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19 Apr 2025, Sat

The Chosen alcança 800 milhões de views e lidera boom do entretenimento cristão global

The Chosen


O entretenimento cristão vive um momento de ascensão global, impulsionado por produções como a série The Chosen, que acumula 800 milhões de visualizações desde sua estreia em 2019. A trama, centrada na vida de Jesus Cristo e seus discípulos, tornou-se um fenômeno cultural, conquistando o segundo maior público no Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos. Com um orçamento de 50 milhões de dólares por temporada, financiado por crowdfunding e parcerias com plataformas como Netflix, Prime Video e SBT, a série exemplifica a força de um mercado que vai além da televisão, alcançando cinema, literatura e música. Este crescimento reflete uma demanda por conteúdos que aliam valores cristãos a narrativas de alta qualidade, atraindo tanto fiéis quanto espectadores sem religião, que representam 30% da audiência de The Chosen. No Brasil, a exibição da temporada Última Ceia nos cinemas arrecadou 1,5 milhão de reais na estreia, consolidando o país como um dos principais mercados para o gênero.

A série, criada por Dallas Jenkins, começou como um projeto independente, arrecadando 10 milhões de dólares em uma campanha de crowdfunding com 16 mil contribuintes. Hoje, The Chosen é um exemplo de como o entretenimento cristão se adaptou à era do streaming, oferecendo acesso gratuito em seu aplicativo e expandindo para gigantes do setor. A estratégia de lançar episódios no cinema antes do streaming, como na quarta temporada, gerou 30 milhões de dólares nos Estados Unidos e 12 milhões de reais no Brasil, apenas com os dois primeiros capítulos. A produção, que humaniza figuras bíblicas com roteiros envolventes e atuações marcantes, como a de Jonathan Roumie no papel de Jesus, ressoa em diferentes culturas, com exibições em países como México, Reino Unido, Itália e Índia.

Além da televisão, o mercado cristão ganha força na literatura, com o segmento de clean fiction, romances que priorizam valores tradicionais e histórias edificantes. No Brasil, editoras como Thomas Nelson dobraram as vendas desse gênero entre 2023 e 2024, impulsionadas por plataformas de autopublicação como Wattpad e Kindle Unlimited. Livros como Corajosas, da Mundo Cristão, com 100 mil exemplares vendidos, mostram a busca por narrativas que reflitam a fé sem caricaturas. O fenômeno também se estende à música gospel, com artistas como Kanye West, cujo álbum Jesus is King explora a redenção cristã, e ao cinema, com produções como A Paixão de Cristo, que abriu caminho para o gênero em 2004.

  • Audiência diversa: 30% dos espectadores de The Chosen não seguem nenhuma religião.
  • Financiamento inovador: Crowdfunding arrecadou 40 milhões de dólares para as sete temporadas planejadas.
  • Impacto no Brasil: O país é o segundo maior mercado da série, com forte adesão em cinemas.
  • Crescimento literário: Vendas de clean fiction dobraram no último ano no Brasil.

A receita de sucesso de The Chosen

The Chosen se destaca por sua capacidade de unir qualidade técnica a uma narrativa acessível. A série retrata Jesus e seus seguidores com um toque de humanidade, explorando suas dúvidas, medos e alegrias em cenários históricos detalhados. A quarta temporada, intitulada Última Ceia, mergulha em momentos cruciais como a purificação do templo e a última ceia, com sequências que ganham força nas telonas. A estreia no Brasil, em 10 de abril, lotou salas em cidades como Rio de Janeiro, Curitiba e Salvador, com 72,8 mil ingressos vendidos na primeira semana. A escolha de exibir episódios no cinema, com som surround e imagens imersivas, ampliou o apelo, oferecendo uma experiência que vai além do streaming.

