A morte do papa Francisco, aos 88 anos, em 21 de abril de 2025, marcou o início de um momento histórico para a Igreja Católica, que agora se prepara para eleger seu novo líder por meio do conclave, um processo milenar conhecido como “fechado à chave”. Realizado na Capela Sistina, no Vaticano, o conclave reunirá 135 cardeais com menos de 80 anos, incluindo sete brasileiros, em um ambiente de total isolamento e sigilo. O processo, que pode durar dias ou até semanas, envolve votações secretas, pausas para orações e a queima de cédulas, com a fumaça branca sinalizando a escolha do novo pontífice. A eleição, marcada por rituais e tradições, determinará o sucessor de Francisco, cuja liderança foi caracterizada por mensagens de simplicidade e inclusão. Enquanto o mundo aguarda o anúncio do “Habemus Papam” na Praça de São Pedro, o conclave reforça a relevância da Igreja Católica em um cenário global de mudanças sociais e políticas.
Entre os cardeais brasileiros aptos a votar, destacam-se nomes como Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, e Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, representando uma Igreja vibrante em um dos países com maior população católica do mundo. O Brasil, com cerca de 123 milhões de católicos, tem um peso significativo no cenário eclesial, e a participação de seus cardeais reflete essa influência. O conclave, previsto para começar nos dias seguintes à morte de Francisco, será um evento de grande simbolismo, com os cardeais isolados do mundo exterior, sem acesso a telefones, jornais ou qualquer forma de comunicação.
O processo de escolha do papa é regido por regras estritas, estabelecidas ao longo de séculos, que buscam garantir a independência e a santidade da eleição. A exigência de dois terços dos votos para a escolha do pontífice, a queima das cédulas após cada votação e o juramento de segredo absoluto são elementos que tornam o conclave único. A expectativa é que o novo papa enfrente desafios como a secularização, as tensões geopolíticas e as questões internas da Igreja, incluindo a necessidade de reformas e o diálogo com outras religiões.
O que define o conclave
O conclave é um processo altamente estruturado, com características que garantem sua solenidade e sigilo. Abaixo, os principais pontos:
- Isolamento total: Cardeais ficam na “zona de Conclave”, sem contato com o exterior.
- Votação secreta: Cédulas são queimadas após a contagem, com fumaça indicando o progresso.
- Dois terços dos votos: Necessários para eleger o papa, com até quatro votações diárias.
- Juramento de segredo: Todos os participantes prometem não revelar detalhes do processo.
Tradição e simbolismo do conclave
O termo “conclave”, derivado do latim “cum clavis” (fechado à chave), reflete a essência de um processo que isola os cardeais em um ambiente protegido de influências externas. Realizado na Capela Sistina, sob os afrescos de Michelangelo, o conclave combina espiritualidade e ritual. Os cardeais, vestidos com suas vestes vermelhas, depositam cédulas em uma urna após reflexões e orações, em um ato que simboliza a busca pela vontade divina. A fumaça preta, resultado da queima das cédulas com um produto químico, indica que não houve eleição, enquanto a fumaça branca anuncia a escolha do novo papa.
A tradição do conclave remonta ao século XIII, quando a eleição do papa passou a ser formalizada para evitar disputas e atrasos. Em 1271, após quase três anos sem um pontífice, os moradores de Viterbo trancaram os cardeais em uma sala até que escolhessem um papa, inspirando o formato atual. Hoje, o processo é mais organizado, mas mantém sua aura de mistério, com os cardeais hospedados na Casa Santa Marta, uma residência dentro do Vaticano, durante o período da eleição.
O juramento de segredo, feito antes do início das votações, reforça a confidencialidade. Qualquer violação pode resultar em excomunhão, uma medida que sublinha a seriedade do processo. Além disso, a varredura eletrônica da Capela Sistina impede a presença de dispositivos de gravação, garantindo que as discussões permaneçam privadas.
Os cardeais brasileiros no conclave
Sete cardeais brasileiros, todos com menos de 80 anos, participam do conclave de 2025, representando a diversidade e a influência da Igreja no Brasil. Leonardo Ulrich Steiner, de 74 anos, arcebispo de Manaus, é conhecido por seu trabalho com comunidades indígenas e questões ambientais. Paulo Cezar Costa, de 57 anos, arcebispo de Brasília, destaca-se como uma liderança jovem e dinâmica. Orani Tempesta, de 74 anos, arcebispo do Rio de Janeiro, ganhou projeção durante a Jornada Mundial da Juventude de 2013. Odilo Scherer, de 75 anos, arcebispo de São Paulo, já foi considerado um potencial candidato a papa em 2013.
