
O mês de abril destaca uma data especial entre os eventos políticos e culturais de relevância na história da colonização alemã em Santa Catarina.
No dia 16 do ano de 1994, o governador Antônio Carlos Konder Reis assinava a Lei Estadual 9.534, criando o município de São Pedro de Alcântara, o primeiro núcleo de imigrantes germânicos no Estado.
São Pedro de Alcântara foi desmembrada de São José. A instalação solene da nova unidade administrativa e política ocorreu em 1º de janeiro de 1997.
A criação da colônia foi decisão de Dom Pedro I, com o objetivo de dar início à colonização alemã pela ocupação de amplas áreas, visando fortalecer a economia local.
Considerada a “colônia-mãe”, São Pedro de Alcântara serviu de modelo para outras colônias em Blumenau, Joinville e outras comunidades, conferindo a Santa Catarina o título de Estado mais alemão do Brasil.
A região era passagem do histórico Caminho dos Tropeiros, que movimentava a economia no Sul e Sudeste do Brasil.

Ganhou a denominação pelos alemães de “Kaiserlicherweg” (Caminho Imperial), datado de 1787, primeira ligação da cidade de Desterro (hoje Florianópolis), com a Vila de Lages (na época pertencente a São Paulo). Tinha grande presença de gaúchos e catarinenses.
O Caminho dos Tropeiros teve crescimento sustentável durante anos, mas estagnou e depois sofreu gradativo esvaziamento por razões políticas.
O traçado foi transferido para a região de Águas Mornas, isolado São Pedro de Alcântara, por interesses e razões até hoje inexplicáveis.
Esta alteração mudou radicalmente a economia de São Pedro, eis que o movimento de tropas, com intensa atividade comercial, deixou de existir.
Fato que costuma ser atribuído a uma das causas pela migração de famílias de alemães para várias áreas no Vale do Itajaí: superação das adversidades.
A realidade histórica revela que o espírito de luta, a disposição para o trabalho, a disciplina, a educação e o empreendedorismo foram vitais para a superação das adversidades encontradas pelos primeiros imigrantes.
Um fenômeno que se agravou em São Pedro de Alcântara, porque os lotes dos terrenos não estavam definidos claramente e, sobretudo, pela topografia absolutamente ingrata para a agricultura e numa região distante dos centros consumidores, sem comunicação fluvial ou terrestre.
A imigração e o descumprimento de contratos
Os pioneiros e seus descendentes procuraram outras áreas em busca de melhores terras e condições de trabalho.
As cidades do Vale do Itajaí, Blumenau, fundada em 1850, Indaial, Gaspar e Pomerode, Joinville (fundada por alemães em 1851), Rio do Sul, Ibirama, e até mesmo áreas no Rio Grande do Sul, como Santa Cruz do Sul.
O processo de imigração foi marcado também por descumprimento de contratos e acordos com as famílias germânicas. De acordo com historiadores e descendentes, os primeiros grupos desembarcaram na praia da Armação, no Sul.
Para outros, o desembarque, seguido de pesada quarentena, aconteceu na praia da Lagoinha, Norte da Ilha de Santa Catarina.
Independentemente do local de chegada, ficaram abandonados, sem a prometida assistência das autoridades do Império e da Província.
E, apesar de todas as frustrações, angústias e tribulações, os recém-chegados foram à luta.
Hoje, Santa Catarina deve a estes corajosos desbravadores a condição de melhor Estado do Brasil, junto com outros imigrantes estrangeiros.

