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18 Apr 2025, Fri

Globo planeja resgatar Fórmula 1 em 2026 após fim de contrato com Band e aposta em Bortoleto para alavancar audiência

Formula 1


A Fórmula 1, principal categoria do automobilismo mundial, pode estar de volta à TV Globo a partir de 2026, marcando o retorno de uma parceria histórica que popularizou o esporte no Brasil. As negociações entre a emissora carioca e a Liberty Media, detentora dos direitos comerciais da competição, ganharam força nos últimos meses, impulsionadas pelo fim do contrato com o Grupo Bandeirantes, que se encerra em dezembro de 2025. A chegada do jovem piloto brasileiro Gabriel Bortoleto à categoria, com sua estreia pela Sauber em 2025, também reacendeu o interesse da Globo, que vê no talento nacional uma oportunidade de reconquistar a audiência e reavivar a paixão dos brasileiros pelo esporte.

A Globo, que transmitiu a Fórmula 1 entre 1981 e 2020, planeja uma cobertura multimídia para 2026, combinando transmissões na TV aberta, no canal por assinatura SporTV e na plataforma de streaming Globoplay. A ideia é exibir parte das corridas na TV aberta, com destaque para etapas icônicas como os GPs de Mônaco, Interlagos e Monza, enquanto a temporada completa, incluindo treinos livres e classificações, estaria disponível nos canais pagos e no streaming. Esse modelo visa atender tanto o público casual, que acompanha as corridas aos domingos, quanto os fãs mais dedicados, que buscam uma experiência completa.

O interesse da Globo em retomar a Fórmula 1 reflete a percepção de que a categoria vive um momento de renovação no Brasil. A estreia de Gabriel Bortoleto, campeão da Fórmula 2 em 2024, trouxe um aumento de 30% na audiência da Band durante o GP da Austrália de 2025, em comparação com o mesmo evento em 2024. Apesar de ter abandonado a corrida devido a um acidente em pista molhada, o jovem piloto de 20 anos já é visto como uma promessa capaz de reaproximar o público brasileiro da competição, algo que não acontecia desde a saída de Felipe Massa em 2017.

  • Crescimento da audiência: O GP da Austrália de 2025, com Bortoleto, registrou 1,8 ponto de audiência em São Paulo, contra 1,4 ponto em 2024.
  • Impacto nacional: Cada ponto de audiência nacional equivale a 270.631 domicílios ou 692.281 indivíduos.
  • Destaque regional: Em Goiânia, a Band liderou a audiência entre 1h13 e 1h27, com picos de 3,2 pontos, superando a Globo.

Histórico da Fórmula 1 na TV brasileira

Durante quase quatro décadas, a Globo foi a principal responsável por transformar a Fórmula 1 em um fenômeno de audiência no Brasil. As vitórias de Ayrton Senna, especialmente nas manhãs de domingo, narradas por Galvão Bueno, marcaram gerações e consolidaram a categoria como parte da cultura esportiva nacional. GPs como o de Interlagos, com suas corridas emocionantes e narrativas épicas, frequentemente alcançavam índices de audiência superiores a 20 pontos na década de 1990, algo raro para eventos esportivos transmitidos em horários matutinos.

A saída da Globo em 2020, motivada por questões financeiras e pela ausência de um piloto brasileiro competitivo, abriu espaço para a Band, que assumiu as transmissões em 2021. A emissora paulista investiu em uma cobertura robusta, com nomes como Sérgio Maurício, ex-Globo, e Mariana Becker, trazendo experiência e credibilidade. Apesar disso, os índices de audiência na Band raramente ultrapassaram os 3 pontos, mesmo em corridas de destaque como o GP de Mônaco, que marcou 3,7 pontos em 2024. A falta de um brasileiro no grid e a concorrência com outras plataformas de mídia, como redes sociais, contribuíram para os números modestos.