A produção também se beneficia de uma estratégia de marketing ousada. Disponibilizar temporadas anteriores gratuitamente no aplicativo oficial atrai novos espectadores, enquanto as exibições cinematográficas geram expectativa para os lançamentos. No Brasil, a série é acessível em plataformas como Netflix e SBT, além de eventos organizados por comunidades religiosas. A dublagem e legendagem em português garantem inclusão, enquanto a narrativa universal da série transcende barreiras culturais. A quinta temporada, já em filmagem, promete retratar a Semana Santa, com foco na tensão que antecede a crucificação, segundo o diretor Dallas Jenkins.

O impacto do streaming no entretenimento cristão

O streaming transformou a forma como o entretenimento cristão chega ao público. Plataformas como Netflix e Prime Video abriram espaço para produções que antes dependiam de canais religiosos ou distribuição limitada. The Chosen, por exemplo, nasceu em um aplicativo próprio, mas ganhou escala ao integrar catálogos de gigantes do setor. A série Messiah, de 2020, também tentou explorar a figura de um messias contemporâneo, mas enfrentou críticas por sua abordagem provocativa, resultando em cancelamento após uma temporada. Já O Eleito, minissérie da Netflix, gerou debates ao sugerir um adolescente como nova encarnação de Cristo, mostrando os desafios de abordar temas religiosos em narrativas modernas.

A flexibilidade do streaming permite que produções cristãs alcancem públicos diversos. The Chosen, com sua visão humanizada de Jesus, atrai evangélicos, católicos e até não religiosos, enquanto séries como A Paixão de Cristo, de Mel Gibson, optam por fidelidade estrita às Escrituras. A liberdade criativa do streaming também favorece experimentações, como a série Fundação, da Apple TV+, que mistura espiritualidade e ficção científica, ou dramas médicos como Pulso, que abordam dilemas éticos com nuances cristãs. No Brasil, a série Os Outros, do Globoplay, explora conflitos morais em um condomínio, ressoando com valores de redenção e comunidade.

O mercado de streaming também impulsionou a produção asiática, com plataformas como Rakuten Viki e Crunchyroll oferecendo conteúdos que misturam espiritualidade e cultura oriental. Embora focadas em doramas e animes, essas plataformas inspiram o entretenimento cristão a buscar narrativas mais plurais. No Brasil, o TikTok amplifica o alcance dessas produções, com a hashtag #TikTokMeFezAssistir acumulando 8 bilhões de visualizações. Criadores compartilham trechos de The Chosen, análises de cenas e até conteúdos originais, conectando o público jovem à série.

  • Acessibilidade: The Chosen é gratuito no aplicativo oficial, com dublagem e legendas.
  • Diversidade de plataformas: Netflix, Prime Video e SBT ampliam o alcance no Brasil.
  • Engajamento digital: O TikTok impulsiona a série com vídeos virais e resenhas.
  • Narrativas modernas: Séries como O Eleito exploram temas cristãos em contextos contemporâneos.

O boom da clean fiction na literatura

O mercado editorial brasileiro vive uma explosão de romances cristãos, conhecidos como clean fiction. Esses livros, que priorizam histórias de amor puro e valores tradicionais, ganharam força em plataformas como Wattpad e Kindle Unlimited antes de chegar às livrarias. A editora Thomas Nelson relata que as vendas do gênero dobraram entre 2023 e 2024, impulsionadas por autores que começaram na autopublicação. Títulos como Corajosas, de Arlene Diniz, venderam 100 mil exemplares, refletindo a demanda por narrativas que respeitem a fé dos leitores sem cair em estereótipos.

A clean fiction atende a um público que busca entretenimento sem violência, linguagem explícita ou temas controversos. Os romances, geralmente centrados em jovens que enfrentam dilemas amorosos ou familiares, oferecem mensagens de esperança e redenção. A ascensão do gênero acompanha movimentos de representatividade, como a literatura negra ou LGBTQIA+, mas com foco em valores cristãos. Editoras como Mundo Cristão e Thomas Nelson investem em autores nacionais, que ganham espaço em feiras literárias e redes sociais, onde leitores compartilham resenhas e recomendações.