Jaime Spengler, de 64 anos, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Porto Alegre, é reconhecido por sua abordagem pastoral. Sérgio da Rocha, de 65 anos, arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, traz experiência em questões sociais. João Braz de Aviz, de 77 anos, arcebispo emérito de Brasília, atua na Cúria Romana, aproximando-o do funcionamento interno do Vaticano. A presença desses cardeais reforça o papel do Brasil na Igreja global, especialmente em temas como justiça social e meio ambiente.
Embora as chances de um papa brasileiro sejam pequenas, devido à predominância de cardeais europeus e à tradição de escolher pontífices de outras regiões, a participação brasileira é significativa. O Brasil, com a maior população católica do mundo, tem peso simbólico, e seus cardeais podem influenciar debates sobre o futuro da Igreja.
Regras e etapas da votação
O conclave segue um conjunto de normas detalhadas, codificadas na constituição apostólica “Universi Dominici Gregis”, de 1996, com ajustes feitos por papas subsequentes. As votações ocorrem na Capela Sistina, com até quatro sessões diárias — duas pela manhã e duas à tarde. Cada cardeal escreve o nome de seu candidato em uma cédula, que é depositada em uma urna. Após a contagem, as cédulas são queimadas, produzindo a fumaça visível na chaminé da capela.
Se nenhum candidato alcançar dois terços dos votos após três dias, o conclave faz uma pausa de 24 horas para orações e reflexões. Outra pausa pode ocorrer após mais sete votações sem resultado. Caso 34 votações não resultem em eleição, os dois cardeais mais votados na última rodada disputam um “segundo turno”, ainda necessitando de dois terços dos votos. Esse processo, embora raro, garante que a eleição eventualmente chegue a um consenso.
Quando um cardeal é eleito, ele é questionado se aceita o cargo. Se aceitar, escolhe seu nome papal, muitas vezes inspirado em predecessores ou figuras históricas. O novo papa é então levado à “Sala das Lágrimas”, onde veste as vestes papais, antes de ser apresentado ao mundo na sacada da Basílica de São Pedro.
O papel da fumaça no conclave
A fumaça é um dos elementos mais icônicos do conclave, servindo como o principal meio de comunicação com o mundo exterior. Após cada votação, as cédulas são queimadas com produtos químicos que determinam a cor da fumaça. Fumaça preta indica que nenhum papa foi eleito, enquanto a fumaça branca sinaliza a escolha do novo pontífice. A chaminé da Capela Sistina, visível na Praça de São Pedro, torna-se o foco das atenções de fiéis e da mídia global.
Historicamente, a distinção entre fumaça preta e branca nem sempre foi clara, com episódios de confusão devido a tons acinzentados. Nos conclaves modernos, produtos químicos específicos, como clorato de potássio e antraceno, são usados para garantir cores nítidas. A fumaça branca é acompanhada pelo toque dos sinos da Basílica de São Pedro, confirmando a eleição.
O simbolismo da fumaça transcende a função prática, representando a transição entre a incerteza e a esperança. Para os fiéis reunidos na Praça de São Pedro, a espera pela fumaça branca é um momento de emoção e expectativa, culminando no anúncio do novo papa.
Desafios do novo papa
O sucessor de Francisco assumirá a liderança da Igreja Católica em um momento de desafios globais. A secularização, especialmente na Europa e na América do Norte, reduziu o número de fiéis, enquanto o crescimento do catolicismo na África e na Ásia apresenta novas oportunidades. Questões como a inclusão de mulheres em papéis de liderança, o diálogo inter-religioso e o enfrentamento de escândalos de abuso sexual continuam a exigir atenção.
A Igreja também enfrenta tensões internas entre alas conservadoras e progressistas. Francisco, com sua ênfase na simplicidade e na misericórdia, tentou equilibrar essas divisões, mas o próximo papa precisará navegar por debates sobre doutrina, moral e governança. A crise climática, tema central no pontificado de Francisco, também será um foco, com a encíclica “Laudato Si’” servindo como referência.
No contexto global, o papa terá que lidar com conflitos geopolíticos, como as tensões no Oriente Médio e a polarização política em diversas nações. A habilidade de promover a paz e o diálogo será essencial, especialmente em um mundo marcado por desigualdades e intolerância.
Cronograma previsto do conclave
O processo de eleição do novo papa segue um calendário aproximado:
- Abril 2025: Após a morte de Francisco, o Vaticano organiza o funeral e prepara o conclave.