A Band enfrentou desafios financeiros significativos durante seu período como detentora dos direitos. Em 2023, a emissora arcou com um contrato de US$ 15 milhões por temporada, mas sofreu um prejuízo de R$ 20 milhões devido à inadimplência de um patrocinador. Esses problemas levaram a negociações para uma possível rescisão antecipada com a Liberty Media, mas a Band optou por cumprir o contrato até o fim de 2025, especialmente após o aumento de audiência com Bortoleto. A decisão, no entanto, não eliminou o interesse da Globo, que já havia tentado retomar a Fórmula 1 para a temporada de 2025, mas foi frustrada pela manutenção do acordo com a Band.

Por que a Globo quer a Fórmula 1 de volta

Retomar a Fórmula 1 faz parte de uma estratégia da Globo para reforçar sua grade de programação esportiva, que já inclui eventos como o Campeonato Brasileiro de Futebol e as Olimpíadas. A emissora enxerga na categoria uma oportunidade de atrair um público diversificado, especialmente em um momento em que o esporte ganha relevância com a ascensão de novos talentos e o crescimento do streaming. A presença de Gabriel Bortoleto, que encerrou um jejum de oito anos sem brasileiros na Fórmula 1, é um fator crucial. Sua estreia em 2025, embora marcada por dificuldades técnicas com a Sauber, trouxe visibilidade e reacendeu o interesse nacional.

Além disso, a Liberty Media, empresa americana que controla os direitos comerciais da Fórmula 1, vê vantagens em retornar à Globo. A emissora carioca possui maior alcance nacional e infraestrutura para promover a categoria, algo que a Band, apesar de seus esforços, não conseguiu igualar. Em 2024, a audiência média das corridas na Band foi de 2,4 pontos, com picos em eventos como Mônaco (3,7) e Canadá (3,1), mas quedas significativas em corridas como Austrália (1,4) e Japão (1,3). A Globo, com sua capacidade de mobilizar patrocinadores e integrar a Fórmula 1 em sua programação multiplataforma, promete números mais expressivos.

A negociação entre Globo e Liberty Media envolve discussões sobre valores e modelo de pagamento. A emissora carioca deixou claro que não fará propostas fora de sua realidade orçamentária, buscando um acordo que equilibre custos e benefícios. A Liberty, por sua vez, está interessada em maximizar a exposição da Fórmula 1 no Brasil, um mercado historicamente importante devido à sua base de fãs e à tradição de pilotos como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna.

  • Alcance da Globo: A emissora lidera a audiência nacional, com 5,4 pontos de média em São Paulo durante o horário do GP da Austrália de 2025, contra 1,8 da Band.
  • Modelo de transmissão: A Globo planeja exibir 12 das 24 corridas na TV aberta, com cobertura completa no SporTV e Globoplay.
  • Impacto de Bortoleto: O piloto brasileiro elevou a audiência da Band em 30% no GP da Austrália, sinalizando potencial para 2026.

Desafios e expectativas para 2026

A possível volta da Fórmula 1 à Globo traz expectativas elevadas, mas também desafios significativos. Um dos principais é a adaptação da cobertura a um público que, nos últimos anos, migrou parte de sua atenção para plataformas digitais. A Fórmula 1 tem investido fortemente em redes sociais e no serviço de streaming F1TV, que oferece transmissões ao vivo, replays e conteúdos exclusivos. A Globo, ciente dessa tendência, planeja integrar o Globoplay como peça central de sua estratégia, permitindo que os fãs acessem corridas e conteúdos sob demanda.

Outro desafio é a escolha da equipe de transmissão. Diferentemente do passado, quando Galvão Bueno era a voz incontestável da Fórmula 1, a Globo pretende apostar em nomes como André Gallindo e Guilherme Pereira, jornalistas experientes em esportes, mas sem a mesma identificação com o automobilismo. A ausência de Sérgio Maurício e Mariana Becker, que migraram para a Band, pode gerar críticas entre os fãs mais tradicionais. Por outro lado, a emissora tem a vantagem de contar com uma equipe técnica capaz de produzir transmissões de alta qualidade, com recursos como câmeras onboard e análises em tempo real.

