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22 Apr 2025, Tue


Em 21 de abril de 2025, o Vaticano mergulhou em um período de luto e transição com a morte do papa Francisco, o primeiro pontífice latino-americano, aos 88 anos. O anúncio veio após o papa sofrer um acidente vascular cerebral seguido de insuficiência cardíaca irreversível, encerrando um papado de 12 anos marcado por humildade e reformas. Horas após seu falecimento, o cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano, conduziu o ritual de lacração dos aposentos papais no Palácio Apostólico e na Casa Santa Marta, uma prática secular da Igreja Católica. Esse ato, parte do protocolo da Sede Vacante, simboliza o fim de um pontificado e garante a segurança dos espaços pessoais do papa até a eleição de um sucessor. O Vaticano também começou a organizar os nove dias de luto, conhecidos como Novendiales, enquanto o mundo aguarda o conclave para escolher o próximo pontífice.

A lacração dos aposentos, realizada na noite de 21 de abril, envolveu a colocação de fitas vermelhas e selos de cera nas portas das residências do papa. Diferentemente de seus antecessores, que ocupavam os suntuosos aposentos do Palácio Apostólico, Francisco optou pela simplicidade da Casa Santa Marta, uma hospedaria para clérigos visitantes. O ritual, liderado por Farrell, impede qualquer acesso aos pertences do pontífice, preservando-os até a chegada do novo papa. Essa tradição, que historicamente evitava saques, hoje funciona como um gesto simbólico de encerramento e continuidade na Igreja.

Na Praça São Pedro, fiéis se reuniram na noite do falecimento, acendendo velas e rezando. O Vaticano confirmou que o corpo do papa será levado à Basílica de São Pedro para veneração pública, provavelmente a partir de 23 de abril, permitindo que os fiéis prestem suas homenagens. A comunidade católica global, com mais de 1,4 bilhão de membros, começou a refletir sobre o legado de Francisco, que incluiu defesa dos marginalizados, proteção ambiental e esforços para reformar a burocracia vaticana.

  • Protocolo da Sede Vacante: Garante a segurança dos aposentos papais até a escolha do novo papa.
  • Cardeal Kevin Farrell: Administra o Vaticano como camerlengo durante o interregno.
  • Nove dias de luto: Os Novendiales incluem orações diárias e missas de réquiem.
  • Veneração pública: O corpo do papa será exposto para homenagem dos fiéis.

Residência humilde do papa selada

A lacração dos aposentos do papa Francisco representa um momento marcante na transição do Vaticano. Na noite de 21 de abril, o cardeal Kevin Farrell, nascido na Irlanda e naturalizado americano, supervisionou a colocação de selos nos quartos do papa no terceiro andar do Palácio Apostólico e no segundo andar da Casa Santa Marta. O ritual, transmitido pela mídia vaticana, mostrou fitas vermelhas amarradas nas maçanetas e seladas com cera estampada com o brasão papal. Esse procedimento assegura que ninguém acesse os pertences ou documentos do pontífice, mantendo-os intactos até a eleição do próximo papa.

Ao contrário dos amplos aposentos papais usados por papas anteriores, Francisco escolheu viver na modesta Casa Santa Marta, uma hospedaria situada perto da Basílica de São Pedro. Sua suíte de dois quartos, compartilhada com outros clérigos, refletia sua rejeição ao luxo do Palácio Apostólico e seu compromisso com a simplicidade. A lacração de ambos os locais reforça a adesão do Vaticano ao protocolo, independentemente das escolhas pessoais do pontífice.

O ritual incluiu também a certificação formal do óbito, realizada horas antes na capela da Casa Santa Marta. Farrell leu a declaração oficial do falecimento de Francisco, na presença de autoridades vaticanas, equipe médica e colaboradores próximos do papa. A cerimônia, com duração de menos de uma hora, marcou o início do interregno, período em que a Igreja Católica opera sem um papa, sob a administração temporária do camerlengo.

Luto global por um papa transformador

A morte do papa Francisco gerou comoção em todo o mundo, com tributos de líderes e fiéis. Em Buenos Aires, onde Jorge Mario Bergoglio nasceu, milhares se reuniram na Catedral Metropolitana para rezar e acender velas. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, chamou-o de “grande pastor”, enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, apesar de divergências passadas, elogiou sua dedicação. Na Praça São Pedro, fiéis expressaram tristeza, com alguns descrevendo sua morte como uma perda que deixou o mundo “mais solitário”.

