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19 Apr 2025, Sat

"Manezinho" Jean Silva luta contra adversário que fez apologia ao nazismo: "vai apanhar três rounds"




Lutador entra no ringue sábado para defender sequência de quatro nocautes A edição do UFC 314, neste sábado, terá presença “catarinense” no card principal: Jean Silva, paranaense radicado em Florianópolis, entrará no octógono para enfrentar um dos melhores lutadores na categoria peso-pena.
Jean Silva emendou o segundo bônus no UFC
Chris Unger/Zuffa LLC
Nascido em Foz do Iguaçu, o lutador de 28 anos chegou a Florianópolis com apenas dois meses de idade e afirma que, apesar de não ter sangue manezinho, seu coração é todo da Ilha da Magia.
— Eu cresci em Canasvieiras. Na época, lembro que, no verão, eu andava muito de ônibus. Aqueles argentinos todos chegando… Minha infância foi conturbada. Fui expulso de três colégios. Mas foi gostosa. Quem não quer estar em Floripa? O mundo inteiro quer ir pra Floripa. É o meu lar, onde eu vou pra descansar. São Paulo é o meu trabalho — disse em exclusiva ao ge.
Com uma trajetória meteórica no MMA, iniciada nos octógonos do Aspera Fighting Championship (AFC) no fim de 2016, Jean acumula números impressionantes: 15 vitórias no cartel, com 11 nocautes, duas vitórias por decisão unânime e duas por finalização — apenas duas derrotas, nunca tendo sido nocauteado na carreira.
Jean Silva em Florianópolis, antes de entrar para o UFC
Redes sociais
O retrospecto o transformou em uma das maiores promessas da organização. Foram necessárias apenas duas vitórias nas lutas preliminares (UFC Fight Night: Ankalaev vs. Walker 2 e UFC 303: Pereira vs. Procházka 2) para chegar ao card principal, onde também superou Drew Dober e o armênio Melsik Baghdasaryan.
Apesar da legião de fãs que tem conquistado — morando em Miami, onde até fazer compras se tornou difícil sem ser parado para fotos —, Jean confessa que sente falta de reconhecimento dos brasileiros, especialmente de seus conterrâneos de Florianópolis.
— Isso me machuca. Vejo às vezes comentários de caras dizendo que nem manezinho eu sou. E o sonho que tenho de abrir um projeto na Ilha? Falo para a minha mulher: sei que não nasci lá, mas meu coração é todo de lá. Quando falam “Boi de Mamão”, meus olhos se enchem de lágrimas. Eu queria que meu lugar no mundo me apoiasse.
Jean Silva venceu Drew Dober por nocaute técnico com 1min28s do R3
Josh Hedges/Getty Images
Jean admite que não teve a trajetória clássica de sofrimento para alcançar o sucesso, muito por ter crescido, segundo ele, em “um verdadeiro paraíso”. Ainda assim, não faltou esforço para se tornar um dos nomes mais promissores do MMA.
— Eu trabalhava na obra e sempre treinei, mas não tinha tempo. Ao meio-dia, na hora do almoço, em vez de parar pra comer, eu saía pra correr e treinava à noite. Minha esposa falou pra mim: “Vou pra São Paulo, vou comprar umas camisetas e você tenta vender, pra poder treinar”. Aí eu botava as camisetas na mochila, meu material de treino, e saía por aí tentando vender. Nesse trabalho conheci várias pessoas que me ajudaram, me apoiaram com moradia, já ganhei até uma moto. Alguns me julgam: “Ah, muito confiante!” Como não vou ser? Eu vendia camiseta na rua e olha onde eu tô.
O adversário de Jean neste sábado é mais conhecido pelas polêmicas do que pelo desempenho nas lutas — embora também ocupe um lugar de destaque na categoria, sendo o 13º do ranking. O norte-americano Bryce Mitchell, de 33 anos, afirmou durante participação em um podcast que Hitler “era um cara legal”.
Bryce Mitchell MMA UFC
Mike Roach/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images
Ele ainda fez declarações antissemitas e homofóbicas, defendendo o regime nazista que assolou a Europa durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945.
“Eu realmente acho que Hitler era um cara legal, baseado apenas na minha pesquisa. Ele era um cara com quem eu pescaria. Ele lutou pelo seu país, queria purificar sua nação colocando os judeus para fora, que estavam destruindo o país e transformando todos em gays. Sabe onde aconteceu a primeira cirurgia de mudança de sexo? Na Alemanha, antes de Hitler assumir. Hitler queimou livros gays porque não queria que eles destruíssem seu país. Eles não conseguem gerar filhos. Hitler era perfeito? Não, mas ele queria lutar pelo seu povo. […] Eu não sou nazista, não amo nazistas e não queria que eles ganhassem a guerra. Só estou dizendo que eles estavam em uma péssima posição”, disse em entrevista ao ArkanSanity Podcast.
