A Semana Santa, período central no calendário litúrgico católico, mobiliza milhões de fiéis em todo o mundo para um momento de profunda espiritualidade. Celebrada entre os dias 13 e 20 de abril de 2025, essa semana reúne rituais que relembram os últimos dias de Jesus Cristo na Terra, desde sua entrada em Jerusalém até sua ressurreição. No Brasil, as celebrações atraem tanto comunidades urbanas quanto rurais, com procissões, encenações da Paixão e momentos de oração coletiva. Um dos dias mais marcantes desse período é a Sexta-feira Santa, que em 2025 será celebrada no dia 18 de abril. Diferentemente de outros dias, a Igreja Católica suspende a celebração da missa, prática única no ano, para enfatizar a reflexão sobre a crucificação e morte de Cristo.
A Sexta-feira Santa é marcada por um ambiente de silêncio e introspecção. Igrejas em todo o país, de pequenas capelas no interior a grandes catedrais metropolitanas, adaptam suas programações para cultos que priorizam a adoração da cruz e a leitura da Paixão. A ausência da missa reforça o peso simbólico do sacrifício de Jesus, convidando os fiéis a um momento de contemplação. Em cidades como Aparecida, no interior de São Paulo, o Santuário Nacional organiza celebrações que atraem milhares de peregrinos, com destaque para a liturgia da Paixão, realizada às 15h, horário tradicionalmente associado à morte de Cristo.
Além do caráter espiritual, a data também impacta a rotina dos brasileiros. A Sexta-feira Santa é feriado nacional, o que permite que muitos participem das celebrações ou aproveitem o dia para descansar. Em 2025, o feriado cai em uma sexta-feira, criando um fim de semana prolongado para alguns trabalhadores. Essa pausa, no entanto, é vista por líderes religiosos como uma oportunidade para que as famílias se reúnam em oração ou participem de retiros espirituais organizados por paróquias.
Significado da Sexta-feira Santa na tradição católica
A Sexta-feira Santa carrega um peso único na liturgia católica, sendo o dia dedicado à memória da crucificação de Jesus Cristo. Diferentemente de outros momentos da Semana Santa, como o Domingo de Ramos ou a Vigília Pascal, a data é marcada por uma sobriedade que reflete o sofrimento e a entrega de Cristo. A suspensão da missa, prática estabelecida há séculos, simboliza o luto da Igreja diante da morte de seu fundador, mas também a esperança na ressurreição que será celebrada no Domingo de Páscoa.
A liturgia do dia é composta por três momentos principais: a leitura da Paixão, a adoração da cruz e a distribuição da comunhão com hóstias consagradas na Quinta-feira Santa. Em muitas igrejas, a celebração começa com o sacerdote prostrado diante do altar, um gesto que simboliza humildade e reverência. A ausência de procissão de entrada e de ritos iniciais reforça o tom solene. Em paróquias pelo Brasil, como na Arquidiocese do Rio de Janeiro, a liturgia da Paixão é acompanhada por cânticos que evocam a narrativa bíblica da crucificação.
O jejum e a abstinência de carne são práticas recomendadas pela Igreja para os fiéis com idade entre 18 e 59 anos, exceto em casos de saúde ou outras dispensas. Essa tradição, enraizada na penitência, busca aproximar os católicos do sacrifício de Cristo. Em algumas regiões do Brasil, como no Nordeste, comunidades complementam o jejum com pratos típicos da Quaresma, como peixes e moquecas, preparados especialmente para a data.
- Leitura da Paixão: A narrativa da crucificação, extraída dos evangelhos, é proclamada em voz alta, muitas vezes com a participação de leitores que representam diferentes personagens.
- Adoração da cruz: Os fiéis são convidados a se aproximar da cruz, muitas vezes beijando-a, em um gesto de gratidão e reverência.
- Comunhão: As hóstias consagradas na Quinta-feira Santa são distribuídas, mantendo a conexão com o sacramento da eucaristia.