O papado de Francisco, iniciado em 13 de março de 2013, foi marcado por esforços para tornar a Igreja Católica mais inclusiva e transparente. Ele nomeou mais de 100 cardeais, diversificando o Colégio Cardinalício, e promoveu reformas financeiras no Vaticano. Sua defesa de migrantes, ação climática e paz conquistou admiradores, embora enfrentasse críticas de conservadores por suposta ambiguidade doutrinal e de progressistas por não avançar em questões como a ordenação de mulheres. Seus problemas de saúde, incluindo uma condição pulmonar desde a juventude e pneumonia recente, limitaram suas atividades, mas sua última aparição pública, na Páscoa, abençoando a multidão de uma cadeira de rodas, mostrou sua determinação.

O Vaticano reagiu à morte cancelando uma cerimônia de canonização de Carlo Acutis, prevista para 27 de abril, e preparando o funeral, esperado entre quatro e seis dias após o falecimento. O testamento de Francisco, divulgado em 21 de abril, revelou seu desejo de ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, uma escolha inédita em relação às tradicionais grutas vaticanas, refletindo sua devoção à Virgem Maria.

  • Tributos globais: Líderes e fiéis celebram o legado de compaixão de Francisco.
  • Papado diversificado: Nomeou cardeais de 70 países, transformando o conclave.
  • Desafios de saúde: Superou pneumonia e limitações para liderar até o fim.
  • Sepultamento único: Escolheu Santa Maria Maggiore em vez das grutas vaticanas.

A Sede Vacante e seus rituais antigos

O período após a morte de um papa, conhecido como Sede Vacante, é marcado por rituais cuidadosamente planejados. A lacração dos aposentos papais, concluída em 21 de abril, é um dos primeiros passos, simbolizando a vacância do trono papal. O cardeal Farrell também destruiu o Anel do Pescador e o selo papal, usados para autenticar documentos oficiais, para evitar uso indevido. Essas práticas, com raízes no Império Romano, garantem ordem e continuidade durante o interregno.

Historicamente, a lacração impedia saques, comuns em séculos passados, quando residências papais guardavam itens valiosos. Hoje, o ritual protege os papéis e pertences do papa, reservando-os para o próximo pontífice. O camerlengo, auxiliado por um grupo de cardeais, gerencia as questões administrativas, mas decisões importantes ficam suspensas até a eleição do novo papa. O Vaticano entra em um estado de pausa, com missas diárias de réquiem e orações durante os Novendiales, o período de luto de nove dias.

O próximo passo significativo é a veneração pública do corpo do papa, prevista para começar em 23 de abril na Basílica de São Pedro. Diferentemente de papas anteriores, cujos corpos eram exibidos em plataformas elevadas, Francisco pediu um caixão aberto simples, alinhado à sua humildade. Centenas de milhares de peregrinos, acompanhados por líderes mundiais, são esperados para prestar homenagens antes da missa fúnebre, provavelmente realizada na Praça São Pedro.

Preparativos para o conclave

A eleição de um novo papa, realizada por meio de um conclave, é um dos processos mais secretos e sagrados da Igreja Católica. O conclave, previsto para começar entre 6 e 11 de maio de 2025, reunirá cerca de 120 cardeais com menos de 80 anos na Capela Sistina para votação. Regido pela constituição apostólica Universi Dominici Gregis, o processo exige maioria de dois terços para eleger o novo pontífice. Os votos são queimados após cada rodada, com fumaça preta indicando ausência de decisão e fumaça branca anunciando o novo papa.

As nomeações de Francisco diversificaram o Colégio Cardinalício, com quase 70% dos cardeais eleitores vindos de fora da Europa, incluindo 28 da América Latina e 24 da Ásia. Essa mudança pode influenciar a escolha do sucessor, aumentando a chance de outro papa não europeu. Especulações sobre candidatos “papáveis” já circulam, embora campanhas abertas sejam proibidas. O sigilo do conclave, garantido por juramentos e isolamento físico, protege o processo de influências externas.

