O São Paulo Futebol Clube anunciou a rescisão do contrato de patrocínio com a Viva Sorte, empresa de capitalização que estampava a marca Viva Tricolor nos ombros das camisas de jogo e treino do clube. O acordo, firmado em agosto de 2024 e avaliado em R$ 45 milhões, previa validade até dezembro de 2026, mas foi encerrado em 17 de abril devido a um conflito de interesses com a Superbet, patrocinadora máster do Tricolor. No clássico contra o Santos, disputado no domingo, 20 de abril, no estádio Morumbi, a marca da Viva Sorte já não apareceu no uniforme, sendo substituída pelo logotipo do Consórcio do São Paulo FC. A decisão marca o fim de uma parceria que envolveu ações como o lançamento do título de capitalização Viva Sorte São Paulo, cujas receitas eram parcialmente destinadas ao clube. O São Paulo agora busca o pagamento de uma multa contratual, alegando que a Viva Sorte alterou o objeto do acordo ao lançar uma plataforma de apostas, a Viva Sorte Bet, em janeiro deste ano.
A parceria com a Viva Sorte rendeu ao São Paulo R$ 7,8 milhões até o final de 2024, pagos pela exposição da marca no uniforme durante os últimos meses do ano passado. Para 2025 e 2026, o contrato estipulava o pagamento de R$ 18,6 milhões anuais, divididos em parcelas mensais de R$ 1,6 milhão, totalizando R$ 37,2 milhões ao longo dos dois anos. Com a rescisão, o clube deixará de receber aproximadamente R$ 30,8 milhões, valor que seria pago até o término do acordo. A diretoria tricolor informou que adotará medidas para garantir seus direitos, incluindo a cobrança da multa prevista no contrato, e não descarta recorrer à Justiça caso a Viva Sorte não aceite o pagamento.
O conflito que levou ao rompimento está relacionado à entrada da Viva Sorte no mercado de apostas esportivas. A Superbet, que renovou recentemente seu contrato com o São Paulo até 2030 em um acordo recorde, exigiu exclusividade no setor de apostas, conforme estipulado em seu contrato de patrocínio máster. A criação da Viva Sorte Bet gerou um impasse, já que a nova plataforma passou a concorrer diretamente com a Superbet, violando os termos de exclusividade acordados com o clube. A situação reflete uma tendência crescente no futebol brasileiro, onde as parcerias com casas de apostas têm se tornado uma fonte significativa de receita, mas também geram disputas comerciais.
Detalhes do contrato com a Viva Sorte
O acordo entre São Paulo e Viva Sorte foi formalizado em agosto de 2024, após uma parceria pontual no jogo contra o Flamengo, no dia 3 de agosto, pelo Campeonato Brasileiro. A marca passou a ocupar os ombros do uniforme tricolor, um espaço secundário em relação à Superbet, que exibe seu logotipo na parte frontal da camisa. O contrato, anunciado em uma coletiva de imprensa no Morumbi, foi celebrado como um passo importante na reconstrução financeira do clube, que vinha buscando aumentar suas receitas de patrocínio desde 2021.
Além da exposição no uniforme, a parceria incluiu o lançamento do Viva Sorte São Paulo, um título de capitalização voltado à torcida tricolor. Parte da arrecadação do produto era destinada ao departamento de futebol do clube, enquanto os torcedores podiam concorrer a prêmios como carros, motos e dinheiro. O projeto também previa ações sociais, como doações a instituições escolhidas pelos torcedores por meio de votação no site da Viva Sorte. Apesar do entusiasmo inicial, a parceria durou menos de nove meses, encerrada pelo conflito com a Superbet.

- Principais pontos do contrato:
- Valor total de R$ 45 milhões até dezembro de 2026.
- Pagamento de R$ 7,8 milhões em 2024.
- Parcelas anuais de R$ 18,6 milhões em 2025 e 2026.
- Exposição da marca Viva Tricolor nos ombros do uniforme.
- Lançamento do título de capitalização Viva Sorte São Paulo.
Conflito com a Superbet
A Superbet é a patrocinadora máster do São Paulo desde o início de 2024, quando assinou um contrato de R$ 156 milhões por três temporadas, pagando R$ 52 milhões por ano. O acordo, que incluiu a assunção de uma multa de R$ 24 milhões pela rescisão do contrato anterior com a Sportsbet.io, posicionou a Superbet como uma das principais parceiras do clube. Recentemente, a empresa renovou o patrocínio até 2030, em um contrato que pode alcançar R$ 1 bilhão, considerando bônus por desempenho e outras variáveis. A marca é exibida na parte frontal da camisa, tanto na região do peito quanto nas costas, reforçando sua posição de destaque.