- Maio 2025: Início do conclave, com cardeais reunidos na Capela Sistina.
- Maio ou junho 2025: Anúncio do novo papa, com a proclamação do “Habemus Papam”.
- 2025-2026: Primeiros meses do novo pontificado, com nomeações e diretrizes iniciais.
Influência do Brasil na Igreja Católica
O Brasil, com sua vasta população católica, desempenha um papel crucial na Igreja global. Os sete cardeais brasileiros no conclave trazem perspectivas únicas, moldadas por questões como a pobreza, a desigualdade e a preservação da Amazônia. Líderes como Leonardo Ulrich Steiner, que trabalha com comunidades indígenas, e Jaime Spengler, presidente da CNBB, têm defendido uma Igreja engajada socialmente, alinhada com o legado de Francisco.
A influência brasileira também se reflete na cultura religiosa do país, marcada por eventos como a Jornada Mundial da Juventude de 2013 e a devoção à Nossa Senhora Aparecida. Embora a escolha de um papa brasileiro seja improvável, os cardeais do país podem moldar o debate sobre o futuro da Igreja, especialmente em temas como justiça social e ecologia.
A participação brasileira no conclave reforça a importância da América Latina, que abriga cerca de 40% dos católicos do mundo. A eleição de Francisco, o primeiro papa latino-americano, em 2013, foi um marco, e o novo conclave pode consolidar essa influência regional.

O anúncio do novo papa
O momento do “Habemus Papam” é o ápice do conclave, quando o novo papa é apresentado ao mundo. Da sacada da Basílica de São Pedro, o cardeal protodiácono proclama a frase em latim, anunciando o nome do eleito e seu nome papal. A multidão na Praça de São Pedro, que pode reunir dezenas de milhares de pessoas, celebra o momento com aplausos e orações.
O novo papa oferece sua primeira bênção, conhecida como “Urbi et Orbi” (à cidade e ao mundo), marcando o início de seu pontificado. Esse evento é transmitido globalmente, alcançando milhões de fiéis e curiosos. A escolha do nome papal, muitas vezes carregada de simbolismo, pode indicar as prioridades do novo pontífice.
A transição para o novo pontificado é rápida, com o papa assumindo imediatamente suas funções. Nos dias seguintes, ele nomeia colaboradores, celebra missas e define as linhas gerais de seu governo, sinalizando como conduzirá a Igreja nos anos seguintes.
Expectativas globais para o conclave
O conclave de 2025 atrai atenção mundial, não apenas entre os católicos, mas também entre líderes políticos, acadêmicos e a mídia. A escolha do novo papa pode influenciar debates globais sobre ética, meio ambiente e direitos humanos. A eleição de Francisco, um argentino, trouxe uma perspectiva renovada para a Igreja, e o próximo pontífice terá a tarefa de manter esse dinamismo.
A diversidade dos 135 cardeais, provenientes de todos os continentes, reflete a universalidade da Igreja Católica. Embora a Europa ainda domine, com cerca de 50% dos cardeais, a crescente presença de representantes da África, Ásia e América Latina sugere que o próximo papa pode vir de uma região não tradicional, como a África, onde o catolicismo cresce rapidamente.
As expectativas incluem a escolha de um líder que combine carisma, visão pastoral e habilidade administrativa. A capacidade de dialogar com jovens, enfrentar crises internas e promover a unidade será essencial para o sucesso do novo pontificado.
A relevância da Capela Sistina
A Capela Sistina, onde o conclave ocorre, é mais do que um local de votação — é um símbolo da fé católica. Seus afrescos, incluindo o “Juízo Final” de Michelangelo, criam um ambiente de reflexão espiritual. Os cardeais, cercados por essa arte, são lembrados da responsabilidade de sua escolha, que impactará milhões de fiéis.
A capela é preparada com antecedência, com cadeiras e urnas instaladas para as votações. Equipes técnicas realizam varreduras para garantir a ausência de dispositivos eletrônicos, protegendo o sigilo. A logística do conclave, que envolve a coordenação de 135 cardeais e dezenas de funcionários, é um feito organizacional, planejado minuciosamente pelo Vaticano.
A escolha da Capela Sistina reforça a continuidade da tradição, conectando o conclave de 2025 aos séculos de história da Igreja. Para os cardeais, o ambiente é um convite à introspecção, enquanto para o mundo exterior é um ícone de um dos eventos mais significativos da cristandade.

