Uma tragédia abalou a região de Campania, no sul da Itália, nesta quinta-feira, 17 de abril, quando uma cabine do teleférico que conecta Castellammare di Stabia ao Monte Faito despencou, resultando na morte de quatro pessoas. O acidente, ocorrido por volta das 15h, horário local, envolveu a ruptura de um cabo de tração, deixando cinco ocupantes da cabine – quatro turistas e um operador – em uma situação crítica. O Monte Faito, conhecido por suas vistas deslumbrantes do Golfo de Nápoles e do vulcão Vesúvio, é um destino turístico popular, e o incidente chocou visitantes e moradores locais. As condições climáticas adversas, incluindo neblina densa e ventos fortes, complicaram as operações de resgate, que mobilizaram equipes especializadas e helicópteros. O operador da cabine, único sobrevivente, foi resgatado em estado grave e encaminhado ao hospital.
O teleférico, administrado pela empresa de transporte público EAV (Ente Autonomo Volturno), havia retomado suas operações apenas uma semana antes, após a pausa de inverno. A reabertura, celebrada com entusiasmo pelas autoridades locais, foi marcada por um aumento no fluxo de turistas atraídos pela beleza natural do Monte Faito. A tragédia, no entanto, levantou questionamentos sobre a segurança do sistema, que opera desde 1952 e já enfrentou incidentes no passado. Imagens divulgadas por agências de notícias mostram o esforço das equipes de resgate, que salvaram 16 passageiros presos em outras cabines, suspensas a centenas de metros de altura.
A notícia do acidente rapidamente se espalhou, gerando comoção em Castellammare di Stabia e em toda a Itália. O prefeito da cidade, Luigi Vicinanza, esteve no local e relatou que o cabo de tração da cabine que subia para o topo do monte se rompeu, e o freio de emergência não funcionou adequadamente. Autoridades judiciais da Procuradoria de Torre Annunziata abriram uma investigação para apurar as causas do incidente, e o sistema de teleférico foi interditado.
Contexto do acidente no Monte Faito
O Monte Faito, com seus 1.100 metros de altitude, é um dos pontos turísticos mais procurados da região de Campania. Localizado entre Castellammare di Stabia e Vico Equense, o monte oferece uma vista panorâmica que abrange o Golfo de Nápoles, o Vesúvio, as ilhas de Capri e Ischia, além da Costa Amalfitana. O teleférico, que cobre uma distância de cerca de 3 quilômetros em apenas oito minutos, é uma das principais formas de acesso ao topo, especialmente para turistas que buscam trilhas, mirantes e a tranquilidade de suas florestas.
Inaugurado em 1952, o teleférico do Monte Faito foi projetado para atender à crescente demanda turística da região, conectando a estação da Circumvesuviana, em Castellammare di Stabia, ao topo do monte. A infraestrutura, embora modernizada em renovações como a de 2016, enfrenta desafios relacionados à manutenção e às condições climáticas, que podem afetar a operação em dias de ventos fortes ou neblina. Em 2024, o sistema transportou mais de 113 mil passageiros, segundo dados da EAV, refletindo sua importância para o turismo local.
❗️Precipita una cabina della funivia del Monte Faito, nel Napoletano: tre vittime, un ferito grave e un disperso, si apprende da fonti dei soccorritori all’ANSA.
A causa delle pessime condizioni meteo i soccorritori stanno avendo difficoltà a giungere sul posto. pic.twitter.com/qL6ZUXocqR
— Italia 24H Live 🔴 – Notizie dall’Italia (@Italia24HLive) April 17, 2025
A tragédia de 17 de abril não é o primeiro incidente grave na história do teleférico. Em 1960, uma cabine descarrilou e caiu sobre os trilhos da ferrovia abaixo, resultando em uma morte. Esse episódio levou a melhorias nos sistemas de segurança, mas o acidente recente sugere que falhas persistem. O prefeito Luigi Vicinanza destacou que a cabine acidentada colidiu com um pilar durante a descida descontrolada, o que pode ter agravado a situação.
- Cronologia dos eventos do acidente:
- 14h30: O teleférico inicia uma nova viagem com duas cabines, uma subindo e outra descendo.
- 15h: O cabo de tração da cabine que subia se rompe, causando a queda.
- 15h30: Equipes de resgate são acionadas; neblina e ventos dificultam as operações.
- 17h: Helicópteros localizam a cabine acidentada; quatro mortes são confirmadas.