Contexto histórico da Sexta-feira Santa
As origens da Sexta-feira Santa remontam aos primeiros séculos do cristianismo, quando as comunidades começaram a organizar celebrações para relembrar os eventos da Paixão de Cristo. No século IV, com a oficialização do cristianismo no Império Romano, a liturgia da Semana Santa passou a ganhar contornos mais definidos. A prática de não celebrar a missa nesse dia tem raízes na tradição de considerar a crucificação como um momento de interrupção na vida sacramental da Igreja, que aguarda a ressurreição para retomar plenamente suas celebrações.
No Brasil, a Sexta-feira Santa foi incorporada às práticas religiosas com a chegada dos colonizadores portugueses no século XVI. Missões jesuíticas, como as fundadas em São Paulo e no Nordeste, introduziram os rituais da Semana Santa às populações indígenas e africanas, muitas vezes adaptando elementos locais. Hoje, a data é celebrada de forma diversa, com procissões grandiosas em cidades como Ouro Preto, em Minas Gerais, e encenações da Paixão em comunidades rurais do interior.
A influência cultural da Sexta-feira Santa também se reflete em tradições populares. Em algumas regiões, como no Sul do Brasil, é comum a realização de “queimas de Judas”, uma prática que, embora menos frequente, simboliza a reprovação ao traidor de Cristo. Essas manifestações, no entanto, são vistas com ressalvas por líderes religiosos, que preferem enfatizar a mensagem de perdão e redenção.
Celebrações no Brasil e no mundo
No Brasil, a Sexta-feira Santa é marcada por uma rica diversidade de celebrações. Em São Paulo, a Arquidiocese organiza a tradicional Via-Sacra no Morro da Capelinha, em Santana, reunindo milhares de fiéis em uma caminhada que reproduz as estações da cruz. No Rio de Janeiro, a Catedral Metropolitana sedia a liturgia da Paixão, enquanto comunidades cariocas promovem procissões noturnas pelas ruas. Em Pernambuco, a cidade de Caruaru é conhecida pela encenação da Paixão de Cristo, que atrai turistas e moradores para um espetáculo ao ar livre.
No cenário internacional, a Sexta-feira Santa também mobiliza milhões. Em Roma, o Papa Francisco presidirá a Via-Sacra no Coliseu, um evento transmitido globalmente e que reúne peregrinos de diversos países. Na Espanha, cidades como Sevilha e Málaga realizam procissões com imagens sacras que datam de séculos, atraindo multidões. Nas Filipinas, rituais mais intensos, como a crucificação voluntária de alguns fiéis, embora controversos, continuam a ocorrer em cidades como San Fernando.
As celebrações variam em forma, mas compartilham o mesmo objetivo: relembrar o sacrifício de Cristo e preparar os fiéis para a alegria da ressurreição. No Brasil, a data também é uma oportunidade para o turismo religioso, com destinos como Aparecida e Nova Jerusalém, em Pernambuco, registrando grande movimento durante a Semana Santa.
- Via-Sacra: Caminhada que reproduz as 14 estações da Paixão, realizada em igrejas, ruas ou morros.
- Procissões: Marchas silenciosas com imagens de Cristo crucificado ou da Virgem Maria.
- Encenações: Espetáculos teatrais que narram a Paixão, comuns em cidades do interior.

Impactos sociais e econômicos da Sexta-feira Santa
A Sexta-feira Santa, como feriado nacional, influencia diretamente a dinâmica social e econômica do Brasil. Em 2025, a data coincide com uma sexta-feira, o que amplia as possibilidades de viagens e atividades religiosas. Cidades com forte tradição católica, como Salvador e Recife, registram aumento no turismo durante a Semana Santa, com hotéis e pousadas alcançando altas taxas de ocupação. O setor de alimentação também é impactado, com a venda de peixes e frutos do mar crescendo significativamente devido à abstinência de carne.
Por outro lado, o feriado pode gerar desafios para setores que dependem de operação contínua, como o comércio e os serviços. Grandes redes varejistas, por exemplo, costumam reduzir o horário de funcionamento, enquanto pequenos comerciantes em cidades turísticas aproveitam o movimento de visitantes. Em 2024, o turismo religioso movimentou cerca de R$ 15 bilhões no Brasil durante a Semana Santa, número que deve crescer em 2025 com a retomada plena das atividades pós-pandemia.
