A busca do Corinthians por um novo treinador ganhou contornos dramáticos nos últimos dias. Após a demissão de Ramón Díaz, o clube alvinegro esteve próximo de concretizar o retorno de Tite, ídolo histórico responsável por conquistas memoráveis, como a Libertadores e o Mundial de Clubes em 2012. No entanto, uma decisão inesperada do treinador, motivada por questões de saúde mental, mudou os rumos da negociação. Fernanda Bachi, nora de Tite, revelou que a família já estava com as malas prontas para se mudar de volta a São Paulo, mas uma crise de ansiedade na madrugada de terça-feira levou o técnico a priorizar seu bem-estar, recusando a proposta do clube.
A notícia pegou a diretoria corintiana de surpresa, já que as tratativas estavam avançadas. Tite, que estava sem clube desde sua saída do Flamengo em setembro de 2024, era visto como o nome ideal para trazer estabilidade ao elenco, que enfrenta problemas táticos e crises internas. A recusa, anunciada oficialmente pelo Corinthians, abriu espaço para a retomada das negociações com Dorival Júnior, ex-treinador da Seleção Brasileira, que agora desponta como favorito para assumir o comando técnico.
O impacto da decisão de Tite vai além do âmbito esportivo, reacendendo discussões sobre a pressão no futebol profissional e a importância da saúde mental. Enquanto o Corinthians se reorganiza, a torcida acompanha com expectativa os próximos passos do clube na busca por um novo líder para a temporada.
Contexto da saída de Ramón Díaz
A demissão de Ramón Díaz marcou o início de uma nova fase de instabilidade no Corinthians. O treinador argentino, contratado em julho de 2024, não conseguiu repetir o sucesso de suas passagens anteriores por outros clubes. Após uma derrota por 2 a 0 para o Fluminense, na Neo Química Arena, a diretoria entendeu que o trabalho do técnico havia atingido seu limite. A pressão no cargo não era novidade: desde sua chegada, Díaz enfrentou críticas por resultados inconsistentes e pela falta de padrão tático.
A gota d’água veio com declarações públicas de Memphis Depay, atacante holandês do Corinthians, que cobrou ajustes táticos e expôs insatisfações no vestiário. A diretoria, liderada pelo presidente Augusto Melo, optou por agir rapidamente, visando evitar um desgaste ainda maior. A saída de Díaz, que incluiu uma multa contratual de cerca de R$ 10 milhões, foi oficializada na quinta-feira, 17 de abril, e abriu espaço para a busca por um novo comandante.
Enquanto o clube não define o substituto, o interino Orlando Ribeiro assumiu o comando da equipe. No sábado, 19 de abril, ele liderou o Corinthians em uma vitória por 2 a 1 contra o Sport, pelo Campeonato Brasileiro, com dois gols de Depay. Apesar do resultado positivo, a torcida segue ansiosa por uma solução definitiva para a vaga de treinador.
- Fatores que levaram à demissão de Díaz:
- Derrota para o Fluminense por 2 a 0.
- Críticas públicas de Memphis Depay.
- Multa contratual de R$ 10 milhões.
- Falta de padrão tático e resultados irregulares.
Tite e o quase retorno ao Corinthians
A possibilidade de Tite voltar ao Corinthians gerou grande expectativa entre os torcedores. O treinador, que comandou o clube em duas passagens marcantes (2010-2013 e 2015-2016), é considerado um dos maiores ídolos da história alvinegra. Sob seu comando, o time conquistou títulos como o Brasileirão de 2011, a Libertadores e o Mundial de 2012, além do Paulistão de 2013. Sua experiência e identificação com o clube o tornavam o candidato ideal para resolver os problemas atuais do elenco.
As negociações com Tite começaram antes mesmo da demissão de Ramón Díaz. Uma consulta informal foi feita, e o treinador demonstrou abertura para ouvir a proposta. Nos dias seguintes, as conversas avançaram, com a diretoria apostando na ligação histórica do técnico com o clube. Matheus Bachi, filho e auxiliar de Tite, também via o projeto com bons olhos, segundo Fernanda Bachi, que compartilhou nas redes sociais a empolgação da família com a mudança para São Paulo.
