, mostra um homem em conflito, tentando preservar o laço com Ellie enquanto lida com a culpa de suas ações.

A comunidade de Jackson é o pano de fundo ideal para essas tensões. Liderada por Tommy e Maria, ela representa uma rara tentativa de democracia em um mundo pós-apocalíptico, mas não está imune a desafios, tanto internos quanto do ambiente hostil ao redor.

  • Novo lar de Ellie: Vive no garage, buscando independência.
  • Joel em crise: Consulta terapeuta para lidar com culpa.
  • Liderança em Jackson: Tommy e Maria comandam a comunidade.
  • Novos rostos: Dina e Jesse trazem frescor à trama.
  • Ameaça sutil: Paz em Jackson é frágil e instável.

Um mundo menos desesperador

A segunda temporada apresenta um cenário menos caótico que o da estreia. Jackson oferece eletricidade, agricultura e até eventos sociais, como danças comunitárias, que contrastam com a brutalidade do mundo exterior. Essa estabilidade permite que os personagens explorem emoções mais sutis, como arrependimento e desejo de pertencimento.

A presença de uma terapeuta, interpretada com humor ácido por Catherine O’Hara, simboliza esse novo contexto. Ela troca sessões por bebidas, ignorando ética profissional, mas sua existência indica que a sociedade tenta recuperar práticas de cuidado, mesmo que imperfeitas.

Fora de Jackson, o mundo permanece perigoso, com infectados e grupos rivais à espreita. A série, porém, foca menos nesses elementos, preferindo detalhar a vida dentro da comunidade, o que pode frustrar quem esperava mais ação, mas enriquece a narrativa emocional.

As raízes do conflito

A mentira de Joel, revelada no final da primeira temporada, é o motor da trama. Ao salvar Ellie do laboratório dos Fireflies, ele matou dezenas, incluindo médicos, e privou o mundo de uma possível cura. Ellie, que acredita ter escapado por outros meios, começa a questionar sua versão, gerando um afastamento que define o tom da temporada.

A introdução de Abby, embora breve, sinaliza que as consequências das ações de Joel vão além do pessoal. Sua história, que se conecta ao massacre em Salt Lake City, promete expandir o debate sobre moralidade e vingança nos próximos capítulos da série.

Druckmann, cocriador do jogo e da série, traz influências de sua juventude em Israel, onde sentimentos de ódio e culpa moldaram sua visão. Ele busca fazer o público sentir essas emoções de forma universal, questionando até onde o amor por alguém pode justificar atos extremos.

Novos rostos, novas histórias

Dina, vivida por Isabela Merced, torna-se uma figura central na vida de Ellie. Sua relação, que mistura amizade e algo mais, oferece momentos de leveza em meio à tensão. Dina é habilidosa, leal e traz uma perspectiva otimista, contrastando com a introspecção de Ellie.

Jesse, interpretado por Young Mazino, é outro destaque. Líder em formação, ele divide patrulhas com Ellie e mantém uma relação complicada com Dina. Sua presença injeta dinamismo, com Mazino entregando uma atuação que equilibra força e vulnerabilidade.

Personagens como Isaac, vivido por Jeffrey Wright, e Mel, interpretada por Ariela Barer, aparecem brevemente, mas suas motivações ficam para futuras temporadas. Essa escolha narrativa deixa a trama incompleta, mas cria expectativa para o que está por vir.

  • Dina em foco: Parceira de Ellie, traz calor à história.
  • Jesse’s papel: Líder jovem com laços complexos.
  • Isaac e Mel: Presenças enigmáticas com futuro promissor.
  • Atuações fortes: Merced e Mazino elevam o elenco.

A violência repensada

A série continua desafiando a forma como a violência é retratada. Diferente de outras histórias apocalípticas, The Last of Us evita sequências de ação gloriosas. Quando Ellie atira em infectados, há um prazer em sua precisão que incomoda, sugerindo um lado mais sombrio de sua personalidade.

O massacre de Joel na primeira temporada, longe de ser heroico, foi mostrado como um ato brutal e egoísta. A segunda temporada amplia essa ideia, dando peso a cada vida perdida, mesmo as de personagens secundários. Esse cuidado reflete a influência do jogo, que humaniza até os “inimigos”.

Batalhas com infectados, embora raras, impressionam. Uma sequência em um campo nevado destaca a tensão e o trabalho visual impecável da produção, mas o foco permanece nas consequências emocionais, não na adrenalina.

O peso das escolhas

As decisões de Joel reverberam em cada episódio. Sua escolha de salvar Ellie, embora movida por amor, tirou dela a chance de dar sentido à sua imunidade. Ellie, que carrega o fardo de ser “especial”, luta para encontrar propósito em Jackson, onde sua habilidade como atiradora é mais útil que seu segredo.

