A partir de outubro de 2025, o Ministério da Educação (MEC) implementará o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), uma iniciativa que promete transformar a avaliação dos cursos de medicina no Brasil e otimizar o acesso às vagas de residência médica. Com aplicação prevista para cerca de 42 mil estudantes concluintes e médicos já formados, a prova vai avaliar a qualidade da formação oferecida por aproximadamente 300 cursos em 200 municípios brasileiros. Além disso, o exame será integrado ao Exame Nacional de Residência Médica (Enare), que em 2024 registrou 56 mil candidatos disputando 8,8 mil vagas.
O Enamed surge em um contexto de crescente preocupação com a qualidade da formação médica no país. Autoridades apontam que a expansão de cursos de medicina, especialmente em instituições privadas, nem sempre foi acompanhada por padrões rigorosos de ensino. A nova prova, elaborada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), busca estabelecer um marco regulatório para garantir que os futuros médicos estejam preparados para os desafios da profissão.
O exame também terá um impacto direto no acesso à residência médica, um dos gargalos na carreira dos médicos brasileiros. Com a integração ao Enare, a prova permitirá que instituições públicas e privadas utilizem um critério unificado para selecionar candidatos, promovendo maior equidade e eficiência no processo seletivo. A iniciativa é vista como um passo estratégico para alinhar a formação médica às demandas do Sistema Único de Saúde (SUS) e às necessidades da população.

Objetivos e estrutura do Enamed
O Enamed foi desenhado com dois propósitos centrais. Primeiro, avaliar a qualidade da formação médica, identificando lacunas nos currículos e nas práticas pedagógicas das instituições de ensino. Segundo, servir como ferramenta de seleção para programas de residência médica de acesso direto, ampliando o alcance do Enare. A prova será aplicada anualmente, com resultados divulgados no início de dezembro, permitindo que as instituições ajustem seus processos seletivos para o ano seguinte.
A avaliação será composta por 100 questões objetivas de múltipla escolha, abrangendo áreas fundamentais da medicina. O conteúdo foi estruturado com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de medicina, garantindo que a prova reflita as competências esperadas de um médico recém-formado.
- Clínica Médica: abrange diagnóstico e tratamento de doenças em adultos.
- Cirurgia Geral: inclui técnicas e procedimentos cirúrgicos básicos.
- Ginecologia e Obstetrícia: foca na saúde da mulher e no cuidado pré-natal.
- Pediatria: avalia conhecimentos sobre saúde infantil.
- Medicina da Família e Comunidade: enfatiza a atenção primária.
- Saúde Mental: cobre transtornos psiquiátricos e intervenções.
- Saúde Coletiva: aborda políticas públicas e epidemiologia.
Essa estrutura foi cuidadosamente planejada para assegurar que os futuros médicos dominem tanto as competências técnicas quanto as habilidades voltadas para a saúde pública, um pilar essencial do SUS.
Cronograma e participação
O calendário do Enamed foi organizado para facilitar a participação de estudantes e médicos formados. Entre maio e junho, as instituições de ensino inscreverão os alunos concluintes por meio do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Já em julho, médicos interessados em utilizar a nota do Enamed para processos seletivos de residência médica poderão se inscrever individualmente. A aplicação da prova está marcada para outubro, com resultados divulgados no início de dezembro.
O público-alvo do exame é amplo. Além dos cerca de 42 mil estudantes que estão finalizando a graduação em medicina, a prova estará aberta a médicos já formados que buscam vagas em programas de residência. A integração com o Enare, que atualmente responde por um quarto das vagas de residência no Brasil, reforça a relevância do Enamed no cenário nacional.
A expectativa é que o exame atraia um número significativo de participantes, especialmente considerando os dados de 2024, quando o Enare registrou 56 mil candidatos para 8,8 mil vagas. A ampliação do uso do Enare por instituições privadas, estaduais e municipais, como as secretarias de saúde de São Paulo, deve aumentar ainda mais a competitividade e a abrangência do processo seletivo.
Impactos na formação médica
A criação do Enamed reflete uma preocupação crescente com a qualidade da formação médica no Brasil. Nos últimos anos, o número de cursos de medicina cresceu significativamente, com cerca de 300 programas ativos em 2025. No entanto, a expansão trouxe desafios, como a falta de infraestrutura em algumas instituições e a ausência de professores qualificados em quantidade suficiente.
