A Páscoa de 2025 foi marcada por mensagens de paz e união no Reino Unido, com o Rei Charles III e a Rainha Camilla liderando as celebrações ao comparecerem ao serviço religioso de Páscoa na Capela de São Jorge, em Windsor, no domingo, 20 de abril. Acompanhados por membros da Família Real, incluindo o Duque de York, a Princesa Anne e o Duque e a Duquesa de Edimburgo, o casal real participou da tradicional cerimônia de Matinas de Páscoa, realizada na histórica capela do século XV. O evento, que atraiu multidões de admiradores, destacou a resiliência do rei, que, apesar de seu tratamento contra o câncer, manteve a presença pública em um momento significativo para a nação. Enquanto isso, líderes religiosos, como o Arcebispo de York, Stephen Cottrell, e o Cardeal Vincent Nichols, Arcebispo de Westminster, usaram suas homilias para abordar a escalada de conflitos globais, pedindo orações por paz em regiões como Israel, Gaza, Ucrânia, Mianmar, Sudão e República Democrática do Congo. As mensagens reforçam a busca por solidariedade em um mundo marcado por divisões e violência.
Ausentes no evento em Windsor, o Príncipe e a Princesa de Gales, William e Kate, passaram o feriado com seus filhos em Norfolk, uma decisão que reflete a privacidade da família em meio à recuperação de Kate de um tratamento contra o câncer diagnosticado em 2024. A ausência do Arcebispo de Cantuária, após a renúncia de Justin Welby em novembro de 2024 devido a críticas sobre sua gestão de casos de abuso, também foi notável. Welby, que tradicionalmente entregava o sermão pascal, foi substituído por Cottrell, que usou a oportunidade para condenar a “loucura” de um mundo que promove ódio e ganância. Em sua homilia na Vigília Pascal, Nichols pediu paz, expressando preocupação especial por aqueles ameaçados por conflitos onde “o inferno” poderia ser desencadeado, ecoando os apelos do rei por unidade entre diferentes fés e comunidades.
A presença de Charles III no serviço pascal, apenas dias após sua mensagem de Páscoa, reforça seu compromisso com a harmonia inter-religiosa e o apoio humanitário. Em seu pronunciamento na Quinta-feira Santa, durante o serviço de Royal Maundy em Durham, o rei destacou a dualidade da humanidade, capaz de “grande crueldade e grande bondade”, e elogiou aqueles que oferecem ajuda em tempos de guerra e desastres. A Páscoa, um dos momentos mais importantes do calendário cristão, serviu como plataforma para líderes seculares e religiosos unirem suas vozes em prol da esperança, da reconciliação e da cessação de conflitos que afetam milhões ao redor do mundo.
Destaques da celebração pascal
O serviço de Páscoa na Capela de São Jorge foi um momento de união para a Família Real, com exceção de William e Kate, que optaram por um feriado privado. A multidão presente saudou Charles e Camilla com votos de “Feliz Páscoa”, e a rainha recebeu um buquê de uma jovem espectadora, em um gesto que simbolizou a proximidade da monarquia com o povo. A cerimônia, conduzida pelo Reitor de Windsor, Christopher Cocksworth, reforçou os valores cristãos de renovação e esperança, temas centrais da Páscoa.
O Arcebispo de York, Stephen Cottrell, em seu sermão na Catedral de York, chamou a atenção para a necessidade de paz em um mundo “convulsionado” por conflitos. Ele listou regiões específicas, como Israel e Gaza, onde a violência tem causado sofrimento generalizado, e criticou a tendência global de dividir comunidades e fomentar ódio. Cottrell, que enfrenta pressão por sua gestão de casos de abuso na Igreja da Inglaterra, usou a homilia para reforçar a mensagem de unidade e compaixão.
Cardeal Vincent Nichols, líder da Igreja Católica na Inglaterra e País de Gales, também trouxe uma mensagem poderosa durante a Vigília Pascal, no sábado. Ele pediu orações por aqueles em zonas de guerra, destacando a urgência de evitar a escalada de conflitos. Sua homilia ecoou preocupações globais, especialmente em regiões onde a violência ameaça populações vulneráveis, reforçando o papel da Igreja Católica como uma voz pela paz.
- Evento principal: Serviço de Matinas de Páscoa na Capela de São Jorge, Windsor, com Charles III e Camilla.
- Mensagem de paz: Cottrell e Nichols pedem orações por conflitos em Israel, Gaza, Ucrânia e outros.