A presença de Gabriel Bortoleto no grid é um trunfo para a Globo. O piloto, que assinou um contrato plurianual com a Sauber, estará na temporada de 2026, quando a equipe passará a competir como Audi, com novos motores e regulamentos. Apesar das limitações técnicas da Sauber em 2025, que terminou o campeonato de construtores de 2024 na lanterna, Bortoleto demonstrou potencial ao superar seu companheiro Nico Hulkenberg em treinos e alcançar o Q2 no GP da Austrália. Sua trajetória, marcada por títulos na Fórmula 3 (2023) e Fórmula 2 (2024), reforça a expectativa de que ele possa ser um protagonista no futuro.

O impacto de Gabriel Bortoleto

Gabriel Bortoleto, aos 20 anos, já é considerado uma das maiores promessas do automobilismo brasileiro. Sua estreia na Fórmula 1 em 2025, no GP da Austrália, foi marcada por momentos de brilho, como a classificação para o Q2, onde superou pilotos como Andrea Kimi Antonelli, da Mercedes, e Liam Lawson, da Red Bull. Apesar do abandono na corrida devido a um acidente em pista molhada, sua performance chamou a atenção e gerou comparações com Felipe Nasr, que pontuou em sua estreia pela Sauber em 2015.

A trajetória de Bortoleto é um fator determinante para o interesse da Globo. O piloto, que foi eleito “Novato do Ano” pela FIA em 2024, trouxe de volta a representatividade brasileira à Fórmula 1, algo que não acontecia desde 2017. Sua popularidade, especialmente entre o público jovem, é amplificada pelas redes sociais, onde ele compartilha bastidores de sua preparação e interage com fãs. A Globo planeja explorar essa conexão, promovendo conteúdos exclusivos sobre a carreira do piloto, desde sua formação nas categorias de base até os desafios na categoria principal.

A Sauber, equipe de Bortoleto, enfrenta um cenário de reconstrução. Em 2024, o time marcou apenas quatro pontos no Mundial de Construtores, com performances limitadas por problemas técnicos e falta de competitividade. Para 2026, a parceria com a Audi promete maior investimento e desenvolvimento, mas resultados expressivos ainda devem demorar. Mesmo assim, Bortoleto é visto como um ativo valioso, capaz de atrair patrocinadores e engajar o público brasileiro.

  • Títulos de Bortoleto: Campeão da Fórmula 3 (2023) e Fórmula 2 (2024).
  • Estreia na F1: 15º lugar no grid do GP da Austrália de 2025, com avanço ao Q2.
  • Contrato com a Audi: Acordo plurianual garante presença no grid até pelo menos 2026.

A concorrência da Band e o futuro da transmissão

A Band, apesar de perder a Fórmula 1 para 2026, ainda tem a temporada de 2025 para consolidar sua cobertura e aproveitar o fenômeno Gabriel Bortoleto. A emissora planeja intensificar sua programação, com programas especiais e análises detalhadas, para manter o público engajado. Em 2025, a Band transmitirá todas as 24 corridas da temporada, com destaque para o GP do Brasil, em Interlagos, que historicamente atrai grande audiência.

A emissora paulista também enfrenta a concorrência de plataformas digitais, como o F1TV, que ganhou popularidade entre os fãs brasileiros. O serviço, que custa cerca de R$ 19,90 por mês, oferece transmissões ao vivo, câmeras onboard e um acervo histórico, atraindo especialmente o público jovem. A Globo, ciente desse cenário, pretende integrar o Globoplay à sua cobertura, oferecendo conteúdos exclusivos, como entrevistas com pilotos e documentários sobre a história da Fórmula 1 no Brasil.