O sucesso da clean fiction também reflete mudanças no consumo cultural. Assim como The Chosen atrai não religiosos, esses livros conquistam leitores que valorizam histórias leves e inspiradoras, independentemente de sua fé. A conexão com o público jovem é especialmente forte, com autores usando plataformas como TikTok e Instagram para promover seus trabalhos. A literatura cristã, antes restrita a livrarias religiosas, agora compete com best-sellers seculares, mostrando a versatilidade do entretenimento cristão.

Cronograma de lançamentos de The Chosen

A série The Chosen segue um calendário estratégico para manter o público engajado:

  • 10 de abril: Estreia dos episódios 1 e 2 da temporada Última Ceia, com 72,8 mil ingressos vendidos no Brasil.
  • Abril e maio: Lançamento dos episódios 3 a 8 em mais de 300 salas de cinema.
  • 2025: Estreia da quinta temporada, focada na Semana Santa, com exibições previstas para o cinema.
  • 2026: Produção da sexta temporada, que abordará a crucificação, segundo Dallas Jenkins.

Desafios do entretenimento cristão

Produzir conteúdo cristão para um público global não é tarefa simples. The Chosen enfrenta críticas de setores conservadores por sua abordagem humanizada, que adiciona detalhes não bíblicos à vida de Jesus. A série O Eleito, por exemplo, gerou polêmica ao sugerir um messias adolescente, enquanto Messiah foi cancelada após acusações de ofender a fé muçulmana. Essas controvérsias mostram a sensibilidade de adaptar textos religiosos, especialmente em narrativas contemporâneas que fogem das Escrituras.

No Brasil, o mercado cristão também enfrenta barreiras logísticas. A distribuição de livros e filmes em regiões remotas, como o Norte e o Nordeste, é limitada, e a infraestrutura de cinemas em pequenas cidades restringe o alcance de produções como The Chosen. Além disso, a concorrência com blockbusters seculares exige estratégias criativas, como o uso do TikTok e de eventos comunitários para engajar o público. A pirataria, comum em plataformas de streaming, também afeta a receita de produções independentes.

Apesar desses desafios, o entretenimento cristão se beneficia de uma base fiel. No Brasil, 87% da população se identifica como cristã, segundo o IBGE, criando um mercado robusto para séries, livros e música gospel. A universalidade das mensagens de fé, combinada com a qualidade técnica de produções como The Chosen, garante apelo global, enquanto a inovação no financiamento e na distribuição mantém o gênero competitivo.

The Chosen
The Chosen – Foto: Divulgação

O papel do cinema e da música

O cinema desempenha um papel central na expansão do entretenimento cristão. A estratégia de lançar The Chosen nas telonas antes do streaming criou uma experiência coletiva, com sessões lotadas em cidades como São Paulo e Recife. A purificação do templo, retratada com intensidade visual, e a última ceia, marcada por diálogos emotivos, ganham força em telas grandes, com áudio imersivo que capta desde o clamor das multidões até o silêncio dos momentos íntimos.

A música gospel também contribui para o fenômeno. Artistas como Kanye West, com Jesus is King, e bandas brasileiras como Diante do Trono atraem milhões de ouvintes no Spotify e em shows ao vivo. O álbum de West, que mistura rap e coros gospel, explora temas de redenção e superação, ressoando com fãs além do público cristão. No Brasil, eventos como a Marcha para Jesus reúnem multidões, mostrando a força cultural do gênero. A integração de música, cinema e literatura cria um ecossistema que reforça a identidade cristã em diferentes formatos.

O entretenimento cristão, impulsionado por The Chosen e pela clean fiction, está redefinindo o consumo cultural. Com narrativas que equilibram fé e qualidade, o gênero conquista espaço em um mercado dominado por blockbusters e dramas seculares, oferecendo histórias que inspiram e conectam públicos diversos.