A entrada da Viva Sorte no mercado de apostas com a Viva Sorte Bet, lançada em janeiro, gerou um conflito direto com a Superbet. A patrocinadora máster notificou a diretoria do São Paulo, exigindo o cumprimento da cláusula de exclusividade que impede o clube de exibir marcas concorrentes no setor de apostas. Para tentar contornar o problema, a Viva Sorte chegou a usar variações de sua marca, como Viva Tricolor, nos uniformes, buscando diferenciar sua identidade da nova plataforma de apostas. No entanto, a medida não foi suficiente para evitar a rescisão, e o clube optou por encerrar a parceria para proteger seu acordo com a Superbet.
O caso ilustra os desafios enfrentados pelos clubes brasileiros em um mercado onde as casas de apostas dominam os patrocínios. Em 2025, 18 dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro têm contratos com operadoras de apostas, que respondem por cerca de R$ 1 bilhão em receitas de patrocínio máster. A exclusividade exigida por essas empresas frequentemente gera conflitos quando outros patrocinadores tentam entrar no mesmo setor, como ocorreu com a Viva Sorte.
Impacto financeiro da rescisão
A rescisão do contrato com a Viva Sorte representa uma perda significativa para o São Paulo, que deixará de receber R$ 30,8 milhões previstos para 2025 e 2026. O valor seria uma fonte importante de receita para o clube, que tem investido na redução de dívidas e na melhoria de sua estrutura esportiva. No entanto, a diretoria tricolor acredita que a cobrança da multa contratual pode compensar parte do prejuízo. O montante exato da multa não foi divulgado, mas o clube considera que a Viva Sorte violou o contrato ao lançar a Viva Sorte Bet, justificando a exigência de reparação financeira.
A situação pode levar o caso aos tribunais, caso a Viva Sorte não aceite pagar a multa. O São Paulo já sinalizou que adotará todas as medidas necessárias para proteger seus interesses, o que inclui ações judiciais. A disputa reflete uma prática comum em contratos de patrocínio, onde cláusulas de exclusividade e penalidades por quebra de acordo são frequentemente acionadas para resolver conflitos comerciais. Para o clube, a prioridade é manter a relação com a Superbet, cujo contrato de longo prazo oferece maior estabilidade financeira.
A ausência da Viva Sorte no uniforme também abre espaço para novos patrocinadores. O São Paulo já exibe marcas como Ademicon, Blue, Konami e ABC da Construção em outros espaços da camisa e dos shorts, além do Consórcio do São Paulo FC, que ocupou temporariamente o lugar da Viva Sorte no clássico contra o Santos. A diretoria de marketing do clube, liderada por Eduardo Toni, tem trabalhado para maximizar as receitas de patrocínio, e a busca por um novo parceiro para os ombros do uniforme deve começar em breve.
Outros clubes afetados pela Viva Sorte Bet
O São Paulo não é o único clube impactado pela criação da Viva Sorte Bet. A empresa mantém contratos de patrocínio com outros times brasileiros, incluindo Corinthians, Santos, Vasco, Fortaleza, Ceará e Sport Recife. Em alguns desses casos, a Viva Sorte exibe sua marca em espaços secundários, como mangas e shorts, enquanto em outros, como no Bahia, a Viva Sorte Bet assumiu o patrocínio máster em um contrato histórico para o clube. A entrada da empresa no mercado de apostas gerou preocupações semelhantes em outros times, especialmente aqueles com contratos de exclusividade com outras casas de apostas.
No Corinthians, por exemplo, a Viva Sorte lançou o título de capitalização Viva Timão, com a marca estampada nos ombros do uniforme até 2026. O clube, que tem um contrato máster com a VaideBet, enfrentou questionamentos sobre a compatibilidade entre os dois patrocinadores, mas até o momento não anunciou a rescisão com a Viva Sorte. No Santos, a Viva Sorte detém os naming rights do estádio, chamado Vila Viva Sorte, além de exibir sua marca no uniforme. A Blaze, patrocinadora máster do Santos, também levantou preocupações sobre a Viva Sorte Bet, mas o contrato segue ativo.
A situação destaca a complexidade do mercado de patrocínios no futebol brasileiro, onde as casas de apostas têm dominado os investimentos. A Viva Sorte, que atua há mais de 15 anos no mercado de capitalização, buscou diversificar seus negócios com a criação da plataforma de apostas, mas a estratégia acabou gerando conflitos com parceiros estabelecidos. A resolução desses impasses dependerá de negociações entre os clubes, a Viva Sorte e suas respectivas patrocinadoras máster.