No entanto, na madrugada de terça-feira, 22 de abril, Tite sofreu uma crise de ansiedade que mudou o rumo das negociações. Preocupado com sua saúde, o treinador decidiu pausar a carreira temporariamente. Em comunicado oficial, o Corinthians confirmou o fim das tratativas, desejando pronta recuperação ao técnico. A decisão foi recebida com respeito, mas também com frustração, já que Tite era esperado para assinar o contrato e iniciar os trabalhos no mesmo dia.
Saúde mental no futebol: um debate em alta
A recusa de Tite por questões de saúde mental trouxe à tona um tema cada vez mais relevante no esporte. O futebol profissional, marcado por alta pressão e exposição constante, tem impactado a saúde psicológica de jogadores, técnicos e outros envolvidos. Casos como o do treinador gaúcho, que já enfrentou uma forte depressão após a Copa do Mundo de 2022, mostram a necessidade de maior atenção ao bem-estar mental no meio esportivo.
Tite não é o primeiro a abordar publicamente esse tema. Recentemente, outros profissionais do futebol, como jogadores e treinadores, compartilharam experiências semelhantes, destacando a importância de buscar apoio psicológico. No caso do técnico, a crise de ansiedade foi grave o suficiente para ser confundida com um problema cardíaco, segundo relatos próximos à família. A decisão de priorizar a saúde reflete uma mudança de perspectiva em um ambiente onde, historicamente, a pressão por resultados muitas vezes supera preocupações pessoais.
O Corinthians, por sua vez, demonstrou apoio à escolha de Tite. O clube emitiu uma nota oficial desejando recuperação ao treinador e reforçando o respeito por sua trajetória. A situação, porém, colocou a diretoria em uma posição delicada, com a necessidade de acelerar a busca por um novo técnico em meio a uma temporada repleta de desafios.
Dorival Júnior: o plano A após a recusa
Com a negativa de Tite, o Corinthians voltou suas atenções para Dorival Júnior, que já era um dos nomes cotados antes da priorização do ex-técnico do Flamengo. Dorival, de 62 anos, está livre no mercado desde sua saída da Seleção Brasileira, em março de 2025, após uma campanha irregular na Copa América de 2024 e uma goleada por 4 a 1 para a Argentina nas Eliminatórias. Apesar dos resultados recentes, o treinador é reconhecido por sua experiência e conquistas em clubes brasileiros.
Dorival acumula passagens vitoriosas por Flamengo, onde venceu a Libertadores e a Copa do Brasil em 2022, e São Paulo, onde conquistou a Copa do Brasil em 2023. Sua habilidade em gerenciar vestiários e implementar um estilo de jogo equilibrado é vista como um trunfo para resolver os problemas defensivos do Corinthians, que sofreu 28 gols em 26 partidas na temporada. O treinador também é conhecido por sua postura conciliadora, capaz de lidar com conflitos internos, como os expostos por Memphis Depay.
A diretoria alvinegra, liderada pelo executivo Fabinho Soldado, intensificou as negociações com Dorival. Uma reunião presencial foi marcada em Florianópolis, onde o treinador reside, para discutir detalhes do projeto. A expectativa é que o acordo seja selado até quinta-feira, 24 de abril, a tempo de o novo técnico estrear contra o Racing, do Uruguai, pela Sul-Americana. Caso a contratação se confirme, Dorival se tornará o nono treinador a comandar os quatro grandes clubes paulistas, juntando-se a nomes como Cuca e Emerson Leão.
- Credenciais de Dorival Júnior:
- Libertadores 2022 com o Flamengo.
- Copa do Brasil 2022 (Flamengo) e 2023 (São Paulo).
- Passagens por Santos, Palmeiras e São Paulo.
- Experiência na Seleção Brasileira (2024-2025).
Histórico de Dorival com o Corinthians
A relação entre Dorival Júnior e o Corinthians não é nova. Em abril de 2023, o clube tentou contratar o treinador, mas ele já havia fechado com o São Paulo minutos antes. Na ocasião, as demissões de Fernando Lázaro, no Corinthians, e Rogério Ceni, no São Paulo, ocorreram com poucas horas de diferença, e o Tricolor foi mais rápido na abordagem. Dorival comandou o São Paulo até o início de 2024, conquistando a Copa do Brasil e eliminando o Corinthians na semifinal do torneio.
A quase contratação de 2023 deixou uma impressão positiva na diretoria alvinegra. Augusto Melo, atual presidente, vê Dorival como um profissional atualizado, com capacidade de melhorar o rendimento coletivo da equipe. A escolha pelo treinador também reflete a preferência por um nome experiente, capaz de lidar com a pressão de um clube como o Corinthians, que enfrenta expectativas altas da torcida e da mídia.
