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18 Apr 2025, Fri

Reuniões, divergências e ataques: possível rombo nas contas gera impasse no Corinthians




Ex-diretor dispara contra gestão de Augusto Melo: “Incompetentes, irresponsáveis e levianos” Palmeiras x Corinthians: informações e palpite para o jogo
Os últimos dias foram de reuniões, divergências e ataques entre a atual e a antiga diretoria do Corinthians. Tudo por conta do suposto rombo milionário nas contas do clube, como revelado pelo ge.
Na quinta e na sexta-feira, membros da gestão de Duilio Monteiro Alves estiveram no Parque São Jorge para tratar do assunto. Primeiro, o ex-diretor financeiro Wesley Melo foi ao local. Depois, foi a vez de Roberto Gavioli, que ocupou o cargo de gerente financeiro entre 2017 e junho de 2024.
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Os encontros não diminuíram a tensão nos bastidores do Corinthians, pelo contrário:
– Não vou admitir, e irei até as últimas consequências possíveis se esta diretoria, de forma arbitrária, tentar reabrir as demonstrações financeiras de 2023 – disse Wesley Melo, em nota enviada ao ge (confira abaixo na íntegra).
– É decepcionante ver o Corinthians sendo administrado por incompetentes, irresponsáveis e levianos – completou o ex-diretor financeiro.
Sede social do Corinthians, Parque São Jorge
Emilio Botta
Wesley Melo argumenta que os documentos apresentados pela atual diretoria não foram conclusivos:
– Foram apresentados apenas relatórios não oficiais, planilhas supostamente demonstrando os alegados ajustes, e análises paralelas, insuficientes para qualquer entendimento completo. Não houve contestação efetiva, diagnósticos objetivos, documentos oficiais comprobatórios ou apresentação dos argumentos citados, apesar da nossa insistência a este acesso.
A atual diretoria do clube não irá se manifestar antes do fim da apuração e do fechamento do balanço de 2024 – e a possível “abertura” e alteração do balanço de 2023. Porém, o presidente Augusto Melo tem tratado sobre o assunto em encontros com sócios, conselheiros e torcedores do clube. Ele critica o legado deixado por seu antecessor e justifica o aumento da dívida no primeiro ano de sua gestão por conta dos problemas herdados.
Qual competição deve ser a prioridade do Timão em 2025? GE Corinthians debate
Enquanto aliados da atual diretoria falam em fraude e “maquiagem financeira”, conselheiros e membros da oposição do Corinthians veem o caso com suspeita e apontam uma possível manobra com fins políticos.
– Claramente, depois de descumprir prazos acordados com Conselho Fiscal e CORI para apresentação das demonstrações auditadas de 2024, a atual gestão tenta criar factoides para tentar encobrir o aumento astronômico do endividamento e seu completo descontrole das contas e de sua demonstração – argumenta Wesley Melo.
Tudo isso gera um impasse nos bastidores do clube, aumentando ainda mais o atraso na apresentação do balanço financeiro de 2024. A diretoria havia se comprometido a enviar o documento ao Conselho de Orientação até o último dia 1º, o que não aconteceu. O órgão tem reunião agendada para segunda-feira para analisar as contas, mas já sabe que isso não será possível.
Mais notícias do Corinthians:
+ Escalação no Dérbi: Félix Torres é barrado, e Memphis volta
+ Garro comenta tratamento na Espanha: “Muita vontade de jogar”
Wesley Melo foi diretor financeiro do Corinthians na gestão de Duilio Monteiro Alves
Rodrigo Coca/Ag. Corinthians
Entenda a polêmica
Ao formular o balanço financeiro de 2024, o Corinthians identificou valores a pagar que já deveriam ter sido lançados nas contas do ano anterior.
O tamanho dessa dívida ainda é incerto. Diferentes fontes ouvidas pelo ge apontam que o rombo deve ficar entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões, mas há versões com números maiores e menores. O montante exato só será descoberto ao final da apuração que é conduzida pelo clube.