A Liberty Media, por sua vez, busca maximizar o potencial do mercado brasileiro. O Brasil, com sua tradição no automobilismo e uma base de fãs apaixonada, é visto como um mercado estratégico. A volta à Globo, com seu alcance nacional e capacidade de atrair patrocinadores, é considerada uma oportunidade de ampliar a visibilidade da categoria e atrair novos públicos.

Cronograma da Fórmula 1 em 2025

A temporada de 2025 da Fórmula 1, a última sob transmissão da Band, promete ser uma das mais disputadas dos últimos anos, com a McLaren liderando o campeonato de construtores e pilotos como Lando Norris e Oscar Piastri na briga pelo título. Gabriel Bortoleto, apesar das limitações da Sauber, será um dos destaques para o público brasileiro. Abaixo, o calendário das próximas corridas:

  • GP da Arábia Saudita: 20 de março, em Jeddah, às 14h (horário de Brasília).
  • GP da China: 23 de março, em Xangai, às 3h.
  • GP do Japão: 6 de abril, em Suzuka, às 2h.
  • GP de Miami: 4 de maio, em Miami, às 17h.
  • GP do Brasil: 9 de novembro, em Interlagos, às 14h.

Perspectivas para o mercado brasileiro

A volta da Fórmula 1 à Globo em 2026 deve impulsionar o mercado de patrocínios no Brasil. Empresas de setores como tecnologia, bebidas e varejo, que historicamente investem no esporte, já demonstram interesse em associar suas marcas à categoria. A presença de Bortoleto no grid é um diferencial, já que pilotos brasileiros sempre atraíram grandes anunciantes, como foi o caso de Ayrton Senna com marcas como Honda e Nacional.

A Globo também planeja explorar formatos inovadores, como transmissões interativas no Globoplay, onde os usuários poderão escolher câmeras e acompanhar dados em tempo real. Essa abordagem visa atrair o público jovem, que consome esportes de forma diferente, privilegiando plataformas digitais e conteúdos personalizados. A emissora carioca já testou formatos semelhantes em eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, com resultados positivos.

A Liberty Media, por sua vez, aposta no crescimento global da Fórmula 1. A categoria tem expandido seu calendário, com novas corridas em mercados como Miami e Las Vegas, e investido em narrativas que engajam o público, como a série “Drive to Survive”, da Netflix. No Brasil, a volta à Globo pode reforçar essa estratégia, trazendo a Fórmula 1 de volta ao centro das atenções.

O legado da Fórmula 1 no Brasil

A Fórmula 1 tem uma relação especial com o Brasil, construída ao longo de décadas por pilotos como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. Esses nomes não apenas conquistaram títulos, mas também criaram uma conexão emocional com o público, que vibrava com suas vitórias e se emocionava com suas histórias. A Globo, com sua cobertura histórica, foi fundamental para transformar essas conquistas em momentos de união nacional.

A chegada de Gabriel Bortoleto marca o início de uma nova era. O jovem piloto, com seu talento e carisma, tem o potencial de inspirar uma nova geração de fãs, assim como Senna fez nos anos 1980 e 1990. Sua presença no grid, combinada com a volta da Fórmula 1 à Globo, cria um cenário promissor para o esporte no Brasil, com perspectivas de crescimento em audiência, patrocínios e engajamento.

A temporada de 2026, sob a cobertura da Globo, será um marco para a Fórmula 1 no Brasil. Com Bortoleto no grid, a Audi entrando como equipe oficial e a emissora carioca investindo em uma cobertura multiplataforma, a categoria tem tudo para reconquistar seu espaço no coração dos brasileiros. A expectativa é que a combinação de tradição, inovação e talento nacional traga de volta os dias de glória do automobilismo no país.

  • História brasileira na F1: O Brasil tem oito títulos mundiais, com Fittipaldi (1972, 1974), Piquet (1981, 1983, 1987) e Senna (1988, 1990, 1991).
  • Audiência histórica: Na década de 1990, GPs narrados por Galvão Bueno alcançavam até 20 pontos de audiência.
  • Futuro promissor: A entrada da Audi em 2026 e a presença de Bortoleto podem atrair novos patrocinadores.



