Breaking
24 Apr 2025, Thu

Samsung encerra produção de chips DDR4 em 2025 e foca em DDR5 diante da concorrência chinesa

Chip DDR


A indústria de semicondutores enfrenta uma transformação significativa com a decisão da Samsung, uma das maiores fabricantes de chips de memória do mundo, de encerrar a produção de chips DDR4 até o final de 2025. A empresa sul-coreana, conhecida por sua liderança no mercado de memórias RAM, planeja concentrar esforços em tecnologias mais avançadas, como DDR5, LPDDR5 e HBM (memória de alta largura de banda). A mudança reflete a evolução tecnológica e a crescente pressão competitiva de fabricantes chineses, que têm dominado o mercado de DDR4 com preços agressivos. A transição marca o fim de uma era para a tecnologia DDR4, lançada em 2014, e levanta questões sobre o futuro do mercado de memórias em países como o Brasil, onde o custo do hardware ainda é um obstáculo para a adoção de novas tecnologias.

O prazo estabelecido pela Samsung para aceitar pedidos de chips DDR4 é junho de 2025, com as últimas remessas de módulos de 8 GB e 16 GB previstas para dezembro. Essa decisão impactará diretamente o fornecimento de memórias para laptops e desktops, especialmente em mercados emergentes. Embora outras empresas, como as chinesas CXMT e Fujian Jinhua, devam continuar produzindo DDR4, a saída de um gigante como a Samsung pode gerar escassez e aumento de preços no médio prazo. A DDR4, amplamente utilizada em sistemas de entrada e intermediários, ainda é uma escolha popular devido ao seu custo acessível, com módulos de 8 GB disponíveis no Brasil por menos de R$ 150.

A evolução tecnológica é um dos principais impulsionadores dessa mudança. A DDR5, introduzida em 2021 com a 12ª geração de processadores Intel, trouxe avanços significativos, como frequências mais altas, maior eficiência energética e duplo canal de comunicação integrado. Esses benefícios têm incentivado fabricantes de hardware, como Intel e AMD, a priorizar plataformas compatíveis exclusivamente com DDR5, reduzindo a demanda por DDR4. No entanto, em países como o Brasil, onde a atualização para novas tecnologias é mais lenta devido aos altos custos, a DDR4 ainda mantém relevância, especialmente para usuários que buscam soluções econômicas.

Motivos para o fim da produção de DDR4

A decisão da Samsung de abandonar a produção de DDR4 é motivada por uma combinação de fatores técnicos e econômicos. Abaixo, alguns dos principais motivos que levaram a essa mudança:

  • Evolução tecnológica: A DDR5 oferece desempenho superior, com frequências que podem ultrapassar 6.000 MHz, contra 3.200 MHz típicos da DDR4.
  • Demanda do mercado: Plataformas modernas de Intel e AMD exigem DDR5, reduzindo a procura por DDR4.
  • Concorrência chinesa: Fabricantes como CXMT e Fujian Jinhua reduziram os preços de DDR4 em até 50%, tornando o mercado menos lucrativo para gigantes como Samsung.
  • Foco em HBM: A Samsung está investindo em memórias de alta largura de banda (HBM) para GPUs e sistemas de inteligência artificial, setores de maior rentabilidade.
Chip DDR
Chip DDR 4 – Foto: Zoomik/Shutterstock.com

Impacto da concorrência chinesa no mercado global

A ascensão de fabricantes chineses, como ChangXin Memory Technologies (CXMT) e Fujian Jinhua, tem redefinido o cenário competitivo do mercado de memórias. Essas empresas aumentaram significativamente a produção de chips DDR4, oferecendo módulos a preços até 50% inferiores aos de concorrentes como Samsung, SK Hynix e Micron. Em 2024, a CXMT atingiu uma capacidade de 200.000 wafers por mês, com projeções de alcançar 300.000 até 2026, o que a coloca como uma força disruptiva no setor. Essa estratégia de preços agressivos tornou o mercado de DDR4 menos atrativo para as grandes fabricantes, que agora buscam se posicionar em segmentos mais lucrativos, como DDR5 e HBM.

Apesar do crescimento, os chips chineses ainda enfrentam desafios relacionados à qualidade e confiabilidade. A CXMT, por exemplo, tem investido em tecnologias mais avançadas, como a produção de DDR5 em processos de 16 nm, mas sua performance ainda está aquém dos padrões estabelecidos por Samsung e SK Hynix. Além disso, a Fujian Jinhua, que enfrenta sanções dos Estados Unidos desde 2018, foca em memórias de baixa qualidade para eletrônicos de consumo, o que limita seu alcance em mercados mais exigentes. Mesmo assim, a capacidade de produção em massa dessas empresas garante que o fornecimento de DDR4 não será interrompido imediatamente após a saída da Samsung.