Projeção Nacional de São Pedro de Alcântara
São vários os fatores que continuam dando projeção nacional a São Pedro de Alcântara, para orgulho de todos os catarinenses.
Em destaque, o pioneirismo de ser a primeira colônia no Estado e uma das primeiras no Brasil.
Segundo, seus descendentes, ao longo de 183 anos e incluindo todas as gerações, procuraram preservar suas mais ricas tradições: na música, na religião, no folclore, na gastronomia, na arquitetura etc.
Relevante também os filhos dos imigrantes, que ganharam prestígio estadual e nacional pelo estudo, pelo trabalho e pela competência.
Entre os mais destacados, são mencionados os integrantes da família Müller, tendo como figura de mais rica biografia o ex-governador e ex-ministro Lauro Severiano Müller.
Seus avós, Johann Müller e sua esposa, imigraram da Alemanha e se estabeleceram em São Pedro de Alcântara, em 1829, como parte do primeiro contingente de imigrantes alemães na região.
O pai de Lauro, Peter Müller, nasceu nesse ambiente colonial e, posteriormente, mudou-se para Itajaí, onde Lauro nasceu, em 1863.
A família Bornhausen também merece citação especial. O chefe do clã, Irineu, foi governador e senador catarinense, além de líder político da UDN (União Democrática Nacional).
Seus filhos Roberto, Paulo e Jorge ocuparam cargos de prestígio nacional. Jorge, governador do Estado, ministro, embaixador e senador; Paulo, deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa e diretor do Banco do Brasil, entre outras posições.
E Roberto, durante décadas presidiu o Unibanco e entidades do sistema financeiro nacional.
Na área cultural, o maestro, músico e compositor José Acácio Santana é unanimidade.
Editou vários discos, produziu centenas de músicas religiosas e populares, criou hinos de 20 municípios e inúmeros grupos corais por todo o Estado.

Patrimônio histórico
Vários elementos da colonização alemã são preservados pelos imigrantes.
Destacando-se: a Igreja Matriz São Pedro de Alcântara, inaugurada em 1845, em estilo colonial alemão, altar de madeira esculpida, vitrais coloridos. A igreja é considerada um dos marcos arquitetônicos da imigração alemã católica no Brasil.
- Casas enxaimel (técnica tradicional de construção com madeira aparente), existente até hoje em várias ruas do centro e dos bairros.
- Cemitério antigo com nomes germânicos. As tumbas trazem inscrições em alemão gótico, muitas do século 19.
- Festa do Colono, celebrando a imigração com produtos, trajes típicos, desfiles familiares, danças e comidas alemães.
- Festas religiosas com cantos em alemão, música típica e a participação de bandas típicas de música alemã e grupos de danças folclóricas.

Títulos e homenagens
A solenidade comemorativa do 31º aniversário de emancipação de São Pedro de Alcântara será na quarta-feira (16), a partir das 19h, na Câmara Municipal.
Na ocasião, serão entregues títulos honoríficos e prestadas homenagens a personalidades que contribuíram para o desenvolvimento e a valorização da comunidade.
São elas: Édio Luiz Müller, Eroni Schmitt Schell, Luiza Cecília Kretzer dos Passos, Lorentino Lohn (Loda), Maria Natália Souza Eufrásio, Osmarina Maria de Souza, Rosemari Reitz Francener, Sueli Maria Stähelin e Wirto Shaeffer.
Papel fundamental da música teuto-catarinense
A música exerceu papel fundamental na integração entre os descendentes alemães e os nativos aqui nascidos ou que vieram para várias regiões de Santa Catarina.
E promoveu a elevação do nível educacional das populações em dezenas de municípios.
