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19 Apr 2025, Sat

Dólar despenca a R$ 5,80 com tensão entre Trump e Powell; Ibovespa avança em dia volátil

Dólar


A volatilidade marcou os mercados financeiros nesta quinta-feira, 17 de abril, com o dólar comercial registrando forte queda, atingindo R$ 5,80, um recuo de 1,05% em relação ao fechamento anterior, quando a moeda norte-americana encerrou cotada a R$ 5,8645. O movimento reflete a atenção dos investidores às recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em um contexto de incertezas globais impulsionadas pela política tarifária americana. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, reagiu positivamente, subindo 0,86% e alcançando 129.423 pontos, após uma sessão de perdas na véspera. A dinâmica dos mercados foi influenciada por fatores externos, como a guerra comercial liderada por Trump, e internos, com indicadores econômicos brasileiros mantendo o foco dos agentes financeiros.

O embate entre Trump e Powell ganhou destaque após o presidente americano criticar publicamente a condução da política monetária do Fed, chamando Powell de “atrasado e errado” e pressionando por cortes imediatos nas taxas de juros, atualmente entre 4,25% e 4,50% ao ano. Trump argumentou que as tarifas impostas pelo seu governo, que elevaram os custos de importação, estão enriquecendo os EUA, mas Powell alertou que essas medidas podem complicar o controle da inflação americana, atualmente em 2,9%, acima da meta de 2%. No Brasil, a queda do dólar foi impulsionada por um alívio temporário nas tensões globais, embora o mercado permaneça cauteloso com os impactos das tarifas no comércio internacional.

A bolsa brasileira, por sua vez, encontrou suporte no desempenho de empresas exportadoras, como Vale e Petrobras, que se beneficiaram da valorização de commodities no mercado internacional. O minério de ferro, por exemplo, registrou alta de 1,2% na bolsa de Dalian, na China, enquanto o petróleo Brent avançou 0,8%, cotado a US$ 62 por barril. Esses movimentos ajudaram a contrabalançar as preocupações com a política tarifária americana, que tem gerado temores de uma desaceleração econômica global. No cenário doméstico, a expectativa por novos dados econômicos, como o IPCA-15 de abril, também influenciou as negociações, com analistas prevendo uma inflação de 5,7% no acumulado de 12 meses.

  • Principais fatores que influenciaram o mercado:
    • Declarações de Trump criticando o Federal Reserve e defendendo tarifas.
    • Alertas de Powell sobre os impactos inflacionários das políticas tarifárias.
    • Valorização de commodities, como minério de ferro e petróleo.
    • Expectativa por indicadores econômicos brasileiros, como o IPCA-15.

Contexto global pressiona o dólar

A queda do dólar para R$ 5,80 reflete um movimento global de enfraquecimento da moeda americana, com o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas, recuando 0,70%. Esse cenário foi impulsionado pela cautela dos investidores diante da escalada nas tensões comerciais lideradas pelos Estados Unidos. Desde o início de 2025, Trump intensificou sua agenda protecionista, impondo tarifas de até 245% sobre produtos chineses e taxas de 10% a 25% sobre importações de outros países, incluindo Brasil, Canadá e México. Essas medidas geraram retaliações, com a China aplicando tarifas de 84% sobre produtos americanos e a União Europeia anunciando taxas de 25% a partir de 15 de abril.

A guerra comercial tem elevado as incertezas sobre o crescimento econômico global. Analistas apontam que o aumento das tarifas encarece produtos importados, pressiona a inflação e reduz o consumo, podendo levar a uma recessão em grandes economias. Nos Estados Unidos, a inflação de 2,9% em março já acende alertas, e Powell indicou que o Fed pode manter os juros inalterados na próxima reunião, marcada para 6 e 7 de maio, até que haja maior clareza sobre os impactos das tarifas. No Brasil, o real se beneficiou da desvalorização global do dólar, mas a proximidade comercial com a China, principal parceiro do país, mantém os investidores atentos aos desdobramentos.

Impactos das tarifas na economia brasileira

O Brasil, como exportador de commodities, enfrenta um cenário ambíguo. Por um lado, a valorização do minério de ferro e do petróleo impulsiona empresas como Vale e Petrobras, que respondem por grande parte do Ibovespa. A Vale, por exemplo, viu suas ações subirem 1,5% na sessão, enquanto a Petrobras avançou 0,9%. Por outro, as tarifas americanas, que incluem uma taxa de 10% sobre produtos brasileiros, podem reduzir a competitividade de setores como aço e alumínio no mercado americano. Em 2024, os Estados Unidos foram o destino de 13% das exportações brasileiras, totalizando US$ 39 bilhões, segundo o Ministério da Economia.