As negociações atuais, no entanto, enfrentam desafios. Dorival recebeu sondagens de outros clubes, como o Santos, que também demitiu seu treinador recentemente. Além disso, a diretoria do Corinthians adota cautela para evitar novos contratempos, como o ocorrido com Tite. Fabinho Soldado, responsável pelas movimentações no mercado, mantém sigilo nas tratativas para garantir que as conversas avancem sem interferências externas.
Desafios táticos do Corinthians
O próximo treinador do Corinthians terá pela frente um elenco talentoso, mas com problemas táticos evidentes. A equipe sofreu com falhas defensivas ao longo da temporada, com uma média de mais de um gol sofrido por jogo. A falta de consistência no meio-campo e a dificuldade em criar jogadas ofensivas também foram pontos criticados por torcedores e analistas.
Memphis Depay, principal estrela do time, tem se destacado individualmente, mas cobrou publicamente uma melhor organização tática. O holandês, autor de dois gols contra o Sport, acredita que o elenco tem potencial para render mais com os ajustes certos. Outros jogadores, como Ángel Romero, também manifestaram confiança no trabalho do interino Orlando Ribeiro, mas reforçaram a necessidade de um comandante definitivo para a sequência da temporada.
A diretoria espera que o novo técnico consiga implementar um sistema de jogo que equilibre defesa e ataque. Além disso, a gestão de vestiário será crucial, especialmente após episódios de atrito, como o bate-boca entre jogadores durante um jogo da Libertadores contra o Barcelona de Guayaquil. O próximo treinador precisará unir o grupo e recuperar a confiança da torcida, que segue dividida após os altos e baixos de 2024 e 2025.
Expectativas para a temporada
O Corinthians disputa três competições em 2025: o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e a Sul-Americana. No Brasileirão, o time ocupa uma posição intermediária na tabela, mas ainda tem chances de brigar pelo G-6, que garante vaga na Libertadores. Na Sul-Americana, a equipe enfrenta o Racing na próxima quinta-feira, em um jogo que pode definir sua trajetória na fase de grupos. Já na Copa do Brasil, o clube busca avançar para as próximas fases e sonha com o título.
A chegada de um novo treinador é vista como essencial para manter a competitividade nas três frentes. A diretoria aposta em um nome de peso, como Dorival Júnior, para trazer estabilidade e resultados imediatos. A torcida, por sua vez, espera que o próximo comandante consiga resgatar o espírito vencedor que marcou as eras de Tite e outros técnicos históricos do clube.
O jogo contra o Racing será um teste importante para o Corinthians. Sob o comando interino de Orlando Ribeiro, a equipe mostrou sinais de melhora contra o Sport, mas ainda precisa de ajustes para enfrentar adversários mais fortes. A expectativa é que o novo treinador, caso contratado a tempo, já possa implementar suas ideias táticas para essa partida.
- Competições em disputa:
- Campeonato Brasileiro: posição intermediária, com chances de G-6.
- Sul-Americana: fase de grupos, jogo contra o Racing.
- Copa do Brasil: busca por avanços nas próximas fases.
Cronograma da busca por um treinador
A diretoria do Corinthians trabalha contra o tempo para definir o novo técnico. Após a recusa de Tite, o foco se voltou para Dorival Júnior, mas o clube também avalia outras opções no mercado. Abaixo, um resumo dos principais acontecimentos na busca pelo substituto de Ramón Díaz:
- 17 de abril: Demissão de Ramón Díaz após derrota para o Fluminense.
- 18 de abril: Consultas iniciais a Tite e Dorival Júnior.
- 19 de abril: Vitória contra o Sport, sob comando interino de Orlando Ribeiro.
- 20-21 de abril: Negociações avançam com Tite, mas Dorival segue no radar.
- 22 de abril: Tite recusa proposta por questões de saúde; Corinthians intensifica conversas com Dorival.
- 24 de abril (previsão): Possível estreia do novo treinador contra o Racing, pela Sul-Americana.
Reação da torcida e da imprensa
A recusa de Tite gerou reações mistas entre os torcedores. Parte da Fiel demonstrou apoio ao treinador, reconhecendo a importância de priorizar a saúde mental. Outros, no entanto, expressaram frustração, lembrando momentos em que Tite optou por outros clubes, como o Flamengo, em detrimento do Corinthians. Nas redes sociais, comentários variaram entre mensagens de solidariedade e críticas à diretoria por não ter fechado com Dorival Júnior anteriormente.
