A partir de 31 de março, o governo federal começou a distribuir os primeiros pagamentos do programa Pé-de-Meia para 2025, alcançando 3,9 milhões de estudantes do ensino médio público. O depósito inicial de R$ 200, voltado para incentivar a matrícula, é direcionado a jovens de baixa renda, com o objetivo de reduzir a evasão escolar. Com um orçamento superior a R$ 12,5 bilhões, a iniciativa busca apoiar a permanência escolar e pode garantir até R$ 9.200 por aluno ao longo dos três anos do ensino médio. Estados como São Paulo, Bahia e Minas Gerais concentram o maior número de beneficiários, enquanto a Educação de Jovens e Adultos (EJA) também é contemplada com incentivos adaptados.
O programa, lançado em 2024, já demonstrou impacto significativo no último ano, atendendo cerca de 4 milhões de estudantes. Neste ciclo, 1,3 milhão de novos ingressantes no ensino médio foram incluídos, ampliando a cobertura para jovens entre 14 e 24 anos matriculados em escolas públicas. A iniciativa prioriza famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda per capita de até meio salário mínimo, oferecendo suporte financeiro para aliviar pressões econômicas que levam ao abandono escolar. Além do incentivo inicial, os alunos recebem parcelas mensais e bônus por desempenho, criando um sistema que valoriza a dedicação aos estudos.
Os pagamentos são organizados de forma automática, sem necessidade de inscrição direta. A Caixa Econômica Federal abre contas digitais para os beneficiários, e as redes de ensino enviam os dados ao Ministério da Educação, que valida as informações. Para facilitar o acompanhamento, o aplicativo Jornada do Estudante permite verificar depósitos, consultar extratos e resolver pendências, como atrasos no envio de informações pelas escolas. Essa estrutura tecnológica garante maior transparência e agilidade no acesso aos benefícios.
Como funciona o incentivo financeiro
O Pé-de-Meia estrutura seus pagamentos em etapas que estimulam tanto a matrícula quanto a permanência escolar. No ensino médio regular, o aluno recebe R$ 200 no início do ano letivo, desde que a matrícula seja confirmada. Ao longo do ano, são liberados R$ 1.800, divididos em nove parcelas de R$ 200, exigindo frequência mínima de 80% nas aulas. Cada ano concluído com aprovação rende R$ 1.000, depositado em uma poupança acessível somente após a formatura. Para quem finaliza o terceiro ano e participa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), há um adicional de R$ 200.

Na modalidade EJA, os incentivos são ajustados para atender às particularidades do ensino. O estudante recebe R$ 200 pela matrícula e R$ 900 ao longo do ano, distribuídos em quatro parcelas, também condicionados à frequência de 80%. O bônus de conclusão anual é de R$ 1.000, e o adicional pelo Enem, de R$ 200, segue o mesmo formato do ensino regular. Assim, o programa permite acumular até R$ 9.200 ao longo da trajetória escolar, independentemente da modalidade.
- Incentivo de matrícula: R$ 200 por ano letivo, pago no início do ciclo.
- Frequência escolar: R$ 1.800 anuais (nove parcelas) no ensino regular ou R$ 900 (quatro parcelas) na EJA.
- Bônus de conclusão: R$ 1.000 por ano aprovado, guardado em poupança.
- Participação no Enem: R$ 200, liberados ao final do terceiro ano.
Alcance nacional e impacto regional
São Paulo lidera a adesão ao programa, com mais de 538 mil beneficiários, seguido pela Bahia, com 410 mil, e Minas Gerais, com 351 mil. Essa distribuição reflete a densidade populacional e os desafios sociais de cada região, com forte presença em estados onde a pobreza é mais acentuada. O Nordeste, por exemplo, tem grande representatividade devido à alta concentração de famílias no CadÚnico, enquanto estados menores, como o Distrito Federal, também registram avanços significativos na redução da evasão escolar.