O anúncio do novo papa, marcado pela frase em latim Habemus Papam (“Temos um papa”), será feito da varanda da Basílica de São Pedro, seguido da primeira bênção do pontífice. A eleição é um momento crucial para a Igreja Católica, cujos 1,4 bilhão de fiéis buscam um líder para enfrentar questões como abusos clericais, inclusão e desafios globais. O legado de Francisco, com ênfase na misericórdia e no cuidado com os marginalizados, deve moldar as discussões entre os cardeais.

  • Cronograma do conclave: A votação começa 15 a 20 dias após a morte do papa.
  • Cardeais diversificados: Francisco nomeou eleitores de 70 países.
  • Processo secreto: Os votos são queimados, com fumaça indicando o resultado.
  • Impacto global: O novo papa liderará 1,4 bilhão de católicos.

Um legado de humildade e reforma

O papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires em 1936, transformou o papado com seu foco em humildade e compaixão. Ordenado sacerdote jesuíta em 1969, tornou-se arcebispo de Buenos Aires em 1998 e cardeal em 2001. Eleito papa em 2013 após a renúncia de Bento XVI, foi o primeiro jesuíta e não europeu em mais de 1.200 anos. Seu papado priorizou os pobres, migrantes e a proteção ambiental, com encíclicas como Laudato Si’ defendendo ações climáticas.

Suas reformas incluíram a abertura de cargos vaticanos a mulheres, como a nomeação de Irmã Raffaella Petrini como governadora da Cidade do Vaticano, e esforços para combater abusos clericais, embora com avanços limitados. Críticas vieram de conservadores, como o bispo americano Joseph Strickland, por suposta ambiguidade doutrinal, e de liberais, por não promover mudanças como a ordenação feminina. Apesar de problemas de saúde, como uma condição pulmonar e pneumonia recente, Francisco permaneceu ativo, visitando 61 países e canonizando 911 santos. Sua última aparição na Páscoa, abençoando a multidão, destacou sua resiliência.

As finanças do Vaticano, com doações em queda e custos de pensões em alta, foram um desafio, mas a busca de Francisco por transparência deixou marcas. Sua escolha de ser sepultado em Santa Maria Maggiore, em um caixão de madeira simples, reflete seu compromisso com a simplicidade, um tema que definiu seu papado e continua a ecoar enquanto a Igreja se prepara para uma nova era.

Cronograma dos eventos após a morte de Francisco

O Vaticano segue um cronograma estruturado durante a Sede Vacante para garantir uma transição tranquila. Abaixo, o calendário dos principais eventos após a morte do papa Francisco em 21 de abril de 2025:

  • 21 de abril: Cardeal Farrell anuncia a morte de Francisco e lacra os aposentos papais.
  • 23 de abril: O corpo do papa deve ser levado à Basílica de São Pedro para veneração pública.
  • 25 a 27 de abril: Missa fúnebre, provavelmente na Praça São Pedro, com sepultamento em Santa Maria Maggiore.
  • 6 a 11 de maio: Conclave começa na Capela Sistina para eleger o novo papa.

A Igreja em transição

A morte do papa Francisco colocou a Igreja Católica em um momento de luto e expectativa. A lacração de seus aposentos, um ritual que combina tradição antiga com simbolismo moderno, marca o início de um processo que culminará na eleição de um novo pontífice. Enquanto os cardeais se preparam para o conclave, os fiéis globais refletem sobre o legado de Francisco, com sua defesa dos pobres, pedidos por paz e esforços para reformar uma instituição de 2.000 anos.

Em Roma, a Praça São Pedro permanece como ponto central para peregrinos, com milhares esperados durante o período de veneração. A missa fúnebre, que deve atrair líderes mundiais e milhões de espectadores, será um momento de unidade para os católicos. A escolha de Francisco por um sepultamento simples em Santa Maria Maggiore, fora das grutas vaticanas, reforça seu desejo de proximidade com o povo, mesmo na morte.

O conclave será um momento decisivo, com o diversificado Colégio Cardinalício encarregado de escolher um líder para enfrentar os desafios da Igreja, desde a queda de fiéis na Europa até o crescimento na África e na Ásia. Enquanto o Vaticano avança, a ênfase de Francisco na misericórdia e inclusão deve influenciar a escolha, moldando o futuro da Igreja Católica por anos.