- Clubes patrocinados pela Viva Sorte:
- Corinthians: Marca nos ombros e título de capitalização Viva Timão.
- Santos: Naming rights do estádio (Vila Viva Sorte) e exposição no uniforme.
- Vasco: Marca em espaços secundários do uniforme.
- Fortaleza: Contrato ativo, com exposição no uniforme.
- Ceará: Parceria semelhante, com marca em mangas ou shorts.
- Sport Recife: Contrato firmado em setembro de 2024.
- Bahia: Viva Sorte Bet como patrocinadora máster.
Contexto do mercado de apostas no futebol brasileiro
O futebol brasileiro vive um boom de patrocínios de casas de apostas, impulsionado pela legalização do setor em 2024. A nova legislação, que exige licenças para operadoras de apostas atuarem no país, aumentou a competição entre as empresas, que buscam visibilidade por meio de parcerias com clubes. Em 2025, os 20 clubes da Série A do Brasileirão arrecadam cerca de R$ 1 bilhão com patrocínios máster, sendo 90% desse valor proveniente de operadoras de apostas. Clubes como Palmeiras (Sportingbet, R$ 100 milhões por ano), Atlético-MG (H2Bet, R$ 60 milhões por ano) e São Paulo (Superbet, R$ 52 milhões por ano) estão entre os que mais lucram com essas parcerias.
As cláusulas de exclusividade são um componente central desses contratos, garantindo que os clubes não exibam marcas concorrentes no mesmo setor. Quando empresas como a Viva Sorte, originalmente focadas em capitalização, entram no mercado de apostas, os conflitos se tornam inevitáveis. A situação do São Paulo é um exemplo de como essas disputas podem impactar as finanças dos clubes, especialmente quando envolvem contratos de alto valor. Outros casos recentes, como a suspensão do patrocínio do Athletico Paranaense com a Esportes da Sorte devido a investigações sobre lavagem de dinheiro, mostram os riscos associados a parcerias com operadoras de apostas.
A popularidade das casas de apostas também reflete o crescimento do mercado de apostas esportivas no Brasil. Estima-se que o setor movimente mais de R$ 100 bilhões por ano, com milhões de brasileiros participando de plataformas online. Para os clubes, esses patrocínios são uma fonte crucial de receita, mas exigem uma gestão cuidadosa para evitar conflitos comerciais e proteger a imagem institucional.
Cronograma de eventos da parceria
A relação entre São Paulo e Viva Sorte passou por várias etapas antes da rescisão. Abaixo, um resumo dos principais momentos:
- Agosto de 2024: São Paulo e Viva Sorte fecham contrato de R$ 45 milhões, válido até dezembro de 2026. A marca é exibida pela primeira vez no jogo contra o Flamengo, em 3 de agosto.
- Setembro de 2024: Lançamento do título de capitalização Viva Sorte São Paulo, com arrecadação destinada ao futebol do clube.
- Janeiro de 2025: Viva Sorte anuncia a criação da Viva Sorte Bet, gerando preocupações entre clubes patrocinados com contratos de exclusividade.
- Abril de 2025: São Paulo rescinde o contrato em 17 de abril, após notificações da Superbet. A marca Viva Tricolor deixa o uniforme no clássico contra o Santos, em 20 de abril.
- Pós-rescisão: Clube inicia cobrança de multa contratual e avalia ações judiciais contra a Viva Sorte.
Repercussão entre torcedores e no mercado
A rescisão do contrato com a Viva Sorte gerou ampla repercussão entre os torcedores do São Paulo, especialmente nas redes sociais. Muitos elogiaram a decisão do clube de priorizar o acordo com a Superbet, visto como mais vantajoso a longo prazo, mas também expressaram preocupação com a perda de receita de R$ 30,8 milhões. Grupos de torcedores organizaram debates online sobre o impacto financeiro da rescisão e a possibilidade de novos patrocinadores ocuparem o espaço deixado pela Viva Sorte.
No mercado, a notícia reforçou a percepção de que os contratos de patrocínio no futebol brasileiro estão cada vez mais complexos. A entrada de empresas de capitalização, como a Viva Sorte, no setor de apostas esportivas é vista como uma estratégia para diversificar receitas, mas também aumenta o risco de conflitos com patrocinadores estabelecidos. Analistas do setor esportivo apontam que os clubes precisam aprimorar a gestão de suas parcerias para evitar disputas que possam comprometer suas finanças.