O exame busca corrigir essas distorções ao estabelecer um padrão nacional de avaliação. Por meio da análise dos resultados, o MEC pretende identificar instituições que não cumprem os requisitos mínimos de qualidade, possibilitando intervenções regulatórias. A iniciativa também incentiva as faculdades a investirem em melhorias pedagógicas, como laboratórios de simulação, práticas clínicas supervisionadas e integração com o SUS.
Outro aspecto relevante é a pressão por maior accountability das instituições privadas, que muitas vezes priorizam lucros em detrimento da qualidade. Autoridades destacam que o Enamed será um instrumento para cobrar mais responsabilidade das faculdades, garantindo que os altos valores das mensalidades sejam acompanhados por uma formação de excelência.
Residência médica e o papel do Enare
O Exame Nacional de Residência Médica (Enare), coordenado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), é um dos pilares da seleção de residentes no Brasil. Em 2024, o programa contou com a participação de 162 instituições, oferecendo vagas em mais de 1,7 mil programas de residência. O total de 8,8 mil vagas representa cerca de 25% das bolsas de residência disponíveis no país, o que demonstra a relevância do Enare no cenário nacional.
Com a integração do Enamed, o Enare ganhará ainda mais protagonismo. A expectativa é que instituições privadas, estaduais e municipais passem a adotar o exame federal como critério de seleção, ampliando a padronização e a transparência no processo. Em São Paulo, por exemplo, secretarias de saúde já sinalizaram interesse em utilizar o Enare, o que pode aumentar o número de vagas disponíveis por meio do programa.
- Vagas oferecidas: 8,8 mil em 2024, com expectativa de crescimento em 2025.
- Instituições participantes: 162, incluindo hospitais universitários e filantrópicos.
- Programas de residência: mais de 1,7 mil, abrangendo diversas especialidades.
- Candidatos inscritos: 56 mil em 2024, refletindo alta competitividade.
Essa ampliação do Enare, combinada com o Enamed, deve facilitar o acesso às residências médicas, especialmente para candidatos de regiões menos favorecidas, onde a oferta de programas é limitada.
Futuro do Enamed e desafios
O Enamed não será limitado à avaliação de concluintes. O MEC planeja implementar uma segunda etapa do exame, voltada para estudantes que estão na metade do curso de medicina. Embora ainda não haja uma data definida para essa nova fase, a iniciativa demonstra o compromisso do governo em monitorar a formação médica em diferentes estágios.
A avaliação intermediária permitirá identificar problemas na formação antes que os alunos cheguem ao final do curso, possibilitando ajustes curriculares e pedagógicos. Além disso, a medida deve aumentar a pressão sobre as instituições para que mantenham padrões elevados ao longo de toda a graduação, e não apenas nos últimos anos.
No entanto, a implementação do Enamed enfrenta desafios. Um deles é a resistência de algumas instituições privadas, que temem que os resultados do exame exponham fragilidades em seus programas. Outro obstáculo é a logística de aplicação da prova, que exigirá coordenação entre o Inep, as faculdades e os candidatos individuais. Garantir a isonomia e a segurança do processo será fundamental para o sucesso da iniciativa.
Alinhamento com o SUS e saúde pública
A integração do Enamed com o Enare reflete um esforço mais amplo para alinhar a formação médica às necessidades do Sistema Único de Saúde. O SUS, que atende milhões de brasileiros, depende de médicos bem preparados, especialmente nas áreas de atenção primária e saúde coletiva. A inclusão de questões sobre Medicina da Família e Comunidade e Saúde Coletiva na prova reforça essa prioridade.
O exame também busca promover uma formação mais humanizada e voltada para as realidades regionais do Brasil. Muitas faculdades, especialmente nas grandes capitais, concentram-se em especialidades de alta complexidade, deixando lacunas no treinamento para a atenção básica. O Enamed pretende corrigir essa distorção, incentivando os cursos a preparem médicos para atuar em diferentes contextos, incluindo áreas rurais e periferias urbanas.
Além disso, a padronização do processo seletivo para residências médicas deve beneficiar candidatos de instituições menos prestigiadas, que muitas vezes enfrentam barreiras em processos seletivos locais. Ao utilizar um exame nacional, o Enare e o Enamed criam um campo de competição mais justo, onde o desempenho individual prevalece sobre a reputação da faculdade.
Expectativas para 2025
O lançamento do Enamed em 2025 marca um momento de transição para a formação médica no Brasil. A iniciativa é vista como um passo ousado para enfrentar os desafios acumulados ao longo de décadas, como a desigualdade na qualidade dos cursos e a falta de critérios uniformes para a seleção de residentes.