A Fórmula 1, principal categoria do automobilismo mundial, pode estar de volta à TV Globo a partir de 2026, marcando o retorno de uma parceria histórica que popularizou o esporte no Brasil. As negociações entre a emissora carioca e a Liberty Media, detentora dos direitos comerciais da competição, ganharam força nos últimos meses, impulsionadas pelo fim do contrato com o Grupo Bandeirantes, que se encerra em dezembro de 2025. A chegada do jovem piloto brasileiro Gabriel Bortoleto à categoria, com sua estreia pela Sauber em 2025, também reacendeu o interesse da Globo, que vê no talento nacional uma oportunidade de reconquistar a audiência e reavivar a paixão dos brasileiros pelo esporte.

A Globo, que transmitiu a Fórmula 1 entre 1981 e 2020, planeja uma cobertura multimídia para 2026, combinando transmissões na TV aberta, no canal por assinatura SporTV e na plataforma de streaming Globoplay. A ideia é exibir parte das corridas na TV aberta, com destaque para etapas icônicas como os GPs de Mônaco, Interlagos e Monza, enquanto a temporada completa, incluindo treinos livres e classificações, estaria disponível nos canais pagos e no streaming. Esse modelo visa atender tanto o público casual, que acompanha as corridas aos domingos, quanto os fãs mais dedicados, que buscam uma experiência completa.

O interesse da Globo em retomar a Fórmula 1 reflete a percepção de que a categoria vive um momento de renovação no Brasil. A estreia de Gabriel Bortoleto, campeão da Fórmula 2 em 2024, trouxe um aumento de 30% na audiência da Band durante o GP da Austrália de 2025, em comparação com o mesmo evento em 2024. Apesar de ter abandonado a corrida devido a um acidente em pista molhada, o jovem piloto de 20 anos já é visto como uma promessa capaz de reaproximar o público brasileiro da competição, algo que não acontecia desde a saída de Felipe Massa em 2017.

  • Crescimento da audiência: O GP da Austrália de 2025, com Bortoleto, registrou 1,8 ponto de audiência em São Paulo, contra 1,4 ponto em 2024.
  • Impacto nacional: Cada ponto de audiência nacional equivale a 270.631 domicílios ou 692.281 indivíduos.
  • Destaque regional: Em Goiânia, a Band liderou a audiência entre 1h13 e 1h27, com picos de 3,2 pontos, superando a Globo.

Histórico da Fórmula 1 na TV brasileira

Durante quase quatro décadas, a Globo foi a principal responsável por transformar a Fórmula 1 em um fenômeno de audiência no Brasil. As vitórias de Ayrton Senna, especialmente nas manhãs de domingo, narradas por Galvão Bueno, marcaram gerações e consolidaram a categoria como parte da cultura esportiva nacional. GPs como o de Interlagos, com suas corridas emocionantes e narrativas épicas, frequentemente alcançavam índices de audiência superiores a 20 pontos na década de 1990, algo raro para eventos esportivos transmitidos em horários matutinos.

A saída da Globo em 2020, motivada por questões financeiras e pela ausência de um piloto brasileiro competitivo, abriu espaço para a Band, que assumiu as transmissões em 2021. A emissora paulista investiu em uma cobertura robusta, com nomes como Sérgio Maurício, ex-Globo, e Mariana Becker, trazendo experiência e credibilidade. Apesar disso, os índices de audiência na Band raramente ultrapassaram os 3 pontos, mesmo em corridas de destaque como o GP de Mônaco, que marcou 3,7 pontos em 2024. A falta de um brasileiro no grid e a concorrência com outras plataformas de mídia, como redes sociais, contribuíram para os números modestos.