A imprensa, por sua vez, destacou a relevância do caso para o debate sobre saúde mental no esporte. Jornalistas e comentaristas, como Craque Neto, abordaram a situação com diferentes perspectivas. Neto, em seu programa, afirmou que Tite seria a melhor escolha para o Corinthians, mas também reconheceu a força de Dorival como alternativa. A cobertura do caso reforçou a pressão sobre a diretoria para anunciar um novo técnico o mais rápido possível.
O episódio também reacendeu discussões sobre a gestão de Augusto Melo. Desde que assumiu a presidência, o dirigente enfrentou desafios para estabilizar o clube, tanto dentro quanto fora de campo. A escolha do próximo treinador será um teste crucial para sua administração, que busca reconquistar a confiança da torcida e melhorar o desempenho do time.
Perspectivas para o futuro
O Corinthians entra em uma semana decisiva para sua temporada. Com o jogo contra o Racing se aproximando, a definição do novo treinador é uma prioridade absoluta. Dorival Júnior, com seu histórico de títulos e experiência, é visto como uma aposta segura, mas a diretoria sabe que precisa agir com rapidez para evitar novos tropeços. A possível contratação do treinador também pode marcar o início de uma nova era no clube, com foco em organização tática e gestão de elenco.
Enquanto isso, a pausa de Tite na carreira deixa um vazio no futebol brasileiro. O treinador, que conquistou a Copa América de 2019 com a Seleção Brasileira e diversos títulos com o Corinthians, é uma figura respeitada no esporte. Sua decisão de priorizar a saúde mental pode inspirar outros profissionais a buscar equilíbrio em um ambiente tão exigente.
No Parque São Jorge, a expectativa é de que o novo técnico traga estabilidade e resultados. A torcida, conhecida por sua paixão e cobrança, aguarda ansiosamente por um nome que consiga unir o elenco e resgatar o orgulho alvinegro. A temporada de 2025 ainda reserva muitos desafios, mas também oportunidades para o Corinthians voltar a brilhar nos gramados.

A busca do Corinthians por um novo treinador ganhou contornos dramáticos nos últimos dias. Após a demissão de Ramón Díaz, o clube alvinegro esteve próximo de concretizar o retorno de Tite, ídolo histórico responsável por conquistas memoráveis, como a Libertadores e o Mundial de Clubes em 2012. No entanto, uma decisão inesperada do treinador, motivada por questões de saúde mental, mudou os rumos da negociação. Fernanda Bachi, nora de Tite, revelou que a família já estava com as malas prontas para se mudar de volta a São Paulo, mas uma crise de ansiedade na madrugada de terça-feira levou o técnico a priorizar seu bem-estar, recusando a proposta do clube.
A notícia pegou a diretoria corintiana de surpresa, já que as tratativas estavam avançadas. Tite, que estava sem clube desde sua saída do Flamengo em setembro de 2024, era visto como o nome ideal para trazer estabilidade ao elenco, que enfrenta problemas táticos e crises internas. A recusa, anunciada oficialmente pelo Corinthians, abriu espaço para a retomada das negociações com Dorival Júnior, ex-treinador da Seleção Brasileira, que agora desponta como favorito para assumir o comando técnico.
O impacto da decisão de Tite vai além do âmbito esportivo, reacendendo discussões sobre a pressão no futebol profissional e a importância da saúde mental. Enquanto o Corinthians se reorganiza, a torcida acompanha com expectativa os próximos passos do clube na busca por um novo líder para a temporada.
Contexto da saída de Ramón Díaz
A demissão de Ramón Díaz marcou o início de uma nova fase de instabilidade no Corinthians. O treinador argentino, contratado em julho de 2024, não conseguiu repetir o sucesso de suas passagens anteriores por outros clubes. Após uma derrota por 2 a 0 para o Fluminense, na Neo Química Arena, a diretoria entendeu que o trabalho do técnico havia atingido seu limite. A pressão no cargo não era novidade: desde sua chegada, Díaz enfrentou críticas por resultados inconsistentes e pela falta de padrão tático.
