
Era para ser mais uma chuva de verão, mas a água que começou a cair no dia 16 de janeiro em Santa Catarina não era qualquer pancada. Ela chegou espessa, forte e ininterrupta. Em poucas horas, acumulados superiores a 200 milímetros de chuva. Superior à média histórica do mês de janeiro.
As chuvas causaram alagamentos, deslizamentos, danos a estruturas urbanas e o comprometimento de vias e moradias, muitos deles ainda em recuperação.
Três meses após a chuva de 16 de janeiro, a Prefeitura de Florianópolis ainda trabalha em alguns pontos que foram prejudicados, e moradores dos bairros mais atingidos ainda aguardam para voltar à rotina. Um deles está entrando com processo na Justiça para reaver os prejuízos.

Em Florianópolis, os impactos da chuva de 16 de janeiro se espalharam por todas as regiões da cidade.
Pelo menos 20 bairros foram severamente afetados, com destaque para as regiões centrais e Norte da Ilha como João Paulo, Saco Grande, Ingleses, Cacupé, Santo Antônio de Lisboa, Sambaqui e Ponta das Canas; e no Sul da Ilha, como Costeira do Pirajubaé e Saco dos Limões.
Também houve registro de deslizamentos no Maciço do Morro da Cruz. A SC-401, a principal via de acesso ao Norte da Ilha, ficou bloqueada por mais de 15 horas, causando congestionamento de 16 km.
Turismo afetado pela chuva de 16 de janeiro
Crateras se abriram em diversas ruas, muros desabaram, e a água invadiu casas, comércios e avenidas. A força da enxurrada arrastou veículos, móveis e lixo pelas ruas, especialmente em regiões com declive acentuado.
A cidade entrou em estado de atenção, e equipes de limpeza e manutenção foram acionadas ainda durante o temporal para mitigar os danos. A chuva afetou também o turismo em plena alta temporada.
Várias praias ficaram cobertas por detritos e a areia revirada. O acesso a algumas regiões ficou temporariamente bloqueado, e pontos turísticos sofreram com o acúmulo de resíduos.
Dono de carro destruído ao cair em cratera ainda aguarda ressarcimento
Naquele dia da chuva, Edmilson Antônio Dias viveu o dia mais difícil dos seus 74 anos. Morador do Caminho dos Açores, em Santo Antônio de Lisboa, há mais de quatro décadas, saiu de casa em direção ao Centro do bairro quando o asfalto cedeu.
“A força foi tão grande que me jogou para a frente. Ainda bem que eu estava com cinto de segurança, porque o airbag bateu direto no meu rosto”, conta.