A saída da Viva Sorte também reacendeu discussões sobre a dependência dos clubes brasileiros de patrocinadores do setor de apostas. Embora essas parcerias sejam lucrativas, elas expõem os times a riscos relacionados à regulamentação do mercado e a possíveis controvérsias envolvendo as operadoras. O São Paulo, que já enfrentou desafios financeiros no passado, busca equilibrar a busca por novas receitas com a manutenção de parcerias estratégicas como a da Superbet.
Estratégias do São Paulo para o futuro
Com a rescisão do contrato, o São Paulo já começou a planejar os próximos passos. A diretoria de marketing, que tem trabalhado para reposicionar o clube entre os que mais arrecadam com patrocínios no Brasil, deve buscar um novo parceiro para os ombros do uniforme. Em 2024, o Tricolor ultrapassou o Palmeiras em receitas de patrocínio, alcançando R$ 84 milhões com marcas como Superbet, Ademicon e Viva Sorte, e a expectativa é manter esse patamar em 2025.
O clube também planeja intensificar ações com a Superbet, aproveitando a renovação do contrato até 2030. A patrocinadora máster tem investido em ativações com torcedores, como promoções em jogos no Morumbi e campanhas digitais, e deve ganhar ainda mais destaque no uniforme e nas propriedades comerciais do São Paulo. Além disso, o Consórcio do São Paulo FC, que ocupou o espaço da Viva Sorte no clássico contra o Santos, pode ser uma opção temporária ou permanente, dependendo das negociações com novos patrocinadores.
A gestão financeira do São Paulo tem sido um ponto de atenção nos últimos anos. Desde 2021, o clube adota uma estratégia de reconstrução, reduzindo dívidas e aumentando receitas por meio de patrocínios, vendas de jogadores e acordos de naming rights, como o firmado com a Mondelez para o estádio Morumbi. A rescisão com a Viva Sorte, embora represente uma perda imediata, é vista como um movimento necessário para proteger a relação com a Superbet e manter a estabilidade financeira a longo prazo.
Curiosidades sobre patrocínios no São Paulo
O São Paulo tem uma longa história de parcerias comerciais, com momentos marcantes no mercado de patrocínios. A rescisão com a Viva Sorte é apenas um capítulo em uma trajetória que inclui acordos históricos e desafios financeiros. Algumas curiosidades sobre os patrocínios do clube:
- Primeiro patrocinador: O São Paulo começou a exibir marcas em seu uniforme na década de 1980, com a Olympikus sendo uma das primeiras em 1985.
- Recorde com a Superbet: O contrato renovado até 2030, com potencial de R$ 1 bilhão, é o maior da história do clube.
- Espaços múltiplos: Atualmente, o São Paulo exibe seis marcas no uniforme, incluindo Superbet, Ademicon, Blue, Konami, ABC da Construção e, temporariamente, o Consórcio do São Paulo FC.
- Naming rights do Morumbi: O acordo com a Mondelez, assinado em 2024, marcou a primeira vez que o estádio Morumbi recebeu um nome comercial.
- Patrocínios pontuais: Antes do contrato fixo, a Viva Sorte estampou o uniforme em jogos específicos, como contra Flamengo e Goiás, em agosto de 2024.
Desafios do mercado de patrocínios
O mercado de patrocínios no futebol brasileiro enfrenta um momento de transformação, impulsionado pela regulamentação das apostas esportivas e pelo aumento da concorrência entre marcas. Para clubes como o São Paulo, a gestão dessas parcerias exige equilíbrio entre maximizar receitas e evitar conflitos comerciais. A rescisão com a Viva Sorte é um exemplo de como decisões estratégicas podem impactar as finanças dos clubes, mas também reforça a importância de contratos bem estruturados.
A dependência de casas de apostas também levanta questões sobre a sustentabilidade do modelo atual. Embora o setor tenha injetado bilhões de reais no futebol brasileiro, casos de investigações, como o da Esportes da Sorte, e disputas comerciais, como a do São Paulo com a Viva Sorte, mostram que os clubes precisam diversificar suas fontes de receita. Setores como financeiro, saúde e alimentação têm ganhado espaço nos patrocínios, mas ainda representam uma fatia menor em comparação com as operadoras de apostas.
Para o São Paulo, o futuro envolve não apenas a busca por novos patrocinadores, mas também o fortalecimento de sua marca no mercado esportivo. O clube tem investido em infraestrutura, como a modernização do Morumbi, e em ações de engajamento com torcedores, como eventos no estádio e campanhas digitais. A rescisão com a Viva Sorte, embora desafiadora, abre novas oportunidades para o Tricolor consolidar sua posição como um dos clubes mais valiosos do Brasil.