Tais cifras são referentes principalmente a dívidas tributárias que ainda estariam em discussão na Justiça. Segundo a análise inicial do Corinthians, os valores deveriam ter sido lançados no balanço de 2023 como “provisão para contingências”. Sem essa identificação, o clube teria apresentado um resultado financeiro muito melhor do que o real.
As provisões para contingências nada mais são do que uma reserva para disputas nos tribunais que o clube entende ter chance considerável de derrota. Ao final do ano, os advogados listam todos os processos em andamento e os separam de acordo com três níveis de risco de perda: remota, possível ou provável. Os que se enquadram nesta última classificação precisam entrar no balanço.
GE Corinthians compara a situação de Corinthians e Palmeiras antes do clássico
Em 2023, as contas do Corinthians registraram uma provisão para contingências de R$ 10,6 milhões. Em 2022, o valor era de R$ 25,4 milhões.
Outra parte desse suposto rombo não contabilizado em 2023 é referente a juros de uma dívida tributária – neste caso, o balanço teria apresentado apenas o valor do “principal”.
Também estão em discussão valores atualizados do Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro).
Como isso não foi descoberto?
O balanço financeiro do Corinthians de 2023 foi auditado pela RSM, empresa multinacional que não presta mais serviços ao clube. No lugar dela, a gestão de Augusto Melo contratou a GF Brasil Auditoria & Consultoria, de menor porte.
Além da auditoria externa, o documento foi revisado pelo Conselho Fiscal e pelo Conselho de Orientação (CORI) do clube e aprovado pelo Conselho Deliberativo – todos estes órgãos com membros empossados já em 2024.
Inicialmente, a diretoria alvinegra pensa em “abrir” o balanço de 2023 e fazer as alterações, prática que não é comum, mas é possível na contabilidade.
Memphis Depay lança documentário sobre sua trajetória no Corinthians; veja
Tudo isso gera ainda mais discussão e polêmica nos bastidores do clube, que já estão em ebulição por outros motivos. Um deles é a demora para apresentação das contas do ano passado.
O último balancete financeiro divulgado pelo Corinthians foi o de setembro de 2024. A diretoria tinha se comprometido a enviar ao CORI todas as contas até o último dia 1º, mas a promessa não foi cumprida. Já se sabe que o documento apresentará resultado financeiro negativo e aumento da dívida em mais de R$ 400 milhões.
Ciente da gravidade de mexer em um balanço já auditado e aprovado pelos órgãos de controle do clube, o Corinthians decidiu contratar a consultoria de Eliseu Martins, tratado como um dos maiores especialistas em contabilidade do Brasil. Ele emitirá um parecer sobre o caso.
Confira abaixo a nota do ex-diretor financeiro Wesley Melo:
“Infelizmente, me sinto obrigado a esclarecer e relatar mais um ato de irresponsabilidade e leviandade do presidente do Corinthians, Augusto Melo.
Tive conhecimento de que ontem, em reunião com torcedores e sócios, Augusto afirmou que eu saí do clube quinta-feira (10), após reunião com ele e demais membros da sua diretoria, com medo de ser preso por conta de rombos nas contas da gestão passada.
Augusto, além de um grande mentiroso, deveria ao menos se envergonhar perante sua equipe, que presenciou a reunião.
Hoje entendo que tentaram me colocar numa armadilha.
Na sexta-feira, 04/abril, o atual Diretor Financeiro, Pedro Silveira, em um café solicitado no dia anterior, me informou que haviam identificado contingências passadas que poderiam afetar as demonstrações financeiras de 2023 e que estavam estudando a possibilidade de reabrir essas demonstrações. De toda forma, as contingências ainda estavam em análise.