- Ausências notáveis: Príncipe e Princesa de Gales celebraram em Norfolk; Arcebispo de Cantuária ausente.
- Gestos simbólicos: Rainha Camilla recebeu buquê de jovem na multidão em Windsor.

Contexto da Páscoa 2025
A Páscoa de 2025 ocorre em um momento de desafios para a Igreja da Inglaterra e a monarquia britânica. A renúncia de Justin Welby, após críticas por não relatar casos de abuso por John Smyth, deixou a posição de Arcebispo de Cantuária vaga, com o processo de seleção de um sucessor ainda em andamento. Stephen Cottrell, Arcebispo de York, assumiu a responsabilidade de liderar a mensagem pascal, mas também enfrenta questionamentos sobre sua gestão de um caso separado, o que tem gerado debates sobre a credibilidade da liderança anglicana.
O Rei Charles III, diagnosticado com câncer em fevereiro de 2024, tem mantido uma agenda pública reduzida, mas sua participação no serviço pascal demonstra sua determinação em cumprir deveres cerimoniais. Desde o início de seu reinado, em setembro de 2022, Charles tem enfatizado a importância da unidade entre fés, um tema recorrente em suas mensagens. Sua presença em Windsor, ao lado de Camilla e outros membros da realeza, reforça essa visão, especialmente em um contexto global marcado por conflitos e polarização.
Cardeal Vincent Nichols, que ofereceu orações pela recuperação de Charles em 2024, continua a desempenhar um papel central na Igreja Católica britânica. Sua homilia na Vigília Pascal destacou a urgência de paz, alinhando-se com apelos de líderes globais, como o Papa Francisco, que pediu fraternidade em regiões afetadas por guerras. A colaboração entre líderes anglicanos e católicos, evidente nas mensagens de Páscoa, reflete um esforço ecumênico para enfrentar desafios globais.
A mensagem de Charles III
Na Quinta-feira Santa, Charles III participou do serviço de Royal Maundy em Durham, onde entregou moedas cerimoniais a 75 homens e 75 mulheres, simbolizando sua idade e o serviço comunitário. Em sua mensagem gravada, o rei destacou a capacidade humana de equilibrar crueldade com bondade, elogiando aqueles que trabalham em esforços humanitários durante guerras e desastres. Ele também reforçou a importância da unidade entre diferentes religiões, um tema que tem marcado seu reinado desde a coroação em maio de 2023, quando líderes de várias fés, incluindo Nichols, participaram da cerimônia.
A mensagem de Charles ressoa com os desafios globais de 2025, incluindo a guerra em curso na Ucrânia, que completará três anos em fevereiro, e o conflito em Gaza, que já deslocou milhões desde outubro de 2023. O rei, que visitou comunidades afetadas por conflitos, como refugiados da Ucrânia e da Síria em 2022, usa sua plataforma para chamar a atenção para causas humanitárias. Sua ênfase na bondade reflete uma tentativa de inspirar esperança em um mundo fragmentado.
O serviço pascal em Windsor foi uma extensão dessa mensagem, com Charles e Camilla interagindo com a multidão em um gesto de proximidade. A presença de membros da realeza, como a Princesa Anne, que conversou com o Reitor de Windsor, e o Duque de York, apesar de controvérsias recentes, reforçou a imagem de continuidade da monarquia em tempos turbulentos.
O papel de Stephen Cottrell
Stephen Cottrell, Arcebispo de York, assumiu a responsabilidade de entregar o sermão pascal em York Minster, uma tarefa tradicionalmente reservada ao Arcebispo de Cantuária. Sua homilia foi direta, abordando a “loucura” de um mundo que promove divisão e ganância. Ele listou conflitos específicos, como Israel e Gaza, onde mais de 40 mil pessoas morreram desde 2023, e a Ucrânia, onde a guerra já custou centenas de milhares de vidas. Cottrell também criticou a tendência de “outros” os outros, uma prática que, segundo ele, alimenta ódio e violência.
A liderança de Cottrell, no entanto, está sob escrutínio. Em 2024, ele enfrentou pedidos de renúncia devido à sua gestão de um caso de abuso na Igreja da Inglaterra, separado do escândalo que levou à saída de Welby. Apesar disso, sua mensagem pascal foi bem recebida por muitos, que elogiaram sua clareza ao abordar questões globais. A ausência de um novo Arcebispo de Cantuária colocou pressão adicional sobre Cottrell, que tem buscado manter a unidade dentro da Igreja Anglicana.