A Band enfrentou desafios financeiros significativos durante seu período como detentora dos direitos. Em 2023, a emissora arcou com um contrato de US$ 15 milhões por temporada, mas sofreu um prejuízo de R$ 20 milhões devido à inadimplência de um patrocinador. Esses problemas levaram a negociações para uma possível rescisão antecipada com a Liberty Media, mas a Band optou por cumprir o contrato até o fim de 2025, especialmente após o aumento de audiência com Bortoleto. A decisão, no entanto, não eliminou o interesse da Globo, que já havia tentado retomar a Fórmula 1 para a temporada de 2025, mas foi frustrada pela manutenção do acordo com a Band.

Por que a Globo quer a Fórmula 1 de volta

Retomar a Fórmula 1 faz parte de uma estratégia da Globo para reforçar sua grade de programação esportiva, que já inclui eventos como o Campeonato Brasileiro de Futebol e as Olimpíadas. A emissora enxerga na categoria uma oportunidade de atrair um público diversificado, especialmente em um momento em que o esporte ganha relevância com a ascensão de novos talentos e o crescimento do streaming. A presença de Gabriel Bortoleto, que encerrou um jejum de oito anos sem brasileiros na Fórmula 1, é um fator crucial. Sua estreia em 2025, embora marcada por dificuldades técnicas com a Sauber, trouxe visibilidade e reacendeu o interesse nacional.

Além disso, a Liberty Media, empresa americana que controla os direitos comerciais da Fórmula 1, vê vantagens em retornar à Globo. A emissora carioca possui maior alcance nacional e infraestrutura para promover a categoria, algo que a Band, apesar de seus esforços, não conseguiu igualar. Em 2024, a audiência média das corridas na Band foi de 2,4 pontos, com picos em eventos como Mônaco (3,7) e Canadá (3,1), mas quedas significativas em corridas como Austrália (1,4) e Japão (1,3). A Globo, com sua capacidade de mobilizar patrocinadores e integrar a Fórmula 1 em sua programação multiplataforma, promete números mais expressivos.

A negociação entre Globo e Liberty Media envolve discussões sobre valores e modelo de pagamento. A emissora carioca deixou claro que não fará propostas fora de sua realidade orçamentária, buscando um acordo que equilibre custos e benefícios. A Liberty, por sua vez, está interessada em maximizar a exposição da Fórmula 1 no Brasil, um mercado historicamente importante devido à sua base de fãs e à tradição de pilotos como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna.

  • Alcance da Globo: A emissora lidera a audiência nacional, com 5,4 pontos de média em São Paulo durante o horário do GP da Austrália de 2025, contra 1,8 da Band.
  • Modelo de transmissão: A Globo planeja exibir 12 das 24 corridas na TV aberta, com cobertura completa no SporTV e Globoplay.
  • Impacto de Bortoleto: O piloto brasileiro elevou a audiência da Band em 30% no GP da Austrália, sinalizando potencial para 2026.

Desafios e expectativas para 2026

A possível volta da Fórmula 1 à Globo traz expectativas elevadas, mas também desafios significativos. Um dos principais é a adaptação da cobertura a um público que, nos últimos anos, migrou parte de sua atenção para plataformas digitais. A Fórmula 1 tem investido fortemente em redes sociais e no serviço de streaming F1TV, que oferece transmissões ao vivo, replays e conteúdos exclusivos. A Globo, ciente dessa tendência, planeja integrar o Globoplay como peça central de sua estratégia, permitindo que os fãs acessem corridas e conteúdos sob demanda.

Outro desafio é a escolha da equipe de transmissão. Diferentemente do passado, quando Galvão Bueno era a voz incontestável da Fórmula 1, a Globo pretende apostar em nomes como André Gallindo e Guilherme Pereira, jornalistas experientes em esportes, mas sem a mesma identificação com o automobilismo. A ausência de Sérgio Maurício e Mariana Becker, que migraram para a Band, pode gerar críticas entre os fãs mais tradicionais. Por outro lado, a emissora tem a vantagem de contar com uma equipe técnica capaz de produzir transmissões de alta qualidade, com recursos como câmeras onboard e análises em tempo real.