A capilaridade do Pé-de-Meia depende da colaboração entre o governo federal e as redes de ensino estaduais e municipais. As escolas identificam os alunos elegíveis e enviam os dados ao Ministério da Educação, garantindo que o programa alcance diferentes realidades regionais. Em 2024, a iniciativa já mostrava resultados positivos, com quedas no abandono escolar em localidades como São Paulo e Bahia, onde a pressão econômica sobre os jovens é um obstáculo constante.
A inclusão de alunos da EJA amplia ainda mais o impacto. Jovens e adultos que retornam aos estudos encontram no programa um suporte financeiro que facilita a conciliação entre escola, trabalho e responsabilidades familiares. Essa abordagem reconhece a diversidade de trajetórias educacionais e reforça o compromisso com a equidade no acesso à educação.
Cronograma de pagamentos para 2025
Os depósitos do Pé-de-Meia seguem um calendário detalhado, começando com o incentivo de matrícula. Desde 31 de março, alunos nascidos em janeiro e fevereiro receberam os R$ 200 iniciais, enquanto os nascidos em novembro e dezembro terão o valor liberado até 7 de abril. As parcelas por frequência começam em 23 de abril e se estendem até 9 de fevereiro de 2026, totalizando nove pagamentos para o ensino regular e quatro para a EJA. O bônus de conclusão, voltado para quem finaliza o ensino médio em 2025, será pago entre 26 de fevereiro e 5 de março de 2026.
Para organizar os depósitos iniciais, o governo adota um sistema escalonado por mês de nascimento. Estudantes nascidos em março e abril receberam em 1º de abril, enquanto os de maio e junho tiveram o valor liberado em 2 de abril. Os nascidos em julho e agosto foram contemplados em 3 de abril, e os de setembro e outubro, em 4 de abril. Essa estrutura garante eficiência na distribuição dos recursos, beneficiando milhões de jovens em poucos dias.
- 31 de março a 7 de abril: Pagamento do incentivo de matrícula, por mês de nascimento.
- 23 de abril a 9 de fevereiro de 2026: Parcelas de frequência, com datas fixas.
- 23 de abril a 28 de julho: Parcelas da EJA, em quatro etapas.
- 26 de fevereiro a 5 de março de 2026: Bônus de conclusão e adicional do Enem.
Desafios operacionais enfrentados
Apesar dos avanços, o programa enfrentou obstáculos em 2024, como atrasos no pagamento do bônus de R$ 1.000 para alguns concluintes. A demora no envio de dados pelas escolas ao Ministério da Educação foi a principal causa, exigindo que alunos buscassem a diretoria das instituições para regularizar a situação. Esses casos foram resolvidos nas janelas de pagamento seguintes, mas expuseram a necessidade de maior coordenação entre os envolvidos.
No início de 2025, o Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu temporariamente os depósitos, questionando a origem dos recursos e exigindo sua inclusão no Orçamento Geral da União. Após negociações, o governo obteve um prazo de 120 dias para ajustes, e os pagamentos foram retomados em 31 de março. Para evitar novos entraves, o Ministério da Educação planeja intensificar o monitoramento e orientar as escolas sobre a importância de enviar informações com agilidade.
Esses desafios reforçam a complexidade de gerenciar um programa de grande escala. A dependência de dados precisos e a articulação entre diferentes esferas do governo são pontos críticos que exigem atenção contínua para garantir a continuidade dos benefícios.
Tecnologia a serviço dos beneficiários
O aplicativo Jornada do Estudante é uma ferramenta central para os participantes do Pé-de-Meia. Disponível para smartphones e tablets, ele permite consultar o status dos pagamentos, verificar extratos e identificar pendências com acesso via CPF e conta no portal Gov.br. Atualizado regularmente pelo Ministério da Educação, o aplicativo oferece informações em tempo real, aumentando a transparência do programa.