Preso no banco do motorista, percebeu a água, que começava a entrar por baixo. Do lado de fora, chovia sem parar. Dentro do carro, o desespero crescia. “Pensei: ‘Vou soltar o cinto e me jogar’, mas a água iria me levar.”
O drama se agravava porque seis meses antes, Edmilson havia passado por uma cirurgia no quadril.
“Minha perna ficou enfiada. Falei: ‘Meu Deus, não posso morrer aqui’. Me arrastei do banco até o capô do carro. Senti o ferro da cirurgia e pensei: vai quebrar tudo. Uma perna ficou presa, a outra pendurada. Fazia seis meses da cirurgia”, relembra.
A lembrança do momento em que foi içado pelos bombeiros ainda o emociona. “A corda me apertava, me arranhava no asfalto. Foi desesperador. Uma vizinha que eu nunca tinha visto me acolheu na casa dela.”
Perda total
Três dias depois, o carro foi retirado do buraco. “O asfalto caiu todo em cima do carro. Quando tiraram, estava destruído. Foi perda total. E nem seguro eu tinha”, conta, mostrando o veículo ainda sujo de barro parado na garagem.
Para se locomover, contou com a solidariedade de um amigo.
“Fiquei sem carro. Aí um amigo meu disse que iria comprar um carro pra mim. Falei que não tinha dinheiro para pagar. Ele respondeu: ‘Se levar dez anos, você me paga. Não tem problema.’ Me deu um Citroën, com seguro e tudo. Um anjo.”
Edmilson agora trava uma batalha na Justiça para buscar reparação pelos danos materiais e físicos. “Foi falta de manutenção”, reitera.
Descoberta de ferimentos semanas depois
Segundo Edmilson, o problema de a rua ceder quando chove muito no Caminho dos Açores não é novo. Ele conta que em 1994 o mesmo ponto cedeu após uma forte chuva. “A diferença é que naquela época levaram seis, sete meses para arrumar. Agora, levaram três.”
Edmilson só descobriu a gravidade dos machucados semanas depois do acidente.
“Naquele dia, fiz um raio-X, mas não apareceu nada. Um mês depois, minha perna continuava inchada. Voltei lá, fizeram novos exames e encontraram duas fraturas. Só que aí já tinham solidificado. Não adiantava fazer mais nada”, disse.
Agora, três meses após o acidente, Edmilson ainda aguarda o laudo definitivo do IML, que ainda não foi liberado.
Marcas da água ainda estão nas paredes
A poucos quilômetros dali, Lúcia de Fátima, no Monte Verde, aponta as marcas que ainda restam nas paredes. “Subiu até aqui, ó”, diz, indicando com a mão o nível da água.
Dentro de casa, quase nada pôde ser salvo. “Perdi o sofá, o guarda-roupa, a cômoda. Todas as roupas íntimas, minha filha que me deu tudo. Vai tudo fora. A lama fica horrível”, relembra.
Com o celular em mãos, mostra as imagens que conseguiu registrar. A água alcançou a caixinha do correio e a rua de frente parecia fazer parte do rio. Ela tentou salvar a geladeira colocando-a deitada sobre a mesa de madeira maciça.
Adriana Lauth Gualberto, 68, que mora há quatro décadas no Córrego Grande, recorda que essa não foi a primeira vez que o Rio Itacorubi transbordou, mas foi, com certeza, a mais violenta.
“Já teve duas enchentes, mas nunca de ver os carros boiando, de as pessoas terem que pular muro, de não saber o que era rua e o que era água. Como dizia minha mãe: o que é da natureza, a natureza vem buscar.”

Reconstrução em curso e foco na prevenção
Três meses após o temporal, a Prefeitura de Florianópolis fez um balanço dos trabalhos de recuperação das vias e infraestrutura da cidade.
A avaliação, segundo o secretário de Infraestrutura e Manutenção da Cidade, Rafael Hahne, é de que os principais pontos afetados já foram restabelecidos, embora algumas frentes de obra ainda estejam em andamento.
“A partir do meio-dia do dia 17 de janeiro, iniciamos um trabalho de recuperação da cidade como um todo”, afirmou. O trabalho desde então vinha acontecendo com mais de 20 equipes.
Segundo Hahne, a obra no Caminho dos Açores e o muro da comunidade Nova Trento estão entre as principais intervenções já finalizadas.
“A pavimentação do Caminho dos Açores, no trecho principal, que é um caminho alternativo de trânsito, a gente também fez na semana passada. Estamos executando agora os muros de vedação, as cercas e os passeios que faltam finalizar”, disse.
“O muro na comunidade do Nova Trento, na João Carvalho, já está 100% pronto. Estamos fazendo acabamentos ainda, para entregar essa obra nos próximos dias de forma definitiva.”
Em obras
Ainda há pontos em obras, especialmente em bairros como Sambaqui, Santo Antônio, Cacupé e Córrego Grande.
“Sempre disse que, na nossa expectativa, seria pelo menos necessário até o final deste mês, início de maio, para a gente conseguir recuperar 100% a cidade”, comentou.
“Temos ainda obras que estão acontecendo, por exemplo, em alguns trechos do Córrego Grande, em alguns pontos do Sambaqui e Santo Antônio, Cacupé também.”