A morte do papa Francisco, aos 88 anos, em 21 de abril de 2025, marcou o início de um momento histórico para a Igreja Católica, que agora se prepara para eleger seu novo líder por meio do conclave, um processo milenar conhecido como “fechado à chave”. Realizado na Capela Sistina, no Vaticano, o conclave reunirá 135 cardeais com menos de 80 anos, incluindo sete brasileiros, em um ambiente de total isolamento e sigilo. O processo, que pode durar dias ou até semanas, envolve votações secretas, pausas para orações e a queima de cédulas, com a fumaça branca sinalizando a escolha do novo pontífice. A eleição, marcada por rituais e tradições, determinará o sucessor de Francisco, cuja liderança foi caracterizada por mensagens de simplicidade e inclusão. Enquanto o mundo aguarda o anúncio do “Habemus Papam” na Praça de São Pedro, o conclave reforça a relevância da Igreja Católica em um cenário global de mudanças sociais e políticas.
Entre os cardeais brasileiros aptos a votar, destacam-se nomes como Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, e Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, representando uma Igreja vibrante em um dos países com maior população católica do mundo. O Brasil, com cerca de 123 milhões de católicos, tem um peso significativo no cenário eclesial, e a participação de seus cardeais reflete essa influência. O conclave, previsto para começar nos dias seguintes à morte de Francisco, será um evento de grande simbolismo, com os cardeais isolados do mundo exterior, sem acesso a telefones, jornais ou qualquer forma de comunicação.
O processo de escolha do papa é regido por regras estritas, estabelecidas ao longo de séculos, que buscam garantir a independência e a santidade da eleição. A exigência de dois terços dos votos para a escolha do pontífice, a queima das cédulas após cada votação e o juramento de segredo absoluto são elementos que tornam o conclave único. A expectativa é que o novo papa enfrente desafios como a secularização, as tensões geopolíticas e as questões internas da Igreja, incluindo a necessidade de reformas e o diálogo com outras religiões.
O que define o conclave
O conclave é um processo altamente estruturado, com características que garantem sua solenidade e sigilo. Abaixo, os principais pontos:
- Isolamento total: Cardeais ficam na “zona de Conclave”, sem contato com o exterior.
- Votação secreta: Cédulas são queimadas após a contagem, com fumaça indicando o progresso.
- Dois terços dos votos: Necessários para eleger o papa, com até quatro votações diárias.
- Juramento de segredo: Todos os participantes prometem não revelar detalhes do processo.
Tradição e simbolismo do conclave
O termo “conclave”, derivado do latim “cum clavis” (fechado à chave), reflete a essência de um processo que isola os cardeais em um ambiente protegido de influências externas. Realizado na Capela Sistina, sob os afrescos de Michelangelo, o conclave combina espiritualidade e ritual. Os cardeais, vestidos com suas vestes vermelhas, depositam cédulas em uma urna após reflexões e orações, em um ato que simboliza a busca pela vontade divina. A fumaça preta, resultado da queima das cédulas com um produto químico, indica que não houve eleição, enquanto a fumaça branca anuncia a escolha do novo papa.
A tradição do conclave remonta ao século XIII, quando a eleição do papa passou a ser formalizada para evitar disputas e atrasos. Em 1271, após quase três anos sem um pontífice, os moradores de Viterbo trancaram os cardeais em uma sala até que escolhessem um papa, inspirando o formato atual. Hoje, o processo é mais organizado, mas mantém sua aura de mistério, com os cardeais hospedados na Casa Santa Marta, uma residência dentro do Vaticano, durante o período da eleição.
O juramento de segredo, feito antes do início das votações, reforça a confidencialidade. Qualquer violação pode resultar em excomunhão, uma medida que sublinha a seriedade do processo. Além disso, a varredura eletrônica da Capela Sistina impede a presença de dispositivos de gravação, garantindo que as discussões permaneçam privadas.
Os cardeais brasileiros no conclave
Sete cardeais brasileiros, todos com menos de 80 anos, participam do conclave de 2025, representando a diversidade e a influência da Igreja no Brasil. Leonardo Ulrich Steiner, de 74 anos, arcebispo de Manaus, é conhecido por seu trabalho com comunidades indígenas e questões ambientais. Paulo Cezar Costa, de 57 anos, arcebispo de Brasília, destaca-se como uma liderança jovem e dinâmica. Orani Tempesta, de 74 anos, arcebispo do Rio de Janeiro, ganhou projeção durante a Jornada Mundial da Juventude de 2013. Odilo Scherer, de 75 anos, arcebispo de São Paulo, já foi considerado um potencial candidato a papa em 2013.