- 19h: Todos os 16 passageiros das outras cabines são resgatados em segurança.
Impacto imediato na região
O acidente no Monte Faito gerou um impacto significativo em Castellammare di Stabia, uma cidade que depende do turismo para impulsionar sua economia. Hotéis, restaurantes e guias turísticos locais, que aguardavam uma temporada movimentada com a chegada da primavera, agora enfrentam incertezas. A interrupção das operações do teleférico, que atrai milhares de visitantes anualmente, pode afetar o fluxo de turistas, especialmente durante os meses de abril e maio, considerados de alta temporada na região.
Moradores da cidade expressaram choque e tristeza com a tragédia. Muitos, que veem o teleférico como um símbolo de orgulho local, agora questionam a segurança do sistema. Nas redes sociais, mensagens de solidariedade às vítimas e pedidos por investigações rigorosas dominaram as discussões. Umberto De Gregorio, presidente da EAV, publicou uma nota descrevendo o incidente como uma “tragédia inimaginável” e prometeu colaborar com as autoridades para esclarecer os fatos.
As condições climáticas adversas, mencionadas pelo governador Vincenzo De Luca, foram um fator crítico no desenrolar do acidente. A neblina densa dificultou a visibilidade para as equipes de resgate, que precisaram usar helicópteros e técnicas de rapel para acessar as cabines suspensas. A operação, que durou cerca de quatro horas, envolveu o Corpo Alpino e Espeleológico Italiano, bombeiros e policiais, que trabalharam sob pressão para garantir a segurança dos passageiros.
Investigação e medidas tomadas
A Procuradoria de Torre Annunziata, responsável pela região, assumiu a investigação do acidente. Peritos foram enviados ao local para analisar os destroços da cabine e o sistema de cabos. Uma das principais hipóteses é a falha mecânica no cabo de tração, mas as autoridades também avaliam se a manutenção recente do teleférico foi suficiente para garantir sua operação segura. O prefeito Luigi Vicinanza revelou que o sistema passou por inspeções antes da reabertura, mas os resultados dessas vistorias ainda não foram divulgados.
A estação de Castellammare di Stabia foi fechada temporariamente, afetando também a linha ferroviária Circumvesuviana entre Pioppaino e Sorrento, já que o cabo rompido caiu sobre os trilhos. A estrada panorâmica que passa pela Reggia di Quisisana, uma área histórica da cidade, foi interditada por precaução. Essas medidas, embora necessárias, causaram transtornos para moradores e turistas que dependem do transporte público na região.
A EAV, empresa responsável pelo teleférico, enfrenta agora um escrutínio intenso. Fundada para gerir o transporte público na Campania, a companhia já lidou com críticas no passado por problemas em outras linhas, como atrasos e superlotação. O acidente no Monte Faito coloca em xeque a capacidade da empresa de manter infraestruturas críticas, especialmente em um setor tão sensível quanto o turismo.
- Medidas anunciadas após o acidente:
- Interdição total do teleférico até a conclusão das investigações.
- Inspeção técnica de todos os cabos e sistemas de segurança do equipamento.
- Apoio psicológico e financeiro às famílias das vítimas.
- Reuniões emergenciais entre a EAV e autoridades locais para revisar protocolos de segurança.
Histórico de acidentes em teleféricos na Itália
A Itália, com sua geografia montanhosa e tradição de teleféricos turísticos, já enfrentou outros acidentes graves envolvendo esses sistemas. Em maio de 2021, a queda de uma cabine na linha Stresa-Mottarone, no Piemonte, matou 14 pessoas, incluindo turistas estrangeiros. A investigação revelou que o sistema de freios de emergência havia sido desativado intencionalmente para evitar paradas frequentes, o que chocou o país. Esse caso, ainda fresco na memória dos italianos, intensificou as cobranças por regulamentações mais rígidas no setor.
Outro incidente marcante ocorreu em 1998, na região de Cavalese, nos Alpes, quando um avião militar americano colidiu com os cabos de um teleférico, matando 20 pessoas. Esses episódios, embora diferentes em suas causas, reforçam a percepção de que os teleféricos, apesar de serem uma atração turística, exigem manutenção rigorosa e supervisão constante. No caso do Monte Faito, a história de incidentes anteriores, como o de 1960, já havia levantado alertas sobre a necessidade de modernização.