A tese foi lançada no Simpósio sobre Imigração Alemã na Grande Florianópolis, promovido pelo Instituto Carl Hoepcke, pelo falecido maestro José Acácio Santana, expoente cultural de São Pedro de Alcântara, e que se notabilizou por conquistar o título de maior compositor de música sacra católica no Brasil.
Foi o mais dedicado e maior compositor do Estado. E definia esta evolução como a “música teuto-catarinense”.
A unidade familiar e a fé católica, a presença nas atividades religiosas com associações corais para abrilhantar a liturgia das celebrações e nas inúmeras exibições folclóricas, integraram os nativos com os recém-chegados durante séculos.
De acordo com o maestro, músico e compositor José Acácio Santana, a música permitiu que os germânicos aprendessem mais facilmente a língua portuguesa e que os catarinenses tivessem mais facilidade de comunicação com os alemães.
Regente do Coral da UFSC por mais de 33 anos, Santana viveu pela música e para a música.
Produziu mais de 3.000 obras, num leque que incluía canções infantis, oratório, melodias sacras e populares e óperas, com múltiplos gêneros da música vocal.
Gravou com diferentes corais vários discos LP, depois CDs e vídeos que estão disponíveis no Youtube.
Foi homenageado com vários títulos honoríficos, incluindo a Medalha Anita Garibaldi, a principal condecoração do governo de Santa Catarina.
Fatos relevantes
- Marco da imigração alemã no Brasil, por representar a primeira colônia organizada pela monarquia, serviu de modelo para outras colônias no Sul do Brasil.
- A praça Leopoldo Francisco Kretzer, no coração da cidade, em frente à Igreja Matriz, abriga marcos históricos e culturais, com destaque para o Obelisco dos Sobrenomes e o Monumento do Centenário da Imigração.
- Formação cultural e religiosa. Os imigrantes mantiveram a língua alemã e dialetos, preservando até hoje as tradições culturais e culinárias. Além disso, destacam-se as raízes católicas, diferenciando-a de outras colônias germânicas de maioria luterana. O título dado foi homenagem a São Pedro de Alcântara, padroeiro de Dom Pedro I.
- Organização comunitária. A colônia desenvolveu práticas de agricultura familiar, com lotes individuais para os colonos, muitas vezes atuando em sistema coletivo. As famílias mantinham um estilo de vida baseado no trabalho coletivo e em valores comunitários.
- Patrimônio histórico. A cidade está na Rota da Imigração Alemã em Santa Catarina e é reconhecida como um símbolo da integração entre culturas europeias e brasileiras.
Linha do tempo da imigração em São Pedro de Alcântara
- 1824 – Dom Pedro I assina o decreto incentivando a imigração europeia para o Brasil, principalmente de alemães.
- 1829 — 1º de março: chegada das primeiras 94 famílias alemãs (cerca de 500 pessoas) em São Pedro de Alcântara.
- 1830 a 1850 — A colônia cresce lentamente devido à dificuldade do terreno e os colonos constroem casas de madeira, cultivam milho, mandioca e criam animais.
- 1850 — Início das migrações internas, com muitos colonos e seus descendentes saindo de São Pedro de Alcântara para fundar novas colônias em regiões mais férteis.
- 1890 a 1920 — A cultura alemã se consolida com festas típicas, ensino em alemão, vestuário, alimentação e igrejas católicas alemãs.
- 1930 a 1945 — Durante a ditadura de Getúlio Vargas, na Segunda Guerra Mundial, os imigrantes sofrem forte repressão à cultura alemã, com fechamento de escolas comunitárias, perseguição cultural e, sobretudo, com a proibição de uso da língua.
- 1994 — São Pedro de Alcântara torna-se município emancipado, separando-se de São José.