Além do aplicativo, outros canais de suporte estão disponíveis. O telefone 0800-616161 atende dúvidas, enquanto a Caixa Econômica Federal disponibiliza os aplicativos Caixa Tem e Benefícios Sociais Caixa, além do portal Cidadão da Caixa. Essa infraestrutura tecnológica reduz barreiras de acesso e agiliza a resolução de problemas, como falhas no envio de dados pelas escolas.
A tecnologia também facilita a inclusão de alunos em áreas remotas. Com o cruzamento automático de informações entre o CadÚnico e as redes de ensino, o programa identifica beneficiários sem exigir inscrição manual, ampliando sua cobertura em todo o país.
- Jornada do Estudante: Consulta de pagamentos e pendências em tempo real.
- Caixa Tem: Acompanhamento de depósitos nas contas digitais.
- 0800-616161: Atendimento para dúvidas e orientações.
- Portal Gov.br: Acesso integrado às informações do programa.
Redução da evasão escolar
Combater o abandono escolar é a essência do Pé-de-Meia. Em 2023, a taxa de repetência no ensino médio público chegou a 3,9%, refletindo as dificuldades de muitos jovens em conciliar estudos com pressões financeiras. O programa oferece um alívio econômico que permite priorizar a escola, com resultados já visíveis em 2024. Estados como São Paulo, Bahia e Minas Gerais registraram quedas no abandono, especialmente entre alunos de baixa renda.
A iniciativa também estimula a participação no Enem, ampliando as chances de acesso ao ensino superior. O bônus de R$ 200 para quem realiza o exame é um incentivo extra, enquanto os R$ 3.000 acumulados na poupança ao fim do ensino médio podem custear estudos futuros ou outras necessidades. Essa estrutura combina apoio imediato com planejamento de longo prazo.
A inclusão de famílias no CadÚnico como critério reforça o caráter social do programa. Jovens de comunidades vulneráveis, que muitas vezes abandonam a escola para trabalhar, encontram no Pé-de-Meia uma oportunidade de permanecer estudando, transformando suas perspectivas de futuro.
Quem pode participar
O Pé-de-Meia atende estudantes do ensino médio regular entre 14 e 24 anos, matriculados em escolas públicas e pertencentes a famílias com renda per capita de até meio salário mínimo, inscritas no CadÚnico. É necessário ter CPF regularizado, manter frequência mínima de 80% e ser aprovado anualmente. A participação no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) também é obrigatória.
Para a EJA, os critérios incluem faixa etária de 19 a 24 anos, com as mesmas exigências de matrícula, renda e frequência. A identificação dos beneficiários é automática, baseada nos dados enviados pelas redes de ensino, o que elimina a necessidade de inscrição manual e amplia o alcance do programa.
- Ensino médio regular: 14 a 24 anos, escola pública, CadÚnico, renda limitada.
- EJA: 19 a 24 anos, mesmas condições de matrícula e renda.
- Requisitos: Frequência de 80%, aprovação anual, participação no Saeb.
Histórias de transformação
Giovanna Souza dos Santos, de 18 anos, moradora de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, é um exemplo do impacto do programa. Aprovada em Ciências Biológicas na UFRJ após concluir o ensino médio no Colégio Pedro II, ela usou o incentivo para se dedicar aos estudos sem preocupações financeiras. O suporte do Pé-de-Meia foi decisivo para sua trajetória acadêmica.
No Distrito Federal, Maria Eduarda e Renzo, alunos do Centro de Ensino Médio Paulo Freire, relatam benefícios semelhantes. O incentivo financeiro permitiu que se concentrassem na escola e planejassem o futuro, seja na universidade ou no mercado de trabalho. Essas histórias mostram como o programa vai além do apoio econômico, abrindo portas para a mobilidade social.
Entidades como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) destacam a relevância da iniciativa. Para milhões de jovens, o Pé-de-Meia representa uma chance concreta de superar barreiras e construir um futuro melhor por meio da educação.