No Brasil, a concorrência chinesa pode ter impactos ambíguos. Por um lado, os preços baixos dos módulos DDR4 fabricados na China podem beneficiar consumidores que buscam opções econômicas. Por outro, a qualidade inferior desses chips pode gerar preocupações em aplicações que exigem alta performance, como jogos ou servidores. A dependência de marcas chinesas também levanta questões sobre a disponibilidade de suporte técnico e garantia, especialmente em um mercado onde marcas tradicionais, como Kingston e Corsair, dominam as preferências dos consumidores.

Transição para DDR5 e os desafios no Brasil

A adoção da DDR5 está acelerando globalmente, impulsionada por avanços em processadores e placas-mãe. Plataformas recentes, como as séries Ryzen 7000 da AMD e os processadores Core de 13ª e 14ª gerações da Intel, são projetadas para aproveitar as vantagens da DDR5, que oferece maior largura de banda e eficiência energética. Em 2024, a DDR5 já representava cerca de 30% do mercado global de memórias, com projeções de alcançar 50% até 2026. Essa transição, porém, enfrenta barreiras em mercados emergentes como o Brasil, onde o custo de atualização para DDR5 é significativamente mais alto.

No varejo brasileiro, um pente de 16 GB de DDR5 pode custar entre R$ 400 e R$ 600, enquanto um módulo equivalente de DDR4 está disponível por menos de R$ 250. Essa diferença de preço é agravada pelos altos impostos e pela desvalorização do real, que tornam o hardware importado menos acessível. Como resultado, muitos consumidores brasileiros optam por manter sistemas baseados em DDR4, especialmente para configurações de entrada ou intermediárias. A decisão da Samsung de encerrar a produção de DDR4 pode pressionar os preços no mercado secundário, dificultando upgrades para usuários com orçamentos limitados.

Além disso, a infraestrutura de tecnologia no Brasil ainda depende fortemente de sistemas legados. Muitas empresas e instituições utilizam servidores e desktops equipados com DDR4, que oferecem um equilíbrio ideal entre custo e desempenho. A possível escassez de módulos DDR4 a partir de 2025 pode forçar essas organizações a acelerar a migração para DDR5, um processo que exige investimentos significativos em novas placas-mãe e processadores. Essa transição abrupta pode gerar desafios logísticos e financeiros, especialmente em setores com orçamentos restritos, como educação e saúde.

Principais marcos na evolução das memórias RAM

A história das memórias RAM reflete o ritmo acelerado da inovação tecnológica. Abaixo, alguns marcos importantes:

  • 2000: Lançamento da DDR (Double Data Rate), que dobrou a taxa de transferência em relação à SDRAM.
  • 2007: Introdução da DDR3, com maior eficiência energética e velocidades de até 2.133 MHz.
  • 2014: Chegada da DDR4, com frequências padrão de 2.133 a 3.200 MHz e menor consumo de energia.
  • 2021: Lançamento da DDR5, com frequências iniciais de 4.800 MHz e suporte a duplo canal integrado.
  • 2025-2026: Previsão para o início da produção em massa de DDR6, com velocidades estimadas acima de 10.000 MHz.

Implicações para o mercado de semicondutores

A saída da Samsung do mercado de DDR4 é parte de uma tendência mais ampla entre os principais fabricantes de memórias. Empresas como SK Hynix e Micron também estão reduzindo a produção de DDR4 e DDR3, com foco em tecnologias mais avançadas. A SK Hynix, por exemplo, diminuiu sua produção de DDR4 para cerca de 20% do total, enquanto a Micron anunciou a descontinuação de chips DDR4 para servidores fabricados em processos mais antigos. Essa reorientação estratégica visa atender à crescente demanda por memórias de alta performance em aplicações como inteligência artificial, computação em nuvem e jogos.

O mercado de HBM, em particular, está se tornando um foco central para os grandes fabricantes. Essas memórias, usadas em GPUs de alto desempenho e sistemas de IA, oferecem largura de banda significativamente maior que a DDR4 e DDR5. A Samsung, que já fornece HBM para empresas como Nvidia, planeja expandir sua capacidade de produção para atender ao crescimento exponencial do setor de IA. Em 2024, o mercado global de HBM foi avaliado em cerca de US$ 10 bilhões, com projeções de alcançar US$ 25 bilhões até 2028.