Além disso, a guerra comercial pode impactar indiretamente o Brasil por meio da China, que absorve 27% das exportações brasileiras, especialmente soja e minério de ferro. A imposição de tarifas de 245% pelos EUA sobre produtos chineses deve reduzir a demanda chinesa por insumos, afetando as exportações brasileiras. Para mitigar esses riscos, o governo brasileiro, liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, anunciou negociações com os EUA para buscar acordos comerciais que minimizem os impactos das tarifas. Alckmin destacou a importância de uma relação “ganha-ganha” com os americanos, especialmente no setor de aço.

O mercado interno também enfrenta desafios. A inflação brasileira, que acumula alta de 5,06% em 12 meses até março, pressiona o Banco Central a manter a Selic em 14,25% ao ano, após cinco altas consecutivas. A ata do Copom, divulgada em 25 de março, indicou que uma nova alta, de menor magnitude, é esperada para a reunião de maio. O aumento dos juros encarece o crédito e pode desacelerar a economia, mas é visto como necessário para conter a inflação, que deve fechar 2025 em 5,58%, segundo o Boletim Focus.

  • Possíveis impactos das tarifas no Brasil:
    • Redução da competitividade de produtos brasileiros nos EUA.
    • Queda na demanda chinesa por commodities brasileiras.
    • Pressão inflacionária devido ao aumento dos custos de importação.
    • Negociações comerciais para minimizar os efeitos das tarifas.

Reação dos mercados globais

Os mercados globais operaram em terreno misto, com as bolsas asiáticas fechando majoritariamente em baixa, exceto na China, onde o índice CSI300 subiu 1,2% após intervenções estatais para estabilizar o mercado. Na Europa, o índice STOXX 600 recuou 0,8%, refletindo preocupações com as tarifas americanas e a desaceleração econômica na zona do euro. Em Wall Street, o S&P 500 caiu 0,5%, enquanto o Nasdaq avançou 0,3%, impulsionado por empresas de tecnologia menos expostas ao comércio internacional.

A volatilidade nos mercados foi amplificada por rumores de uma possível pausa nas tarifas de Trump, que chegou a ser mencionada por assessores da Casa Branca, mas foi desmentida em 7 de abril. A incerteza sobre as negociações comerciais, especialmente com a China, mantém os investidores em alerta. O governo chinês, por meio do ministro do Comércio, Wang Wentao, afirmou que está preparado para “lutar até o fim”, acusando os EUA de sabotarem as regras do comércio internacional.

No Brasil, o Ibovespa conseguiu se descolar parcialmente do pessimismo global, apoiado pelo desempenho de setores ligados a commodities. Além da Vale e da Petrobras, empresas como Suzano e Klabin, do setor de papel e celulose, registraram ganhos de 1,3% e 1,1%, respectivamente, beneficiadas pela valorização do dólar em semanas anteriores. Bancos, como Itaú Unibanco e Bradesco, também contribuíram para a alta do índice, com avanços de 0,7% e 0,5%.

Cenário doméstico em foco

No cenário interno, a atenção dos investidores se voltou para os próximos indicadores econômicos. O IPCA-15 de abril, a ser divulgado na próxima terça-feira, é aguardado com expectativa, já que pode influenciar as decisões do Banco Central. Economistas projetam uma inflação mensal de 0,45%, puxada por alimentos e combustíveis. Outro dado relevante é o Caged, que será publicado na quarta-feira, com estimativas de criação de 120 mil vagas formais em março, um aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2024.

O mercado de trabalho aquecido, com taxa de desemprego em 6,5% no trimestre encerrado em janeiro, reforça a percepção de dinamismo econômico, mas também acende alertas sobre pressões inflacionárias. Mais empregos geram maior renda, o que estimula o consumo e dificulta a convergência da inflação para a meta de 3%. Nesse contexto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu uma política monetária cautelosa, alertando que aumentos excessivos nos juros podem levar a uma recessão.