Em 21 de abril de 2025, o Vaticano mergulhou em um período de luto e transição com a morte do papa Francisco, o primeiro pontífice latino-americano, aos 88 anos. O anúncio veio após o papa sofrer um acidente vascular cerebral seguido de insuficiência cardíaca irreversível, encerrando um papado de 12 anos marcado por humildade e reformas. Horas após seu falecimento, o cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano, conduziu o ritual de lacração dos aposentos papais no Palácio Apostólico e na Casa Santa Marta, uma prática secular da Igreja Católica. Esse ato, parte do protocolo da Sede Vacante, simboliza o fim de um pontificado e garante a segurança dos espaços pessoais do papa até a eleição de um sucessor. O Vaticano também começou a organizar os nove dias de luto, conhecidos como Novendiales, enquanto o mundo aguarda o conclave para escolher o próximo pontífice.

A lacração dos aposentos, realizada na noite de 21 de abril, envolveu a colocação de fitas vermelhas e selos de cera nas portas das residências do papa. Diferentemente de seus antecessores, que ocupavam os suntuosos aposentos do Palácio Apostólico, Francisco optou pela simplicidade da Casa Santa Marta, uma hospedaria para clérigos visitantes. O ritual, liderado por Farrell, impede qualquer acesso aos pertences do pontífice, preservando-os até a chegada do novo papa. Essa tradição, que historicamente evitava saques, hoje funciona como um gesto simbólico de encerramento e continuidade na Igreja.

Na Praça São Pedro, fiéis se reuniram na noite do falecimento, acendendo velas e rezando. O Vaticano confirmou que o corpo do papa será levado à Basílica de São Pedro para veneração pública, provavelmente a partir de 23 de abril, permitindo que os fiéis prestem suas homenagens. A comunidade católica global, com mais de 1,4 bilhão de membros, começou a refletir sobre o legado de Francisco, que incluiu defesa dos marginalizados, proteção ambiental e esforços para reformar a burocracia vaticana.

  • Protocolo da Sede Vacante: Garante a segurança dos aposentos papais até a escolha do novo papa.
  • Cardeal Kevin Farrell: Administra o Vaticano como camerlengo durante o interregno.
  • Nove dias de luto: Os Novendiales incluem orações diárias e missas de réquiem.
  • Veneração pública: O corpo do papa será exposto para homenagem dos fiéis.

Residência humilde do papa selada

A lacração dos aposentos do papa Francisco representa um momento marcante na transição do Vaticano. Na noite de 21 de abril, o cardeal Kevin Farrell, nascido na Irlanda e naturalizado americano, supervisionou a colocação de selos nos quartos do papa no terceiro andar do Palácio Apostólico e no segundo andar da Casa Santa Marta. O ritual, transmitido pela mídia vaticana, mostrou fitas vermelhas amarradas nas maçanetas e seladas com cera estampada com o brasão papal. Esse procedimento assegura que ninguém acesse os pertences ou documentos do pontífice, mantendo-os intactos até a eleição do próximo papa.

Ao contrário dos amplos aposentos papais usados por papas anteriores, Francisco escolheu viver na modesta Casa Santa Marta, uma hospedaria situada perto da Basílica de São Pedro. Sua suíte de dois quartos, compartilhada com outros clérigos, refletia sua rejeição ao luxo do Palácio Apostólico e seu compromisso com a simplicidade. A lacração de ambos os locais reforça a adesão do Vaticano ao protocolo, independentemente das escolhas pessoais do pontífice.

O ritual incluiu também a certificação formal do óbito, realizada horas antes na capela da Casa Santa Marta. Farrell leu a declaração oficial do falecimento de Francisco, na presença de autoridades vaticanas, equipe médica e colaboradores próximos do papa. A cerimônia, com duração de menos de uma hora, marcou o início do interregno, período em que a Igreja Católica opera sem um papa, sob a administração temporária do camerlengo.

Luto global por um papa transformador

A morte do papa Francisco gerou comoção em todo o mundo, com tributos de líderes e fiéis. Em Buenos Aires, onde Jorge Mario Bergoglio nasceu, milhares se reuniram na Catedral Metropolitana para rezar e acender velas. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, chamou-o de “grande pastor”, enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, apesar de divergências passadas, elogiou sua dedicação. Na Praça São Pedro, fiéis expressaram tristeza, com alguns descrevendo sua morte como uma perda que deixou o mundo “mais solitário”.

