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16 Apr 2025, Wed

INXS celebra 40 anos de álbum clássico, aceita comparação com Maroon 5 e exalta Rock in Rio 91




Ao g1, guitarrista e saxofonista comenta edição deluxe de ‘Listen Like Thieves’, que mudou grupo de patamar. ‘Não éramos uma banda que soava como o AC/DC, todo disco igual.’ O vocalista Michael Hutchence e o guitarrista Kirk Pengilly em show do INXS
Divulgação/Universal Music
Os australianos do INXS já tinham quatro álbuns lançados entre 1980 e 1984 quando saiu “Listen Like Thieves”. Mas foi este disco, que ganha edição deluxe cheia de conteúdos inéditos, que mudou a banda de patamar.
Liderados pelo mais que carismático vocalista Michael Hutchence (1960-1997), a banda de pop funk rock se tornou onipresente nas rádios e na MTV. As plateias da banda começaram a ficar gigantes a partir de “What You Need”, seu primeiro grande sucesso fora da Austrália.
Ao g1, o guitarrista e saxofonista Kirk Pengilly fala sobre o relançamento do álbum em comemoração aos 40 anos do lançamento. Ele fala sobre como a banda influência o Maroon 5 e relembra os shows “eletrizantes” no Rock in Rio, em 1991. “A plateia se comportou como se estivesse em um jogo de futebol, com todos cantando as partes musicais juntos.”
Veja os trechos principais da entrevista:
G1 – O que você acha que fez este álbum se destacar em comparação com outros da mesma época?
Kirk Pengilly – Acho que nos diferenciamos de várias maneiras. Nossos discos tinham músicas bastante diferentes umas das outras. Não éramos uma banda que era como o AC/DC, todo disco soando igual. Sempre estávamos experimentando e tentando coisas diferentes. Cada álbum era uma oportunidade para explorar novos sons e estilos. Por exemplo, em um álbum podíamos ter uma música com influências de funk, enquanto em outro podíamos ter uma faixa mais rock. Essa diversidade musical nos permitiu atrair diferentes públicos e manter nossa música fresca e interessante ao longo dos anos.
G1 – E como você acha que o som da banda envelheceu? Você acredita que a música do INXS ainda faz sentido hoje?
Kirk Pengilly – Sim, especialmente com uma música como “What You Need”. Acho que encontramos nosso som com este álbum. Antes disso, estávamos ainda experimentando e tentando descobrir qual era a nossa identidade musical. Com “What You Need”, sentimos que conseguimos capturar a essência do que queríamos expressar. Foi um processo de amadurecimento, onde aprendemos a combinar influências e criar algo único. Esse álbum marcou um ponto de virada, em que sentimos que tínhamos encontrado nosso lugar na indústria musical.
G1 – Até que ponto o sucesso de ‘What You Need’ foi um termômetro para entender o tipo de som que vocês queriam fazer e que o público queria ouvir?
Kirk Pengilly – Nunca fizemos música pensando no que o público queria ouvir. Fazíamos música para nós mesmos. Basicamente, ouvíamos todas as nossas demos e músicas e escolhemos as que amávamos, encaixando-as juntas de forma orgânica. “What You Need” foi a última música que gravamos para o álbum, e inicialmente ela foi deixada de lado. Mas quando voltamos a ouvi-la, percebemos que ela era a peça que faltava no quebra-cabeça. Foi uma decisão intuitiva, baseada no que sentíamos que funcionava melhor para nós como banda. O sucesso foi uma agradável surpresa, mas nunca foi o nosso objetivo principal.
G1 – Sou fã do uso de saxofone na música pop, mas percebi que muitas pessoas consideram cafona ou ultrapassado, embora esteja presente em sucessos mais recentes de artistas como Lady Gaga e Katy Perry. Por que você acha que o saxofone não é usado tanto na música de hoje?
Kirk Pengilly – Acho que certas coisas entram e saem de moda. Os anos 80 foram uma época muito criativa e experimental, com bandas usando trombones, trompetes e outros instrumentos de orquestra. Eu comecei a tocar saxofone mais tarde, pois tínhamos três guitarristas na banda e todos não podiam tocar guitarra o tempo todo.