O entretenimento cristão vive um momento de ascensão global, impulsionado por produções como a série The Chosen, que acumula 800 milhões de visualizações desde sua estreia em 2019. A trama, centrada na vida de Jesus Cristo e seus discípulos, tornou-se um fenômeno cultural, conquistando o segundo maior público no Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos. Com um orçamento de 50 milhões de dólares por temporada, financiado por crowdfunding e parcerias com plataformas como Netflix, Prime Video e SBT, a série exemplifica a força de um mercado que vai além da televisão, alcançando cinema, literatura e música. Este crescimento reflete uma demanda por conteúdos que aliam valores cristãos a narrativas de alta qualidade, atraindo tanto fiéis quanto espectadores sem religião, que representam 30% da audiência de The Chosen. No Brasil, a exibição da temporada Última Ceia nos cinemas arrecadou 1,5 milhão de reais na estreia, consolidando o país como um dos principais mercados para o gênero.

A série, criada por Dallas Jenkins, começou como um projeto independente, arrecadando 10 milhões de dólares em uma campanha de crowdfunding com 16 mil contribuintes. Hoje, The Chosen é um exemplo de como o entretenimento cristão se adaptou à era do streaming, oferecendo acesso gratuito em seu aplicativo e expandindo para gigantes do setor. A estratégia de lançar episódios no cinema antes do streaming, como na quarta temporada, gerou 30 milhões de dólares nos Estados Unidos e 12 milhões de reais no Brasil, apenas com os dois primeiros capítulos. A produção, que humaniza figuras bíblicas com roteiros envolventes e atuações marcantes, como a de Jonathan Roumie no papel de Jesus, ressoa em diferentes culturas, com exibições em países como México, Reino Unido, Itália e Índia.

Além da televisão, o mercado cristão ganha força na literatura, com o segmento de clean fiction, romances que priorizam valores tradicionais e histórias edificantes. No Brasil, editoras como Thomas Nelson dobraram as vendas desse gênero entre 2023 e 2024, impulsionadas por plataformas de autopublicação como Wattpad e Kindle Unlimited. Livros como Corajosas, da Mundo Cristão, com 100 mil exemplares vendidos, mostram a busca por narrativas que reflitam a fé sem caricaturas. O fenômeno também se estende à música gospel, com artistas como Kanye West, cujo álbum Jesus is King explora a redenção cristã, e ao cinema, com produções como A Paixão de Cristo, que abriu caminho para o gênero em 2004.

  • Audiência diversa: 30% dos espectadores de The Chosen não seguem nenhuma religião.
  • Financiamento inovador: Crowdfunding arrecadou 40 milhões de dólares para as sete temporadas planejadas.
  • Impacto no Brasil: O país é o segundo maior mercado da série, com forte adesão em cinemas.
  • Crescimento literário: Vendas de clean fiction dobraram no último ano no Brasil.

A receita de sucesso de The Chosen

The Chosen se destaca por sua capacidade de unir qualidade técnica a uma narrativa acessível. A série retrata Jesus e seus seguidores com um toque de humanidade, explorando suas dúvidas, medos e alegrias em cenários históricos detalhados. A quarta temporada, intitulada Última Ceia, mergulha em momentos cruciais como a purificação do templo e a última ceia, com sequências que ganham força nas telonas. A estreia no Brasil, em 10 de abril, lotou salas em cidades como Rio de Janeiro, Curitiba e Salvador, com 72,8 mil ingressos vendidos na primeira semana. A escolha de exibir episódios no cinema, com som surround e imagens imersivas, ampliou o apelo, oferecendo uma experiência que vai além do streaming.