Afirmei que achava muito pouco provável haver algo que tecnicamente pudesse afetar as contas de 2023, uma vez que já tinham passado pela auditoria da RSM e pelo Conselho Fiscal, mas que estaria disponível para analisar em conjunto, caso fosse do interesse da atual diretoria.
Depois da nota oficial do clube contra o CORI, publicada na última sexta-feira à noite — em que também mencionaram a possibilidade de ajustes por contingências —, mais uma vez me coloquei à disposição (e praticamente pedi) para colaborar e revisar os temas relacionados.
O atual Diretor Financeiro concordou em fazer uma reunião comigo na quinta-feira desta semana. Claro que, não por coincidência, um dia antes, fui abordado pela reportagem do GE e avisado de que uma matéria seria publicada na manhã de quinta (justamente o dia da reunião no clube) informando que o clube estaria apurando um possível ajuste milionário nas contas anteriores a 2024. E assim foi feito. Na ocasião, respondi ao jornalista que eu não possuia detalhes para comentar e cheguei a pedir, em vão, que a matéria não fosse publicada antes de termos acesso aos fatos.
Finalmente, na reunião de quinta-feira, na presença do Presidente Augusto, do Diretor Pedro Silveira, de dois membros da Alvarez & Marsal, do Superintendente Financeiro, Seedorf, do atual contador do clube, de um membro do Conselho Fiscal e de um consultor financeiro, me mostraram alguns temas de contingências passadas, mas sem detalhes. Somente depois de insistir em obter mais informações — já que estava justamente no clube para isso — me disseram que no dia seguinte (sexta-feira, ontem) poderiam apresentar os detalhes. Eu não tinha disponibilidade para voltar ao clube, mas o Roberto Gavioli, Superintendente Financeiro da minha gestão, gentilmente se prontificou a ir no meu lugar.
Infelizmente, a reunião feita ontem, sexta, por Gavioli também não pôde ser em nada conclusiva. Apesar de terem exigido que ele assinasse um NDA (Non-Disclosure Agreement), foram apresentados apenas relatórios não oficiais (!!!!), planilhas supostamente demonstrando os alegados ajustes, e análises paralelas, insuficientes para qualquer entendimento completo. Não houve contestação efetiva, diagnósticos objetivos, documentos oficiais comprobatórios ou apresentação dos argumentos citados, apesar da nossa insistência a este acesso.
É lamentável perceber que o objetivo da atual diretoria, nesses episódios comigo, era apenas se proteger politicamente e justificar uma provável reprovação das contas de 2024.
Não vou admitir, e irei até as últimas consequências possíveis, se esta diretoria, de forma arbitrária, tentar reabrir as demonstrações financeiras de 2023 — que foram auditadas pela RSM (empresa séria e de grande porte), validadas pelo Conselho Fiscal atual, aprovadas por unanimidade pelo CORI e por ampla maioria no Conselho Deliberativo.
É claro que as contas de 2023 estavam sob minha gestão, mas muito importante deixar registrado e de forma transparente que o fechamento desse balanço se deu em abril de 2024, quando a gestão já era de Augusto Melo. Ou seja, se algo de fato estivesse errado no balanço de 2023, já teria sido detectado pela atual administração, até porque os profissionais que estavam a frente da Diretoria Financeira, ao menos até o mês de maio de 2024 e pediram desligamento posteriormente por motivos que todos nós sabemos, tinham capacidade para detectar qualquer erro passado.
Claramente, depois de descumprir prazos acordados com Conselho Fiscal e CORI para apresentação das demonstrações auditadas de 2024, a atual gestão tenta criar factoides para tentar encobrir o aumento astronômico do endividamento e seu completo descontrole das contas e de sua demonstração.
+ Leia mais notícias do Corinthians
É decepcionante ver o Corinthians sendo administrado por incompetentes, irresponsáveis e levianos.
Pensei que ainda pudesse ajudar a esclarecer dúvidas e colaborar no fechamento do balanço de 2024, mas a agenda da atual diretoria é outra. Que, a partir de agora, fechem as demonstrações financeiras e tentem as aprovações da auditoria externa, do Conselho Fiscal, do CORI e do Conselho Deliberativo.