“O saxofone é um instrumento versátil, pode soar agressivo, sexy, suave e melancólico. Escolhi o saxofone porque ele oferecia uma gama de emoções e texturas para enriquecer nossas músicas. Embora o saxofone não seja tão comum na música pop hoje, ele ainda tem seu lugar e pode adicionar um toque especial quando usado de maneira criativa.”
G1 – Bandas de pop funk rock como Maroon 5 foram comparadas ao INXS. Você vê alguma semelhança?
Kirk Pengilly – Sim, o pessoal do Maroon 5 já disse que o INXS foi uma grande influência. Eles são uma banda interessante, com muitos hits e que experimenta diferentes estilos. É gratificante saber que nossa música inspirou outras bandas. O Maroon 5 tem uma abordagem semelhante à nossa. Eles também têm uma forte presença de palco e uma conexão genuína com seus fãs, algo que sempre valorizamos.
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G1 – O que você lembra do show no Rock in Rio de 1991, no Maracanã? Fizemos uma votação com jornalistas (clique para ver o top 40) e o show foi considerado um dos melhores da história do festival.
Kirk Pengilly – Foi um show incrível. Tocamos depois da meia-noite, muito tarde, com cerca de 150 mil pessoas. O público estava muito animado… Talvez por uma questão de idioma, vocês falam português, então em vez de cantar as letras, os fãs cantavam os riffs das músicas, como em “Devil Inside”. A plateia se comportou como se estivesse em um jogo de futebol, com todos cantando as partes msucais juntos. A energia do público foi indescritível, e isso nos motivou a dar o nosso melhor no palco. Lembro-me de como a multidão reagiu a cada nota, criando uma atmosfera eletrizante. Foi um dos momentos mais memoráveis da nossa carreira.
Michael Hutchence, vocalista do INXS, no camarim da banda
Divulgação/Universal Music
G1 – Como foi viver e trabalhar de perto com o Michael Hutchence? O que foi mais desafiador e o que você mais sente falta dele?
Kirk Pengilly – Sinto falta de tudo do Michael. Sempre fomos e ainda somos como uma família. Eram três irmãos na banda [Tim, Jon e Andrew Farris], então sempre tivemos uma conexão muito forte. Trabalhar com Michael era natural para nós, pois crescemos juntos na escola, escrevendo músicas e depois saindo em turnês. Michael tinha uma verdadeira paixão pela vida e queria experimentar tudo o que o mundo tinha a oferecer. Tudo com ele era muito pessoal. Ele fazia um contato visual constante, sendo uma pessoa incrível e um performer excepcional. Acho que ele é um dos melhores frontmen de todos os tempos e é muito querido por todos nós. Ele tinha uma sede de vida e queria tentar tudo o que podia no mundo. Ele realmente se dedicou a isso e acho que conseguiu ir fundo nessa busca.
LEIA MAIS: Por que auge do Men At Work durou tão pouco?
G1 – Como funciona o processo de aprovação de músicas do INXS para filmes e comerciais? Hoje, acredito que seja a maior fonte de renda para vocês, certo?
Kirk Pengilly – Sim. Temos uma pessoa especial, que cuida disso e tenta colocar nossas músicas em diferentes projetos. Recebemos tudo por e-mail, pois moramos em diferentes partes do mundo. Se é algo para um filme ou comercial, geralmente recebemos uma ideia ou um vídeo em uma versão bem inicial. Daí, decidimos se é bom para nós e votamos entre nós se vamos liberar ou não. Se a maioria aprovar, liberamos. Recebemos muitas ofertas para filmes e comerciais, e é incrível pensar que nossas músicas ainda são tocadas em rádios pelo mundo.
“Se você pensar bem, nos anos 80, não ouvíamos tantas músicas de 40 anos atrás naquela época, como as da era do swing, Frank Sinatra e coisas assim. Mas agora ouvimos músicas de todas as épocas. É realmente gratificante e uma honra que nossa música ainda seja ouvida e que possamos relançar álbuns como ‘Listen Like Thieves’ como se fossem novos.”