O papado de Francisco, iniciado em 13 de março de 2013, foi marcado por esforços para tornar a Igreja Católica mais inclusiva e transparente. Ele nomeou mais de 100 cardeais, diversificando o Colégio Cardinalício, e promoveu reformas financeiras no Vaticano. Sua defesa de migrantes, ação climática e paz conquistou admiradores, embora enfrentasse críticas de conservadores por suposta ambiguidade doutrinal e de progressistas por não avançar em questões como a ordenação de mulheres. Seus problemas de saúde, incluindo uma condição pulmonar desde a juventude e pneumonia recente, limitaram suas atividades, mas sua última aparição pública, na Páscoa, abençoando a multidão de uma cadeira de rodas, mostrou sua determinação.

O Vaticano reagiu à morte cancelando uma cerimônia de canonização de Carlo Acutis, prevista para 27 de abril, e preparando o funeral, esperado entre quatro e seis dias após o falecimento. O testamento de Francisco, divulgado em 21 de abril, revelou seu desejo de ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, uma escolha inédita em relação às tradicionais grutas vaticanas, refletindo sua devoção à Virgem Maria.

  • Tributos globais: Líderes e fiéis celebram o legado de compaixão de Francisco.
  • Papado diversificado: Nomeou cardeais de 70 países, transformando o conclave.
  • Desafios de saúde: Superou pneumonia e limitações para liderar até o fim.
  • Sepultamento único: Escolheu Santa Maria Maggiore em vez das grutas vaticanas.

A Sede Vacante e seus rituais antigos

O período após a morte de um papa, conhecido como Sede Vacante, é marcado por rituais cuidadosamente planejados. A lacração dos aposentos papais, concluída em 21 de abril, é um dos primeiros passos, simbolizando a vacância do trono papal. O cardeal Farrell também destruiu o Anel do Pescador e o selo papal, usados para autenticar documentos oficiais, para evitar uso indevido. Essas práticas, com raízes no Império Romano, garantem ordem e continuidade durante o interregno.

Historicamente, a lacração impedia saques, comuns em séculos passados, quando residências papais guardavam itens valiosos. Hoje, o ritual protege os papéis e pertences do papa, reservando-os para o próximo pontífice. O camerlengo, auxiliado por um grupo de cardeais, gerencia as questões administrativas, mas decisões importantes ficam suspensas até a eleição do novo papa. O Vaticano entra em um estado de pausa, com missas diárias de réquiem e orações durante os Novendiales, o período de luto de nove dias.

O próximo passo significativo é a veneração pública do corpo do papa, prevista para começar em 23 de abril na Basílica de São Pedro. Diferentemente de papas anteriores, cujos corpos eram exibidos em plataformas elevadas, Francisco pediu um caixão aberto simples, alinhado à sua humildade. Centenas de milhares de peregrinos, acompanhados por líderes mundiais, são esperados para prestar homenagens antes da missa fúnebre, provavelmente realizada na Praça São Pedro.

Preparativos para o conclave

A eleição de um novo papa, realizada por meio de um conclave, é um dos processos mais secretos e sagrados da Igreja Católica. O conclave, previsto para começar entre 6 e 11 de maio de 2025, reunirá cerca de 120 cardeais com menos de 80 anos na Capela Sistina para votação. Regido pela constituição apostólica Universi Dominici Gregis, o processo exige maioria de dois terços para eleger o novo pontífice. Os votos são queimados após cada rodada, com fumaça preta indicando ausência de decisão e fumaça branca anunciando o novo papa.

As nomeações de Francisco diversificaram o Colégio Cardinalício, com quase 70% dos cardeais eleitores vindos de fora da Europa, incluindo 28 da América Latina e 24 da Ásia. Essa mudança pode influenciar a escolha do sucessor, aumentando a chance de outro papa não europeu. Especulações sobre candidatos “papáveis” já circulam, embora campanhas abertas sejam proibidas. O sigilo do conclave, garantido por juramentos e isolamento físico, protege o processo de influências externas.