Sem mais,
Wesley Melo”
🎧 Ouça o podcast ge Corinthians🎧
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e


Ex-diretor dispara contra gestão de Augusto Melo: “Incompetentes, irresponsáveis e levianos” Palmeiras x Corinthians: informações e palpite para o jogo
Os últimos dias foram de reuniões, divergências e ataques entre a atual e a antiga diretoria do Corinthians. Tudo por conta do suposto rombo milionário nas contas do clube, como revelado pelo ge.
Na quinta e na sexta-feira, membros da gestão de Duilio Monteiro Alves estiveram no Parque São Jorge para tratar do assunto. Primeiro, o ex-diretor financeiro Wesley Melo foi ao local. Depois, foi a vez de Roberto Gavioli, que ocupou o cargo de gerente financeiro entre 2017 e junho de 2024.
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Os encontros não diminuíram a tensão nos bastidores do Corinthians, pelo contrário:
– Não vou admitir, e irei até as últimas consequências possíveis se esta diretoria, de forma arbitrária, tentar reabrir as demonstrações financeiras de 2023 – disse Wesley Melo, em nota enviada ao ge (confira abaixo na íntegra).
– É decepcionante ver o Corinthians sendo administrado por incompetentes, irresponsáveis e levianos – completou o ex-diretor financeiro.
Sede social do Corinthians, Parque São Jorge
Emilio Botta
Wesley Melo argumenta que os documentos apresentados pela atual diretoria não foram conclusivos:
– Foram apresentados apenas relatórios não oficiais, planilhas supostamente demonstrando os alegados ajustes, e análises paralelas, insuficientes para qualquer entendimento completo. Não houve contestação efetiva, diagnósticos objetivos, documentos oficiais comprobatórios ou apresentação dos argumentos citados, apesar da nossa insistência a este acesso.
A atual diretoria do clube não irá se manifestar antes do fim da apuração e do fechamento do balanço de 2024 – e a possível “abertura” e alteração do balanço de 2023. Porém, o presidente Augusto Melo tem tratado sobre o assunto em encontros com sócios, conselheiros e torcedores do clube. Ele critica o legado deixado por seu antecessor e justifica o aumento da dívida no primeiro ano de sua gestão por conta dos problemas herdados.
Qual competição deve ser a prioridade do Timão em 2025? GE Corinthians debate
Enquanto aliados da atual diretoria falam em fraude e “maquiagem financeira”, conselheiros e membros da oposição do Corinthians veem o caso com suspeita e apontam uma possível manobra com fins políticos.
– Claramente, depois de descumprir prazos acordados com Conselho Fiscal e CORI para apresentação das demonstrações auditadas de 2024, a atual gestão tenta criar factoides para tentar encobrir o aumento astronômico do endividamento e seu completo descontrole das contas e de sua demonstração – argumenta Wesley Melo.
Tudo isso gera um impasse nos bastidores do clube, aumentando ainda mais o atraso na apresentação do balanço financeiro de 2024. A diretoria havia se comprometido a enviar o documento ao Conselho de Orientação até o último dia 1º, o que não aconteceu. O órgão tem reunião agendada para segunda-feira para analisar as contas, mas já sabe que isso não será possível.
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Wesley Melo foi diretor financeiro do Corinthians na gestão de Duilio Monteiro Alves
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Entenda a polêmica
Ao formular o balanço financeiro de 2024, o Corinthians identificou valores a pagar que já deveriam ter sido lançados nas contas do ano anterior.
O tamanho dessa dívida ainda é incerto. Diferentes fontes ouvidas pelo ge apontam que o rombo deve ficar entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões, mas há versões com números maiores e menores. O montante exato só será descoberto ao final da apuração que é conduzida pelo clube.