Expansão para a formação de professores
Em janeiro de 2025, o governo lançou o Pé-de-Meia Licenciaturas, voltado para formar novos professores. A iniciativa oferece bolsas de R$ 1.050 mensais a estudantes com nota mínima de 650 no Enem, ingressantes em licenciaturas presenciais via Sisu, Prouni ou Fies. Do total, R$ 700 são de uso livre, e R$ 350 vão para uma poupança liberada ao atuar na rede pública.
Com 12 mil bolsas disponíveis em 2025, o programa integra a estratégia Mais Professores para o Brasil. As inscrições ocorreram até 30 de março na Plataforma Freire, e os pagamentos começaram em 1º de maio. A iniciativa conecta o incentivo no ensino médio à formação de educadores, fortalecendo o sistema educacional em longo prazo.
O foco em licenciaturas visa melhorar a qualidade do ensino básico. Com mais professores qualificados, o governo busca criar um ciclo positivo que beneficie futuras gerações, ampliando os efeitos do Pé-de-Meia original.
Valores acumulados ao longo do programa
Ao longo dos três anos do ensino médio, o Pé-de-Meia pode garantir até R$ 9.200 por estudante. No ensino regular, o cálculo inclui R$ 600 pelo incentivo de matrícula (R$ 200 por ano), R$ 5.400 por frequência (R$ 1.800 anuais), R$ 3.000 em bônus de conclusão (R$ 1.000 por ano) e R$ 200 pelo Enem. Na EJA, os valores são ajustados às quatro parcelas anuais, mantendo o total possível.
A poupança de R$ 3.000, liberada após a formatura, é um recurso estratégico. Muitos alunos planejam usá-la para custear cursos preparatórios, materiais escolares ou despesas no ensino superior, enquanto outros enxergam uma oportunidade para iniciar projetos pessoais. Essa estrutura incentiva a disciplina e oferece uma base financeira para o futuro.
- Matrícula: R$ 600 (três anos).
- Frequência: R$ 5.400 (ensino regular) ou ajustado para EJA.
- Conclusão: R$ 3.000 (poupança).
- Enem: R$ 200 (uma vez).
Perspectivas para 2025
Com os pagamentos de 2025 em andamento, o Pé-de-Meia entra em uma fase de consolidação. O Ministério da Educação trabalha para corrigir falhas operacionais, como atrasos no envio de dados, e planeja campanhas para orientar escolas e alunos. A meta é ampliar o alcance e garantir que todos os elegíveis recebam os benefícios sem interrupções.
A sustentabilidade financeira também é prioridade. Após a suspensão pelo TCU, o governo ajusta o orçamento para incluir os recursos no Orçamento Geral da União, com prazo até maio de 2025. Enquanto isso, os depósitos seguem, mantendo o compromisso com os estudantes.
Para o futuro, a expectativa é que o programa continue crescendo, beneficiando novas turmas e consolidando seu papel na redução da evasão escolar. Combinado a ações como a expansão de escolas de tempo integral, o Pé-de-Meia fortalece a educação básica e prepara os jovens para o mercado de trabalho e o ensino superior.
Impacto social e educacional
Quase 480 mil jovens abandonam o ensino médio público anualmente no Brasil, pressionados pela necessidade de sustentar suas famílias. O Pé-de-Meia enfrenta esse cenário ao oferecer uma renda complementar que permite priorizar os estudos. Em 2024, o programa alcançou 3,9 milhões de beneficiários, um número que reflete seu potencial de transformação.
Estados como o Distrito Federal já relatam quedas na evasão escolar, um sinal positivo dos efeitos da iniciativa. Alunos como Aline Rocha Soares, de 17 anos, de Brasília, usam o incentivo para conciliar escola e estágio, planejando ingressar na universidade. Esses casos mostram que o programa não é apenas um apoio financeiro, mas uma ferramenta de mudança social.
A ampliação para a formação de professores reforça a visão de longo prazo. Com mais educadores qualificados, o Brasil pode melhorar a qualidade da educação básica, criando oportunidades para as próximas gerações. O Pé-de-Meia, assim, consolida-se como um marco na política educacional brasileira.