A homilia de Cottrell também destacou a esperança cristã na ressurreição, um tema central da Páscoa. Ele pediu aos fiéis que orassem por aqueles afetados por conflitos, enfatizando que a fé pode oferecer consolo em tempos de crise. Sua mensagem ecoou apelos de outros líderes religiosos, como Nichols, reforçando a colaboração ecumênica em prol da paz.
A voz de Vincent Nichols
Cardeal Vincent Nichols, Arcebispo de Westminster, entregou uma homilia poderosa na Vigília Pascal, no sábado, 19 de abril. Ele pediu orações por paz, com um apelo especial para evitar a escalada de conflitos onde “o inferno” poderia ser desencadeado, uma referência a ameaças recentes em regiões como Gaza e Ucrânia. Nichols, que tem liderado a Igreja Católica na Inglaterra e País de Gales desde 2009, é conhecido por suas mensagens de solidariedade, como sua carta ao Arcebispo de Paris após o incêndio da Catedral de Notre-Dame em 2019.
A homilia de Nichols reflete sua longa trajetória de apoio a causas humanitárias. Em 2023, ele pediu orações pela paz na Terra Santa, condenando atrocidades cometidas em Israel e Gaza. Sua mensagem de 2025 reforça esse compromisso, alinhando-se com o Papa Francisco, que pediu fraternidade em regiões afetadas por guerras, como a África e a Venezuela. Nichols também tem se destacado em esforços ecumênicos, colaborando com líderes anglicanos e de outras fés, como visto na coroação de Charles III, onde ele ofereceu uma bênção.
A presença de Nichols na Vigília Pascal atraiu milhares de fiéis à Catedral de Westminster, com muitos elogiando sua habilidade de conectar temas espirituais com questões globais. Sua mensagem foi transmitida ao vivo, alcançando uma audiência internacional que busca esperança em meio a conflitos crescentes.
- Apelo por paz: Nichols pediu orações para evitar a escalada de conflitos globais.
- Vigília Pascal: Homilia foi entregue na Catedral de Westminster, no sábado.
- Contexto global: Mensagem abordou guerras em Gaza, Ucrânia e outras regiões.
- Liderança ecumênica: Nichols colabora com anglicanos e outras fés em prol da unidade.
A ausência do Arcebispo de Cantuária
A renúncia de Justin Welby em novembro de 2024 marcou um momento de crise para a Igreja da Inglaterra. Welby, que serviu como Arcebispo de Cantuária desde 2013, deixou o cargo após críticas por não relatar abusos cometidos por John Smyth, um advogado que abusou de dezenas de jovens em acampamentos cristãos nas décadas de 1970 e 1980. A revelação do caso, em 2024, gerou indignação, com vítimas acusando Welby de negligência. Sua saída deixou a Igreja Anglicana sem um líder principal durante a Páscoa, um dos períodos mais importantes do calendário litúrgico.
O processo de seleção de um novo Arcebispo de Cantuária está em andamento, mas a falta de um sucessor imediato colocou Stephen Cottrell no centro das atenções. Cottrell, que também enfrenta críticas por sua gestão de um caso de abuso, assumiu a responsabilidade de liderar a mensagem pascal, mas sua posição é delicada. A Igreja da Inglaterra, que representa cerca de 26 milhões de fiéis, enfrenta desafios como a secularização e a perda de confiança pública, tornando a escolha do próximo arcebispo crucial.
A ausência de Welby também destacou a importância de líderes como Nichols, cuja liderança católica tem sido vista como um ponto de estabilidade. A colaboração entre anglicanos e católicos, evidente nas mensagens de Páscoa, é um sinal de esperança em meio às turbulências, com ambos os lados buscando promover a paz e a reconciliação.
O papel da monarquia na Páscoa
A participação de Charles III e Camilla no serviço pascal reforça o papel da monarquia como símbolo de continuidade e unidade. Desde sua coroação, Charles tem buscado ampliar o diálogo inter-religioso, como visto na inclusão de líderes católicos, muçulmanos e judeus na cerimônia de 2023. Sua mensagem de Páscoa, gravada em Durham, destacou a importância de reconhecer a bondade humana, mesmo em tempos de crise, e elogiou organizações humanitárias que trabalham em zonas de guerra.