Tais cifras são referentes principalmente a dívidas tributárias que ainda estariam em discussão na Justiça. Segundo a análise inicial do Corinthians, os valores deveriam ter sido lançados no balanço de 2023 como “provisão para contingências”. Sem essa identificação, o clube teria apresentado um resultado financeiro muito melhor do que o real.
As provisões para contingências nada mais são do que uma reserva para disputas nos tribunais que o clube entende ter chance considerável de derrota. Ao final do ano, os advogados listam todos os processos em andamento e os separam de acordo com três níveis de risco de perda: remota, possível ou provável. Os que se enquadram nesta última classificação precisam entrar no balanço.
GE Corinthians compara a situação de Corinthians e Palmeiras antes do clássico
Em 2023, as contas do Corinthians registraram uma provisão para contingências de R$ 10,6 milhões. Em 2022, o valor era de R$ 25,4 milhões.
Outra parte desse suposto rombo não contabilizado em 2023 é referente a juros de uma dívida tributária – neste caso, o balanço teria apresentado apenas o valor do “principal”.
Também estão em discussão valores atualizados do Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro).
Como isso não foi descoberto?
O balanço financeiro do Corinthians de 2023 foi auditado pela RSM, empresa multinacional que não presta mais serviços ao clube. No lugar dela, a gestão de Augusto Melo contratou a GF Brasil Auditoria & Consultoria, de menor porte.
Além da auditoria externa, o documento foi revisado pelo Conselho Fiscal e pelo Conselho de Orientação (CORI) do clube e aprovado pelo Conselho Deliberativo – todos estes órgãos com membros empossados já em 2024.
Inicialmente, a diretoria alvinegra pensa em “abrir” o balanço de 2023 e fazer as alterações, prática que não é comum, mas é possível na contabilidade.
Memphis Depay lança documentário sobre sua trajetória no Corinthians; veja
Tudo isso gera ainda mais discussão e polêmica nos bastidores do clube, que já estão em ebulição por outros motivos. Um deles é a demora para apresentação das contas do ano passado.
O último balancete financeiro divulgado pelo Corinthians foi o de setembro de 2024. A diretoria tinha se comprometido a enviar ao CORI todas as contas até o último dia 1º, mas a promessa não foi cumprida. Já se sabe que o documento apresentará resultado financeiro negativo e aumento da dívida em mais de R$ 400 milhões.
Ciente da gravidade de mexer em um balanço já auditado e aprovado pelos órgãos de controle do clube, o Corinthians decidiu contratar a consultoria de Eliseu Martins, tratado como um dos maiores especialistas em contabilidade do Brasil. Ele emitirá um parecer sobre o caso.
Confira abaixo a nota do ex-diretor financeiro Wesley Melo:
“Infelizmente, me sinto obrigado a esclarecer e relatar mais um ato de irresponsabilidade e leviandade do presidente do Corinthians, Augusto Melo.
Tive conhecimento de que ontem, em reunião com torcedores e sócios, Augusto afirmou que eu saí do clube quinta-feira (10), após reunião com ele e demais membros da sua diretoria, com medo de ser preso por conta de rombos nas contas da gestão passada.
Augusto, além de um grande mentiroso, deveria ao menos se envergonhar perante sua equipe, que presenciou a reunião.
Hoje entendo que tentaram me colocar numa armadilha.
Na sexta-feira, 04/abril, o atual Diretor Financeiro, Pedro Silveira, em um café solicitado no dia anterior, me informou que haviam identificado contingências passadas que poderiam afetar as demonstrações financeiras de 2023 e que estavam estudando a possibilidade de reabrir essas demonstrações. De toda forma, as contingências ainda estavam em análise.
Afirmei que achava muito pouco provável haver algo que tecnicamente pudesse afetar as contas de 2023, uma vez que já tinham passado pela auditoria da RSM e pelo Conselho Fiscal, mas que estaria disponível para analisar em conjunto, caso fosse do interesse da atual diretoria.