Para os estudantes, o exame representa tanto uma oportunidade quanto um desafio. A possibilidade de usar a nota do Enamed no Enare amplia as chances de conquistar uma vaga em programas de residência, mas também exige preparação rigorosa para enfrentar uma prova abrangente e competitiva.
As instituições de ensino, por sua vez, terão que se adaptar rapidamente às exigências do novo exame. Aquelas que investirem em infraestrutura, corpo docente qualificado e integração com o SUS tendem a se destacar, enquanto as que mantiverem práticas inadequadas correm o risco de perder credibilidade e alunos.
Calendário detalhado do Enamed
O cronograma do Enamed foi planejado para garantir a participação de todos os interessados e a divulgação ágil dos resultados. Abaixo, os principais marcos do processo:
- Maio a junho: inscrição dos alunos concluintes pelas instituições, via Enade.
- Julho: abertura das inscrições individuais para médicos formados.
- Outubro: aplicação da prova em todo o país.
- Início de dezembro: divulgação dos resultados.
Esse calendário reflete o esforço do MEC em alinhar o Enamed aos processos já existentes, como o Enade, enquanto cria um espaço para a participação de médicos que buscam residência. A escolha de outubro para a aplicação da prova permite que os resultados estejam disponíveis a tempo de serem utilizados nos processos seletivos de 2026.
Benefícios para o sistema de saúde
A implementação do Enamed tem o potencial de transformar não apenas a formação médica, mas também o sistema de saúde como um todo. Ao garantir que os médicos sejam avaliados com base em critérios rigorosos e alinhados às necessidades do SUS, o exame contribui para a formação de profissionais mais capacitados e comprometidos com a saúde pública.
Além disso, a integração com o Enare facilita o preenchimento de vagas em programas de residência, especialmente em especialidades estratégicas, como medicina de família, pediatria e saúde mental. A ampliação do acesso a essas vagas deve ajudar a reduzir a carência de médicos em regiões menos atendidas, como o Norte e o Nordeste.
Por fim, o Enamed reforça a importância da avaliação contínua na educação médica. Ao monitorar a qualidade dos cursos e o desempenho dos alunos, o MEC cria um mecanismo para promover melhorias constantes, beneficiando estudantes, instituições e, principalmente, a população brasileira.

A partir de outubro de 2025, o Ministério da Educação (MEC) implementará o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), uma iniciativa que promete transformar a avaliação dos cursos de medicina no Brasil e otimizar o acesso às vagas de residência médica. Com aplicação prevista para cerca de 42 mil estudantes concluintes e médicos já formados, a prova vai avaliar a qualidade da formação oferecida por aproximadamente 300 cursos em 200 municípios brasileiros. Além disso, o exame será integrado ao Exame Nacional de Residência Médica (Enare), que em 2024 registrou 56 mil candidatos disputando 8,8 mil vagas.
O Enamed surge em um contexto de crescente preocupação com a qualidade da formação médica no país. Autoridades apontam que a expansão de cursos de medicina, especialmente em instituições privadas, nem sempre foi acompanhada por padrões rigorosos de ensino. A nova prova, elaborada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), busca estabelecer um marco regulatório para garantir que os futuros médicos estejam preparados para os desafios da profissão.
O exame também terá um impacto direto no acesso à residência médica, um dos gargalos na carreira dos médicos brasileiros. Com a integração ao Enare, a prova permitirá que instituições públicas e privadas utilizem um critério unificado para selecionar candidatos, promovendo maior equidade e eficiência no processo seletivo. A iniciativa é vista como um passo estratégico para alinhar a formação médica às demandas do Sistema Único de Saúde (SUS) e às necessidades da população.

Objetivos e estrutura do Enamed
O Enamed foi desenhado com dois propósitos centrais. Primeiro, avaliar a qualidade da formação médica, identificando lacunas nos currículos e nas práticas pedagógicas das instituições de ensino. Segundo, servir como ferramenta de seleção para programas de residência médica de acesso direto, ampliando o alcance do Enare. A prova será aplicada anualmente, com resultados divulgados no início de dezembro, permitindo que as instituições ajustem seus processos seletivos para o ano seguinte.
A avaliação será composta por 100 questões objetivas de múltipla escolha, abrangendo áreas fundamentais da medicina. O conteúdo foi estruturado com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de medicina, garantindo que a prova reflita as competências esperadas de um médico recém-formado.
- Clínica Médica: abrange diagnóstico e tratamento de doenças em adultos.