A partir de 31 de março, o governo federal começou a distribuir os primeiros pagamentos do programa Pé-de-Meia para 2025, alcançando 3,9 milhões de estudantes do ensino médio público. O depósito inicial de R$ 200, voltado para incentivar a matrícula, é direcionado a jovens de baixa renda, com o objetivo de reduzir a evasão escolar. Com um orçamento superior a R$ 12,5 bilhões, a iniciativa busca apoiar a permanência escolar e pode garantir até R$ 9.200 por aluno ao longo dos três anos do ensino médio. Estados como São Paulo, Bahia e Minas Gerais concentram o maior número de beneficiários, enquanto a Educação de Jovens e Adultos (EJA) também é contemplada com incentivos adaptados.
O programa, lançado em 2024, já demonstrou impacto significativo no último ano, atendendo cerca de 4 milhões de estudantes. Neste ciclo, 1,3 milhão de novos ingressantes no ensino médio foram incluídos, ampliando a cobertura para jovens entre 14 e 24 anos matriculados em escolas públicas. A iniciativa prioriza famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda per capita de até meio salário mínimo, oferecendo suporte financeiro para aliviar pressões econômicas que levam ao abandono escolar. Além do incentivo inicial, os alunos recebem parcelas mensais e bônus por desempenho, criando um sistema que valoriza a dedicação aos estudos.
Os pagamentos são organizados de forma automática, sem necessidade de inscrição direta. A Caixa Econômica Federal abre contas digitais para os beneficiários, e as redes de ensino enviam os dados ao Ministério da Educação, que valida as informações. Para facilitar o acompanhamento, o aplicativo Jornada do Estudante permite verificar depósitos, consultar extratos e resolver pendências, como atrasos no envio de informações pelas escolas. Essa estrutura tecnológica garante maior transparência e agilidade no acesso aos benefícios.
Como funciona o incentivo financeiro
O Pé-de-Meia estrutura seus pagamentos em etapas que estimulam tanto a matrícula quanto a permanência escolar. No ensino médio regular, o aluno recebe R$ 200 no início do ano letivo, desde que a matrícula seja confirmada. Ao longo do ano, são liberados R$ 1.800, divididos em nove parcelas de R$ 200, exigindo frequência mínima de 80% nas aulas. Cada ano concluído com aprovação rende R$ 1.000, depositado em uma poupança acessível somente após a formatura. Para quem finaliza o terceiro ano e participa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), há um adicional de R$ 200.

Na modalidade EJA, os incentivos são ajustados para atender às particularidades do ensino. O estudante recebe R$ 200 pela matrícula e R$ 900 ao longo do ano, distribuídos em quatro parcelas, também condicionados à frequência de 80%. O bônus de conclusão anual é de R$ 1.000, e o adicional pelo Enem, de R$ 200, segue o mesmo formato do ensino regular. Assim, o programa permite acumular até R$ 9.200 ao longo da trajetória escolar, independentemente da modalidade.
- Incentivo de matrícula: R$ 200 por ano letivo, pago no início do ciclo.
- Frequência escolar: R$ 1.800 anuais (nove parcelas) no ensino regular ou R$ 900 (quatro parcelas) na EJA.
- Bônus de conclusão: R$ 1.000 por ano aprovado, guardado em poupança.
- Participação no Enem: R$ 200, liberados ao final do terceiro ano.
Alcance nacional e impacto regional
São Paulo lidera a adesão ao programa, com mais de 538 mil beneficiários, seguido pela Bahia, com 410 mil, e Minas Gerais, com 351 mil. Essa distribuição reflete a densidade populacional e os desafios sociais de cada região, com forte presença em estados onde a pobreza é mais acentuada. O Nordeste, por exemplo, tem grande representatividade devido à alta concentração de famílias no CadÚnico, enquanto estados menores, como o Distrito Federal, também registram avanços significativos na redução da evasão escolar.