O mês de abril destaca uma data especial entre os eventos políticos e culturais de relevância na história da colonização alemã em Santa Catarina.
No dia 16 do ano de 1994, o governador Antônio Carlos Konder Reis assinava a Lei Estadual 9.534, criando o município de São Pedro de Alcântara, o primeiro núcleo de imigrantes germânicos no Estado.
São Pedro de Alcântara foi desmembrada de São José. A instalação solene da nova unidade administrativa e política ocorreu em 1º de janeiro de 1997.
A criação da colônia foi decisão de Dom Pedro I, com o objetivo de dar início à colonização alemã pela ocupação de amplas áreas, visando fortalecer a economia local.
Considerada a “colônia-mãe”, São Pedro de Alcântara serviu de modelo para outras colônias em Blumenau, Joinville e outras comunidades, conferindo a Santa Catarina o título de Estado mais alemão do Brasil.
A região era passagem do histórico Caminho dos Tropeiros, que movimentava a economia no Sul e Sudeste do Brasil.

Ganhou a denominação pelos alemães de “Kaiserlicherweg” (Caminho Imperial), datado de 1787, primeira ligação da cidade de Desterro (hoje Florianópolis), com a Vila de Lages (na época pertencente a São Paulo). Tinha grande presença de gaúchos e catarinenses.
O Caminho dos Tropeiros teve crescimento sustentável durante anos, mas estagnou e depois sofreu gradativo esvaziamento por razões políticas.
O traçado foi transferido para a região de Águas Mornas, isolado São Pedro de Alcântara, por interesses e razões até hoje inexplicáveis.
Esta alteração mudou radicalmente a economia de São Pedro, eis que o movimento de tropas, com intensa atividade comercial, deixou de existir.
Fato que costuma ser atribuído a uma das causas pela migração de famílias de alemães para várias áreas no Vale do Itajaí: superação das adversidades.
A realidade histórica revela que o espírito de luta, a disposição para o trabalho, a disciplina, a educação e o empreendedorismo foram vitais para a superação das adversidades encontradas pelos primeiros imigrantes.
Um fenômeno que se agravou em São Pedro de Alcântara, porque os lotes dos terrenos não estavam definidos claramente e, sobretudo, pela topografia absolutamente ingrata para a agricultura e numa região distante dos centros consumidores, sem comunicação fluvial ou terrestre.
A imigração e o descumprimento de contratos
Os pioneiros e seus descendentes procuraram outras áreas em busca de melhores terras e condições de trabalho.
As cidades do Vale do Itajaí, Blumenau, fundada em 1850, Indaial, Gaspar e Pomerode, Joinville (fundada por alemães em 1851), Rio do Sul, Ibirama, e até mesmo áreas no Rio Grande do Sul, como Santa Cruz do Sul.
O processo de imigração foi marcado também por descumprimento de contratos e acordos com as famílias germânicas. De acordo com historiadores e descendentes, os primeiros grupos desembarcaram na praia da Armação, no Sul.
Para outros, o desembarque, seguido de pesada quarentena, aconteceu na praia da Lagoinha, Norte da Ilha de Santa Catarina.
Independentemente do local de chegada, ficaram abandonados, sem a prometida assistência das autoridades do Império e da Província.
E, apesar de todas as frustrações, angústias e tribulações, os recém-chegados foram à luta.
Hoje, Santa Catarina deve a estes corajosos desbravadores a condição de melhor Estado do Brasil, junto com outros imigrantes estrangeiros.

Projeção Nacional de São Pedro de Alcântara
São vários os fatores que continuam dando projeção nacional a São Pedro de Alcântara, para orgulho de todos os catarinenses.
Em destaque, o pioneirismo de ser a primeira colônia no Estado e uma das primeiras no Brasil.
Segundo, seus descendentes, ao longo de 183 anos e incluindo todas as gerações, procuraram preservar suas mais ricas tradições: na música, na religião, no folclore, na gastronomia, na arquitetura etc.
Relevante também os filhos dos imigrantes, que ganharam prestígio estadual e nacional pelo estudo, pelo trabalho e pela competência.
Entre os mais destacados, são mencionados os integrantes da família Müller, tendo como figura de mais rica biografia o ex-governador e ex-ministro Lauro Severiano Müller.
Seus avós, Johann Müller e sua esposa, imigraram da Alemanha e se estabeleceram em São Pedro de Alcântara, em 1829, como parte do primeiro contingente de imigrantes alemães na região.
O pai de Lauro, Peter Müller, nasceu nesse ambiente colonial e, posteriormente, mudou-se para Itajaí, onde Lauro nasceu, em 1863.
A família Bornhausen também merece citação especial. O chefe do clã, Irineu, foi governador e senador catarinense, além de líder político da UDN (União Democrática Nacional).
Seus filhos Roberto, Paulo e Jorge ocuparam cargos de prestígio nacional. Jorge, governador do Estado, ministro, embaixador e senador; Paulo, deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa e diretor do Banco do Brasil, entre outras posições.
E Roberto, durante décadas presidiu o Unibanco e entidades do sistema financeiro nacional.
Na área cultural, o maestro, músico e compositor José Acácio Santana é unanimidade.
Editou vários discos, produziu centenas de músicas religiosas e populares, criou hinos de 20 municípios e inúmeros grupos corais por todo o Estado.

Patrimônio histórico
Vários elementos da colonização alemã são preservados pelos imigrantes.
Destacando-se: a Igreja Matriz São Pedro de Alcântara, inaugurada em 1845, em estilo colonial alemão, altar de madeira esculpida, vitrais coloridos. A igreja é considerada um dos marcos arquitetônicos da imigração alemã católica no Brasil.
- Casas enxaimel (técnica tradicional de construção com madeira aparente), existente até hoje em várias ruas do centro e dos bairros.
- Cemitério antigo com nomes germânicos. As tumbas trazem inscrições em alemão gótico, muitas do século 19.
- Festa do Colono, celebrando a imigração com produtos, trajes típicos, desfiles familiares, danças e comidas alemães.
- Festas religiosas com cantos em alemão, música típica e a participação de bandas típicas de música alemã e grupos de danças folclóricas.