O anúncio do novo papa, marcado pela frase em latim Habemus Papam (“Temos um papa”), será feito da varanda da Basílica de São Pedro, seguido da primeira bênção do pontífice. A eleição é um momento crucial para a Igreja Católica, cujos 1,4 bilhão de fiéis buscam um líder para enfrentar questões como abusos clericais, inclusão e desafios globais. O legado de Francisco, com ênfase na misericórdia e no cuidado com os marginalizados, deve moldar as discussões entre os cardeais.

  • Cronograma do conclave: A votação começa 15 a 20 dias após a morte do papa.
  • Cardeais diversificados: Francisco nomeou eleitores de 70 países.
  • Processo secreto: Os votos são queimados, com fumaça indicando o resultado.
  • Impacto global: O novo papa liderará 1,4 bilhão de católicos.

Um legado de humildade e reforma

O papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires em 1936, transformou o papado com seu foco em humildade e compaixão. Ordenado sacerdote jesuíta em 1969, tornou-se arcebispo de Buenos Aires em 1998 e cardeal em 2001. Eleito papa em 2013 após a renúncia de Bento XVI, foi o primeiro jesuíta e não europeu em mais de 1.200 anos. Seu papado priorizou os pobres, migrantes e a proteção ambiental, com encíclicas como Laudato Si’ defendendo ações climáticas.

Suas reformas incluíram a abertura de cargos vaticanos a mulheres, como a nomeação de Irmã Raffaella Petrini como governadora da Cidade do Vaticano, e esforços para combater abusos clericais, embora com avanços limitados. Críticas vieram de conservadores, como o bispo americano Joseph Strickland, por suposta ambiguidade doutrinal, e de liberais, por não promover mudanças como a ordenação feminina. Apesar de problemas de saúde, como uma condição pulmonar e pneumonia recente, Francisco permaneceu ativo, visitando 61 países e canonizando 911 santos. Sua última aparição na Páscoa, abençoando a multidão, destacou sua resiliência.

As finanças do Vaticano, com doações em queda e custos de pensões em alta, foram um desafio, mas a busca de Francisco por transparência deixou marcas. Sua escolha de ser sepultado em Santa Maria Maggiore, em um caixão de madeira simples, reflete seu compromisso com a simplicidade, um tema que definiu seu papado e continua a ecoar enquanto a Igreja se prepara para uma nova era.

Cronograma dos eventos após a morte de Francisco

O Vaticano segue um cronograma estruturado durante a Sede Vacante para garantir uma transição tranquila. Abaixo, o calendário dos principais eventos após a morte do papa Francisco em 21 de abril de 2025:

  • 21 de abril: Cardeal Farrell anuncia a morte de Francisco e lacra os aposentos papais.
  • 23 de abril: O corpo do papa deve ser levado à Basílica de São Pedro para veneração pública.
  • 25 a 27 de abril: Missa fúnebre, provavelmente na Praça São Pedro, com sepultamento em Santa Maria Maggiore.
  • 6 a 11 de maio: Conclave começa na Capela Sistina para eleger o novo papa.

A Igreja em transição

A morte do papa Francisco colocou a Igreja Católica em um momento de luto e expectativa. A lacração de seus aposentos, um ritual que combina tradição antiga com simbolismo moderno, marca o início de um processo que culminará na eleição de um novo pontífice. Enquanto os cardeais se preparam para o conclave, os fiéis globais refletem sobre o legado de Francisco, com sua defesa dos pobres, pedidos por paz e esforços para reformar uma instituição de 2.000 anos.

Em Roma, a Praça São Pedro permanece como ponto central para peregrinos, com milhares esperados durante o período de veneração. A missa fúnebre, que deve atrair líderes mundiais e milhões de espectadores, será um momento de unidade para os católicos. A escolha de Francisco por um sepultamento simples em Santa Maria Maggiore, fora das grutas vaticanas, reforça seu desejo de proximidade com o povo, mesmo na morte.

O conclave será um momento decisivo, com o diversificado Colégio Cardinalício encarregado de escolher um líder para enfrentar os desafios da Igreja, desde a queda de fiéis na Europa até o crescimento na África e na Ásia. Enquanto o Vaticano avança, a ênfase de Francisco na misericórdia e inclusão deve influenciar a escolha, moldando o futuro da Igreja Católica por anos.

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