A capilaridade do Pé-de-Meia depende da colaboração entre o governo federal e as redes de ensino estaduais e municipais. As escolas identificam os alunos elegíveis e enviam os dados ao Ministério da Educação, garantindo que o programa alcance diferentes realidades regionais. Em 2024, a iniciativa já mostrava resultados positivos, com quedas no abandono escolar em localidades como São Paulo e Bahia, onde a pressão econômica sobre os jovens é um obstáculo constante.
A inclusão de alunos da EJA amplia ainda mais o impacto. Jovens e adultos que retornam aos estudos encontram no programa um suporte financeiro que facilita a conciliação entre escola, trabalho e responsabilidades familiares. Essa abordagem reconhece a diversidade de trajetórias educacionais e reforça o compromisso com a equidade no acesso à educação.
Cronograma de pagamentos para 2025
Os depósitos do Pé-de-Meia seguem um calendário detalhado, começando com o incentivo de matrícula. Desde 31 de março, alunos nascidos em janeiro e fevereiro receberam os R$ 200 iniciais, enquanto os nascidos em novembro e dezembro terão o valor liberado até 7 de abril. As parcelas por frequência começam em 23 de abril e se estendem até 9 de fevereiro de 2026, totalizando nove pagamentos para o ensino regular e quatro para a EJA. O bônus de conclusão, voltado para quem finaliza o ensino médio em 2025, será pago entre 26 de fevereiro e 5 de março de 2026.
Para organizar os depósitos iniciais, o governo adota um sistema escalonado por mês de nascimento. Estudantes nascidos em março e abril receberam em 1º de abril, enquanto os de maio e junho tiveram o valor liberado em 2 de abril. Os nascidos em julho e agosto foram contemplados em 3 de abril, e os de setembro e outubro, em 4 de abril. Essa estrutura garante eficiência na distribuição dos recursos, beneficiando milhões de jovens em poucos dias.
- 31 de março a 7 de abril: Pagamento do incentivo de matrícula, por mês de nascimento.
- 23 de abril a 9 de fevereiro de 2026: Parcelas de frequência, com datas fixas.
- 23 de abril a 28 de julho: Parcelas da EJA, em quatro etapas.
- 26 de fevereiro a 5 de março de 2026: Bônus de conclusão e adicional do Enem.
Desafios operacionais enfrentados
Apesar dos avanços, o programa enfrentou obstáculos em 2024, como atrasos no pagamento do bônus de R$ 1.000 para alguns concluintes. A demora no envio de dados pelas escolas ao Ministério da Educação foi a principal causa, exigindo que alunos buscassem a diretoria das instituições para regularizar a situação. Esses casos foram resolvidos nas janelas de pagamento seguintes, mas expuseram a necessidade de maior coordenação entre os envolvidos.
No início de 2025, o Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu temporariamente os depósitos, questionando a origem dos recursos e exigindo sua inclusão no Orçamento Geral da União. Após negociações, o governo obteve um prazo de 120 dias para ajustes, e os pagamentos foram retomados em 31 de março. Para evitar novos entraves, o Ministério da Educação planeja intensificar o monitoramento e orientar as escolas sobre a importância de enviar informações com agilidade.
Esses desafios reforçam a complexidade de gerenciar um programa de grande escala. A dependência de dados precisos e a articulação entre diferentes esferas do governo são pontos críticos que exigem atenção contínua para garantir a continuidade dos benefícios.
Tecnologia a serviço dos beneficiários
O aplicativo Jornada do Estudante é uma ferramenta central para os participantes do Pé-de-Meia. Disponível para smartphones e tablets, ele permite consultar o status dos pagamentos, verificar extratos e identificar pendências com acesso via CPF e conta no portal Gov.br. Atualizado regularmente pelo Ministério da Educação, o aplicativo oferece informações em tempo real, aumentando a transparência do programa.