A aprovação do Orçamento de 2025, em 21 de março, também trouxe alívio ao mercado. O texto prevê um superávit primário de R$ 15 bilhões, com R$ 50 bilhões destinados a emendas parlamentares e R$ 27,9 bilhões para reajustes salariais de servidores. Apesar disso, a dívida bruta do Brasil subiu para 78,2% do PIB em fevereiro, segundo o Banco Central, o que mantém as preocupações com a sustentabilidade fiscal.

  • Indicadores econômicos aguardados:
    • IPCA-15 de abril, com projeção de 0,45% no mês.
    • Caged de março, com estimativa de 120 mil vagas criadas.
    • Dados de contas externas, após déficit de US$ 8,7 bilhões em janeiro.

Perspectivas para os próximos dias

Os próximos dias prometem manter a volatilidade nos mercados, com os investidores monitorando de perto as negociações comerciais entre EUA, China e outros parceiros. A possibilidade de acordos bilaterais, como os sinalizados por Alckmin com os EUA, pode trazer alívio temporário, mas a falta de clareza sobre a extensão das tarifas mantém o cenário incerto. No front doméstico, os dados de inflação e emprego serão cruciais para definir as expectativas sobre a política monetária do Banco Central.

A valorização das commodities, que impulsionou o Ibovespa, pode continuar a oferecer suporte à bolsa brasileira, mas analistas alertam que uma queda na demanda global, especialmente da China, pode reverter esses ganhos. Para o dólar, a tendência de curto prazo depende do comportamento do DXY e das decisões do Fed, que enfrenta pressões de Trump para reduzir os juros e preocupações internas com a inflação.

O desempenho do Ibovespa também será influenciado por empresas de peso, como Vale, Petrobras e bancos, que respondem por cerca de 40% do índice. A temporada de balanços do primeiro trimestre, que começa na próxima semana, trará mais clareza sobre o impacto das tarifas e da alta dos juros nos resultados corporativos. Até lá, o mercado deve continuar reagindo a cada nova declaração de Trump ou Powell, em um ambiente de elevada sensibilidade a notícias.

  • Calendário de eventos econômicos:
    • 22/04: Divulgação do IPCA-15 de abril.
    • 23/04: Publicação do Caged de março.
    • 06-07/05: Reunião do Federal Reserve sobre juros.
    • 06-07/05: Reunião do Copom para decisão da Selic.



A volatilidade marcou os mercados financeiros nesta quinta-feira, 17 de abril, com o dólar comercial registrando forte queda, atingindo R$ 5,80, um recuo de 1,05% em relação ao fechamento anterior, quando a moeda norte-americana encerrou cotada a R$ 5,8645. O movimento reflete a atenção dos investidores às recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em um contexto de incertezas globais impulsionadas pela política tarifária americana. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, reagiu positivamente, subindo 0,86% e alcançando 129.423 pontos, após uma sessão de perdas na véspera. A dinâmica dos mercados foi influenciada por fatores externos, como a guerra comercial liderada por Trump, e internos, com indicadores econômicos brasileiros mantendo o foco dos agentes financeiros.

O embate entre Trump e Powell ganhou destaque após o presidente americano criticar publicamente a condução da política monetária do Fed, chamando Powell de “atrasado e errado” e pressionando por cortes imediatos nas taxas de juros, atualmente entre 4,25% e 4,50% ao ano. Trump argumentou que as tarifas impostas pelo seu governo, que elevaram os custos de importação, estão enriquecendo os EUA, mas Powell alertou que essas medidas podem complicar o controle da inflação americana, atualmente em 2,9%, acima da meta de 2%. No Brasil, a queda do dólar foi impulsionada por um alívio temporário nas tensões globais, embora o mercado permaneça cauteloso com os impactos das tarifas no comércio internacional.

A bolsa brasileira, por sua vez, encontrou suporte no desempenho de empresas exportadoras, como Vale e Petrobras, que se beneficiaram da valorização de commodities no mercado internacional. O minério de ferro, por exemplo, registrou alta de 1,2% na bolsa de Dalian, na China, enquanto o petróleo Brent avançou 0,8%, cotado a US$ 62 por barril. Esses movimentos ajudaram a contrabalançar as preocupações com a política tarifária americana, que tem gerado temores de uma desaceleração econômica global. No cenário doméstico, a expectativa por novos dados econômicos, como o IPCA-15 de abril, também influenciou as negociações, com analistas prevendo uma inflação de 5,7% no acumulado de 12 meses.