A data também reforça laços comunitários. Em pequenas cidades do interior, a Sexta-feira Santa é um momento de união, com vizinhos se reunindo para organizar procissões ou preparar alimentos típicos. Em áreas urbanas, paróquias promovem ações solidárias, como a distribuição de cestas básicas, conectando a espiritualidade à caridade.
Tradições regionais e sua relevância
A riqueza cultural do Brasil se manifesta nas diferentes formas de celebrar a Sexta-feira Santa. No Norte, comunidades ribeirinhas do Amazonas realizam procissões fluviais, com barcos adornados que percorrem os rios. No Nordeste, a culinária quaresmal ganha destaque, com pratos como a torta de camarão e o peixe na telha. No Sul, a influência de imigrantes italianos e alemães aparece em celebrações mais intimistas, com destaque para corais que entoam hinos tradicionais.
Em Minas Gerais, a Semana Santa é um dos períodos mais aguardados, especialmente em cidades históricas como Ouro Preto e São João del-Rei. As ruas coloniais são decoradas com tapetes de serragem colorida, e as procissões noturnas atraem turistas do Brasil e do exterior. Essas celebrações, além de reforçar a fé, têm um impacto econômico significativo, com o turismo representando uma fonte de renda para artesãos, guias e comerciantes locais.
A diversidade de tradições reflete a pluralidade do catolicismo brasileiro, que incorpora elementos indígenas, africanos e europeus. Em comunidades quilombolas, por exemplo, a Sexta-feira Santa pode incluir rituais que mesclam cânticos cristãos com batuques tradicionais, criando uma celebração única.
Calendário da Semana Santa 2025
A Semana Santa de 2025 seguirá o calendário litúrgico tradicional, com datas fixadas com base no ciclo lunar. Cada dia possui um significado específico, preparando os fiéis para a celebração da Páscoa. Abaixo, as principais datas e seus rituais:
- 13 de abril – Domingo de Ramos: Celebra a entrada de Jesus em Jerusalém, com procissões de ramos.
- 17 de abril – Quinta-feira Santa: Marca a Última Ceia e a instituição da eucaristia, com a missa do Lava-pés.
- 18 de abril – Sexta-feira Santa: Dia de jejum, silêncio e liturgia da Paixão, sem missa.
- 19 de abril – Sábado Santo: Vigília Pascal à noite, celebrando a ressurreição de Cristo.
- 20 de abril – Domingo de Páscoa: Festa da ressurreição, com missas festivas e celebrações familiares.
Reflexões sobre o silêncio da Sexta-feira Santa
O silêncio que caracteriza a Sexta-feira Santa não é apenas uma ausência de som, mas um convite à introspecção. Em um mundo marcado por distrações constantes, a Igreja Católica propõe um momento de pausa, no qual os fiéis são chamados a refletir sobre temas como sacrifício, redenção e gratidão. Em paróquias urbanas, como as de São Paulo e Belo Horizonte, retiros espirituais são organizados para jovens e adultos, oferecendo espaços de oração e diálogo.
Esse silêncio também contrasta com a alegria da Vigília Pascal, realizada na noite do Sábado Santo. A transição do luto para a celebração da ressurreição é um dos pilares da fé católica, reforçando a mensagem de esperança. No Brasil, a Vigília Pascal é marcada por cerimônias que incluem a bênção do fogo novo e o canto do “Glória”, momentos que atraem até mesmo fiéis que não participam regularmente das missas.
A Sexta-feira Santa, portanto, funciona como um ponto de equilíbrio na Semana Santa, conectando a dor da crucificação à promessa da ressurreição. Essa dualidade é especialmente significativa em um país como o Brasil, onde a religiosidade permeia a vida cotidiana, influenciando desde práticas culturais até decisões pessoais.
Preparativos para a Semana Santa no Brasil
A organização da Semana Santa começa meses antes, com paróquias e dioceses planejando celebrações que atendam às necessidades de suas comunidades. Em 2025, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou uma campanha quaresmal focada na fraternidade, incentivando ações de solidariedade durante o período. Paróquias de todo o país estão mobilizando voluntários para atividades como a confecção de tapetes de serragem, a preparação de corais e a logística de procissões.