A recuperação da cidade, segundo o secretário, só foi possível com o trabalho integrado entre diferentes pastas e órgãos.
“É um trabalho conjunto. Além da infraestrutura, tivemos a Secretaria do Continente que ajudou, a Secretaria de Meio Ambiente, a Defesa Civil, Guarda Municipal e a Secretaria de Segurança e Ordem Pública também que atuaram, desde os primeiros momentos da chuva, até o acompanhamento das ações de recuperação.”
Entre os focos atuais, estão os trabalhos de prevenção para evitar novos colapsos em caso de chuvas intensas.
“Estamos fazendo a manutenção das redes de drenagem. Quando acontece uma chuva com muito volume em pouco tempo, a gente acaba tendo esse assoreamento. Estamos com as equipes ainda nesse trabalho de limpeza das tubulações, as limpezas das caixas, preparando para que o sistema volte a funcionar em sua plenitude”, reitera.
Para Hahne, o resultado dos últimos meses é positivo. “Acho que conseguimos, nesses 90 dias de trabalho, colocar a cidade de novo em ordem, recuperar as principais vias. E o trabalho de manutenção continua.”
“É importante a cidade estar preparada para esse tipo de ocorrência. O trabalho preventivo de manutenção, de limpeza, tanto de lixo, de canais e das próprias redes de drenagem é fundamental para que a gente tenha cada vez menos impactos com as chuvas”, complementa.
“É muito gratificante ver que a gente conseguiu dar conta do rescaldo dessa difícil ocorrência e voltar com a cidade rapidamente em operação”, argumenta.
No Estado, 13 cidades decretaram situação de emergência por causa da chuva
A intensa chuva de 16 de janeiro também causou estragos severos em outras regiões do Estado.
No total, 13 municípios de Santa Catarina decretaram situação de emergência: Balneário Camboriú, Biguaçu, Camboriú, Florianópolis, Gaspar, Governador Celso Ramos, Ilhota, Itapema, Palhoça, Porto Belo, São José, São Pedro de Alcântara e Tijucas.
As cidades registraram alagamentos, destruição parcial de vias e moradias, além do deslocamento de moradores para abrigos improvisados.
Na BR-101, em Biguaçu, o tráfego só foi liberado depois de 80 horas, quando uma das paredes da galeria de água se rompeu após as fortes chuvas.
O trabalho, feito pela Arteris Litoral Sul, ocupou 70 colaboradores e 40 equipamentos, entre caminhões, escavadeiras e guindastes.
A Defesa Civil estadual passou a coordenar a distribuição de ajuda humanitária já no fim de semana seguinte.
Seis municípios receberam apoio emergencial com água potável, cestas básicas, kits de limpeza e colchões. A entrega dos itens foi feita com apoio de equipes do Corpo de Bombeiros e das secretarias estaduais.
Em Tijucas, por exemplo, o envio de itens básicos somou R$ 170,3 mil, enquanto Balneário Camboriú recebeu cerca de R$ 22,6 mil em insumos emergenciais.

Era para ser mais uma chuva de verão, mas a água que começou a cair no dia 16 de janeiro em Santa Catarina não era qualquer pancada. Ela chegou espessa, forte e ininterrupta. Em poucas horas, acumulados superiores a 200 milímetros de chuva. Superior à média histórica do mês de janeiro.
As chuvas causaram alagamentos, deslizamentos, danos a estruturas urbanas e o comprometimento de vias e moradias, muitos deles ainda em recuperação.
Três meses após a chuva de 16 de janeiro, a Prefeitura de Florianópolis ainda trabalha em alguns pontos que foram prejudicados, e moradores dos bairros mais atingidos ainda aguardam para voltar à rotina. Um deles está entrando com processo na Justiça para reaver os prejuízos.

Em Florianópolis, os impactos da chuva de 16 de janeiro se espalharam por todas as regiões da cidade.
Pelo menos 20 bairros foram severamente afetados, com destaque para as regiões centrais e Norte da Ilha como João Paulo, Saco Grande, Ingleses, Cacupé, Santo Antônio de Lisboa, Sambaqui e Ponta das Canas; e no Sul da Ilha, como Costeira do Pirajubaé e Saco dos Limões.
Também houve registro de deslizamentos no Maciço do Morro da Cruz. A SC-401, a principal via de acesso ao Norte da Ilha, ficou bloqueada por mais de 15 horas, causando congestionamento de 16 km.
Turismo afetado pela chuva de 16 de janeiro
Crateras se abriram em diversas ruas, muros desabaram, e a água invadiu casas, comércios e avenidas. A força da enxurrada arrastou veículos, móveis e lixo pelas ruas, especialmente em regiões com declive acentuado.
A cidade entrou em estado de atenção, e equipes de limpeza e manutenção foram acionadas ainda durante o temporal para mitigar os danos. A chuva afetou também o turismo em plena alta temporada.
Várias praias ficaram cobertas por detritos e a areia revirada. O acesso a algumas regiões ficou temporariamente bloqueado, e pontos turísticos sofreram com o acúmulo de resíduos.
Dono de carro destruído ao cair em cratera ainda aguarda ressarcimento
Naquele dia da chuva, Edmilson Antônio Dias viveu o dia mais difícil dos seus 74 anos. Morador do Caminho dos Açores, em Santo Antônio de Lisboa, há mais de quatro décadas, saiu de casa em direção ao Centro do bairro quando o asfalto cedeu.
“A força foi tão grande que me jogou para a frente. Ainda bem que eu estava com cinto de segurança, porque o airbag bateu direto no meu rosto”, conta.