A gota d’água veio com declarações públicas de Memphis Depay, atacante holandês do Corinthians, que cobrou ajustes táticos e expôs insatisfações no vestiário. A diretoria, liderada pelo presidente Augusto Melo, optou por agir rapidamente, visando evitar um desgaste ainda maior. A saída de Díaz, que incluiu uma multa contratual de cerca de R$ 10 milhões, foi oficializada na quinta-feira, 17 de abril, e abriu espaço para a busca por um novo comandante.
Enquanto o clube não define o substituto, o interino Orlando Ribeiro assumiu o comando da equipe. No sábado, 19 de abril, ele liderou o Corinthians em uma vitória por 2 a 1 contra o Sport, pelo Campeonato Brasileiro, com dois gols de Depay. Apesar do resultado positivo, a torcida segue ansiosa por uma solução definitiva para a vaga de treinador.
- Fatores que levaram à demissão de Díaz:
- Derrota para o Fluminense por 2 a 0.
- Críticas públicas de Memphis Depay.
- Multa contratual de R$ 10 milhões.
- Falta de padrão tático e resultados irregulares.
Tite e o quase retorno ao Corinthians
A possibilidade de Tite voltar ao Corinthians gerou grande expectativa entre os torcedores. O treinador, que comandou o clube em duas passagens marcantes (2010-2013 e 2015-2016), é considerado um dos maiores ídolos da história alvinegra. Sob seu comando, o time conquistou títulos como o Brasileirão de 2011, a Libertadores e o Mundial de 2012, além do Paulistão de 2013. Sua experiência e identificação com o clube o tornavam o candidato ideal para resolver os problemas atuais do elenco.
As negociações com Tite começaram antes mesmo da demissão de Ramón Díaz. Uma consulta informal foi feita, e o treinador demonstrou abertura para ouvir a proposta. Nos dias seguintes, as conversas avançaram, com a diretoria apostando na ligação histórica do técnico com o clube. Matheus Bachi, filho e auxiliar de Tite, também via o projeto com bons olhos, segundo Fernanda Bachi, que compartilhou nas redes sociais a empolgação da família com a mudança para São Paulo.
No entanto, na madrugada de terça-feira, 22 de abril, Tite sofreu uma crise de ansiedade que mudou o rumo das negociações. Preocupado com sua saúde, o treinador decidiu pausar a carreira temporariamente. Em comunicado oficial, o Corinthians confirmou o fim das tratativas, desejando pronta recuperação ao técnico. A decisão foi recebida com respeito, mas também com frustração, já que Tite era esperado para assinar o contrato e iniciar os trabalhos no mesmo dia.
Saúde mental no futebol: um debate em alta
A recusa de Tite por questões de saúde mental trouxe à tona um tema cada vez mais relevante no esporte. O futebol profissional, marcado por alta pressão e exposição constante, tem impactado a saúde psicológica de jogadores, técnicos e outros envolvidos. Casos como o do treinador gaúcho, que já enfrentou uma forte depressão após a Copa do Mundo de 2022, mostram a necessidade de maior atenção ao bem-estar mental no meio esportivo.
Tite não é o primeiro a abordar publicamente esse tema. Recentemente, outros profissionais do futebol, como jogadores e treinadores, compartilharam experiências semelhantes, destacando a importância de buscar apoio psicológico. No caso do técnico, a crise de ansiedade foi grave o suficiente para ser confundida com um problema cardíaco, segundo relatos próximos à família. A decisão de priorizar a saúde reflete uma mudança de perspectiva em um ambiente onde, historicamente, a pressão por resultados muitas vezes supera preocupações pessoais.
O Corinthians, por sua vez, demonstrou apoio à escolha de Tite. O clube emitiu uma nota oficial desejando recuperação ao treinador e reforçando o respeito por sua trajetória. A situação, porém, colocou a diretoria em uma posição delicada, com a necessidade de acelerar a busca por um novo técnico em meio a uma temporada repleta de desafios.
Dorival Júnior: o plano A após a recusa
Com a negativa de Tite, o Corinthians voltou suas atenções para Dorival Júnior, que já era um dos nomes cotados antes da priorização do ex-técnico do Flamengo. Dorival, de 62 anos, está livre no mercado desde sua saída da Seleção Brasileira, em março de 2025, após uma campanha irregular na Copa América de 2024 e uma goleada por 4 a 1 para a Argentina nas Eliminatórias. Apesar dos resultados recentes, o treinador é reconhecido por sua experiência e conquistas em clubes brasileiros.