O São Paulo Futebol Clube anunciou a rescisão do contrato de patrocínio com a Viva Sorte, empresa de capitalização que estampava a marca Viva Tricolor nos ombros das camisas de jogo e treino do clube. O acordo, firmado em agosto de 2024 e avaliado em R$ 45 milhões, previa validade até dezembro de 2026, mas foi encerrado em 17 de abril devido a um conflito de interesses com a Superbet, patrocinadora máster do Tricolor. No clássico contra o Santos, disputado no domingo, 20 de abril, no estádio Morumbi, a marca da Viva Sorte já não apareceu no uniforme, sendo substituída pelo logotipo do Consórcio do São Paulo FC. A decisão marca o fim de uma parceria que envolveu ações como o lançamento do título de capitalização Viva Sorte São Paulo, cujas receitas eram parcialmente destinadas ao clube. O São Paulo agora busca o pagamento de uma multa contratual, alegando que a Viva Sorte alterou o objeto do acordo ao lançar uma plataforma de apostas, a Viva Sorte Bet, em janeiro deste ano.
A parceria com a Viva Sorte rendeu ao São Paulo R$ 7,8 milhões até o final de 2024, pagos pela exposição da marca no uniforme durante os últimos meses do ano passado. Para 2025 e 2026, o contrato estipulava o pagamento de R$ 18,6 milhões anuais, divididos em parcelas mensais de R$ 1,6 milhão, totalizando R$ 37,2 milhões ao longo dos dois anos. Com a rescisão, o clube deixará de receber aproximadamente R$ 30,8 milhões, valor que seria pago até o término do acordo. A diretoria tricolor informou que adotará medidas para garantir seus direitos, incluindo a cobrança da multa prevista no contrato, e não descarta recorrer à Justiça caso a Viva Sorte não aceite o pagamento.
O conflito que levou ao rompimento está relacionado à entrada da Viva Sorte no mercado de apostas esportivas. A Superbet, que renovou recentemente seu contrato com o São Paulo até 2030 em um acordo recorde, exigiu exclusividade no setor de apostas, conforme estipulado em seu contrato de patrocínio máster. A criação da Viva Sorte Bet gerou um impasse, já que a nova plataforma passou a concorrer diretamente com a Superbet, violando os termos de exclusividade acordados com o clube. A situação reflete uma tendência crescente no futebol brasileiro, onde as parcerias com casas de apostas têm se tornado uma fonte significativa de receita, mas também geram disputas comerciais.
Detalhes do contrato com a Viva Sorte
O acordo entre São Paulo e Viva Sorte foi formalizado em agosto de 2024, após uma parceria pontual no jogo contra o Flamengo, no dia 3 de agosto, pelo Campeonato Brasileiro. A marca passou a ocupar os ombros do uniforme tricolor, um espaço secundário em relação à Superbet, que exibe seu logotipo na parte frontal da camisa. O contrato, anunciado em uma coletiva de imprensa no Morumbi, foi celebrado como um passo importante na reconstrução financeira do clube, que vinha buscando aumentar suas receitas de patrocínio desde 2021.
Além da exposição no uniforme, a parceria incluiu o lançamento do Viva Sorte São Paulo, um título de capitalização voltado à torcida tricolor. Parte da arrecadação do produto era destinada ao departamento de futebol do clube, enquanto os torcedores podiam concorrer a prêmios como carros, motos e dinheiro. O projeto também previa ações sociais, como doações a instituições escolhidas pelos torcedores por meio de votação no site da Viva Sorte. Apesar do entusiasmo inicial, a parceria durou menos de nove meses, encerrada pelo conflito com a Superbet.

- Principais pontos do contrato:
- Valor total de R$ 45 milhões até dezembro de 2026.
- Pagamento de R$ 7,8 milhões em 2024.
- Parcelas anuais de R$ 18,6 milhões em 2025 e 2026.
- Exposição da marca Viva Tricolor nos ombros do uniforme.
- Lançamento do título de capitalização Viva Sorte São Paulo.
Conflito com a Superbet
A Superbet é a patrocinadora máster do São Paulo desde o início de 2024, quando assinou um contrato de R$ 156 milhões por três temporadas, pagando R$ 52 milhões por ano. O acordo, que incluiu a assunção de uma multa de R$ 24 milhões pela rescisão do contrato anterior com a Sportsbet.io, posicionou a Superbet como uma das principais parceiras do clube. Recentemente, a empresa renovou o patrocínio até 2030, em um contrato que pode alcançar R$ 1 bilhão, considerando bônus por desempenho e outras variáveis. A marca é exibida na parte frontal da camisa, tanto na região do peito quanto nas costas, reforçando sua posição de destaque.