- Cirurgia Geral: inclui técnicas e procedimentos cirúrgicos básicos.
- Ginecologia e Obstetrícia: foca na saúde da mulher e no cuidado pré-natal.
- Pediatria: avalia conhecimentos sobre saúde infantil.
- Medicina da Família e Comunidade: enfatiza a atenção primária.
- Saúde Mental: cobre transtornos psiquiátricos e intervenções.
- Saúde Coletiva: aborda políticas públicas e epidemiologia.
Essa estrutura foi cuidadosamente planejada para assegurar que os futuros médicos dominem tanto as competências técnicas quanto as habilidades voltadas para a saúde pública, um pilar essencial do SUS.
Cronograma e participação
O calendário do Enamed foi organizado para facilitar a participação de estudantes e médicos formados. Entre maio e junho, as instituições de ensino inscreverão os alunos concluintes por meio do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Já em julho, médicos interessados em utilizar a nota do Enamed para processos seletivos de residência médica poderão se inscrever individualmente. A aplicação da prova está marcada para outubro, com resultados divulgados no início de dezembro.
O público-alvo do exame é amplo. Além dos cerca de 42 mil estudantes que estão finalizando a graduação em medicina, a prova estará aberta a médicos já formados que buscam vagas em programas de residência. A integração com o Enare, que atualmente responde por um quarto das vagas de residência no Brasil, reforça a relevância do Enamed no cenário nacional.
A expectativa é que o exame atraia um número significativo de participantes, especialmente considerando os dados de 2024, quando o Enare registrou 56 mil candidatos para 8,8 mil vagas. A ampliação do uso do Enare por instituições privadas, estaduais e municipais, como as secretarias de saúde de São Paulo, deve aumentar ainda mais a competitividade e a abrangência do processo seletivo.
Impactos na formação médica
A criação do Enamed reflete uma preocupação crescente com a qualidade da formação médica no Brasil. Nos últimos anos, o número de cursos de medicina cresceu significativamente, com cerca de 300 programas ativos em 2025. No entanto, a expansão trouxe desafios, como a falta de infraestrutura em algumas instituições e a ausência de professores qualificados em quantidade suficiente.
O exame busca corrigir essas distorções ao estabelecer um padrão nacional de avaliação. Por meio da análise dos resultados, o MEC pretende identificar instituições que não cumprem os requisitos mínimos de qualidade, possibilitando intervenções regulatórias. A iniciativa também incentiva as faculdades a investirem em melhorias pedagógicas, como laboratórios de simulação, práticas clínicas supervisionadas e integração com o SUS.
Outro aspecto relevante é a pressão por maior accountability das instituições privadas, que muitas vezes priorizam lucros em detrimento da qualidade. Autoridades destacam que o Enamed será um instrumento para cobrar mais responsabilidade das faculdades, garantindo que os altos valores das mensalidades sejam acompanhados por uma formação de excelência.
Residência médica e o papel do Enare
O Exame Nacional de Residência Médica (Enare), coordenado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), é um dos pilares da seleção de residentes no Brasil. Em 2024, o programa contou com a participação de 162 instituições, oferecendo vagas em mais de 1,7 mil programas de residência. O total de 8,8 mil vagas representa cerca de 25% das bolsas de residência disponíveis no país, o que demonstra a relevância do Enare no cenário nacional.
Com a integração do Enamed, o Enare ganhará ainda mais protagonismo. A expectativa é que instituições privadas, estaduais e municipais passem a adotar o exame federal como critério de seleção, ampliando a padronização e a transparência no processo. Em São Paulo, por exemplo, secretarias de saúde já sinalizaram interesse em utilizar o Enare, o que pode aumentar o número de vagas disponíveis por meio do programa.
- Vagas oferecidas: 8,8 mil em 2024, com expectativa de crescimento em 2025.
- Instituições participantes: 162, incluindo hospitais universitários e filantrópicos.
- Programas de residência: mais de 1,7 mil, abrangendo diversas especialidades.
- Candidatos inscritos: 56 mil em 2024, refletindo alta competitividade.
Essa ampliação do Enare, combinada com o Enamed, deve facilitar o acesso às residências médicas, especialmente para candidatos de regiões menos favorecidas, onde a oferta de programas é limitada.
Futuro do Enamed e desafios
O Enamed não será limitado à avaliação de concluintes. O MEC planeja implementar uma segunda etapa do exame, voltada para estudantes que estão na metade do curso de medicina. Embora ainda não haja uma data definida para essa nova fase, a iniciativa demonstra o compromisso do governo em monitorar a formação médica em diferentes estágios.