Em destinos turísticos, como Aparecida e Trindade, em Goiás, os preparativos incluem a ampliação de horários de atendimento aos peregrinos e a instalação de telões para transmitir as celebrações. Essas cidades esperam receber milhões de visitantes durante a Semana Santa, com destaque para a Sexta-feira Santa, quando as celebrações da Paixão atraem o maior público.
A preparação também envolve os fiéis, que participam de grupos de oração e retiros durante a Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa. Em comunidades rurais, a Semana Santa é um momento de renovação espiritual, com famílias se reunindo para rezar o terço ou participar de novenas.
- Confecção de tapetes: Artesãos criam desenhos com serragem e flores para procissões.
- Ensaios de corais: Grupos musicais preparam hinos para as liturgias.
- Retiros quaresmais: Encontros espirituais para jovens e adultos, focados na reflexão.
Influência da Sexta-feira Santa na sociedade contemporânea
A Sexta-feira Santa, embora profundamente enraizada na tradição religiosa, também dialoga com questões contemporâneas. Em um contexto de polarização e desafios sociais, a mensagem de sacrifício e reconciliação ressoa como um convite à unidade. Paróquias em periferias urbanas, como as de Fortaleza e Manaus, utilizam a data para promover ações sociais, como mutirões de saúde e distribuição de alimentos.
A data também inspira reflexões sobre o consumo e a sustentabilidade. O jejum, por exemplo, é visto por alguns fiéis como uma oportunidade para repensar hábitos alimentares e reduzir o desperdício. Em 2024, iniciativas de paróquias no Rio Grande do Sul conectaram o jejum quaresmal a campanhas de combate à fome, arrecadando toneladas de alimentos para comunidades vulneráveis.
No campo cultural, a Sexta-feira Santa influencia a produção artística, com exposições de arte sacra e apresentações musicais em igrejas. Museus como o de Arte Sacra de São Paulo promovem mostras temáticas durante a Semana Santa, destacando a iconografia da Paixão de Cristo.

A Semana Santa, período central no calendário litúrgico católico, mobiliza milhões de fiéis em todo o mundo para um momento de profunda espiritualidade. Celebrada entre os dias 13 e 20 de abril de 2025, essa semana reúne rituais que relembram os últimos dias de Jesus Cristo na Terra, desde sua entrada em Jerusalém até sua ressurreição. No Brasil, as celebrações atraem tanto comunidades urbanas quanto rurais, com procissões, encenações da Paixão e momentos de oração coletiva. Um dos dias mais marcantes desse período é a Sexta-feira Santa, que em 2025 será celebrada no dia 18 de abril. Diferentemente de outros dias, a Igreja Católica suspende a celebração da missa, prática única no ano, para enfatizar a reflexão sobre a crucificação e morte de Cristo.
A Sexta-feira Santa é marcada por um ambiente de silêncio e introspecção. Igrejas em todo o país, de pequenas capelas no interior a grandes catedrais metropolitanas, adaptam suas programações para cultos que priorizam a adoração da cruz e a leitura da Paixão. A ausência da missa reforça o peso simbólico do sacrifício de Jesus, convidando os fiéis a um momento de contemplação. Em cidades como Aparecida, no interior de São Paulo, o Santuário Nacional organiza celebrações que atraem milhares de peregrinos, com destaque para a liturgia da Paixão, realizada às 15h, horário tradicionalmente associado à morte de Cristo.
Além do caráter espiritual, a data também impacta a rotina dos brasileiros. A Sexta-feira Santa é feriado nacional, o que permite que muitos participem das celebrações ou aproveitem o dia para descansar. Em 2025, o feriado cai em uma sexta-feira, criando um fim de semana prolongado para alguns trabalhadores. Essa pausa, no entanto, é vista por líderes religiosos como uma oportunidade para que as famílias se reúnam em oração ou participem de retiros espirituais organizados por paróquias.