Preso no banco do motorista, percebeu a água, que começava a entrar por baixo. Do lado de fora, chovia sem parar. Dentro do carro, o desespero crescia. “Pensei: ‘Vou soltar o cinto e me jogar’, mas a água iria me levar.”
O drama se agravava porque seis meses antes, Edmilson havia passado por uma cirurgia no quadril.
“Minha perna ficou enfiada. Falei: ‘Meu Deus, não posso morrer aqui’. Me arrastei do banco até o capô do carro. Senti o ferro da cirurgia e pensei: vai quebrar tudo. Uma perna ficou presa, a outra pendurada. Fazia seis meses da cirurgia”, relembra.
A lembrança do momento em que foi içado pelos bombeiros ainda o emociona. “A corda me apertava, me arranhava no asfalto. Foi desesperador. Uma vizinha que eu nunca tinha visto me acolheu na casa dela.”
Perda total
Três dias depois, o carro foi retirado do buraco. “O asfalto caiu todo em cima do carro. Quando tiraram, estava destruído. Foi perda total. E nem seguro eu tinha”, conta, mostrando o veículo ainda sujo de barro parado na garagem.
Para se locomover, contou com a solidariedade de um amigo.
“Fiquei sem carro. Aí um amigo meu disse que iria comprar um carro pra mim. Falei que não tinha dinheiro para pagar. Ele respondeu: ‘Se levar dez anos, você me paga. Não tem problema.’ Me deu um Citroën, com seguro e tudo. Um anjo.”
Edmilson agora trava uma batalha na Justiça para buscar reparação pelos danos materiais e físicos. “Foi falta de manutenção”, reitera.
Descoberta de ferimentos semanas depois
Segundo Edmilson, o problema de a rua ceder quando chove muito no Caminho dos Açores não é novo. Ele conta que em 1994 o mesmo ponto cedeu após uma forte chuva. “A diferença é que naquela época levaram seis, sete meses para arrumar. Agora, levaram três.”
Edmilson só descobriu a gravidade dos machucados semanas depois do acidente.
“Naquele dia, fiz um raio-X, mas não apareceu nada. Um mês depois, minha perna continuava inchada. Voltei lá, fizeram novos exames e encontraram duas fraturas. Só que aí já tinham solidificado. Não adiantava fazer mais nada”, disse.
Agora, três meses após o acidente, Edmilson ainda aguarda o laudo definitivo do IML, que ainda não foi liberado.
Marcas da água ainda estão nas paredes
A poucos quilômetros dali, Lúcia de Fátima, no Monte Verde, aponta as marcas que ainda restam nas paredes. “Subiu até aqui, ó”, diz, indicando com a mão o nível da água.
Dentro de casa, quase nada pôde ser salvo. “Perdi o sofá, o guarda-roupa, a cômoda. Todas as roupas íntimas, minha filha que me deu tudo. Vai tudo fora. A lama fica horrível”, relembra.
Com o celular em mãos, mostra as imagens que conseguiu registrar. A água alcançou a caixinha do correio e a rua de frente parecia fazer parte do rio. Ela tentou salvar a geladeira colocando-a deitada sobre a mesa de madeira maciça.
Adriana Lauth Gualberto, 68, que mora há quatro décadas no Córrego Grande, recorda que essa não foi a primeira vez que o Rio Itacorubi transbordou, mas foi, com certeza, a mais violenta.
“Já teve duas enchentes, mas nunca de ver os carros boiando, de as pessoas terem que pular muro, de não saber o que era rua e o que era água. Como dizia minha mãe: o que é da natureza, a natureza vem buscar.”