Além do aplicativo, outros canais de suporte estão disponíveis. O telefone 0800-616161 atende dúvidas, enquanto a Caixa Econômica Federal disponibiliza os aplicativos Caixa Tem e Benefícios Sociais Caixa, além do portal Cidadão da Caixa. Essa infraestrutura tecnológica reduz barreiras de acesso e agiliza a resolução de problemas, como falhas no envio de dados pelas escolas.
A tecnologia também facilita a inclusão de alunos em áreas remotas. Com o cruzamento automático de informações entre o CadÚnico e as redes de ensino, o programa identifica beneficiários sem exigir inscrição manual, ampliando sua cobertura em todo o país.
- Jornada do Estudante: Consulta de pagamentos e pendências em tempo real.
- Caixa Tem: Acompanhamento de depósitos nas contas digitais.
- 0800-616161: Atendimento para dúvidas e orientações.
- Portal Gov.br: Acesso integrado às informações do programa.
Redução da evasão escolar
Combater o abandono escolar é a essência do Pé-de-Meia. Em 2023, a taxa de repetência no ensino médio público chegou a 3,9%, refletindo as dificuldades de muitos jovens em conciliar estudos com pressões financeiras. O programa oferece um alívio econômico que permite priorizar a escola, com resultados já visíveis em 2024. Estados como São Paulo, Bahia e Minas Gerais registraram quedas no abandono, especialmente entre alunos de baixa renda.
A iniciativa também estimula a participação no Enem, ampliando as chances de acesso ao ensino superior. O bônus de R$ 200 para quem realiza o exame é um incentivo extra, enquanto os R$ 3.000 acumulados na poupança ao fim do ensino médio podem custear estudos futuros ou outras necessidades. Essa estrutura combina apoio imediato com planejamento de longo prazo.
A inclusão de famílias no CadÚnico como critério reforça o caráter social do programa. Jovens de comunidades vulneráveis, que muitas vezes abandonam a escola para trabalhar, encontram no Pé-de-Meia uma oportunidade de permanecer estudando, transformando suas perspectivas de futuro.
Quem pode participar
O Pé-de-Meia atende estudantes do ensino médio regular entre 14 e 24 anos, matriculados em escolas públicas e pertencentes a famílias com renda per capita de até meio salário mínimo, inscritas no CadÚnico. É necessário ter CPF regularizado, manter frequência mínima de 80% e ser aprovado anualmente. A participação no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) também é obrigatória.
Para a EJA, os critérios incluem faixa etária de 19 a 24 anos, com as mesmas exigências de matrícula, renda e frequência. A identificação dos beneficiários é automática, baseada nos dados enviados pelas redes de ensino, o que elimina a necessidade de inscrição manual e amplia o alcance do programa.
- Ensino médio regular: 14 a 24 anos, escola pública, CadÚnico, renda limitada.
- EJA: 19 a 24 anos, mesmas condições de matrícula e renda.
- Requisitos: Frequência de 80%, aprovação anual, participação no Saeb.
Histórias de transformação
Giovanna Souza dos Santos, de 18 anos, moradora de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, é um exemplo do impacto do programa. Aprovada em Ciências Biológicas na UFRJ após concluir o ensino médio no Colégio Pedro II, ela usou o incentivo para se dedicar aos estudos sem preocupações financeiras. O suporte do Pé-de-Meia foi decisivo para sua trajetória acadêmica.
No Distrito Federal, Maria Eduarda e Renzo, alunos do Centro de Ensino Médio Paulo Freire, relatam benefícios semelhantes. O incentivo financeiro permitiu que se concentrassem na escola e planejassem o futuro, seja na universidade ou no mercado de trabalho. Essas histórias mostram como o programa vai além do apoio econômico, abrindo portas para a mobilidade social.
Entidades como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) destacam a relevância da iniciativa. Para milhões de jovens, o Pé-de-Meia representa uma chance concreta de superar barreiras e construir um futuro melhor por meio da educação.