Significado da Sexta-feira Santa na tradição católica
A Sexta-feira Santa carrega um peso único na liturgia católica, sendo o dia dedicado à memória da crucificação de Jesus Cristo. Diferentemente de outros momentos da Semana Santa, como o Domingo de Ramos ou a Vigília Pascal, a data é marcada por uma sobriedade que reflete o sofrimento e a entrega de Cristo. A suspensão da missa, prática estabelecida há séculos, simboliza o luto da Igreja diante da morte de seu fundador, mas também a esperança na ressurreição que será celebrada no Domingo de Páscoa.
A liturgia do dia é composta por três momentos principais: a leitura da Paixão, a adoração da cruz e a distribuição da comunhão com hóstias consagradas na Quinta-feira Santa. Em muitas igrejas, a celebração começa com o sacerdote prostrado diante do altar, um gesto que simboliza humildade e reverência. A ausência de procissão de entrada e de ritos iniciais reforça o tom solene. Em paróquias pelo Brasil, como na Arquidiocese do Rio de Janeiro, a liturgia da Paixão é acompanhada por cânticos que evocam a narrativa bíblica da crucificação.
O jejum e a abstinência de carne são práticas recomendadas pela Igreja para os fiéis com idade entre 18 e 59 anos, exceto em casos de saúde ou outras dispensas. Essa tradição, enraizada na penitência, busca aproximar os católicos do sacrifício de Cristo. Em algumas regiões do Brasil, como no Nordeste, comunidades complementam o jejum com pratos típicos da Quaresma, como peixes e moquecas, preparados especialmente para a data.
- Leitura da Paixão: A narrativa da crucificação, extraída dos evangelhos, é proclamada em voz alta, muitas vezes com a participação de leitores que representam diferentes personagens.
- Adoração da cruz: Os fiéis são convidados a se aproximar da cruz, muitas vezes beijando-a, em um gesto de gratidão e reverência.
- Comunhão: As hóstias consagradas na Quinta-feira Santa são distribuídas, mantendo a conexão com o sacramento da eucaristia.
Contexto histórico da Sexta-feira Santa
As origens da Sexta-feira Santa remontam aos primeiros séculos do cristianismo, quando as comunidades começaram a organizar celebrações para relembrar os eventos da Paixão de Cristo. No século IV, com a oficialização do cristianismo no Império Romano, a liturgia da Semana Santa passou a ganhar contornos mais definidos. A prática de não celebrar a missa nesse dia tem raízes na tradição de considerar a crucificação como um momento de interrupção na vida sacramental da Igreja, que aguarda a ressurreição para retomar plenamente suas celebrações.
No Brasil, a Sexta-feira Santa foi incorporada às práticas religiosas com a chegada dos colonizadores portugueses no século XVI. Missões jesuíticas, como as fundadas em São Paulo e no Nordeste, introduziram os rituais da Semana Santa às populações indígenas e africanas, muitas vezes adaptando elementos locais. Hoje, a data é celebrada de forma diversa, com procissões grandiosas em cidades como Ouro Preto, em Minas Gerais, e encenações da Paixão em comunidades rurais do interior.
A influência cultural da Sexta-feira Santa também se reflete em tradições populares. Em algumas regiões, como no Sul do Brasil, é comum a realização de “queimas de Judas”, uma prática que, embora menos frequente, simboliza a reprovação ao traidor de Cristo. Essas manifestações, no entanto, são vistas com ressalvas por líderes religiosos, que preferem enfatizar a mensagem de perdão e redenção.
Celebrações no Brasil e no mundo
No Brasil, a Sexta-feira Santa é marcada por uma rica diversidade de celebrações. Em São Paulo, a Arquidiocese organiza a tradicional Via-Sacra no Morro da Capelinha, em Santana, reunindo milhares de fiéis em uma caminhada que reproduz as estações da cruz. No Rio de Janeiro, a Catedral Metropolitana sedia a liturgia da Paixão, enquanto comunidades cariocas promovem procissões noturnas pelas ruas. Em Pernambuco, a cidade de Caruaru é conhecida pela encenação da Paixão de Cristo, que atrai turistas e moradores para um espetáculo ao ar livre.