A comparação com outros acidentes destaca a importância de sistemas de segurança redundantes, como freios de emergência e cabos reserva. No incidente de 17 de abril, o freio de emergência da cabine que descia para Castellammare funcionou, permitindo o resgate seguro de 11 passageiros. Já a cabine que subia, com cinco ocupantes, não teve a mesma sorte, sugerindo uma falha localizada no equipamento.
Repercussão nacional e internacional
A tragédia no Monte Faito ganhou destaque na mídia italiana e internacional, com veículos como a Reuters e o jornal La Repubblica cobrindo os desdobramentos em tempo real. Imagens dos resgates, mostrando passageiros sendo retirados por cordas de cabines suspensas, circularam amplamente, aumentando a comoção. A presença de turistas entre as vítimas, descritos como dois casais, levantou preocupações sobre o impacto do acidente no turismo internacional da região.
Organizações de turismo, como a Gialpi Tour Operator, que promove passeios na Costa Amalfitana, emitiram notas de pesar e reforçaram a segurança de outros meios de transporte, como ônibus e trens. A proximidade do acidente com a Semana Santa, um período de grande movimentação turística na Itália, ampliou as discussões sobre a preparação do setor para receber visitantes em áreas de risco.
Nas redes sociais, hashtags como #MonteFaito e #CastellammareDiStabia foram usadas para compartilhar informações e homenagens. Usuários lamentaram a perda de vidas e cobraram respostas rápidas das autoridades. A rápida mobilização da comunidade online reflete a relevância do Monte Faito como destino turístico e o impacto emocional de tragedies em locais associados a lazer e beleza natural.
Desafios do turismo em áreas montanhosas
O Monte Faito, assim como outras regiões montanhosas da Itália, enfrenta desafios únicos no turismo. A combinação de beleza natural, acesso limitado e condições climáticas imprevisíveis exige infraestruturas robustas e planejamento detalhado. O teleférico, embora eficiente, é vulnerável a falhas mecânicas e fatores externos, como ventos fortes e neblina, que são comuns na primavera e no outono.
Além disso, a dependência do turismo em Castellammare di Stabia torna a cidade particularmente sensível a eventos como o acidente de 17 de abril. Pequenos negócios, como bares, restaurantes e pousadas no topo do monte, podem sofrer com a redução de visitantes nos próximos meses. Iniciativas para recuperar a confiança do público, como campanhas de promoção e investimentos em segurança, serão cruciais para mitigar os impactos econômicos.
A tragédia também reacende o debate sobre a sustentabilidade do turismo em áreas naturais. O Monte Faito é conhecido por suas trilhas e biodiversidade, mas o aumento do fluxo de visitantes pode sobrecarregar a infraestrutura local. Autoridades já discutem a possibilidade de limitar o número de passageiros no teleférico ou investir em alternativas, como ônibus elétricos, para reduzir a pressão sobre o sistema atual.
Perspectivas para o futuro do teleférico
A reabertura do teleférico do Monte Faito, agora incerta, dependerá dos resultados da investigação e de eventuais reformas no sistema. Especialistas em engenharia de transportes sugerem que a modernização completa dos cabos, freios e sensores de segurança será necessária para evitar novos incidentes. O custo dessas melhorias, no entanto, pode ser um obstáculo para a EAV, que enfrenta restrições orçamentárias em meio à crise econômica pós-pandemia.
Enquanto isso, Castellammare di Stabia se prepara para lidar com as consequências da tragédia. O prefeito Luigi Vicinanza anunciou que a cidade prestará homenagens às vítimas e oferecerá apoio às famílias afetadas. Eventos culturais e turísticos programados para as próximas semanas, como a Festa della Castagna, podem ser adiados ou reformulados em respeito à memória dos falecidos.
A história do Monte Faito, marcada por sua beleza e agora por essa tragédia, continuará a atrair atenção. A capacidade da região de se recuperar dependerá de uma combinação de transparência nas investigações, investimentos em segurança e esforços para preservar a confiança dos turistas. Por enquanto, o silêncio no topo do monte reflete a gravidade do momento, mas também a resiliência de uma comunidade determinada a superar a adversidade.
- Fatos sobre o teleférico do Monte Faito:
- Inaugurado em 1952, conecta Castellammare di Stabia ao topo do monte em 8 minutos.
- Transportou 113 mil passageiros em 2024, segundo a EAV.
- Passou por reformas em 1990 e 2016, mas enfrentou interrupções em 1988 e 2012.
- É um dos principais acessos ao Monte Faito, destino famoso por trilhas e mirantes.