A presença de Gabriel Bortoleto no grid é um trunfo para a Globo. O piloto, que assinou um contrato plurianual com a Sauber, estará na temporada de 2026, quando a equipe passará a competir como Audi, com novos motores e regulamentos. Apesar das limitações técnicas da Sauber em 2025, que terminou o campeonato de construtores de 2024 na lanterna, Bortoleto demonstrou potencial ao superar seu companheiro Nico Hulkenberg em treinos e alcançar o Q2 no GP da Austrália. Sua trajetória, marcada por títulos na Fórmula 3 (2023) e Fórmula 2 (2024), reforça a expectativa de que ele possa ser um protagonista no futuro.

O impacto de Gabriel Bortoleto

Gabriel Bortoleto, aos 20 anos, já é considerado uma das maiores promessas do automobilismo brasileiro. Sua estreia na Fórmula 1 em 2025, no GP da Austrália, foi marcada por momentos de brilho, como a classificação para o Q2, onde superou pilotos como Andrea Kimi Antonelli, da Mercedes, e Liam Lawson, da Red Bull. Apesar do abandono na corrida devido a um acidente em pista molhada, sua performance chamou a atenção e gerou comparações com Felipe Nasr, que pontuou em sua estreia pela Sauber em 2015.

A trajetória de Bortoleto é um fator determinante para o interesse da Globo. O piloto, que foi eleito “Novato do Ano” pela FIA em 2024, trouxe de volta a representatividade brasileira à Fórmula 1, algo que não acontecia desde 2017. Sua popularidade, especialmente entre o público jovem, é amplificada pelas redes sociais, onde ele compartilha bastidores de sua preparação e interage com fãs. A Globo planeja explorar essa conexão, promovendo conteúdos exclusivos sobre a carreira do piloto, desde sua formação nas categorias de base até os desafios na categoria principal.

A Sauber, equipe de Bortoleto, enfrenta um cenário de reconstrução. Em 2024, o time marcou apenas quatro pontos no Mundial de Construtores, com performances limitadas por problemas técnicos e falta de competitividade. Para 2026, a parceria com a Audi promete maior investimento e desenvolvimento, mas resultados expressivos ainda devem demorar. Mesmo assim, Bortoleto é visto como um ativo valioso, capaz de atrair patrocinadores e engajar o público brasileiro.

  • Títulos de Bortoleto: Campeão da Fórmula 3 (2023) e Fórmula 2 (2024).
  • Estreia na F1: 15º lugar no grid do GP da Austrália de 2025, com avanço ao Q2.
  • Contrato com a Audi: Acordo plurianual garante presença no grid até pelo menos 2026.

A concorrência da Band e o futuro da transmissão

A Band, apesar de perder a Fórmula 1 para 2026, ainda tem a temporada de 2025 para consolidar sua cobertura e aproveitar o fenômeno Gabriel Bortoleto. A emissora planeja intensificar sua programação, com programas especiais e análises detalhadas, para manter o público engajado. Em 2025, a Band transmitirá todas as 24 corridas da temporada, com destaque para o GP do Brasil, em Interlagos, que historicamente atrai grande audiência.

A emissora paulista também enfrenta a concorrência de plataformas digitais, como o F1TV, que ganhou popularidade entre os fãs brasileiros. O serviço, que custa cerca de R$ 19,90 por mês, oferece transmissões ao vivo, câmeras onboard e um acervo histórico, atraindo especialmente o público jovem. A Globo, ciente desse cenário, pretende integrar o Globoplay à sua cobertura, oferecendo conteúdos exclusivos, como entrevistas com pilotos e documentários sobre a história da Fórmula 1 no Brasil.

A Liberty Media, por sua vez, busca maximizar o potencial do mercado brasileiro. O Brasil, com sua tradição no automobilismo e uma base de fãs apaixonada, é visto como um mercado estratégico. A volta à Globo, com seu alcance nacional e capacidade de atrair patrocinadores, é considerada uma oportunidade de ampliar a visibilidade da categoria e atrair novos públicos.