A produção também se beneficia de uma estratégia de marketing ousada. Disponibilizar temporadas anteriores gratuitamente no aplicativo oficial atrai novos espectadores, enquanto as exibições cinematográficas geram expectativa para os lançamentos. No Brasil, a série é acessível em plataformas como Netflix e SBT, além de eventos organizados por comunidades religiosas. A dublagem e legendagem em português garantem inclusão, enquanto a narrativa universal da série transcende barreiras culturais. A quinta temporada, já em filmagem, promete retratar a Semana Santa, com foco na tensão que antecede a crucificação, segundo o diretor Dallas Jenkins.

O impacto do streaming no entretenimento cristão

O streaming transformou a forma como o entretenimento cristão chega ao público. Plataformas como Netflix e Prime Video abriram espaço para produções que antes dependiam de canais religiosos ou distribuição limitada. The Chosen, por exemplo, nasceu em um aplicativo próprio, mas ganhou escala ao integrar catálogos de gigantes do setor. A série Messiah, de 2020, também tentou explorar a figura de um messias contemporâneo, mas enfrentou críticas por sua abordagem provocativa, resultando em cancelamento após uma temporada. Já O Eleito, minissérie da Netflix, gerou debates ao sugerir um adolescente como nova encarnação de Cristo, mostrando os desafios de abordar temas religiosos em narrativas modernas.

A flexibilidade do streaming permite que produções cristãs alcancem públicos diversos. The Chosen, com sua visão humanizada de Jesus, atrai evangélicos, católicos e até não religiosos, enquanto séries como A Paixão de Cristo, de Mel Gibson, optam por fidelidade estrita às Escrituras. A liberdade criativa do streaming também favorece experimentações, como a série Fundação, da Apple TV+, que mistura espiritualidade e ficção científica, ou dramas médicos como Pulso, que abordam dilemas éticos com nuances cristãs. No Brasil, a série Os Outros, do Globoplay, explora conflitos morais em um condomínio, ressoando com valores de redenção e comunidade.

O mercado de streaming também impulsionou a produção asiática, com plataformas como Rakuten Viki e Crunchyroll oferecendo conteúdos que misturam espiritualidade e cultura oriental. Embora focadas em doramas e animes, essas plataformas inspiram o entretenimento cristão a buscar narrativas mais plurais. No Brasil, o TikTok amplifica o alcance dessas produções, com a hashtag #TikTokMeFezAssistir acumulando 8 bilhões de visualizações. Criadores compartilham trechos de The Chosen, análises de cenas e até conteúdos originais, conectando o público jovem à série.

  • Acessibilidade: The Chosen é gratuito no aplicativo oficial, com dublagem e legendas.
  • Diversidade de plataformas: Netflix, Prime Video e SBT ampliam o alcance no Brasil.
  • Engajamento digital: O TikTok impulsiona a série com vídeos virais e resenhas.
  • Narrativas modernas: Séries como O Eleito exploram temas cristãos em contextos contemporâneos.

O boom da clean fiction na literatura

O mercado editorial brasileiro vive uma explosão de romances cristãos, conhecidos como clean fiction. Esses livros, que priorizam histórias de amor puro e valores tradicionais, ganharam força em plataformas como Wattpad e Kindle Unlimited antes de chegar às livrarias. A editora Thomas Nelson relata que as vendas do gênero dobraram entre 2023 e 2024, impulsionadas por autores que começaram na autopublicação. Títulos como Corajosas, de Arlene Diniz, venderam 100 mil exemplares, refletindo a demanda por narrativas que respeitem a fé dos leitores sem cair em estereótipos.

A clean fiction atende a um público que busca entretenimento sem violência, linguagem explícita ou temas controversos. Os romances, geralmente centrados em jovens que enfrentam dilemas amorosos ou familiares, oferecem mensagens de esperança e redenção. A ascensão do gênero acompanha movimentos de representatividade, como a literatura negra ou LGBTQIA+, mas com foco em valores cristãos. Editoras como Mundo Cristão e Thomas Nelson investem em autores nacionais, que ganham espaço em feiras literárias e redes sociais, onde leitores compartilham resenhas e recomendações.