A avaliação intermediária permitirá identificar problemas na formação antes que os alunos cheguem ao final do curso, possibilitando ajustes curriculares e pedagógicos. Além disso, a medida deve aumentar a pressão sobre as instituições para que mantenham padrões elevados ao longo de toda a graduação, e não apenas nos últimos anos.
No entanto, a implementação do Enamed enfrenta desafios. Um deles é a resistência de algumas instituições privadas, que temem que os resultados do exame exponham fragilidades em seus programas. Outro obstáculo é a logística de aplicação da prova, que exigirá coordenação entre o Inep, as faculdades e os candidatos individuais. Garantir a isonomia e a segurança do processo será fundamental para o sucesso da iniciativa.
Alinhamento com o SUS e saúde pública
A integração do Enamed com o Enare reflete um esforço mais amplo para alinhar a formação médica às necessidades do Sistema Único de Saúde. O SUS, que atende milhões de brasileiros, depende de médicos bem preparados, especialmente nas áreas de atenção primária e saúde coletiva. A inclusão de questões sobre Medicina da Família e Comunidade e Saúde Coletiva na prova reforça essa prioridade.
O exame também busca promover uma formação mais humanizada e voltada para as realidades regionais do Brasil. Muitas faculdades, especialmente nas grandes capitais, concentram-se em especialidades de alta complexidade, deixando lacunas no treinamento para a atenção básica. O Enamed pretende corrigir essa distorção, incentivando os cursos a preparem médicos para atuar em diferentes contextos, incluindo áreas rurais e periferias urbanas.
Além disso, a padronização do processo seletivo para residências médicas deve beneficiar candidatos de instituições menos prestigiadas, que muitas vezes enfrentam barreiras em processos seletivos locais. Ao utilizar um exame nacional, o Enare e o Enamed criam um campo de competição mais justo, onde o desempenho individual prevalece sobre a reputação da faculdade.
Expectativas para 2025
O lançamento do Enamed em 2025 marca um momento de transição para a formação médica no Brasil. A iniciativa é vista como um passo ousado para enfrentar os desafios acumulados ao longo de décadas, como a desigualdade na qualidade dos cursos e a falta de critérios uniformes para a seleção de residentes.
Para os estudantes, o exame representa tanto uma oportunidade quanto um desafio. A possibilidade de usar a nota do Enamed no Enare amplia as chances de conquistar uma vaga em programas de residência, mas também exige preparação rigorosa para enfrentar uma prova abrangente e competitiva.
As instituições de ensino, por sua vez, terão que se adaptar rapidamente às exigências do novo exame. Aquelas que investirem em infraestrutura, corpo docente qualificado e integração com o SUS tendem a se destacar, enquanto as que mantiverem práticas inadequadas correm o risco de perder credibilidade e alunos.
Calendário detalhado do Enamed
O cronograma do Enamed foi planejado para garantir a participação de todos os interessados e a divulgação ágil dos resultados. Abaixo, os principais marcos do processo:
- Maio a junho: inscrição dos alunos concluintes pelas instituições, via Enade.
- Julho: abertura das inscrições individuais para médicos formados.
- Outubro: aplicação da prova em todo o país.
- Início de dezembro: divulgação dos resultados.
Esse calendário reflete o esforço do MEC em alinhar o Enamed aos processos já existentes, como o Enade, enquanto cria um espaço para a participação de médicos que buscam residência. A escolha de outubro para a aplicação da prova permite que os resultados estejam disponíveis a tempo de serem utilizados nos processos seletivos de 2026.
Benefícios para o sistema de saúde
A implementação do Enamed tem o potencial de transformar não apenas a formação médica, mas também o sistema de saúde como um todo. Ao garantir que os médicos sejam avaliados com base em critérios rigorosos e alinhados às necessidades do SUS, o exame contribui para a formação de profissionais mais capacitados e comprometidos com a saúde pública.
Além disso, a integração com o Enare facilita o preenchimento de vagas em programas de residência, especialmente em especialidades estratégicas, como medicina de família, pediatria e saúde mental. A ampliação do acesso a essas vagas deve ajudar a reduzir a carência de médicos em regiões menos atendidas, como o Norte e o Nordeste.
Por fim, o Enamed reforça a importância da avaliação contínua na educação médica. Ao monitorar a qualidade dos cursos e o desempenho dos alunos, o MEC cria um mecanismo para promover melhorias constantes, beneficiando estudantes, instituições e, principalmente, a população brasileira.