No cenário internacional, a Sexta-feira Santa também mobiliza milhões. Em Roma, o Papa Francisco presidirá a Via-Sacra no Coliseu, um evento transmitido globalmente e que reúne peregrinos de diversos países. Na Espanha, cidades como Sevilha e Málaga realizam procissões com imagens sacras que datam de séculos, atraindo multidões. Nas Filipinas, rituais mais intensos, como a crucificação voluntária de alguns fiéis, embora controversos, continuam a ocorrer em cidades como San Fernando.
As celebrações variam em forma, mas compartilham o mesmo objetivo: relembrar o sacrifício de Cristo e preparar os fiéis para a alegria da ressurreição. No Brasil, a data também é uma oportunidade para o turismo religioso, com destinos como Aparecida e Nova Jerusalém, em Pernambuco, registrando grande movimento durante a Semana Santa.
- Via-Sacra: Caminhada que reproduz as 14 estações da Paixão, realizada em igrejas, ruas ou morros.
- Procissões: Marchas silenciosas com imagens de Cristo crucificado ou da Virgem Maria.
- Encenações: Espetáculos teatrais que narram a Paixão, comuns em cidades do interior.

Impactos sociais e econômicos da Sexta-feira Santa
A Sexta-feira Santa, como feriado nacional, influencia diretamente a dinâmica social e econômica do Brasil. Em 2025, a data coincide com uma sexta-feira, o que amplia as possibilidades de viagens e atividades religiosas. Cidades com forte tradição católica, como Salvador e Recife, registram aumento no turismo durante a Semana Santa, com hotéis e pousadas alcançando altas taxas de ocupação. O setor de alimentação também é impactado, com a venda de peixes e frutos do mar crescendo significativamente devido à abstinência de carne.
Por outro lado, o feriado pode gerar desafios para setores que dependem de operação contínua, como o comércio e os serviços. Grandes redes varejistas, por exemplo, costumam reduzir o horário de funcionamento, enquanto pequenos comerciantes em cidades turísticas aproveitam o movimento de visitantes. Em 2024, o turismo religioso movimentou cerca de R$ 15 bilhões no Brasil durante a Semana Santa, número que deve crescer em 2025 com a retomada plena das atividades pós-pandemia.
A data também reforça laços comunitários. Em pequenas cidades do interior, a Sexta-feira Santa é um momento de união, com vizinhos se reunindo para organizar procissões ou preparar alimentos típicos. Em áreas urbanas, paróquias promovem ações solidárias, como a distribuição de cestas básicas, conectando a espiritualidade à caridade.
Tradições regionais e sua relevância
A riqueza cultural do Brasil se manifesta nas diferentes formas de celebrar a Sexta-feira Santa. No Norte, comunidades ribeirinhas do Amazonas realizam procissões fluviais, com barcos adornados que percorrem os rios. No Nordeste, a culinária quaresmal ganha destaque, com pratos como a torta de camarão e o peixe na telha. No Sul, a influência de imigrantes italianos e alemães aparece em celebrações mais intimistas, com destaque para corais que entoam hinos tradicionais.
Em Minas Gerais, a Semana Santa é um dos períodos mais aguardados, especialmente em cidades históricas como Ouro Preto e São João del-Rei. As ruas coloniais são decoradas com tapetes de serragem colorida, e as procissões noturnas atraem turistas do Brasil e do exterior. Essas celebrações, além de reforçar a fé, têm um impacto econômico significativo, com o turismo representando uma fonte de renda para artesãos, guias e comerciantes locais.
A diversidade de tradições reflete a pluralidade do catolicismo brasileiro, que incorpora elementos indígenas, africanos e europeus. Em comunidades quilombolas, por exemplo, a Sexta-feira Santa pode incluir rituais que mesclam cânticos cristãos com batuques tradicionais, criando uma celebração única.
Calendário da Semana Santa 2025
A Semana Santa de 2025 seguirá o calendário litúrgico tradicional, com datas fixadas com base no ciclo lunar. Cada dia possui um significado específico, preparando os fiéis para a celebração da Páscoa. Abaixo, as principais datas e seus rituais:
- 13 de abril – Domingo de Ramos: Celebra a entrada de Jesus em Jerusalém, com procissões de ramos.