A presença de outros membros da realeza, como o Duque de York, Andrew, e sua ex-esposa, Sarah Ferguson, também gerou atenção. Andrew, que enfrentou controvérsias devido a ligações com um suposto espião chinês, evitou eventos reais como o Natal de 2024 em Sandringham, tornando sua aparição em Windsor notável. A Princesa Anne, conhecida por seu compromisso com deveres reais, conversou longamente com o Reitor de Windsor, enquanto o jovem James, Conde de Wessex, chamou a atenção por sua altura, superando o pai, Príncipe Edward.
O serviço pascal em Windsor, com sua atmosfera de celebração e reflexão, foi um momento de conexão entre a monarquia e o povo. A interação de Charles e Camilla com a multidão, incluindo o buquê recebido pela rainha, reforçou a imagem de uma realeza acessível, mesmo em meio a desafios pessoais e globais.
Conflitos globais em foco
As mensagens de Páscoa de Charles, Cottrell e Nichols colocaram os conflitos globais no centro das reflexões. A guerra na Ucrânia, que já matou mais de 200 mil pessoas desde 2022, continua a gerar deslocamentos em massa, com 6,5 milhões de refugiados registrados até 2024. Em Gaza, o conflito iniciado em outubro de 2023 resultou em mais de 40 mil mortes e 2 milhões de deslocados, segundo estimativas da ONU. Outras regiões, como Mianmar, onde a guerra civil intensificou-se desde 2021, e o Sudão, com 15 mil mortes desde 2023, também foram mencionadas como áreas de crise.
Cottrell destacou a necessidade de combater a “ganância” e a divisão, apontando para a polarização global como um obstáculo à paz. Nichols, por sua vez, focou na ameaça de escalada, pedindo orações para evitar cenários catastróficos. Charles, em sua mensagem, elogiou esforços humanitários, como os da Cruz Vermelha, que assistiu 14 milhões de pessoas em 2024, e organizações locais que apoiam refugiados em países como o Reino Unido.
Esses apelos refletem a gravidade do cenário global em 2025, com conflitos afetando mais de 100 milhões de pessoas, segundo dados do Alto Comissariado da ONU para Refugiados. A Páscoa, com sua mensagem de renovação, serviu como um momento para líderes pedirem ações concretas, desde orações até apoio a iniciativas de paz.
A tradição pascal em Windsor
O serviço de Matinas de Páscoa na Capela de São Jorge é uma tradição centenária, realizada em um dos locais mais emblemáticos da monarquia britânica. Construída no século XV, a capela é o local de descanso de reis e rainhas, incluindo a Rainha Elizabeth II, que faleceu em 2022. A cerimônia, conduzida pelo Reitor Christopher Cocksworth, incluiu hinos tradicionais e orações que celebram a ressurreição de Cristo, um pilar da fé cristã.
A presença da Família Real, exceto William e Kate, reforçou a importância do evento como um momento de unidade. A multidão, que enfrentou o clima frio de abril, demonstrou apoio ao rei, com muitos segurando cartazes e bandeiras britânicas. A interação de Camilla com uma jovem que lhe entregou um buquê foi um dos momentos mais comentados, simbolizando a conexão da monarquia com as novas gerações.
A ausência de Kate, que anunciou seu diagnóstico de câncer em março de 2024, foi sentida, mas compreendida pelo público. Sua decisão de passar o feriado em Norfolk com os filhos, George, Charlotte e Louis, reflete a prioridade da família em proteger a privacidade durante sua recuperação. A Páscoa em Windsor, portanto, foi um equilíbrio entre tradição e adaptação às circunstâncias atuais.
Curiosidades sobre a Páscoa real
A Páscoa de 2025 trouxe momentos únicos para a monarquia e a Igreja britânica. Abaixo, algumas curiosidades sobre o evento:
- Ausência de Kate: A Princesa de Gales optou por um feriado privado em Norfolk, priorizando sua recuperação.
- Buquê para Camilla: Uma jovem ofereceu flores à rainha, em um gesto espontâneo que encantou a multidão.
- James em destaque: O Conde de Wessex, de 17 anos, chamou atenção por sua altura, superando o pai, Edward.
- Crise na Igreja: A renúncia de Welby deixou a Páscoa sem o tradicional sermão do Arcebispo de Cantuária.
- Apelo global: Charles, Cottrell e Nichols uniram vozes para pedir paz em conflitos como Gaza e Ucrânia.
Esses detalhes destacam a complexidade da Páscoa de 2025, que combinou celebração, reflexão e apelos por um mundo mais pacífico, liderados por figuras como Charles III, Stephen Cottrell e Vincent Nichols.