Dorival acumula passagens vitoriosas por Flamengo, onde venceu a Libertadores e a Copa do Brasil em 2022, e São Paulo, onde conquistou a Copa do Brasil em 2023. Sua habilidade em gerenciar vestiários e implementar um estilo de jogo equilibrado é vista como um trunfo para resolver os problemas defensivos do Corinthians, que sofreu 28 gols em 26 partidas na temporada. O treinador também é conhecido por sua postura conciliadora, capaz de lidar com conflitos internos, como os expostos por Memphis Depay.
A diretoria alvinegra, liderada pelo executivo Fabinho Soldado, intensificou as negociações com Dorival. Uma reunião presencial foi marcada em Florianópolis, onde o treinador reside, para discutir detalhes do projeto. A expectativa é que o acordo seja selado até quinta-feira, 24 de abril, a tempo de o novo técnico estrear contra o Racing, do Uruguai, pela Sul-Americana. Caso a contratação se confirme, Dorival se tornará o nono treinador a comandar os quatro grandes clubes paulistas, juntando-se a nomes como Cuca e Emerson Leão.
- Credenciais de Dorival Júnior:
- Libertadores 2022 com o Flamengo.
- Copa do Brasil 2022 (Flamengo) e 2023 (São Paulo).
- Passagens por Santos, Palmeiras e São Paulo.
- Experiência na Seleção Brasileira (2024-2025).
Histórico de Dorival com o Corinthians
A relação entre Dorival Júnior e o Corinthians não é nova. Em abril de 2023, o clube tentou contratar o treinador, mas ele já havia fechado com o São Paulo minutos antes. Na ocasião, as demissões de Fernando Lázaro, no Corinthians, e Rogério Ceni, no São Paulo, ocorreram com poucas horas de diferença, e o Tricolor foi mais rápido na abordagem. Dorival comandou o São Paulo até o início de 2024, conquistando a Copa do Brasil e eliminando o Corinthians na semifinal do torneio.
A quase contratação de 2023 deixou uma impressão positiva na diretoria alvinegra. Augusto Melo, atual presidente, vê Dorival como um profissional atualizado, com capacidade de melhorar o rendimento coletivo da equipe. A escolha pelo treinador também reflete a preferência por um nome experiente, capaz de lidar com a pressão de um clube como o Corinthians, que enfrenta expectativas altas da torcida e da mídia.
As negociações atuais, no entanto, enfrentam desafios. Dorival recebeu sondagens de outros clubes, como o Santos, que também demitiu seu treinador recentemente. Além disso, a diretoria do Corinthians adota cautela para evitar novos contratempos, como o ocorrido com Tite. Fabinho Soldado, responsável pelas movimentações no mercado, mantém sigilo nas tratativas para garantir que as conversas avancem sem interferências externas.
Desafios táticos do Corinthians
O próximo treinador do Corinthians terá pela frente um elenco talentoso, mas com problemas táticos evidentes. A equipe sofreu com falhas defensivas ao longo da temporada, com uma média de mais de um gol sofrido por jogo. A falta de consistência no meio-campo e a dificuldade em criar jogadas ofensivas também foram pontos criticados por torcedores e analistas.
Memphis Depay, principal estrela do time, tem se destacado individualmente, mas cobrou publicamente uma melhor organização tática. O holandês, autor de dois gols contra o Sport, acredita que o elenco tem potencial para render mais com os ajustes certos. Outros jogadores, como Ángel Romero, também manifestaram confiança no trabalho do interino Orlando Ribeiro, mas reforçaram a necessidade de um comandante definitivo para a sequência da temporada.
A diretoria espera que o novo técnico consiga implementar um sistema de jogo que equilibre defesa e ataque. Além disso, a gestão de vestiário será crucial, especialmente após episódios de atrito, como o bate-boca entre jogadores durante um jogo da Libertadores contra o Barcelona de Guayaquil. O próximo treinador precisará unir o grupo e recuperar a confiança da torcida, que segue dividida após os altos e baixos de 2024 e 2025.
Expectativas para a temporada
O Corinthians disputa três competições em 2025: o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e a Sul-Americana. No Brasileirão, o time ocupa uma posição intermediária na tabela, mas ainda tem chances de brigar pelo G-6, que garante vaga na Libertadores. Na Sul-Americana, a equipe enfrenta o Racing na próxima quinta-feira, em um jogo que pode definir sua trajetória na fase de grupos. Já na Copa do Brasil, o clube busca avançar para as próximas fases e sonha com o título.