Cronograma da Fórmula 1 em 2025

A temporada de 2025 da Fórmula 1, a última sob transmissão da Band, promete ser uma das mais disputadas dos últimos anos, com a McLaren liderando o campeonato de construtores e pilotos como Lando Norris e Oscar Piastri na briga pelo título. Gabriel Bortoleto, apesar das limitações da Sauber, será um dos destaques para o público brasileiro. Abaixo, o calendário das próximas corridas:

  • GP da Arábia Saudita: 20 de março, em Jeddah, às 14h (horário de Brasília).
  • GP da China: 23 de março, em Xangai, às 3h.
  • GP do Japão: 6 de abril, em Suzuka, às 2h.
  • GP de Miami: 4 de maio, em Miami, às 17h.
  • GP do Brasil: 9 de novembro, em Interlagos, às 14h.

Perspectivas para o mercado brasileiro

A volta da Fórmula 1 à Globo em 2026 deve impulsionar o mercado de patrocínios no Brasil. Empresas de setores como tecnologia, bebidas e varejo, que historicamente investem no esporte, já demonstram interesse em associar suas marcas à categoria. A presença de Bortoleto no grid é um diferencial, já que pilotos brasileiros sempre atraíram grandes anunciantes, como foi o caso de Ayrton Senna com marcas como Honda e Nacional.

A Globo também planeja explorar formatos inovadores, como transmissões interativas no Globoplay, onde os usuários poderão escolher câmeras e acompanhar dados em tempo real. Essa abordagem visa atrair o público jovem, que consome esportes de forma diferente, privilegiando plataformas digitais e conteúdos personalizados. A emissora carioca já testou formatos semelhantes em eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, com resultados positivos.

A Liberty Media, por sua vez, aposta no crescimento global da Fórmula 1. A categoria tem expandido seu calendário, com novas corridas em mercados como Miami e Las Vegas, e investido em narrativas que engajam o público, como a série “Drive to Survive”, da Netflix. No Brasil, a volta à Globo pode reforçar essa estratégia, trazendo a Fórmula 1 de volta ao centro das atenções.

O legado da Fórmula 1 no Brasil

A Fórmula 1 tem uma relação especial com o Brasil, construída ao longo de décadas por pilotos como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. Esses nomes não apenas conquistaram títulos, mas também criaram uma conexão emocional com o público, que vibrava com suas vitórias e se emocionava com suas histórias. A Globo, com sua cobertura histórica, foi fundamental para transformar essas conquistas em momentos de união nacional.

A chegada de Gabriel Bortoleto marca o início de uma nova era. O jovem piloto, com seu talento e carisma, tem o potencial de inspirar uma nova geração de fãs, assim como Senna fez nos anos 1980 e 1990. Sua presença no grid, combinada com a volta da Fórmula 1 à Globo, cria um cenário promissor para o esporte no Brasil, com perspectivas de crescimento em audiência, patrocínios e engajamento.

A temporada de 2026, sob a cobertura da Globo, será um marco para a Fórmula 1 no Brasil. Com Bortoleto no grid, a Audi entrando como equipe oficial e a emissora carioca investindo em uma cobertura multiplataforma, a categoria tem tudo para reconquistar seu espaço no coração dos brasileiros. A expectativa é que a combinação de tradição, inovação e talento nacional traga de volta os dias de glória do automobilismo no país.

  • História brasileira na F1: O Brasil tem oito títulos mundiais, com Fittipaldi (1972, 1974), Piquet (1981, 1983, 1987) e Senna (1988, 1990, 1991).
  • Audiência histórica: Na década de 1990, GPs narrados por Galvão Bueno alcançavam até 20 pontos de audiência.
  • Futuro promissor: A entrada da Audi em 2026 e a presença de Bortoleto podem atrair novos patrocinadores.



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