Bryce chegou a pedir desculpas nas redes sociais, mas não convenceu os fãs do esporte. O presidente do UFC, Dana White, declarou que as falas do lutador lhe causaram repulsa, mas não atendeu aos pedidos da comunidade do MMA para que ele fosse expulso, justificando que quem não gostasse do posicionamento do americano teria a chance de vê-lo enfrentar um verdadeiro nocauteador neste sábado.
Jean Silva questiona o árbitro sobre encerramento da luta ao derrubar Melsik Baghdasaryan no UFC Seattle
Chris Unger/Zuffa LLC
Nas coletivas de imprensa, inclusive, Jean apareceu com uma camisa estampada com o filme Bastardos Inglórios, em que os personagens principais caçam soldados nazistas, além de carregar um globo terrestre, ironizando o fato de Bryce ser um terraplanista declarado.
— O mundo queria ver isso. Mas eu não levo isso no meu coração, não tenho ódio. Como todas as outras pessoas que trabalharam comigo, ele é mais um cara que vai trabalhar para mim. Nesse mês, é o cara que eu mais amo da minha vida. Eu oro, rezo pela vida dele. E espero que todas essas falas dele sejam só para promover a luta. Porque, se isso for verdade, um cara que diz que crê tanto em Jesus e veste uma camiseta com Deus e duas armas apontadas pra cima… é totalmente contraditório. Mas também não julgo ele. Não sei qual foi a cultura em que ele foi criado — disse Jean.
— Ele pode ficar feliz, ele vai lutar com o campeão mundial. Só não tô com o cinturão. Vou defender a queda dele, jogar a mão na cabeça dele. Se ele aguentar, ele vai apanhar três rounds seguidos e vai ser demitido por dano cerebral. Senão, ele vai ser nocauteado no primeiro.
Jean Silva leva bônus de luta da noite no UFC Denver
Josh Hedges/Zuffa LLC via Getty Images
A luta está programada para acontecer quatro combates antes da principal da noite, que vale o cinturão da categoria peso-pena entre o australiano Alexander Volkanovski e o brasileiro Diego Lopes, marcada para as 23h (de Brasília). Mas, à luz das provocações recentes entre Jean e Bryce, tanto nas pesagens quanto nas redes sociais, o foco de muitos fãs não estará no evento principal.
— Podem me acompanhar! O pessoal pode se reunir neste sábado, fazer aquele churrasco, porque a parada vai ser insana. Vão ver um moleque brilhando, cheio de amor, cheio de coração e, com toda certeza, levando a bandeira de Santa Catarina e de Floripa no peito! Bora torcer, bora vibrar e quem sabe final do ano o cinturão do UFC não tá aí em Floripa?
Mais notícias do esporte catarinense no ge.globo/sc


Lutador entra no ringue sábado para defender sequência de quatro nocautes A edição do UFC 314, neste sábado, terá presença “catarinense” no card principal: Jean Silva, paranaense radicado em Florianópolis, entrará no octógono para enfrentar um dos melhores lutadores na categoria peso-pena.
Jean Silva emendou o segundo bônus no UFC
Chris Unger/Zuffa LLC
Nascido em Foz do Iguaçu, o lutador de 28 anos chegou a Florianópolis com apenas dois meses de idade e afirma que, apesar de não ter sangue manezinho, seu coração é todo da Ilha da Magia.
— Eu cresci em Canasvieiras. Na época, lembro que, no verão, eu andava muito de ônibus. Aqueles argentinos todos chegando… Minha infância foi conturbada. Fui expulso de três colégios. Mas foi gostosa. Quem não quer estar em Floripa? O mundo inteiro quer ir pra Floripa. É o meu lar, onde eu vou pra descansar. São Paulo é o meu trabalho — disse em exclusiva ao ge.
Com uma trajetória meteórica no MMA, iniciada nos octógonos do Aspera Fighting Championship (AFC) no fim de 2016, Jean acumula números impressionantes: 15 vitórias no cartel, com 11 nocautes, duas vitórias por decisão unânime e duas por finalização — apenas duas derrotas, nunca tendo sido nocauteado na carreira.
Jean Silva em Florianópolis, antes de entrar para o UFC
Redes sociais
O retrospecto o transformou em uma das maiores promessas da organização. Foram necessárias apenas duas vitórias nas lutas preliminares (UFC Fight Night: Ankalaev vs. Walker 2 e UFC 303: Pereira vs. Procházka 2) para chegar ao card principal, onde também superou Drew Dober e o armênio Melsik Baghdasaryan.
Apesar da legião de fãs que tem conquistado — morando em Miami, onde até fazer compras se tornou difícil sem ser parado para fotos —, Jean confessa que sente falta de reconhecimento dos brasileiros, especialmente de seus conterrâneos de Florianópolis.
— Isso me machuca. Vejo às vezes comentários de caras dizendo que nem manezinho eu sou. E o sonho que tenho de abrir um projeto na Ilha? Falo para a minha mulher: sei que não nasci lá, mas meu coração é todo de lá. Quando falam “Boi de Mamão”, meus olhos se enchem de lágrimas. Eu queria que meu lugar no mundo me apoiasse.