Reconstrução em curso e foco na prevenção
Três meses após o temporal, a Prefeitura de Florianópolis fez um balanço dos trabalhos de recuperação das vias e infraestrutura da cidade.
A avaliação, segundo o secretário de Infraestrutura e Manutenção da Cidade, Rafael Hahne, é de que os principais pontos afetados já foram restabelecidos, embora algumas frentes de obra ainda estejam em andamento.
“A partir do meio-dia do dia 17 de janeiro, iniciamos um trabalho de recuperação da cidade como um todo”, afirmou. O trabalho desde então vinha acontecendo com mais de 20 equipes.
Segundo Hahne, a obra no Caminho dos Açores e o muro da comunidade Nova Trento estão entre as principais intervenções já finalizadas.
“A pavimentação do Caminho dos Açores, no trecho principal, que é um caminho alternativo de trânsito, a gente também fez na semana passada. Estamos executando agora os muros de vedação, as cercas e os passeios que faltam finalizar”, disse.
“O muro na comunidade do Nova Trento, na João Carvalho, já está 100% pronto. Estamos fazendo acabamentos ainda, para entregar essa obra nos próximos dias de forma definitiva.”
Em obras
Ainda há pontos em obras, especialmente em bairros como Sambaqui, Santo Antônio, Cacupé e Córrego Grande.
“Sempre disse que, na nossa expectativa, seria pelo menos necessário até o final deste mês, início de maio, para a gente conseguir recuperar 100% a cidade”, comentou.
“Temos ainda obras que estão acontecendo, por exemplo, em alguns trechos do Córrego Grande, em alguns pontos do Sambaqui e Santo Antônio, Cacupé também.”

A recuperação da cidade, segundo o secretário, só foi possível com o trabalho integrado entre diferentes pastas e órgãos.
“É um trabalho conjunto. Além da infraestrutura, tivemos a Secretaria do Continente que ajudou, a Secretaria de Meio Ambiente, a Defesa Civil, Guarda Municipal e a Secretaria de Segurança e Ordem Pública também que atuaram, desde os primeiros momentos da chuva, até o acompanhamento das ações de recuperação.”
Entre os focos atuais, estão os trabalhos de prevenção para evitar novos colapsos em caso de chuvas intensas.
“Estamos fazendo a manutenção das redes de drenagem. Quando acontece uma chuva com muito volume em pouco tempo, a gente acaba tendo esse assoreamento. Estamos com as equipes ainda nesse trabalho de limpeza das tubulações, as limpezas das caixas, preparando para que o sistema volte a funcionar em sua plenitude”, reitera.
Para Hahne, o resultado dos últimos meses é positivo. “Acho que conseguimos, nesses 90 dias de trabalho, colocar a cidade de novo em ordem, recuperar as principais vias. E o trabalho de manutenção continua.”
“É importante a cidade estar preparada para esse tipo de ocorrência. O trabalho preventivo de manutenção, de limpeza, tanto de lixo, de canais e das próprias redes de drenagem é fundamental para que a gente tenha cada vez menos impactos com as chuvas”, complementa.
“É muito gratificante ver que a gente conseguiu dar conta do rescaldo dessa difícil ocorrência e voltar com a cidade rapidamente em operação”, argumenta.
No Estado, 13 cidades decretaram situação de emergência por causa da chuva
A intensa chuva de 16 de janeiro também causou estragos severos em outras regiões do Estado.
No total, 13 municípios de Santa Catarina decretaram situação de emergência: Balneário Camboriú, Biguaçu, Camboriú, Florianópolis, Gaspar, Governador Celso Ramos, Ilhota, Itapema, Palhoça, Porto Belo, São José, São Pedro de Alcântara e Tijucas.
As cidades registraram alagamentos, destruição parcial de vias e moradias, além do deslocamento de moradores para abrigos improvisados.
Na BR-101, em Biguaçu, o tráfego só foi liberado depois de 80 horas, quando uma das paredes da galeria de água se rompeu após as fortes chuvas.
O trabalho, feito pela Arteris Litoral Sul, ocupou 70 colaboradores e 40 equipamentos, entre caminhões, escavadeiras e guindastes.
A Defesa Civil estadual passou a coordenar a distribuição de ajuda humanitária já no fim de semana seguinte.
Seis municípios receberam apoio emergencial com água potável, cestas básicas, kits de limpeza e colchões. A entrega dos itens foi feita com apoio de equipes do Corpo de Bombeiros e das secretarias estaduais.
Em Tijucas, por exemplo, o envio de itens básicos somou R$ 170,3 mil, enquanto Balneário Camboriú recebeu cerca de R$ 22,6 mil em insumos emergenciais.