A entrada da Viva Sorte no mercado de apostas com a Viva Sorte Bet, lançada em janeiro, gerou um conflito direto com a Superbet. A patrocinadora máster notificou a diretoria do São Paulo, exigindo o cumprimento da cláusula de exclusividade que impede o clube de exibir marcas concorrentes no setor de apostas. Para tentar contornar o problema, a Viva Sorte chegou a usar variações de sua marca, como Viva Tricolor, nos uniformes, buscando diferenciar sua identidade da nova plataforma de apostas. No entanto, a medida não foi suficiente para evitar a rescisão, e o clube optou por encerrar a parceria para proteger seu acordo com a Superbet.
O caso ilustra os desafios enfrentados pelos clubes brasileiros em um mercado onde as casas de apostas dominam os patrocínios. Em 2025, 18 dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro têm contratos com operadoras de apostas, que respondem por cerca de R$ 1 bilhão em receitas de patrocínio máster. A exclusividade exigida por essas empresas frequentemente gera conflitos quando outros patrocinadores tentam entrar no mesmo setor, como ocorreu com a Viva Sorte.
Impacto financeiro da rescisão
A rescisão do contrato com a Viva Sorte representa uma perda significativa para o São Paulo, que deixará de receber R$ 30,8 milhões previstos para 2025 e 2026. O valor seria uma fonte importante de receita para o clube, que tem investido na redução de dívidas e na melhoria de sua estrutura esportiva. No entanto, a diretoria tricolor acredita que a cobrança da multa contratual pode compensar parte do prejuízo. O montante exato da multa não foi divulgado, mas o clube considera que a Viva Sorte violou o contrato ao lançar a Viva Sorte Bet, justificando a exigência de reparação financeira.
A situação pode levar o caso aos tribunais, caso a Viva Sorte não aceite pagar a multa. O São Paulo já sinalizou que adotará todas as medidas necessárias para proteger seus interesses, o que inclui ações judiciais. A disputa reflete uma prática comum em contratos de patrocínio, onde cláusulas de exclusividade e penalidades por quebra de acordo são frequentemente acionadas para resolver conflitos comerciais. Para o clube, a prioridade é manter a relação com a Superbet, cujo contrato de longo prazo oferece maior estabilidade financeira.
A ausência da Viva Sorte no uniforme também abre espaço para novos patrocinadores. O São Paulo já exibe marcas como Ademicon, Blue, Konami e ABC da Construção em outros espaços da camisa e dos shorts, além do Consórcio do São Paulo FC, que ocupou temporariamente o lugar da Viva Sorte no clássico contra o Santos. A diretoria de marketing do clube, liderada por Eduardo Toni, tem trabalhado para maximizar as receitas de patrocínio, e a busca por um novo parceiro para os ombros do uniforme deve começar em breve.
Outros clubes afetados pela Viva Sorte Bet
O São Paulo não é o único clube impactado pela criação da Viva Sorte Bet. A empresa mantém contratos de patrocínio com outros times brasileiros, incluindo Corinthians, Santos, Vasco, Fortaleza, Ceará e Sport Recife. Em alguns desses casos, a Viva Sorte exibe sua marca em espaços secundários, como mangas e shorts, enquanto em outros, como no Bahia, a Viva Sorte Bet assumiu o patrocínio máster em um contrato histórico para o clube. A entrada da empresa no mercado de apostas gerou preocupações semelhantes em outros times, especialmente aqueles com contratos de exclusividade com outras casas de apostas.
No Corinthians, por exemplo, a Viva Sorte lançou o título de capitalização Viva Timão, com a marca estampada nos ombros do uniforme até 2026. O clube, que tem um contrato máster com a VaideBet, enfrentou questionamentos sobre a compatibilidade entre os dois patrocinadores, mas até o momento não anunciou a rescisão com a Viva Sorte. No Santos, a Viva Sorte detém os naming rights do estádio, chamado Vila Viva Sorte, além de exibir sua marca no uniforme. A Blaze, patrocinadora máster do Santos, também levantou preocupações sobre a Viva Sorte Bet, mas o contrato segue ativo.
A situação destaca a complexidade do mercado de patrocínios no futebol brasileiro, onde as casas de apostas têm dominado os investimentos. A Viva Sorte, que atua há mais de 15 anos no mercado de capitalização, buscou diversificar seus negócios com a criação da plataforma de apostas, mas a estratégia acabou gerando conflitos com parceiros estabelecidos. A resolução desses impasses dependerá de negociações entre os clubes, a Viva Sorte e suas respectivas patrocinadoras máster.