O sucesso da clean fiction também reflete mudanças no consumo cultural. Assim como The Chosen atrai não religiosos, esses livros conquistam leitores que valorizam histórias leves e inspiradoras, independentemente de sua fé. A conexão com o público jovem é especialmente forte, com autores usando plataformas como TikTok e Instagram para promover seus trabalhos. A literatura cristã, antes restrita a livrarias religiosas, agora compete com best-sellers seculares, mostrando a versatilidade do entretenimento cristão.

Cronograma de lançamentos de The Chosen

A série The Chosen segue um calendário estratégico para manter o público engajado:

  • 10 de abril: Estreia dos episódios 1 e 2 da temporada Última Ceia, com 72,8 mil ingressos vendidos no Brasil.
  • Abril e maio: Lançamento dos episódios 3 a 8 em mais de 300 salas de cinema.
  • 2025: Estreia da quinta temporada, focada na Semana Santa, com exibições previstas para o cinema.
  • 2026: Produção da sexta temporada, que abordará a crucificação, segundo Dallas Jenkins.

Desafios do entretenimento cristão

Produzir conteúdo cristão para um público global não é tarefa simples. The Chosen enfrenta críticas de setores conservadores por sua abordagem humanizada, que adiciona detalhes não bíblicos à vida de Jesus. A série O Eleito, por exemplo, gerou polêmica ao sugerir um messias adolescente, enquanto Messiah foi cancelada após acusações de ofender a fé muçulmana. Essas controvérsias mostram a sensibilidade de adaptar textos religiosos, especialmente em narrativas contemporâneas que fogem das Escrituras.

No Brasil, o mercado cristão também enfrenta barreiras logísticas. A distribuição de livros e filmes em regiões remotas, como o Norte e o Nordeste, é limitada, e a infraestrutura de cinemas em pequenas cidades restringe o alcance de produções como The Chosen. Além disso, a concorrência com blockbusters seculares exige estratégias criativas, como o uso do TikTok e de eventos comunitários para engajar o público. A pirataria, comum em plataformas de streaming, também afeta a receita de produções independentes.

Apesar desses desafios, o entretenimento cristão se beneficia de uma base fiel. No Brasil, 87% da população se identifica como cristã, segundo o IBGE, criando um mercado robusto para séries, livros e música gospel. A universalidade das mensagens de fé, combinada com a qualidade técnica de produções como The Chosen, garante apelo global, enquanto a inovação no financiamento e na distribuição mantém o gênero competitivo.

The Chosen
The Chosen – Foto: Divulgação

O papel do cinema e da música

O cinema desempenha um papel central na expansão do entretenimento cristão. A estratégia de lançar The Chosen nas telonas antes do streaming criou uma experiência coletiva, com sessões lotadas em cidades como São Paulo e Recife. A purificação do templo, retratada com intensidade visual, e a última ceia, marcada por diálogos emotivos, ganham força em telas grandes, com áudio imersivo que capta desde o clamor das multidões até o silêncio dos momentos íntimos.

A música gospel também contribui para o fenômeno. Artistas como Kanye West, com Jesus is King, e bandas brasileiras como Diante do Trono atraem milhões de ouvintes no Spotify e em shows ao vivo. O álbum de West, que mistura rap e coros gospel, explora temas de redenção e superação, ressoando com fãs além do público cristão. No Brasil, eventos como a Marcha para Jesus reúnem multidões, mostrando a força cultural do gênero. A integração de música, cinema e literatura cria um ecossistema que reforça a identidade cristã em diferentes formatos.

O entretenimento cristão, impulsionado por The Chosen e pela clean fiction, está redefinindo o consumo cultural. Com narrativas que equilibram fé e qualidade, o gênero conquista espaço em um mercado dominado por blockbusters e dramas seculares, oferecendo histórias que inspiram e conectam públicos diversos.



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