Jaime Spengler, de 64 anos, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Porto Alegre, é reconhecido por sua abordagem pastoral. Sérgio da Rocha, de 65 anos, arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, traz experiência em questões sociais. João Braz de Aviz, de 77 anos, arcebispo emérito de Brasília, atua na Cúria Romana, aproximando-o do funcionamento interno do Vaticano. A presença desses cardeais reforça o papel do Brasil na Igreja global, especialmente em temas como justiça social e meio ambiente.
Embora as chances de um papa brasileiro sejam pequenas, devido à predominância de cardeais europeus e à tradição de escolher pontífices de outras regiões, a participação brasileira é significativa. O Brasil, com a maior população católica do mundo, tem peso simbólico, e seus cardeais podem influenciar debates sobre o futuro da Igreja.
Regras e etapas da votação
O conclave segue um conjunto de normas detalhadas, codificadas na constituição apostólica “Universi Dominici Gregis”, de 1996, com ajustes feitos por papas subsequentes. As votações ocorrem na Capela Sistina, com até quatro sessões diárias — duas pela manhã e duas à tarde. Cada cardeal escreve o nome de seu candidato em uma cédula, que é depositada em uma urna. Após a contagem, as cédulas são queimadas, produzindo a fumaça visível na chaminé da capela.
Se nenhum candidato alcançar dois terços dos votos após três dias, o conclave faz uma pausa de 24 horas para orações e reflexões. Outra pausa pode ocorrer após mais sete votações sem resultado. Caso 34 votações não resultem em eleição, os dois cardeais mais votados na última rodada disputam um “segundo turno”, ainda necessitando de dois terços dos votos. Esse processo, embora raro, garante que a eleição eventualmente chegue a um consenso.
Quando um cardeal é eleito, ele é questionado se aceita o cargo. Se aceitar, escolhe seu nome papal, muitas vezes inspirado em predecessores ou figuras históricas. O novo papa é então levado à “Sala das Lágrimas”, onde veste as vestes papais, antes de ser apresentado ao mundo na sacada da Basílica de São Pedro.
O papel da fumaça no conclave
A fumaça é um dos elementos mais icônicos do conclave, servindo como o principal meio de comunicação com o mundo exterior. Após cada votação, as cédulas são queimadas com produtos químicos que determinam a cor da fumaça. Fumaça preta indica que nenhum papa foi eleito, enquanto a fumaça branca sinaliza a escolha do novo pontífice. A chaminé da Capela Sistina, visível na Praça de São Pedro, torna-se o foco das atenções de fiéis e da mídia global.
Historicamente, a distinção entre fumaça preta e branca nem sempre foi clara, com episódios de confusão devido a tons acinzentados. Nos conclaves modernos, produtos químicos específicos, como clorato de potássio e antraceno, são usados para garantir cores nítidas. A fumaça branca é acompanhada pelo toque dos sinos da Basílica de São Pedro, confirmando a eleição.
O simbolismo da fumaça transcende a função prática, representando a transição entre a incerteza e a esperança. Para os fiéis reunidos na Praça de São Pedro, a espera pela fumaça branca é um momento de emoção e expectativa, culminando no anúncio do novo papa.
Desafios do novo papa
O sucessor de Francisco assumirá a liderança da Igreja Católica em um momento de desafios globais. A secularização, especialmente na Europa e na América do Norte, reduziu o número de fiéis, enquanto o crescimento do catolicismo na África e na Ásia apresenta novas oportunidades. Questões como a inclusão de mulheres em papéis de liderança, o diálogo inter-religioso e o enfrentamento de escândalos de abuso sexual continuam a exigir atenção.
A Igreja também enfrenta tensões internas entre alas conservadoras e progressistas. Francisco, com sua ênfase na simplicidade e na misericórdia, tentou equilibrar essas divisões, mas o próximo papa precisará navegar por debates sobre doutrina, moral e governança. A crise climática, tema central no pontificado de Francisco, também será um foco, com a encíclica “Laudato Si’” servindo como referência.
No contexto global, o papa terá que lidar com conflitos geopolíticos, como as tensões no Oriente Médio e a polarização política em diversas nações. A habilidade de promover a paz e o diálogo será essencial, especialmente em um mundo marcado por desigualdades e intolerância.
Cronograma previsto do conclave
O processo de eleição do novo papa segue um calendário aproximado:
- Abril 2025: Após a morte de Francisco, o Vaticano organiza o funeral e prepara o conclave.