A banda australiana INXS
Divulgação/Universal Music
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Ao g1, guitarrista e saxofonista comenta edição deluxe de ‘Listen Like Thieves’, que mudou grupo de patamar. ‘Não éramos uma banda que soava como o AC/DC, todo disco igual.’ O vocalista Michael Hutchence e o guitarrista Kirk Pengilly em show do INXS
Divulgação/Universal Music
Os australianos do INXS já tinham quatro álbuns lançados entre 1980 e 1984 quando saiu “Listen Like Thieves”. Mas foi este disco, que ganha edição deluxe cheia de conteúdos inéditos, que mudou a banda de patamar.
Liderados pelo mais que carismático vocalista Michael Hutchence (1960-1997), a banda de pop funk rock se tornou onipresente nas rádios e na MTV. As plateias da banda começaram a ficar gigantes a partir de “What You Need”, seu primeiro grande sucesso fora da Austrália.
Ao g1, o guitarrista e saxofonista Kirk Pengilly fala sobre o relançamento do álbum em comemoração aos 40 anos do lançamento. Ele fala sobre como a banda influência o Maroon 5 e relembra os shows “eletrizantes” no Rock in Rio, em 1991. “A plateia se comportou como se estivesse em um jogo de futebol, com todos cantando as partes musicais juntos.”
Veja os trechos principais da entrevista:
G1 – O que você acha que fez este álbum se destacar em comparação com outros da mesma época?
Kirk Pengilly – Acho que nos diferenciamos de várias maneiras. Nossos discos tinham músicas bastante diferentes umas das outras. Não éramos uma banda que era como o AC/DC, todo disco soando igual. Sempre estávamos experimentando e tentando coisas diferentes. Cada álbum era uma oportunidade para explorar novos sons e estilos. Por exemplo, em um álbum podíamos ter uma música com influências de funk, enquanto em outro podíamos ter uma faixa mais rock. Essa diversidade musical nos permitiu atrair diferentes públicos e manter nossa música fresca e interessante ao longo dos anos.
G1 – E como você acha que o som da banda envelheceu? Você acredita que a música do INXS ainda faz sentido hoje?
Kirk Pengilly – Sim, especialmente com uma música como “What You Need”. Acho que encontramos nosso som com este álbum. Antes disso, estávamos ainda experimentando e tentando descobrir qual era a nossa identidade musical. Com “What You Need”, sentimos que conseguimos capturar a essência do que queríamos expressar. Foi um processo de amadurecimento, onde aprendemos a combinar influências e criar algo único. Esse álbum marcou um ponto de virada, em que sentimos que tínhamos encontrado nosso lugar na indústria musical.
G1 – Até que ponto o sucesso de ‘What You Need’ foi um termômetro para entender o tipo de som que vocês queriam fazer e que o público queria ouvir?
Kirk Pengilly – Nunca fizemos música pensando no que o público queria ouvir. Fazíamos música para nós mesmos. Basicamente, ouvíamos todas as nossas demos e músicas e escolhemos as que amávamos, encaixando-as juntas de forma orgânica. “What You Need” foi a última música que gravamos para o álbum, e inicialmente ela foi deixada de lado. Mas quando voltamos a ouvi-la, percebemos que ela era a peça que faltava no quebra-cabeça. Foi uma decisão intuitiva, baseada no que sentíamos que funcionava melhor para nós como banda. O sucesso foi uma agradável surpresa, mas nunca foi o nosso objetivo principal.
G1 – Sou fã do uso de saxofone na música pop, mas percebi que muitas pessoas consideram cafona ou ultrapassado, embora esteja presente em sucessos mais recentes de artistas como Lady Gaga e Katy Perry. Por que você acha que o saxofone não é usado tanto na música de hoje?
Kirk Pengilly – Acho que certas coisas entram e saem de moda. Os anos 80 foram uma época muito criativa e experimental, com bandas usando trombones, trompetes e outros instrumentos de orquestra. Eu comecei a tocar saxofone mais tarde, pois tínhamos três guitarristas na banda e todos não podiam tocar guitarra o tempo todo.