Expansão para a formação de professores
Em janeiro de 2025, o governo lançou o Pé-de-Meia Licenciaturas, voltado para formar novos professores. A iniciativa oferece bolsas de R$ 1.050 mensais a estudantes com nota mínima de 650 no Enem, ingressantes em licenciaturas presenciais via Sisu, Prouni ou Fies. Do total, R$ 700 são de uso livre, e R$ 350 vão para uma poupança liberada ao atuar na rede pública.
Com 12 mil bolsas disponíveis em 2025, o programa integra a estratégia Mais Professores para o Brasil. As inscrições ocorreram até 30 de março na Plataforma Freire, e os pagamentos começaram em 1º de maio. A iniciativa conecta o incentivo no ensino médio à formação de educadores, fortalecendo o sistema educacional em longo prazo.
O foco em licenciaturas visa melhorar a qualidade do ensino básico. Com mais professores qualificados, o governo busca criar um ciclo positivo que beneficie futuras gerações, ampliando os efeitos do Pé-de-Meia original.
Valores acumulados ao longo do programa
Ao longo dos três anos do ensino médio, o Pé-de-Meia pode garantir até R$ 9.200 por estudante. No ensino regular, o cálculo inclui R$ 600 pelo incentivo de matrícula (R$ 200 por ano), R$ 5.400 por frequência (R$ 1.800 anuais), R$ 3.000 em bônus de conclusão (R$ 1.000 por ano) e R$ 200 pelo Enem. Na EJA, os valores são ajustados às quatro parcelas anuais, mantendo o total possível.
A poupança de R$ 3.000, liberada após a formatura, é um recurso estratégico. Muitos alunos planejam usá-la para custear cursos preparatórios, materiais escolares ou despesas no ensino superior, enquanto outros enxergam uma oportunidade para iniciar projetos pessoais. Essa estrutura incentiva a disciplina e oferece uma base financeira para o futuro.
- Matrícula: R$ 600 (três anos).
- Frequência: R$ 5.400 (ensino regular) ou ajustado para EJA.
- Conclusão: R$ 3.000 (poupança).
- Enem: R$ 200 (uma vez).
Perspectivas para 2025
Com os pagamentos de 2025 em andamento, o Pé-de-Meia entra em uma fase de consolidação. O Ministério da Educação trabalha para corrigir falhas operacionais, como atrasos no envio de dados, e planeja campanhas para orientar escolas e alunos. A meta é ampliar o alcance e garantir que todos os elegíveis recebam os benefícios sem interrupções.
A sustentabilidade financeira também é prioridade. Após a suspensão pelo TCU, o governo ajusta o orçamento para incluir os recursos no Orçamento Geral da União, com prazo até maio de 2025. Enquanto isso, os depósitos seguem, mantendo o compromisso com os estudantes.
Para o futuro, a expectativa é que o programa continue crescendo, beneficiando novas turmas e consolidando seu papel na redução da evasão escolar. Combinado a ações como a expansão de escolas de tempo integral, o Pé-de-Meia fortalece a educação básica e prepara os jovens para o mercado de trabalho e o ensino superior.
Impacto social e educacional
Quase 480 mil jovens abandonam o ensino médio público anualmente no Brasil, pressionados pela necessidade de sustentar suas famílias. O Pé-de-Meia enfrenta esse cenário ao oferecer uma renda complementar que permite priorizar os estudos. Em 2024, o programa alcançou 3,9 milhões de beneficiários, um número que reflete seu potencial de transformação.
Estados como o Distrito Federal já relatam quedas na evasão escolar, um sinal positivo dos efeitos da iniciativa. Alunos como Aline Rocha Soares, de 17 anos, de Brasília, usam o incentivo para conciliar escola e estágio, planejando ingressar na universidade. Esses casos mostram que o programa não é apenas um apoio financeiro, mas uma ferramenta de mudança social.
A ampliação para a formação de professores reforça a visão de longo prazo. Com mais educadores qualificados, o Brasil pode melhorar a qualidade da educação básica, criando oportunidades para as próximas gerações. O Pé-de-Meia, assim, consolida-se como um marco na política educacional brasileira.