  • Principais fatores que influenciaram o mercado:
    • Declarações de Trump criticando o Federal Reserve e defendendo tarifas.
    • Alertas de Powell sobre os impactos inflacionários das políticas tarifárias.
    • Valorização de commodities, como minério de ferro e petróleo.
    • Expectativa por indicadores econômicos brasileiros, como o IPCA-15.

Contexto global pressiona o dólar

A queda do dólar para R$ 5,80 reflete um movimento global de enfraquecimento da moeda americana, com o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas, recuando 0,70%. Esse cenário foi impulsionado pela cautela dos investidores diante da escalada nas tensões comerciais lideradas pelos Estados Unidos. Desde o início de 2025, Trump intensificou sua agenda protecionista, impondo tarifas de até 245% sobre produtos chineses e taxas de 10% a 25% sobre importações de outros países, incluindo Brasil, Canadá e México. Essas medidas geraram retaliações, com a China aplicando tarifas de 84% sobre produtos americanos e a União Europeia anunciando taxas de 25% a partir de 15 de abril.

A guerra comercial tem elevado as incertezas sobre o crescimento econômico global. Analistas apontam que o aumento das tarifas encarece produtos importados, pressiona a inflação e reduz o consumo, podendo levar a uma recessão em grandes economias. Nos Estados Unidos, a inflação de 2,9% em março já acende alertas, e Powell indicou que o Fed pode manter os juros inalterados na próxima reunião, marcada para 6 e 7 de maio, até que haja maior clareza sobre os impactos das tarifas. No Brasil, o real se beneficiou da desvalorização global do dólar, mas a proximidade comercial com a China, principal parceiro do país, mantém os investidores atentos aos desdobramentos.

Impactos das tarifas na economia brasileira

O Brasil, como exportador de commodities, enfrenta um cenário ambíguo. Por um lado, a valorização do minério de ferro e do petróleo impulsiona empresas como Vale e Petrobras, que respondem por grande parte do Ibovespa. A Vale, por exemplo, viu suas ações subirem 1,5% na sessão, enquanto a Petrobras avançou 0,9%. Por outro, as tarifas americanas, que incluem uma taxa de 10% sobre produtos brasileiros, podem reduzir a competitividade de setores como aço e alumínio no mercado americano. Em 2024, os Estados Unidos foram o destino de 13% das exportações brasileiras, totalizando US$ 39 bilhões, segundo o Ministério da Economia.

Além disso, a guerra comercial pode impactar indiretamente o Brasil por meio da China, que absorve 27% das exportações brasileiras, especialmente soja e minério de ferro. A imposição de tarifas de 245% pelos EUA sobre produtos chineses deve reduzir a demanda chinesa por insumos, afetando as exportações brasileiras. Para mitigar esses riscos, o governo brasileiro, liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, anunciou negociações com os EUA para buscar acordos comerciais que minimizem os impactos das tarifas. Alckmin destacou a importância de uma relação “ganha-ganha” com os americanos, especialmente no setor de aço.

O mercado interno também enfrenta desafios. A inflação brasileira, que acumula alta de 5,06% em 12 meses até março, pressiona o Banco Central a manter a Selic em 14,25% ao ano, após cinco altas consecutivas. A ata do Copom, divulgada em 25 de março, indicou que uma nova alta, de menor magnitude, é esperada para a reunião de maio. O aumento dos juros encarece o crédito e pode desacelerar a economia, mas é visto como necessário para conter a inflação, que deve fechar 2025 em 5,58%, segundo o Boletim Focus.

  • Possíveis impactos das tarifas no Brasil:
    • Redução da competitividade de produtos brasileiros nos EUA.
    • Queda na demanda chinesa por commodities brasileiras.
    • Pressão inflacionária devido ao aumento dos custos de importação.
    • Negociações comerciais para minimizar os efeitos das tarifas.

Reação dos mercados globais

Os mercados globais operaram em terreno misto, com as bolsas asiáticas fechando majoritariamente em baixa, exceto na China, onde o índice CSI300 subiu 1,2% após intervenções estatais para estabilizar o mercado. Na Europa, o índice STOXX 600 recuou 0,8%, refletindo preocupações com as tarifas americanas e a desaceleração econômica na zona do euro. Em Wall Street, o S&P 500 caiu 0,5%, enquanto o Nasdaq avançou 0,3%, impulsionado por empresas de tecnologia menos expostas ao comércio internacional.