A Páscoa de 2025 foi marcada por mensagens de paz e união no Reino Unido, com o Rei Charles III e a Rainha Camilla liderando as celebrações ao comparecerem ao serviço religioso de Páscoa na Capela de São Jorge, em Windsor, no domingo, 20 de abril. Acompanhados por membros da Família Real, incluindo o Duque de York, a Princesa Anne e o Duque e a Duquesa de Edimburgo, o casal real participou da tradicional cerimônia de Matinas de Páscoa, realizada na histórica capela do século XV. O evento, que atraiu multidões de admiradores, destacou a resiliência do rei, que, apesar de seu tratamento contra o câncer, manteve a presença pública em um momento significativo para a nação. Enquanto isso, líderes religiosos, como o Arcebispo de York, Stephen Cottrell, e o Cardeal Vincent Nichols, Arcebispo de Westminster, usaram suas homilias para abordar a escalada de conflitos globais, pedindo orações por paz em regiões como Israel, Gaza, Ucrânia, Mianmar, Sudão e República Democrática do Congo. As mensagens reforçam a busca por solidariedade em um mundo marcado por divisões e violência.
Ausentes no evento em Windsor, o Príncipe e a Princesa de Gales, William e Kate, passaram o feriado com seus filhos em Norfolk, uma decisão que reflete a privacidade da família em meio à recuperação de Kate de um tratamento contra o câncer diagnosticado em 2024. A ausência do Arcebispo de Cantuária, após a renúncia de Justin Welby em novembro de 2024 devido a críticas sobre sua gestão de casos de abuso, também foi notável. Welby, que tradicionalmente entregava o sermão pascal, foi substituído por Cottrell, que usou a oportunidade para condenar a “loucura” de um mundo que promove ódio e ganância. Em sua homilia na Vigília Pascal, Nichols pediu paz, expressando preocupação especial por aqueles ameaçados por conflitos onde “o inferno” poderia ser desencadeado, ecoando os apelos do rei por unidade entre diferentes fés e comunidades.
A presença de Charles III no serviço pascal, apenas dias após sua mensagem de Páscoa, reforça seu compromisso com a harmonia inter-religiosa e o apoio humanitário. Em seu pronunciamento na Quinta-feira Santa, durante o serviço de Royal Maundy em Durham, o rei destacou a dualidade da humanidade, capaz de “grande crueldade e grande bondade”, e elogiou aqueles que oferecem ajuda em tempos de guerra e desastres. A Páscoa, um dos momentos mais importantes do calendário cristão, serviu como plataforma para líderes seculares e religiosos unirem suas vozes em prol da esperança, da reconciliação e da cessação de conflitos que afetam milhões ao redor do mundo.
Destaques da celebração pascal
O serviço de Páscoa na Capela de São Jorge foi um momento de união para a Família Real, com exceção de William e Kate, que optaram por um feriado privado. A multidão presente saudou Charles e Camilla com votos de “Feliz Páscoa”, e a rainha recebeu um buquê de uma jovem espectadora, em um gesto que simbolizou a proximidade da monarquia com o povo. A cerimônia, conduzida pelo Reitor de Windsor, Christopher Cocksworth, reforçou os valores cristãos de renovação e esperança, temas centrais da Páscoa.
O Arcebispo de York, Stephen Cottrell, em seu sermão na Catedral de York, chamou a atenção para a necessidade de paz em um mundo “convulsionado” por conflitos. Ele listou regiões específicas, como Israel e Gaza, onde a violência tem causado sofrimento generalizado, e criticou a tendência global de dividir comunidades e fomentar ódio. Cottrell, que enfrenta pressão por sua gestão de casos de abuso na Igreja da Inglaterra, usou a homilia para reforçar a mensagem de unidade e compaixão.
Cardeal Vincent Nichols, líder da Igreja Católica na Inglaterra e País de Gales, também trouxe uma mensagem poderosa durante a Vigília Pascal, no sábado. Ele pediu orações por aqueles em zonas de guerra, destacando a urgência de evitar a escalada de conflitos. Sua homilia ecoou preocupações globais, especialmente em regiões onde a violência ameaça populações vulneráveis, reforçando o papel da Igreja Católica como uma voz pela paz.
- Evento principal: Serviço de Matinas de Páscoa na Capela de São Jorge, Windsor, com Charles III e Camilla.
- Mensagem de paz: Cottrell e Nichols pedem orações por conflitos em Israel, Gaza, Ucrânia e outros.