Uma tragédia abalou a região de Campania, no sul da Itália, nesta quinta-feira, 17 de abril, quando uma cabine do teleférico que conecta Castellammare di Stabia ao Monte Faito despencou, resultando na morte de quatro pessoas. O acidente, ocorrido por volta das 15h, horário local, envolveu a ruptura de um cabo de tração, deixando cinco ocupantes da cabine – quatro turistas e um operador – em uma situação crítica. O Monte Faito, conhecido por suas vistas deslumbrantes do Golfo de Nápoles e do vulcão Vesúvio, é um destino turístico popular, e o incidente chocou visitantes e moradores locais. As condições climáticas adversas, incluindo neblina densa e ventos fortes, complicaram as operações de resgate, que mobilizaram equipes especializadas e helicópteros. O operador da cabine, único sobrevivente, foi resgatado em estado grave e encaminhado ao hospital.
O teleférico, administrado pela empresa de transporte público EAV (Ente Autonomo Volturno), havia retomado suas operações apenas uma semana antes, após a pausa de inverno. A reabertura, celebrada com entusiasmo pelas autoridades locais, foi marcada por um aumento no fluxo de turistas atraídos pela beleza natural do Monte Faito. A tragédia, no entanto, levantou questionamentos sobre a segurança do sistema, que opera desde 1952 e já enfrentou incidentes no passado. Imagens divulgadas por agências de notícias mostram o esforço das equipes de resgate, que salvaram 16 passageiros presos em outras cabines, suspensas a centenas de metros de altura.
A notícia do acidente rapidamente se espalhou, gerando comoção em Castellammare di Stabia e em toda a Itália. O prefeito da cidade, Luigi Vicinanza, esteve no local e relatou que o cabo de tração da cabine que subia para o topo do monte se rompeu, e o freio de emergência não funcionou adequadamente. Autoridades judiciais da Procuradoria de Torre Annunziata abriram uma investigação para apurar as causas do incidente, e o sistema de teleférico foi interditado.
Contexto do acidente no Monte Faito
O Monte Faito, com seus 1.100 metros de altitude, é um dos pontos turísticos mais procurados da região de Campania. Localizado entre Castellammare di Stabia e Vico Equense, o monte oferece uma vista panorâmica que abrange o Golfo de Nápoles, o Vesúvio, as ilhas de Capri e Ischia, além da Costa Amalfitana. O teleférico, que cobre uma distância de cerca de 3 quilômetros em apenas oito minutos, é uma das principais formas de acesso ao topo, especialmente para turistas que buscam trilhas, mirantes e a tranquilidade de suas florestas.
Inaugurado em 1952, o teleférico do Monte Faito foi projetado para atender à crescente demanda turística da região, conectando a estação da Circumvesuviana, em Castellammare di Stabia, ao topo do monte. A infraestrutura, embora modernizada em renovações como a de 2016, enfrenta desafios relacionados à manutenção e às condições climáticas, que podem afetar a operação em dias de ventos fortes ou neblina. Em 2024, o sistema transportou mais de 113 mil passageiros, segundo dados da EAV, refletindo sua importância para o turismo local.
❗️Precipita una cabina della funivia del Monte Faito, nel Napoletano: tre vittime, un ferito grave e un disperso, si apprende da fonti dei soccorritori all’ANSA.
A causa delle pessime condizioni meteo i soccorritori stanno avendo difficoltà a giungere sul posto. pic.twitter.com/qL6ZUXocqR
— Italia 24H Live 🔴 – Notizie dall’Italia (@Italia24HLive) April 17, 2025
A tragédia de 17 de abril não é o primeiro incidente grave na história do teleférico. Em 1960, uma cabine descarrilou e caiu sobre os trilhos da ferrovia abaixo, resultando em uma morte. Esse episódio levou a melhorias nos sistemas de segurança, mas o acidente recente sugere que falhas persistem. O prefeito Luigi Vicinanza destacou que a cabine acidentada colidiu com um pilar durante a descida descontrolada, o que pode ter agravado a situação.
- Cronologia dos eventos do acidente:
- 14h30: O teleférico inicia uma nova viagem com duas cabines, uma subindo e outra descendo.
- 15h: O cabo de tração da cabine que subia se rompe, causando a queda.
- 15h30: Equipes de resgate são acionadas; neblina e ventos dificultam as operações.
- 17h: Helicópteros localizam a cabine acidentada; quatro mortes são confirmadas.