A volatilidade nos mercados foi amplificada por rumores de uma possível pausa nas tarifas de Trump, que chegou a ser mencionada por assessores da Casa Branca, mas foi desmentida em 7 de abril. A incerteza sobre as negociações comerciais, especialmente com a China, mantém os investidores em alerta. O governo chinês, por meio do ministro do Comércio, Wang Wentao, afirmou que está preparado para “lutar até o fim”, acusando os EUA de sabotarem as regras do comércio internacional.

No Brasil, o Ibovespa conseguiu se descolar parcialmente do pessimismo global, apoiado pelo desempenho de setores ligados a commodities. Além da Vale e da Petrobras, empresas como Suzano e Klabin, do setor de papel e celulose, registraram ganhos de 1,3% e 1,1%, respectivamente, beneficiadas pela valorização do dólar em semanas anteriores. Bancos, como Itaú Unibanco e Bradesco, também contribuíram para a alta do índice, com avanços de 0,7% e 0,5%.

Cenário doméstico em foco

No cenário interno, a atenção dos investidores se voltou para os próximos indicadores econômicos. O IPCA-15 de abril, a ser divulgado na próxima terça-feira, é aguardado com expectativa, já que pode influenciar as decisões do Banco Central. Economistas projetam uma inflação mensal de 0,45%, puxada por alimentos e combustíveis. Outro dado relevante é o Caged, que será publicado na quarta-feira, com estimativas de criação de 120 mil vagas formais em março, um aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2024.

O mercado de trabalho aquecido, com taxa de desemprego em 6,5% no trimestre encerrado em janeiro, reforça a percepção de dinamismo econômico, mas também acende alertas sobre pressões inflacionárias. Mais empregos geram maior renda, o que estimula o consumo e dificulta a convergência da inflação para a meta de 3%. Nesse contexto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu uma política monetária cautelosa, alertando que aumentos excessivos nos juros podem levar a uma recessão.

A aprovação do Orçamento de 2025, em 21 de março, também trouxe alívio ao mercado. O texto prevê um superávit primário de R$ 15 bilhões, com R$ 50 bilhões destinados a emendas parlamentares e R$ 27,9 bilhões para reajustes salariais de servidores. Apesar disso, a dívida bruta do Brasil subiu para 78,2% do PIB em fevereiro, segundo o Banco Central, o que mantém as preocupações com a sustentabilidade fiscal.

  • Indicadores econômicos aguardados:
    • IPCA-15 de abril, com projeção de 0,45% no mês.
    • Caged de março, com estimativa de 120 mil vagas criadas.
    • Dados de contas externas, após déficit de US$ 8,7 bilhões em janeiro.

Perspectivas para os próximos dias

Os próximos dias prometem manter a volatilidade nos mercados, com os investidores monitorando de perto as negociações comerciais entre EUA, China e outros parceiros. A possibilidade de acordos bilaterais, como os sinalizados por Alckmin com os EUA, pode trazer alívio temporário, mas a falta de clareza sobre a extensão das tarifas mantém o cenário incerto. No front doméstico, os dados de inflação e emprego serão cruciais para definir as expectativas sobre a política monetária do Banco Central.

A valorização das commodities, que impulsionou o Ibovespa, pode continuar a oferecer suporte à bolsa brasileira, mas analistas alertam que uma queda na demanda global, especialmente da China, pode reverter esses ganhos. Para o dólar, a tendência de curto prazo depende do comportamento do DXY e das decisões do Fed, que enfrenta pressões de Trump para reduzir os juros e preocupações internas com a inflação.

O desempenho do Ibovespa também será influenciado por empresas de peso, como Vale, Petrobras e bancos, que respondem por cerca de 40% do índice. A temporada de balanços do primeiro trimestre, que começa na próxima semana, trará mais clareza sobre o impacto das tarifas e da alta dos juros nos resultados corporativos. Até lá, o mercado deve continuar reagindo a cada nova declaração de Trump ou Powell, em um ambiente de elevada sensibilidade a notícias.

  • Calendário de eventos econômicos:
    • 22/04: Divulgação do IPCA-15 de abril.
    • 23/04: Publicação do Caged de março.
    • 06-07/05: Reunião do Federal Reserve sobre juros.
    • 06-07/05: Reunião do Copom para decisão da Selic.



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