- Ausências notáveis: Príncipe e Princesa de Gales celebraram em Norfolk; Arcebispo de Cantuária ausente.
- Gestos simbólicos: Rainha Camilla recebeu buquê de jovem na multidão em Windsor.

Contexto da Páscoa 2025
A Páscoa de 2025 ocorre em um momento de desafios para a Igreja da Inglaterra e a monarquia britânica. A renúncia de Justin Welby, após críticas por não relatar casos de abuso por John Smyth, deixou a posição de Arcebispo de Cantuária vaga, com o processo de seleção de um sucessor ainda em andamento. Stephen Cottrell, Arcebispo de York, assumiu a responsabilidade de liderar a mensagem pascal, mas também enfrenta questionamentos sobre sua gestão de um caso separado, o que tem gerado debates sobre a credibilidade da liderança anglicana.
O Rei Charles III, diagnosticado com câncer em fevereiro de 2024, tem mantido uma agenda pública reduzida, mas sua participação no serviço pascal demonstra sua determinação em cumprir deveres cerimoniais. Desde o início de seu reinado, em setembro de 2022, Charles tem enfatizado a importância da unidade entre fés, um tema recorrente em suas mensagens. Sua presença em Windsor, ao lado de Camilla e outros membros da realeza, reforça essa visão, especialmente em um contexto global marcado por conflitos e polarização.
Cardeal Vincent Nichols, que ofereceu orações pela recuperação de Charles em 2024, continua a desempenhar um papel central na Igreja Católica britânica. Sua homilia na Vigília Pascal destacou a urgência de paz, alinhando-se com apelos de líderes globais, como o Papa Francisco, que pediu fraternidade em regiões afetadas por guerras. A colaboração entre líderes anglicanos e católicos, evidente nas mensagens de Páscoa, reflete um esforço ecumênico para enfrentar desafios globais.
A mensagem de Charles III
Na Quinta-feira Santa, Charles III participou do serviço de Royal Maundy em Durham, onde entregou moedas cerimoniais a 75 homens e 75 mulheres, simbolizando sua idade e o serviço comunitário. Em sua mensagem gravada, o rei destacou a capacidade humana de equilibrar crueldade com bondade, elogiando aqueles que trabalham em esforços humanitários durante guerras e desastres. Ele também reforçou a importância da unidade entre diferentes religiões, um tema que tem marcado seu reinado desde a coroação em maio de 2023, quando líderes de várias fés, incluindo Nichols, participaram da cerimônia.
A mensagem de Charles ressoa com os desafios globais de 2025, incluindo a guerra em curso na Ucrânia, que completará três anos em fevereiro, e o conflito em Gaza, que já deslocou milhões desde outubro de 2023. O rei, que visitou comunidades afetadas por conflitos, como refugiados da Ucrânia e da Síria em 2022, usa sua plataforma para chamar a atenção para causas humanitárias. Sua ênfase na bondade reflete uma tentativa de inspirar esperança em um mundo fragmentado.
O serviço pascal em Windsor foi uma extensão dessa mensagem, com Charles e Camilla interagindo com a multidão em um gesto de proximidade. A presença de membros da realeza, como a Princesa Anne, que conversou com o Reitor de Windsor, e o Duque de York, apesar de controvérsias recentes, reforçou a imagem de continuidade da monarquia em tempos turbulentos.
O papel de Stephen Cottrell
Stephen Cottrell, Arcebispo de York, assumiu a responsabilidade de entregar o sermão pascal em York Minster, uma tarefa tradicionalmente reservada ao Arcebispo de Cantuária. Sua homilia foi direta, abordando a “loucura” de um mundo que promove divisão e ganância. Ele listou conflitos específicos, como Israel e Gaza, onde mais de 40 mil pessoas morreram desde 2023, e a Ucrânia, onde a guerra já custou centenas de milhares de vidas. Cottrell também criticou a tendência de “outros” os outros, uma prática que, segundo ele, alimenta ódio e violência.
A liderança de Cottrell, no entanto, está sob escrutínio. Em 2024, ele enfrentou pedidos de renúncia devido à sua gestão de um caso de abuso na Igreja da Inglaterra, separado do escândalo que levou à saída de Welby. Apesar disso, sua mensagem pascal foi bem recebida por muitos, que elogiaram sua clareza ao abordar questões globais. A ausência de um novo Arcebispo de Cantuária colocou pressão adicional sobre Cottrell, que tem buscado manter a unidade dentro da Igreja Anglicana.