- Clubes patrocinados pela Viva Sorte:
- Corinthians: Marca nos ombros e título de capitalização Viva Timão.
- Santos: Naming rights do estádio (Vila Viva Sorte) e exposição no uniforme.
- Vasco: Marca em espaços secundários do uniforme.
- Fortaleza: Contrato ativo, com exposição no uniforme.
- Ceará: Parceria semelhante, com marca em mangas ou shorts.
- Sport Recife: Contrato firmado em setembro de 2024.
- Bahia: Viva Sorte Bet como patrocinadora máster.
Contexto do mercado de apostas no futebol brasileiro
O futebol brasileiro vive um boom de patrocínios de casas de apostas, impulsionado pela legalização do setor em 2024. A nova legislação, que exige licenças para operadoras de apostas atuarem no país, aumentou a competição entre as empresas, que buscam visibilidade por meio de parcerias com clubes. Em 2025, os 20 clubes da Série A do Brasileirão arrecadam cerca de R$ 1 bilhão com patrocínios máster, sendo 90% desse valor proveniente de operadoras de apostas. Clubes como Palmeiras (Sportingbet, R$ 100 milhões por ano), Atlético-MG (H2Bet, R$ 60 milhões por ano) e São Paulo (Superbet, R$ 52 milhões por ano) estão entre os que mais lucram com essas parcerias.
As cláusulas de exclusividade são um componente central desses contratos, garantindo que os clubes não exibam marcas concorrentes no mesmo setor. Quando empresas como a Viva Sorte, originalmente focadas em capitalização, entram no mercado de apostas, os conflitos se tornam inevitáveis. A situação do São Paulo é um exemplo de como essas disputas podem impactar as finanças dos clubes, especialmente quando envolvem contratos de alto valor. Outros casos recentes, como a suspensão do patrocínio do Athletico Paranaense com a Esportes da Sorte devido a investigações sobre lavagem de dinheiro, mostram os riscos associados a parcerias com operadoras de apostas.
A popularidade das casas de apostas também reflete o crescimento do mercado de apostas esportivas no Brasil. Estima-se que o setor movimente mais de R$ 100 bilhões por ano, com milhões de brasileiros participando de plataformas online. Para os clubes, esses patrocínios são uma fonte crucial de receita, mas exigem uma gestão cuidadosa para evitar conflitos comerciais e proteger a imagem institucional.
Cronograma de eventos da parceria
A relação entre São Paulo e Viva Sorte passou por várias etapas antes da rescisão. Abaixo, um resumo dos principais momentos:
- Agosto de 2024: São Paulo e Viva Sorte fecham contrato de R$ 45 milhões, válido até dezembro de 2026. A marca é exibida pela primeira vez no jogo contra o Flamengo, em 3 de agosto.
- Setembro de 2024: Lançamento do título de capitalização Viva Sorte São Paulo, com arrecadação destinada ao futebol do clube.
- Janeiro de 2025: Viva Sorte anuncia a criação da Viva Sorte Bet, gerando preocupações entre clubes patrocinados com contratos de exclusividade.
- Abril de 2025: São Paulo rescinde o contrato em 17 de abril, após notificações da Superbet. A marca Viva Tricolor deixa o uniforme no clássico contra o Santos, em 20 de abril.
- Pós-rescisão: Clube inicia cobrança de multa contratual e avalia ações judiciais contra a Viva Sorte.
Repercussão entre torcedores e no mercado
A rescisão do contrato com a Viva Sorte gerou ampla repercussão entre os torcedores do São Paulo, especialmente nas redes sociais. Muitos elogiaram a decisão do clube de priorizar o acordo com a Superbet, visto como mais vantajoso a longo prazo, mas também expressaram preocupação com a perda de receita de R$ 30,8 milhões. Grupos de torcedores organizaram debates online sobre o impacto financeiro da rescisão e a possibilidade de novos patrocinadores ocuparem o espaço deixado pela Viva Sorte.
No mercado, a notícia reforçou a percepção de que os contratos de patrocínio no futebol brasileiro estão cada vez mais complexos. A entrada de empresas de capitalização, como a Viva Sorte, no setor de apostas esportivas é vista como uma estratégia para diversificar receitas, mas também aumenta o risco de conflitos com patrocinadores estabelecidos. Analistas do setor esportivo apontam que os clubes precisam aprimorar a gestão de suas parcerias para evitar disputas que possam comprometer suas finanças.