- 19h: Todos os 16 passageiros das outras cabines são resgatados em segurança.
Impacto imediato na região
O acidente no Monte Faito gerou um impacto significativo em Castellammare di Stabia, uma cidade que depende do turismo para impulsionar sua economia. Hotéis, restaurantes e guias turísticos locais, que aguardavam uma temporada movimentada com a chegada da primavera, agora enfrentam incertezas. A interrupção das operações do teleférico, que atrai milhares de visitantes anualmente, pode afetar o fluxo de turistas, especialmente durante os meses de abril e maio, considerados de alta temporada na região.
Moradores da cidade expressaram choque e tristeza com a tragédia. Muitos, que veem o teleférico como um símbolo de orgulho local, agora questionam a segurança do sistema. Nas redes sociais, mensagens de solidariedade às vítimas e pedidos por investigações rigorosas dominaram as discussões. Umberto De Gregorio, presidente da EAV, publicou uma nota descrevendo o incidente como uma “tragédia inimaginável” e prometeu colaborar com as autoridades para esclarecer os fatos.
As condições climáticas adversas, mencionadas pelo governador Vincenzo De Luca, foram um fator crítico no desenrolar do acidente. A neblina densa dificultou a visibilidade para as equipes de resgate, que precisaram usar helicópteros e técnicas de rapel para acessar as cabines suspensas. A operação, que durou cerca de quatro horas, envolveu o Corpo Alpino e Espeleológico Italiano, bombeiros e policiais, que trabalharam sob pressão para garantir a segurança dos passageiros.
Investigação e medidas tomadas
A Procuradoria de Torre Annunziata, responsável pela região, assumiu a investigação do acidente. Peritos foram enviados ao local para analisar os destroços da cabine e o sistema de cabos. Uma das principais hipóteses é a falha mecânica no cabo de tração, mas as autoridades também avaliam se a manutenção recente do teleférico foi suficiente para garantir sua operação segura. O prefeito Luigi Vicinanza revelou que o sistema passou por inspeções antes da reabertura, mas os resultados dessas vistorias ainda não foram divulgados.
A estação de Castellammare di Stabia foi fechada temporariamente, afetando também a linha ferroviária Circumvesuviana entre Pioppaino e Sorrento, já que o cabo rompido caiu sobre os trilhos. A estrada panorâmica que passa pela Reggia di Quisisana, uma área histórica da cidade, foi interditada por precaução. Essas medidas, embora necessárias, causaram transtornos para moradores e turistas que dependem do transporte público na região.
A EAV, empresa responsável pelo teleférico, enfrenta agora um escrutínio intenso. Fundada para gerir o transporte público na Campania, a companhia já lidou com críticas no passado por problemas em outras linhas, como atrasos e superlotação. O acidente no Monte Faito coloca em xeque a capacidade da empresa de manter infraestruturas críticas, especialmente em um setor tão sensível quanto o turismo.
- Medidas anunciadas após o acidente:
- Interdição total do teleférico até a conclusão das investigações.
- Inspeção técnica de todos os cabos e sistemas de segurança do equipamento.
- Apoio psicológico e financeiro às famílias das vítimas.
- Reuniões emergenciais entre a EAV e autoridades locais para revisar protocolos de segurança.
Histórico de acidentes em teleféricos na Itália
A Itália, com sua geografia montanhosa e tradição de teleféricos turísticos, já enfrentou outros acidentes graves envolvendo esses sistemas. Em maio de 2021, a queda de uma cabine na linha Stresa-Mottarone, no Piemonte, matou 14 pessoas, incluindo turistas estrangeiros. A investigação revelou que o sistema de freios de emergência havia sido desativado intencionalmente para evitar paradas frequentes, o que chocou o país. Esse caso, ainda fresco na memória dos italianos, intensificou as cobranças por regulamentações mais rígidas no setor.
Outro incidente marcante ocorreu em 1998, na região de Cavalese, nos Alpes, quando um avião militar americano colidiu com os cabos de um teleférico, matando 20 pessoas. Esses episódios, embora diferentes em suas causas, reforçam a percepção de que os teleféricos, apesar de serem uma atração turística, exigem manutenção rigorosa e supervisão constante. No caso do Monte Faito, a história de incidentes anteriores, como o de 1960, já havia levantado alertas sobre a necessidade de modernização.