A homilia de Cottrell também destacou a esperança cristã na ressurreição, um tema central da Páscoa. Ele pediu aos fiéis que orassem por aqueles afetados por conflitos, enfatizando que a fé pode oferecer consolo em tempos de crise. Sua mensagem ecoou apelos de outros líderes religiosos, como Nichols, reforçando a colaboração ecumênica em prol da paz.
A voz de Vincent Nichols
Cardeal Vincent Nichols, Arcebispo de Westminster, entregou uma homilia poderosa na Vigília Pascal, no sábado, 19 de abril. Ele pediu orações por paz, com um apelo especial para evitar a escalada de conflitos onde “o inferno” poderia ser desencadeado, uma referência a ameaças recentes em regiões como Gaza e Ucrânia. Nichols, que tem liderado a Igreja Católica na Inglaterra e País de Gales desde 2009, é conhecido por suas mensagens de solidariedade, como sua carta ao Arcebispo de Paris após o incêndio da Catedral de Notre-Dame em 2019.
A homilia de Nichols reflete sua longa trajetória de apoio a causas humanitárias. Em 2023, ele pediu orações pela paz na Terra Santa, condenando atrocidades cometidas em Israel e Gaza. Sua mensagem de 2025 reforça esse compromisso, alinhando-se com o Papa Francisco, que pediu fraternidade em regiões afetadas por guerras, como a África e a Venezuela. Nichols também tem se destacado em esforços ecumênicos, colaborando com líderes anglicanos e de outras fés, como visto na coroação de Charles III, onde ele ofereceu uma bênção.
A presença de Nichols na Vigília Pascal atraiu milhares de fiéis à Catedral de Westminster, com muitos elogiando sua habilidade de conectar temas espirituais com questões globais. Sua mensagem foi transmitida ao vivo, alcançando uma audiência internacional que busca esperança em meio a conflitos crescentes.
- Apelo por paz: Nichols pediu orações para evitar a escalada de conflitos globais.
- Vigília Pascal: Homilia foi entregue na Catedral de Westminster, no sábado.
- Contexto global: Mensagem abordou guerras em Gaza, Ucrânia e outras regiões.
- Liderança ecumênica: Nichols colabora com anglicanos e outras fés em prol da unidade.
A ausência do Arcebispo de Cantuária
A renúncia de Justin Welby em novembro de 2024 marcou um momento de crise para a Igreja da Inglaterra. Welby, que serviu como Arcebispo de Cantuária desde 2013, deixou o cargo após críticas por não relatar abusos cometidos por John Smyth, um advogado que abusou de dezenas de jovens em acampamentos cristãos nas décadas de 1970 e 1980. A revelação do caso, em 2024, gerou indignação, com vítimas acusando Welby de negligência. Sua saída deixou a Igreja Anglicana sem um líder principal durante a Páscoa, um dos períodos mais importantes do calendário litúrgico.
O processo de seleção de um novo Arcebispo de Cantuária está em andamento, mas a falta de um sucessor imediato colocou Stephen Cottrell no centro das atenções. Cottrell, que também enfrenta críticas por sua gestão de um caso de abuso, assumiu a responsabilidade de liderar a mensagem pascal, mas sua posição é delicada. A Igreja da Inglaterra, que representa cerca de 26 milhões de fiéis, enfrenta desafios como a secularização e a perda de confiança pública, tornando a escolha do próximo arcebispo crucial.
A ausência de Welby também destacou a importância de líderes como Nichols, cuja liderança católica tem sido vista como um ponto de estabilidade. A colaboração entre anglicanos e católicos, evidente nas mensagens de Páscoa, é um sinal de esperança em meio às turbulências, com ambos os lados buscando promover a paz e a reconciliação.
O papel da monarquia na Páscoa
A participação de Charles III e Camilla no serviço pascal reforça o papel da monarquia como símbolo de continuidade e unidade. Desde sua coroação, Charles tem buscado ampliar o diálogo inter-religioso, como visto na inclusão de líderes católicos, muçulmanos e judeus na cerimônia de 2023. Sua mensagem de Páscoa, gravada em Durham, destacou a importância de reconhecer a bondade humana, mesmo em tempos de crise, e elogiou organizações humanitárias que trabalham em zonas de guerra.