A chegada de um novo treinador é vista como essencial para manter a competitividade nas três frentes. A diretoria aposta em um nome de peso, como Dorival Júnior, para trazer estabilidade e resultados imediatos. A torcida, por sua vez, espera que o próximo comandante consiga resgatar o espírito vencedor que marcou as eras de Tite e outros técnicos históricos do clube.
O jogo contra o Racing será um teste importante para o Corinthians. Sob o comando interino de Orlando Ribeiro, a equipe mostrou sinais de melhora contra o Sport, mas ainda precisa de ajustes para enfrentar adversários mais fortes. A expectativa é que o novo treinador, caso contratado a tempo, já possa implementar suas ideias táticas para essa partida.
- Competições em disputa:
- Campeonato Brasileiro: posição intermediária, com chances de G-6.
- Sul-Americana: fase de grupos, jogo contra o Racing.
- Copa do Brasil: busca por avanços nas próximas fases.
Cronograma da busca por um treinador
A diretoria do Corinthians trabalha contra o tempo para definir o novo técnico. Após a recusa de Tite, o foco se voltou para Dorival Júnior, mas o clube também avalia outras opções no mercado. Abaixo, um resumo dos principais acontecimentos na busca pelo substituto de Ramón Díaz:
- 17 de abril: Demissão de Ramón Díaz após derrota para o Fluminense.
- 18 de abril: Consultas iniciais a Tite e Dorival Júnior.
- 19 de abril: Vitória contra o Sport, sob comando interino de Orlando Ribeiro.
- 20-21 de abril: Negociações avançam com Tite, mas Dorival segue no radar.
- 22 de abril: Tite recusa proposta por questões de saúde; Corinthians intensifica conversas com Dorival.
- 24 de abril (previsão): Possível estreia do novo treinador contra o Racing, pela Sul-Americana.
Reação da torcida e da imprensa
A recusa de Tite gerou reações mistas entre os torcedores. Parte da Fiel demonstrou apoio ao treinador, reconhecendo a importância de priorizar a saúde mental. Outros, no entanto, expressaram frustração, lembrando momentos em que Tite optou por outros clubes, como o Flamengo, em detrimento do Corinthians. Nas redes sociais, comentários variaram entre mensagens de solidariedade e críticas à diretoria por não ter fechado com Dorival Júnior anteriormente.
A imprensa, por sua vez, destacou a relevância do caso para o debate sobre saúde mental no esporte. Jornalistas e comentaristas, como Craque Neto, abordaram a situação com diferentes perspectivas. Neto, em seu programa, afirmou que Tite seria a melhor escolha para o Corinthians, mas também reconheceu a força de Dorival como alternativa. A cobertura do caso reforçou a pressão sobre a diretoria para anunciar um novo técnico o mais rápido possível.
O episódio também reacendeu discussões sobre a gestão de Augusto Melo. Desde que assumiu a presidência, o dirigente enfrentou desafios para estabilizar o clube, tanto dentro quanto fora de campo. A escolha do próximo treinador será um teste crucial para sua administração, que busca reconquistar a confiança da torcida e melhorar o desempenho do time.
Perspectivas para o futuro
O Corinthians entra em uma semana decisiva para sua temporada. Com o jogo contra o Racing se aproximando, a definição do novo treinador é uma prioridade absoluta. Dorival Júnior, com seu histórico de títulos e experiência, é visto como uma aposta segura, mas a diretoria sabe que precisa agir com rapidez para evitar novos tropeços. A possível contratação do treinador também pode marcar o início de uma nova era no clube, com foco em organização tática e gestão de elenco.
Enquanto isso, a pausa de Tite na carreira deixa um vazio no futebol brasileiro. O treinador, que conquistou a Copa América de 2019 com a Seleção Brasileira e diversos títulos com o Corinthians, é uma figura respeitada no esporte. Sua decisão de priorizar a saúde mental pode inspirar outros profissionais a buscar equilíbrio em um ambiente tão exigente.
No Parque São Jorge, a expectativa é de que o novo técnico traga estabilidade e resultados. A torcida, conhecida por sua paixão e cobrança, aguarda ansiosamente por um nome que consiga unir o elenco e resgatar o orgulho alvinegro. A temporada de 2025 ainda reserva muitos desafios, mas também oportunidades para o Corinthians voltar a brilhar nos gramados.