- 17 de abril – Quinta-feira Santa: Marca a Última Ceia e a instituição da eucaristia, com a missa do Lava-pés.
- 18 de abril – Sexta-feira Santa: Dia de jejum, silêncio e liturgia da Paixão, sem missa.
- 19 de abril – Sábado Santo: Vigília Pascal à noite, celebrando a ressurreição de Cristo.
- 20 de abril – Domingo de Páscoa: Festa da ressurreição, com missas festivas e celebrações familiares.
Reflexões sobre o silêncio da Sexta-feira Santa
O silêncio que caracteriza a Sexta-feira Santa não é apenas uma ausência de som, mas um convite à introspecção. Em um mundo marcado por distrações constantes, a Igreja Católica propõe um momento de pausa, no qual os fiéis são chamados a refletir sobre temas como sacrifício, redenção e gratidão. Em paróquias urbanas, como as de São Paulo e Belo Horizonte, retiros espirituais são organizados para jovens e adultos, oferecendo espaços de oração e diálogo.
Esse silêncio também contrasta com a alegria da Vigília Pascal, realizada na noite do Sábado Santo. A transição do luto para a celebração da ressurreição é um dos pilares da fé católica, reforçando a mensagem de esperança. No Brasil, a Vigília Pascal é marcada por cerimônias que incluem a bênção do fogo novo e o canto do “Glória”, momentos que atraem até mesmo fiéis que não participam regularmente das missas.
A Sexta-feira Santa, portanto, funciona como um ponto de equilíbrio na Semana Santa, conectando a dor da crucificação à promessa da ressurreição. Essa dualidade é especialmente significativa em um país como o Brasil, onde a religiosidade permeia a vida cotidiana, influenciando desde práticas culturais até decisões pessoais.
Preparativos para a Semana Santa no Brasil
A organização da Semana Santa começa meses antes, com paróquias e dioceses planejando celebrações que atendam às necessidades de suas comunidades. Em 2025, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou uma campanha quaresmal focada na fraternidade, incentivando ações de solidariedade durante o período. Paróquias de todo o país estão mobilizando voluntários para atividades como a confecção de tapetes de serragem, a preparação de corais e a logística de procissões.
Em destinos turísticos, como Aparecida e Trindade, em Goiás, os preparativos incluem a ampliação de horários de atendimento aos peregrinos e a instalação de telões para transmitir as celebrações. Essas cidades esperam receber milhões de visitantes durante a Semana Santa, com destaque para a Sexta-feira Santa, quando as celebrações da Paixão atraem o maior público.
A preparação também envolve os fiéis, que participam de grupos de oração e retiros durante a Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa. Em comunidades rurais, a Semana Santa é um momento de renovação espiritual, com famílias se reunindo para rezar o terço ou participar de novenas.
- Confecção de tapetes: Artesãos criam desenhos com serragem e flores para procissões.
- Ensaios de corais: Grupos musicais preparam hinos para as liturgias.
- Retiros quaresmais: Encontros espirituais para jovens e adultos, focados na reflexão.
Influência da Sexta-feira Santa na sociedade contemporânea
A Sexta-feira Santa, embora profundamente enraizada na tradição religiosa, também dialoga com questões contemporâneas. Em um contexto de polarização e desafios sociais, a mensagem de sacrifício e reconciliação ressoa como um convite à unidade. Paróquias em periferias urbanas, como as de Fortaleza e Manaus, utilizam a data para promover ações sociais, como mutirões de saúde e distribuição de alimentos.
A data também inspira reflexões sobre o consumo e a sustentabilidade. O jejum, por exemplo, é visto por alguns fiéis como uma oportunidade para repensar hábitos alimentares e reduzir o desperdício. Em 2024, iniciativas de paróquias no Rio Grande do Sul conectaram o jejum quaresmal a campanhas de combate à fome, arrecadando toneladas de alimentos para comunidades vulneráveis.
No campo cultural, a Sexta-feira Santa influencia a produção artística, com exposições de arte sacra e apresentações musicais em igrejas. Museus como o de Arte Sacra de São Paulo promovem mostras temáticas durante a Semana Santa, destacando a iconografia da Paixão de Cristo.