A presença de outros membros da realeza, como o Duque de York, Andrew, e sua ex-esposa, Sarah Ferguson, também gerou atenção. Andrew, que enfrentou controvérsias devido a ligações com um suposto espião chinês, evitou eventos reais como o Natal de 2024 em Sandringham, tornando sua aparição em Windsor notável. A Princesa Anne, conhecida por seu compromisso com deveres reais, conversou longamente com o Reitor de Windsor, enquanto o jovem James, Conde de Wessex, chamou a atenção por sua altura, superando o pai, Príncipe Edward.
O serviço pascal em Windsor, com sua atmosfera de celebração e reflexão, foi um momento de conexão entre a monarquia e o povo. A interação de Charles e Camilla com a multidão, incluindo o buquê recebido pela rainha, reforçou a imagem de uma realeza acessível, mesmo em meio a desafios pessoais e globais.
Conflitos globais em foco
As mensagens de Páscoa de Charles, Cottrell e Nichols colocaram os conflitos globais no centro das reflexões. A guerra na Ucrânia, que já matou mais de 200 mil pessoas desde 2022, continua a gerar deslocamentos em massa, com 6,5 milhões de refugiados registrados até 2024. Em Gaza, o conflito iniciado em outubro de 2023 resultou em mais de 40 mil mortes e 2 milhões de deslocados, segundo estimativas da ONU. Outras regiões, como Mianmar, onde a guerra civil intensificou-se desde 2021, e o Sudão, com 15 mil mortes desde 2023, também foram mencionadas como áreas de crise.
Cottrell destacou a necessidade de combater a “ganância” e a divisão, apontando para a polarização global como um obstáculo à paz. Nichols, por sua vez, focou na ameaça de escalada, pedindo orações para evitar cenários catastróficos. Charles, em sua mensagem, elogiou esforços humanitários, como os da Cruz Vermelha, que assistiu 14 milhões de pessoas em 2024, e organizações locais que apoiam refugiados em países como o Reino Unido.
Esses apelos refletem a gravidade do cenário global em 2025, com conflitos afetando mais de 100 milhões de pessoas, segundo dados do Alto Comissariado da ONU para Refugiados. A Páscoa, com sua mensagem de renovação, serviu como um momento para líderes pedirem ações concretas, desde orações até apoio a iniciativas de paz.
A tradição pascal em Windsor
O serviço de Matinas de Páscoa na Capela de São Jorge é uma tradição centenária, realizada em um dos locais mais emblemáticos da monarquia britânica. Construída no século XV, a capela é o local de descanso de reis e rainhas, incluindo a Rainha Elizabeth II, que faleceu em 2022. A cerimônia, conduzida pelo Reitor Christopher Cocksworth, incluiu hinos tradicionais e orações que celebram a ressurreição de Cristo, um pilar da fé cristã.
A presença da Família Real, exceto William e Kate, reforçou a importância do evento como um momento de unidade. A multidão, que enfrentou o clima frio de abril, demonstrou apoio ao rei, com muitos segurando cartazes e bandeiras britânicas. A interação de Camilla com uma jovem que lhe entregou um buquê foi um dos momentos mais comentados, simbolizando a conexão da monarquia com as novas gerações.
A ausência de Kate, que anunciou seu diagnóstico de câncer em março de 2024, foi sentida, mas compreendida pelo público. Sua decisão de passar o feriado em Norfolk com os filhos, George, Charlotte e Louis, reflete a prioridade da família em proteger a privacidade durante sua recuperação. A Páscoa em Windsor, portanto, foi um equilíbrio entre tradição e adaptação às circunstâncias atuais.
Curiosidades sobre a Páscoa real
A Páscoa de 2025 trouxe momentos únicos para a monarquia e a Igreja britânica. Abaixo, algumas curiosidades sobre o evento:
- Ausência de Kate: A Princesa de Gales optou por um feriado privado em Norfolk, priorizando sua recuperação.
- Buquê para Camilla: Uma jovem ofereceu flores à rainha, em um gesto espontâneo que encantou a multidão.
- James em destaque: O Conde de Wessex, de 17 anos, chamou atenção por sua altura, superando o pai, Edward.
- Crise na Igreja: A renúncia de Welby deixou a Páscoa sem o tradicional sermão do Arcebispo de Cantuária.
- Apelo global: Charles, Cottrell e Nichols uniram vozes para pedir paz em conflitos como Gaza e Ucrânia.
Esses detalhes destacam a complexidade da Páscoa de 2025, que combinou celebração, reflexão e apelos por um mundo mais pacífico, liderados por figuras como Charles III, Stephen Cottrell e Vincent Nichols.