- Maio 2025: Início do conclave, com cardeais reunidos na Capela Sistina.
- Maio ou junho 2025: Anúncio do novo papa, com a proclamação do “Habemus Papam”.
- 2025-2026: Primeiros meses do novo pontificado, com nomeações e diretrizes iniciais.
Influência do Brasil na Igreja Católica
O Brasil, com sua vasta população católica, desempenha um papel crucial na Igreja global. Os sete cardeais brasileiros no conclave trazem perspectivas únicas, moldadas por questões como a pobreza, a desigualdade e a preservação da Amazônia. Líderes como Leonardo Ulrich Steiner, que trabalha com comunidades indígenas, e Jaime Spengler, presidente da CNBB, têm defendido uma Igreja engajada socialmente, alinhada com o legado de Francisco.
A influência brasileira também se reflete na cultura religiosa do país, marcada por eventos como a Jornada Mundial da Juventude de 2013 e a devoção à Nossa Senhora Aparecida. Embora a escolha de um papa brasileiro seja improvável, os cardeais do país podem moldar o debate sobre o futuro da Igreja, especialmente em temas como justiça social e ecologia.
A participação brasileira no conclave reforça a importância da América Latina, que abriga cerca de 40% dos católicos do mundo. A eleição de Francisco, o primeiro papa latino-americano, em 2013, foi um marco, e o novo conclave pode consolidar essa influência regional.

O anúncio do novo papa
O momento do “Habemus Papam” é o ápice do conclave, quando o novo papa é apresentado ao mundo. Da sacada da Basílica de São Pedro, o cardeal protodiácono proclama a frase em latim, anunciando o nome do eleito e seu nome papal. A multidão na Praça de São Pedro, que pode reunir dezenas de milhares de pessoas, celebra o momento com aplausos e orações.
O novo papa oferece sua primeira bênção, conhecida como “Urbi et Orbi” (à cidade e ao mundo), marcando o início de seu pontificado. Esse evento é transmitido globalmente, alcançando milhões de fiéis e curiosos. A escolha do nome papal, muitas vezes carregada de simbolismo, pode indicar as prioridades do novo pontífice.
A transição para o novo pontificado é rápida, com o papa assumindo imediatamente suas funções. Nos dias seguintes, ele nomeia colaboradores, celebra missas e define as linhas gerais de seu governo, sinalizando como conduzirá a Igreja nos anos seguintes.
Expectativas globais para o conclave
O conclave de 2025 atrai atenção mundial, não apenas entre os católicos, mas também entre líderes políticos, acadêmicos e a mídia. A escolha do novo papa pode influenciar debates globais sobre ética, meio ambiente e direitos humanos. A eleição de Francisco, um argentino, trouxe uma perspectiva renovada para a Igreja, e o próximo pontífice terá a tarefa de manter esse dinamismo.
A diversidade dos 135 cardeais, provenientes de todos os continentes, reflete a universalidade da Igreja Católica. Embora a Europa ainda domine, com cerca de 50% dos cardeais, a crescente presença de representantes da África, Ásia e América Latina sugere que o próximo papa pode vir de uma região não tradicional, como a África, onde o catolicismo cresce rapidamente.
As expectativas incluem a escolha de um líder que combine carisma, visão pastoral e habilidade administrativa. A capacidade de dialogar com jovens, enfrentar crises internas e promover a unidade será essencial para o sucesso do novo pontificado.
A relevância da Capela Sistina
A Capela Sistina, onde o conclave ocorre, é mais do que um local de votação — é um símbolo da fé católica. Seus afrescos, incluindo o “Juízo Final” de Michelangelo, criam um ambiente de reflexão espiritual. Os cardeais, cercados por essa arte, são lembrados da responsabilidade de sua escolha, que impactará milhões de fiéis.
A capela é preparada com antecedência, com cadeiras e urnas instaladas para as votações. Equipes técnicas realizam varreduras para garantir a ausência de dispositivos eletrônicos, protegendo o sigilo. A logística do conclave, que envolve a coordenação de 135 cardeais e dezenas de funcionários, é um feito organizacional, planejado minuciosamente pelo Vaticano.
A escolha da Capela Sistina reforça a continuidade da tradição, conectando o conclave de 2025 aos séculos de história da Igreja. Para os cardeais, o ambiente é um convite à introspecção, enquanto para o mundo exterior é um ícone de um dos eventos mais significativos da cristandade.