Jean Silva venceu Drew Dober por nocaute técnico com 1min28s do R3
Josh Hedges/Getty Images
Jean admite que não teve a trajetória clássica de sofrimento para alcançar o sucesso, muito por ter crescido, segundo ele, em “um verdadeiro paraíso”. Ainda assim, não faltou esforço para se tornar um dos nomes mais promissores do MMA.
— Eu trabalhava na obra e sempre treinei, mas não tinha tempo. Ao meio-dia, na hora do almoço, em vez de parar pra comer, eu saía pra correr e treinava à noite. Minha esposa falou pra mim: “Vou pra São Paulo, vou comprar umas camisetas e você tenta vender, pra poder treinar”. Aí eu botava as camisetas na mochila, meu material de treino, e saía por aí tentando vender. Nesse trabalho conheci várias pessoas que me ajudaram, me apoiaram com moradia, já ganhei até uma moto. Alguns me julgam: “Ah, muito confiante!” Como não vou ser? Eu vendia camiseta na rua e olha onde eu tô.
O adversário de Jean neste sábado é mais conhecido pelas polêmicas do que pelo desempenho nas lutas — embora também ocupe um lugar de destaque na categoria, sendo o 13º do ranking. O norte-americano Bryce Mitchell, de 33 anos, afirmou durante participação em um podcast que Hitler “era um cara legal”.
Bryce Mitchell MMA UFC
Mike Roach/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images
Ele ainda fez declarações antissemitas e homofóbicas, defendendo o regime nazista que assolou a Europa durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945.
“Eu realmente acho que Hitler era um cara legal, baseado apenas na minha pesquisa. Ele era um cara com quem eu pescaria. Ele lutou pelo seu país, queria purificar sua nação colocando os judeus para fora, que estavam destruindo o país e transformando todos em gays. Sabe onde aconteceu a primeira cirurgia de mudança de sexo? Na Alemanha, antes de Hitler assumir. Hitler queimou livros gays porque não queria que eles destruíssem seu país. Eles não conseguem gerar filhos. Hitler era perfeito? Não, mas ele queria lutar pelo seu povo. […] Eu não sou nazista, não amo nazistas e não queria que eles ganhassem a guerra. Só estou dizendo que eles estavam em uma péssima posição”, disse em entrevista ao ArkanSanity Podcast.
Bryce chegou a pedir desculpas nas redes sociais, mas não convenceu os fãs do esporte. O presidente do UFC, Dana White, declarou que as falas do lutador lhe causaram repulsa, mas não atendeu aos pedidos da comunidade do MMA para que ele fosse expulso, justificando que quem não gostasse do posicionamento do americano teria a chance de vê-lo enfrentar um verdadeiro nocauteador neste sábado.
Jean Silva questiona o árbitro sobre encerramento da luta ao derrubar Melsik Baghdasaryan no UFC Seattle
Chris Unger/Zuffa LLC
Nas coletivas de imprensa, inclusive, Jean apareceu com uma camisa estampada com o filme Bastardos Inglórios, em que os personagens principais caçam soldados nazistas, além de carregar um globo terrestre, ironizando o fato de Bryce ser um terraplanista declarado.
— O mundo queria ver isso. Mas eu não levo isso no meu coração, não tenho ódio. Como todas as outras pessoas que trabalharam comigo, ele é mais um cara que vai trabalhar para mim. Nesse mês, é o cara que eu mais amo da minha vida. Eu oro, rezo pela vida dele. E espero que todas essas falas dele sejam só para promover a luta. Porque, se isso for verdade, um cara que diz que crê tanto em Jesus e veste uma camiseta com Deus e duas armas apontadas pra cima… é totalmente contraditório. Mas também não julgo ele. Não sei qual foi a cultura em que ele foi criado — disse Jean.
— Ele pode ficar feliz, ele vai lutar com o campeão mundial. Só não tô com o cinturão. Vou defender a queda dele, jogar a mão na cabeça dele. Se ele aguentar, ele vai apanhar três rounds seguidos e vai ser demitido por dano cerebral. Senão, ele vai ser nocauteado no primeiro.
Jean Silva leva bônus de luta da noite no UFC Denver
Josh Hedges/Zuffa LLC via Getty Images
A luta está programada para acontecer quatro combates antes da principal da noite, que vale o cinturão da categoria peso-pena entre o australiano Alexander Volkanovski e o brasileiro Diego Lopes, marcada para as 23h (de Brasília). Mas, à luz das provocações recentes entre Jean e Bryce, tanto nas pesagens quanto nas redes sociais, o foco de muitos fãs não estará no evento principal.
— Podem me acompanhar! O pessoal pode se reunir neste sábado, fazer aquele churrasco, porque a parada vai ser insana. Vão ver um moleque brilhando, cheio de amor, cheio de coração e, com toda certeza, levando a bandeira de Santa Catarina e de Floripa no peito! Bora torcer, bora vibrar e quem sabe final do ano o cinturão do UFC não tá aí em Floripa?
Mais notícias do esporte catarinense no ge.globo/sc



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