Títulos e homenagens
A solenidade comemorativa do 31º aniversário de emancipação de São Pedro de Alcântara será na quarta-feira (16), a partir das 19h, na Câmara Municipal.
Na ocasião, serão entregues títulos honoríficos e prestadas homenagens a personalidades que contribuíram para o desenvolvimento e a valorização da comunidade.
São elas: Édio Luiz Müller, Eroni Schmitt Schell, Luiza Cecília Kretzer dos Passos, Lorentino Lohn (Loda), Maria Natália Souza Eufrásio, Osmarina Maria de Souza, Rosemari Reitz Francener, Sueli Maria Stähelin e Wirto Shaeffer.
Papel fundamental da música teuto-catarinense
A música exerceu papel fundamental na integração entre os descendentes alemães e os nativos aqui nascidos ou que vieram para várias regiões de Santa Catarina.
E promoveu a elevação do nível educacional das populações em dezenas de municípios.
A tese foi lançada no Simpósio sobre Imigração Alemã na Grande Florianópolis, promovido pelo Instituto Carl Hoepcke, pelo falecido maestro José Acácio Santana, expoente cultural de São Pedro de Alcântara, e que se notabilizou por conquistar o título de maior compositor de música sacra católica no Brasil.
Foi o mais dedicado e maior compositor do Estado. E definia esta evolução como a “música teuto-catarinense”.
A unidade familiar e a fé católica, a presença nas atividades religiosas com associações corais para abrilhantar a liturgia das celebrações e nas inúmeras exibições folclóricas, integraram os nativos com os recém-chegados durante séculos.
De acordo com o maestro, músico e compositor José Acácio Santana, a música permitiu que os germânicos aprendessem mais facilmente a língua portuguesa e que os catarinenses tivessem mais facilidade de comunicação com os alemães.
Regente do Coral da UFSC por mais de 33 anos, Santana viveu pela música e para a música.
Produziu mais de 3.000 obras, num leque que incluía canções infantis, oratório, melodias sacras e populares e óperas, com múltiplos gêneros da música vocal.
Gravou com diferentes corais vários discos LP, depois CDs e vídeos que estão disponíveis no Youtube.
Foi homenageado com vários títulos honoríficos, incluindo a Medalha Anita Garibaldi, a principal condecoração do governo de Santa Catarina.
Fatos relevantes
- Marco da imigração alemã no Brasil, por representar a primeira colônia organizada pela monarquia, serviu de modelo para outras colônias no Sul do Brasil.
- A praça Leopoldo Francisco Kretzer, no coração da cidade, em frente à Igreja Matriz, abriga marcos históricos e culturais, com destaque para o Obelisco dos Sobrenomes e o Monumento do Centenário da Imigração.
- Formação cultural e religiosa. Os imigrantes mantiveram a língua alemã e dialetos, preservando até hoje as tradições culturais e culinárias. Além disso, destacam-se as raízes católicas, diferenciando-a de outras colônias germânicas de maioria luterana. O título dado foi homenagem a São Pedro de Alcântara, padroeiro de Dom Pedro I.
- Organização comunitária. A colônia desenvolveu práticas de agricultura familiar, com lotes individuais para os colonos, muitas vezes atuando em sistema coletivo. As famílias mantinham um estilo de vida baseado no trabalho coletivo e em valores comunitários.
- Patrimônio histórico. A cidade está na Rota da Imigração Alemã em Santa Catarina e é reconhecida como um símbolo da integração entre culturas europeias e brasileiras.
Linha do tempo da imigração em São Pedro de Alcântara
- 1824 – Dom Pedro I assina o decreto incentivando a imigração europeia para o Brasil, principalmente de alemães.
- 1829 — 1º de março: chegada das primeiras 94 famílias alemãs (cerca de 500 pessoas) em São Pedro de Alcântara.
- 1830 a 1850 — A colônia cresce lentamente devido à dificuldade do terreno e os colonos constroem casas de madeira, cultivam milho, mandioca e criam animais.
- 1850 — Início das migrações internas, com muitos colonos e seus descendentes saindo de São Pedro de Alcântara para fundar novas colônias em regiões mais férteis.
- 1890 a 1920 — A cultura alemã se consolida com festas típicas, ensino em alemão, vestuário, alimentação e igrejas católicas alemãs.
- 1930 a 1945 — Durante a ditadura de Getúlio Vargas, na Segunda Guerra Mundial, os imigrantes sofrem forte repressão à cultura alemã, com fechamento de escolas comunitárias, perseguição cultural e, sobretudo, com a proibição de uso da língua.
- 1994 — São Pedro de Alcântara torna-se município emancipado, separando-se de São José.