A comparação com outros acidentes destaca a importância de sistemas de segurança redundantes, como freios de emergência e cabos reserva. No incidente de 17 de abril, o freio de emergência da cabine que descia para Castellammare funcionou, permitindo o resgate seguro de 11 passageiros. Já a cabine que subia, com cinco ocupantes, não teve a mesma sorte, sugerindo uma falha localizada no equipamento.
Repercussão nacional e internacional
A tragédia no Monte Faito ganhou destaque na mídia italiana e internacional, com veículos como a Reuters e o jornal La Repubblica cobrindo os desdobramentos em tempo real. Imagens dos resgates, mostrando passageiros sendo retirados por cordas de cabines suspensas, circularam amplamente, aumentando a comoção. A presença de turistas entre as vítimas, descritos como dois casais, levantou preocupações sobre o impacto do acidente no turismo internacional da região.
Organizações de turismo, como a Gialpi Tour Operator, que promove passeios na Costa Amalfitana, emitiram notas de pesar e reforçaram a segurança de outros meios de transporte, como ônibus e trens. A proximidade do acidente com a Semana Santa, um período de grande movimentação turística na Itália, ampliou as discussões sobre a preparação do setor para receber visitantes em áreas de risco.
Nas redes sociais, hashtags como #MonteFaito e #CastellammareDiStabia foram usadas para compartilhar informações e homenagens. Usuários lamentaram a perda de vidas e cobraram respostas rápidas das autoridades. A rápida mobilização da comunidade online reflete a relevância do Monte Faito como destino turístico e o impacto emocional de tragedies em locais associados a lazer e beleza natural.
Desafios do turismo em áreas montanhosas
O Monte Faito, assim como outras regiões montanhosas da Itália, enfrenta desafios únicos no turismo. A combinação de beleza natural, acesso limitado e condições climáticas imprevisíveis exige infraestruturas robustas e planejamento detalhado. O teleférico, embora eficiente, é vulnerável a falhas mecânicas e fatores externos, como ventos fortes e neblina, que são comuns na primavera e no outono.
Além disso, a dependência do turismo em Castellammare di Stabia torna a cidade particularmente sensível a eventos como o acidente de 17 de abril. Pequenos negócios, como bares, restaurantes e pousadas no topo do monte, podem sofrer com a redução de visitantes nos próximos meses. Iniciativas para recuperar a confiança do público, como campanhas de promoção e investimentos em segurança, serão cruciais para mitigar os impactos econômicos.
A tragédia também reacende o debate sobre a sustentabilidade do turismo em áreas naturais. O Monte Faito é conhecido por suas trilhas e biodiversidade, mas o aumento do fluxo de visitantes pode sobrecarregar a infraestrutura local. Autoridades já discutem a possibilidade de limitar o número de passageiros no teleférico ou investir em alternativas, como ônibus elétricos, para reduzir a pressão sobre o sistema atual.
Perspectivas para o futuro do teleférico
A reabertura do teleférico do Monte Faito, agora incerta, dependerá dos resultados da investigação e de eventuais reformas no sistema. Especialistas em engenharia de transportes sugerem que a modernização completa dos cabos, freios e sensores de segurança será necessária para evitar novos incidentes. O custo dessas melhorias, no entanto, pode ser um obstáculo para a EAV, que enfrenta restrições orçamentárias em meio à crise econômica pós-pandemia.
Enquanto isso, Castellammare di Stabia se prepara para lidar com as consequências da tragédia. O prefeito Luigi Vicinanza anunciou que a cidade prestará homenagens às vítimas e oferecerá apoio às famílias afetadas. Eventos culturais e turísticos programados para as próximas semanas, como a Festa della Castagna, podem ser adiados ou reformulados em respeito à memória dos falecidos.
A história do Monte Faito, marcada por sua beleza e agora por essa tragédia, continuará a atrair atenção. A capacidade da região de se recuperar dependerá de uma combinação de transparência nas investigações, investimentos em segurança e esforços para preservar a confiança dos turistas. Por enquanto, o silêncio no topo do monte reflete a gravidade do momento, mas também a resiliência de uma comunidade determinada a superar a adversidade.
- Fatos sobre o teleférico do Monte Faito:
- Inaugurado em 1952, conecta Castellammare di Stabia ao topo do monte em 8 minutos.
- Transportou 113 mil passageiros em 2024, segundo a EAV.
- Passou por reformas em 1990 e 2016, mas enfrentou interrupções em 1988 e 2012.
- É um dos principais acessos ao Monte Faito, destino famoso por trilhas e mirantes.