Depois da nota oficial do clube contra o CORI, publicada na última sexta-feira à noite — em que também mencionaram a possibilidade de ajustes por contingências —, mais uma vez me coloquei à disposição (e praticamente pedi) para colaborar e revisar os temas relacionados.
O atual Diretor Financeiro concordou em fazer uma reunião comigo na quinta-feira desta semana. Claro que, não por coincidência, um dia antes, fui abordado pela reportagem do GE e avisado de que uma matéria seria publicada na manhã de quinta (justamente o dia da reunião no clube) informando que o clube estaria apurando um possível ajuste milionário nas contas anteriores a 2024. E assim foi feito. Na ocasião, respondi ao jornalista que eu não possuia detalhes para comentar e cheguei a pedir, em vão, que a matéria não fosse publicada antes de termos acesso aos fatos.
Finalmente, na reunião de quinta-feira, na presença do Presidente Augusto, do Diretor Pedro Silveira, de dois membros da Alvarez & Marsal, do Superintendente Financeiro, Seedorf, do atual contador do clube, de um membro do Conselho Fiscal e de um consultor financeiro, me mostraram alguns temas de contingências passadas, mas sem detalhes. Somente depois de insistir em obter mais informações — já que estava justamente no clube para isso — me disseram que no dia seguinte (sexta-feira, ontem) poderiam apresentar os detalhes. Eu não tinha disponibilidade para voltar ao clube, mas o Roberto Gavioli, Superintendente Financeiro da minha gestão, gentilmente se prontificou a ir no meu lugar.
Infelizmente, a reunião feita ontem, sexta, por Gavioli também não pôde ser em nada conclusiva. Apesar de terem exigido que ele assinasse um NDA (Non-Disclosure Agreement), foram apresentados apenas relatórios não oficiais (!!!!), planilhas supostamente demonstrando os alegados ajustes, e análises paralelas, insuficientes para qualquer entendimento completo. Não houve contestação efetiva, diagnósticos objetivos, documentos oficiais comprobatórios ou apresentação dos argumentos citados, apesar da nossa insistência a este acesso.
É lamentável perceber que o objetivo da atual diretoria, nesses episódios comigo, era apenas se proteger politicamente e justificar uma provável reprovação das contas de 2024.
Não vou admitir, e irei até as últimas consequências possíveis, se esta diretoria, de forma arbitrária, tentar reabrir as demonstrações financeiras de 2023 — que foram auditadas pela RSM (empresa séria e de grande porte), validadas pelo Conselho Fiscal atual, aprovadas por unanimidade pelo CORI e por ampla maioria no Conselho Deliberativo.
É claro que as contas de 2023 estavam sob minha gestão, mas muito importante deixar registrado e de forma transparente que o fechamento desse balanço se deu em abril de 2024, quando a gestão já era de Augusto Melo. Ou seja, se algo de fato estivesse errado no balanço de 2023, já teria sido detectado pela atual administração, até porque os profissionais que estavam a frente da Diretoria Financeira, ao menos até o mês de maio de 2024 e pediram desligamento posteriormente por motivos que todos nós sabemos, tinham capacidade para detectar qualquer erro passado.
Claramente, depois de descumprir prazos acordados com Conselho Fiscal e CORI para apresentação das demonstrações auditadas de 2024, a atual gestão tenta criar factoides para tentar encobrir o aumento astronômico do endividamento e seu completo descontrole das contas e de sua demonstração.
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É decepcionante ver o Corinthians sendo administrado por incompetentes, irresponsáveis e levianos.
Pensei que ainda pudesse ajudar a esclarecer dúvidas e colaborar no fechamento do balanço de 2024, mas a agenda da atual diretoria é outra. Que, a partir de agora, fechem as demonstrações financeiras e tentem as aprovações da auditoria externa, do Conselho Fiscal, do CORI e do Conselho Deliberativo.
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