A raiva de Ellie contra Joel cresce à medida que ela percebe as implicações de sua mentira. A temporada explora como o trauma molda os dois, com Ramsey entregando uma performance que captura a dor de uma jovem dividida entre gratidão e ressentimento.

Pascal, como Joel, brilha ao mostrar um homem endurecido tentando se abrir. Sua vulnerabilidade, especialmente nas cenas com O’Hara, adiciona camadas a um personagem que poderia facilmente cair no estereótipo do herói durão.

Um ritmo mais lento

A temporada, com apenas sete episódios, parece incompleta. Diferente da primeira, que cobriu todo o arco do jogo original, esta adapta apenas parte de The Last of Us Part II, deixando muitas questões abertas. O mundo fora de Jackson é pouco explorado, com grupos como os WLF e os Serafitas mencionados, mas não detalhados.

A ausência de um clímax claro frustra, mas faz sentido diante da divisão planejada da história. Os criadores, Craig Mazin e Druckmann, optaram por construir o cenário aos poucos, focando nas relações que sustentarão conflitos futuros.

Apesar disso, a temporada encanta com seus detalhes. A fotografia, que captura a beleza gélida de Wyoming, e a trilha sonora, que reforça a melancolia, criam uma imersão única, mesmo quando a narrativa hesita.

Momentos que definem a temporada

A evolução da história segue um caminho claro:

  • Ano 1, pós-Salt Lake: Ellie e Joel se estabelecem em Jackson.
  • Ano 5, início da temporada: Ellie vive separada, Joel busca conexão.
  • Meados da temporada: Dina e Jesse ganham destaque na vida de Ellie.
  • Episódios finais: Abby aparece, sugerindo conflitos maiores.
  • Estreia: 13 de abril, com episódios semanais na HBO.

Atuações que elevam

Bella Ramsey continua impressionando como Ellie. Sua capacidade de transmitir raiva, vulnerabilidade e esperança faz dela o coração da série. Cada olhar e gesto reforçam a transformação de uma adolescente impulsiva em uma jovem marcada por perdas.

Pedro Pascal entrega um Joel mais frágil, mas igualmente cativante. Sua química com Ramsey permanece o ponto alto, com cenas que vão do silêncio pesado a diálogos carregados de emoção.

Catherine O’Hara rouba cenas como Gail, a terapeuta cínica. Sua presença, embora breve, adiciona humor e leveza, enquanto Merced e Mazino trazem frescor ao elenco, prometendo mais impacto em temporadas futuras.

O que falta na narrativa

A escolha de dividir o jogo em várias temporadas deixa lacunas. Personagens como Abby, que no jogo têm papéis centrais, aparecem pouco, limitando o entendimento de suas motivações. Grupos externos, como os WLF, são mencionados sem contexto claro, o que pode confundir quem não conhece o jogo.

Os infectados, embora visualmente impactantes, têm menos destaque. Suas aparições servem mais para reforçar o treinamento de Ellie do que para avançar a trama, o que pode desapontar fãs de ação.

Ainda assim, a temporada estabelece bases sólidas. O foco nas relações humanas, especialmente entre Ellie, Dina e Joel, cria uma conexão emocional que compensa a falta de resolução, mantendo o público investido.

Um olhar para o futuro

A série planeja explorar mais do jogo em temporadas futuras, com promessas de expandir o papel de Abby e detalhar o mundo pós-apocalíptico. A abordagem de Mazin e Druckmann, que prioriza o impacto emocional sobre a ação, sugere que conflitos maiores estão por vir, com potencial para desafiar ainda mais o público.

A fotografia e a direção continuam impecáveis, capturando a dualidade de um mundo belo e cruel. Cada quadro, desde campos cobertos de neve até as ruas desgastadas de Jackson, reforça a ideia de que a humanidade persiste, mesmo em ruínas.

The Last of Us segue como uma das adaptações mais fiéis e ambiciosas de um jogo, equilibrando fidelidade com inovações que respeitam o meio televisivo. A segunda temporada, apesar de suas falhas, é um capítulo essencial, pavimentando o caminho para uma história ainda maior.

Números da temporada

Dados que resumem a produção:

  • 7 episódios: Duração da segunda temporada.
  • 5 anos: Salto temporal desde a primeira temporada.
  • 19 anos: Idade de Ellie no início da trama.
  • 13 de abril: Data de estreia na HBO.
  • 2 criadores: Neil Druckmann e Craig Mazin lideram a série.

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