A saída da Viva Sorte também reacendeu discussões sobre a dependência dos clubes brasileiros de patrocinadores do setor de apostas. Embora essas parcerias sejam lucrativas, elas expõem os times a riscos relacionados à regulamentação do mercado e a possíveis controvérsias envolvendo as operadoras. O São Paulo, que já enfrentou desafios financeiros no passado, busca equilibrar a busca por novas receitas com a manutenção de parcerias estratégicas como a da Superbet.
Estratégias do São Paulo para o futuro
Com a rescisão do contrato, o São Paulo já começou a planejar os próximos passos. A diretoria de marketing, que tem trabalhado para reposicionar o clube entre os que mais arrecadam com patrocínios no Brasil, deve buscar um novo parceiro para os ombros do uniforme. Em 2024, o Tricolor ultrapassou o Palmeiras em receitas de patrocínio, alcançando R$ 84 milhões com marcas como Superbet, Ademicon e Viva Sorte, e a expectativa é manter esse patamar em 2025.
O clube também planeja intensificar ações com a Superbet, aproveitando a renovação do contrato até 2030. A patrocinadora máster tem investido em ativações com torcedores, como promoções em jogos no Morumbi e campanhas digitais, e deve ganhar ainda mais destaque no uniforme e nas propriedades comerciais do São Paulo. Além disso, o Consórcio do São Paulo FC, que ocupou o espaço da Viva Sorte no clássico contra o Santos, pode ser uma opção temporária ou permanente, dependendo das negociações com novos patrocinadores.
A gestão financeira do São Paulo tem sido um ponto de atenção nos últimos anos. Desde 2021, o clube adota uma estratégia de reconstrução, reduzindo dívidas e aumentando receitas por meio de patrocínios, vendas de jogadores e acordos de naming rights, como o firmado com a Mondelez para o estádio Morumbi. A rescisão com a Viva Sorte, embora represente uma perda imediata, é vista como um movimento necessário para proteger a relação com a Superbet e manter a estabilidade financeira a longo prazo.
Curiosidades sobre patrocínios no São Paulo
O São Paulo tem uma longa história de parcerias comerciais, com momentos marcantes no mercado de patrocínios. A rescisão com a Viva Sorte é apenas um capítulo em uma trajetória que inclui acordos históricos e desafios financeiros. Algumas curiosidades sobre os patrocínios do clube:
- Primeiro patrocinador: O São Paulo começou a exibir marcas em seu uniforme na década de 1980, com a Olympikus sendo uma das primeiras em 1985.
- Recorde com a Superbet: O contrato renovado até 2030, com potencial de R$ 1 bilhão, é o maior da história do clube.
- Espaços múltiplos: Atualmente, o São Paulo exibe seis marcas no uniforme, incluindo Superbet, Ademicon, Blue, Konami, ABC da Construção e, temporariamente, o Consórcio do São Paulo FC.
- Naming rights do Morumbi: O acordo com a Mondelez, assinado em 2024, marcou a primeira vez que o estádio Morumbi recebeu um nome comercial.
- Patrocínios pontuais: Antes do contrato fixo, a Viva Sorte estampou o uniforme em jogos específicos, como contra Flamengo e Goiás, em agosto de 2024.
Desafios do mercado de patrocínios
O mercado de patrocínios no futebol brasileiro enfrenta um momento de transformação, impulsionado pela regulamentação das apostas esportivas e pelo aumento da concorrência entre marcas. Para clubes como o São Paulo, a gestão dessas parcerias exige equilíbrio entre maximizar receitas e evitar conflitos comerciais. A rescisão com a Viva Sorte é um exemplo de como decisões estratégicas podem impactar as finanças dos clubes, mas também reforça a importância de contratos bem estruturados.
A dependência de casas de apostas também levanta questões sobre a sustentabilidade do modelo atual. Embora o setor tenha injetado bilhões de reais no futebol brasileiro, casos de investigações, como o da Esportes da Sorte, e disputas comerciais, como a do São Paulo com a Viva Sorte, mostram que os clubes precisam diversificar suas fontes de receita. Setores como financeiro, saúde e alimentação têm ganhado espaço nos patrocínios, mas ainda representam uma fatia menor em comparação com as operadoras de apostas.
Para o São Paulo, o futuro envolve não apenas a busca por novos patrocinadores, mas também o fortalecimento de sua marca no mercado esportivo. O clube tem investido em infraestrutura, como a modernização do Morumbi, e em ações de engajamento com torcedores, como eventos no estádio e campanhas digitais. A rescisão com a Viva Sorte, embora desafiadora, abre novas oportunidades para o Tricolor consolidar sua posição como um dos clubes mais valiosos do Brasil.