“O saxofone é um instrumento versátil, pode soar agressivo, sexy, suave e melancólico. Escolhi o saxofone porque ele oferecia uma gama de emoções e texturas para enriquecer nossas músicas. Embora o saxofone não seja tão comum na música pop hoje, ele ainda tem seu lugar e pode adicionar um toque especial quando usado de maneira criativa.”
G1 – Bandas de pop funk rock como Maroon 5 foram comparadas ao INXS. Você vê alguma semelhança?
Kirk Pengilly – Sim, o pessoal do Maroon 5 já disse que o INXS foi uma grande influência. Eles são uma banda interessante, com muitos hits e que experimenta diferentes estilos. É gratificante saber que nossa música inspirou outras bandas. O Maroon 5 tem uma abordagem semelhante à nossa. Eles também têm uma forte presença de palco e uma conexão genuína com seus fãs, algo que sempre valorizamos.
LEIA MAIS: Counting Crows e os segredos de ‘Mr. Jones’
Cantor de ‘Mmm mmm mmm mmm’ explica letra
G1 – O que você lembra do show no Rock in Rio de 1991, no Maracanã? Fizemos uma votação com jornalistas (clique para ver o top 40) e o show foi considerado um dos melhores da história do festival.
Kirk Pengilly – Foi um show incrível. Tocamos depois da meia-noite, muito tarde, com cerca de 150 mil pessoas. O público estava muito animado… Talvez por uma questão de idioma, vocês falam português, então em vez de cantar as letras, os fãs cantavam os riffs das músicas, como em “Devil Inside”. A plateia se comportou como se estivesse em um jogo de futebol, com todos cantando as partes msucais juntos. A energia do público foi indescritível, e isso nos motivou a dar o nosso melhor no palco. Lembro-me de como a multidão reagiu a cada nota, criando uma atmosfera eletrizante. Foi um dos momentos mais memoráveis da nossa carreira.
Michael Hutchence, vocalista do INXS, no camarim da banda
Divulgação/Universal Music
G1 – Como foi viver e trabalhar de perto com o Michael Hutchence? O que foi mais desafiador e o que você mais sente falta dele?
Kirk Pengilly – Sinto falta de tudo do Michael. Sempre fomos e ainda somos como uma família. Eram três irmãos na banda [Tim, Jon e Andrew Farris], então sempre tivemos uma conexão muito forte. Trabalhar com Michael era natural para nós, pois crescemos juntos na escola, escrevendo músicas e depois saindo em turnês. Michael tinha uma verdadeira paixão pela vida e queria experimentar tudo o que o mundo tinha a oferecer. Tudo com ele era muito pessoal. Ele fazia um contato visual constante, sendo uma pessoa incrível e um performer excepcional. Acho que ele é um dos melhores frontmen de todos os tempos e é muito querido por todos nós. Ele tinha uma sede de vida e queria tentar tudo o que podia no mundo. Ele realmente se dedicou a isso e acho que conseguiu ir fundo nessa busca.
LEIA MAIS: Por que auge do Men At Work durou tão pouco?
G1 – Como funciona o processo de aprovação de músicas do INXS para filmes e comerciais? Hoje, acredito que seja a maior fonte de renda para vocês, certo?
Kirk Pengilly – Sim. Temos uma pessoa especial, que cuida disso e tenta colocar nossas músicas em diferentes projetos. Recebemos tudo por e-mail, pois moramos em diferentes partes do mundo. Se é algo para um filme ou comercial, geralmente recebemos uma ideia ou um vídeo em uma versão bem inicial. Daí, decidimos se é bom para nós e votamos entre nós se vamos liberar ou não. Se a maioria aprovar, liberamos. Recebemos muitas ofertas para filmes e comerciais, e é incrível pensar que nossas músicas ainda são tocadas em rádios pelo mundo.
“Se você pensar bem, nos anos 80, não ouvíamos tantas músicas de 40 anos atrás naquela época, como as da era do swing, Frank Sinatra e coisas assim. Mas agora ouvimos músicas de todas as épocas. É realmente gratificante e uma honra que nossa música ainda seja ouvida e que possamos relançar álbuns como ‘Listen Like Thieves’ como se fossem novos.”
A banda australiana INXS
Divulgação/Universal Music
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