Enquanto isso, fabricantes taiwaneses, como Nanya Technology e Winbond Electronics, podem desempenhar um papel importante no preenchimento do vazio deixado pela Samsung. A Winbond, por exemplo, planeja adotar um processo de fabricação de 16 nm em 2025, permitindo a produção de chips DDR de 8 GB com maior eficiência. No entanto, a capacidade de produção dessas empresas é limitada, e seus preços tendem a ser mais altos, o que pode não atender plenamente às necessidades do mercado de consumo.

Perspectivas para o consumidor brasileiro

No Brasil, a interrupção da produção de DDR4 pela Samsung pode ter efeitos significativos no curto e médio prazo. O mercado de hardware no país é altamente sensível a flutuações de preço e disponibilidade, e a redução na oferta de DDR4 pode levar a aumentos de até 20% nos preços dos módulos disponíveis, segundo estimativas do setor. Essa alta seria particularmente prejudicial para consumidores que dependem de configurações econômicas para tarefas como estudos, trabalho remoto e jogos leves.

A popularidade da DDR4 no Brasil também é impulsionada pela ampla disponibilidade de plataformas compatíveis, como as gerações anteriores de processadores Ryzen da AMD e os chips Intel Core de 10ª e 11ª gerações. Essas plataformas oferecem um bom custo-benefício, permitindo que os usuários montem sistemas robustos sem a necessidade de investir em DDR5. Com a saída da Samsung, no entanto, os estoques de DDR4 podem se esgotar rapidamente, especialmente para módulos de maior capacidade, como 16 GB e 32 GB, que são cada vez mais procurados.

Para os consumidores que planejam atualizar seus sistemas, o momento atual pode ser uma oportunidade para adquirir módulos DDR4 antes que os preços subam. Lojas de varejo online, como Kabum e Amazon Brasil, ainda oferecem uma ampla variedade de opções, com marcas como Kingston, Corsair e Crucial liderando as vendas. No entanto, é importante considerar a compatibilidade com a placa-mãe e o processador, além de verificar a reputação do vendedor para evitar produtos de baixa qualidade, especialmente os provenientes de marcas chinesas menos conhecidas.

Cronograma da transição de memórias

A mudança do mercado de DDR4 para DDR5 e além segue um cronograma claro, com marcos importantes:

  • Junho de 2025: Samsung encerra pedidos de chips DDR4.
  • Dezembro de 2025: Últimas remessas de módulos DDR4 de 8 GB e 16 GB pela Samsung.
  • 2026: Produção em massa de DDR6 deve começar, com foco em servidores e sistemas de alto desempenho.
  • 2027: DDR5 deve dominar o mercado de consumo, representando mais de 60% das vendas globais.

Futuro do mercado de memórias

A decisão da Samsung de abandonar a produção de DDR4 reflete uma mudança estrutural no mercado de semicondutores, impulsionada pela inovação tecnológica e pela concorrência global. À medida que a DDR5 se consolida como o padrão dominante, os consumidores e empresas precisarão se adaptar a um cenário de custos mais altos e maior complexidade na escolha de componentes. Para o Brasil, onde o acesso a tecnologias de ponta é frequentemente limitado por barreiras econômicas, a transição pode ser particularmente desafiadora.

A longo prazo, o avanço de tecnologias como DDR6 e HBM promete revolucionar o desempenho de dispositivos eletrônicos, desde smartphones até supercomputadores. A DDR6, esperada para 2026, deve oferecer velocidades superiores a 10.000 MHz e maior eficiência energética, atendendo às demandas de aplicações emergentes, como realidade virtual e inteligência artificial. Enquanto isso, o mercado de HBM continuará a crescer, impulsionado pela expansão do setor de IA, que exige memórias capazes de processar grandes volumes de dados em tempo real.

No contexto global, a concorrência entre fabricantes tradicionais e novos players, como a CXMT, moldará o futuro do setor. Embora as empresas chinesas tenham conquistado espaço no mercado de DDR4, sua capacidade de competir em tecnologias mais avançadas, como DDR5 e HBM, ainda é incerta. A Samsung, por sua vez, está bem posicionada para manter sua liderança, graças a investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento e parcerias estratégicas com gigantes da tecnologia.



A indústria de semicondutores enfrenta uma transformação significativa com a decisão da Samsung, uma das maiores fabricantes de chips de memória do mundo, de encerrar a produção de chips DDR4 até o final de 2025. A empresa sul-coreana, conhecida por sua liderança no mercado de memórias RAM, planeja concentrar esforços em tecnologias mais avançadas, como DDR5, LPDDR5 e HBM (memória de alta largura de banda). A mudança reflete a evolução tecnológica e a crescente pressão competitiva de fabricantes chineses, que têm dominado o mercado de DDR4 com preços agressivos. A transição marca o fim de uma era para a tecnologia DDR4, lançada em 2014, e levanta questões sobre o futuro do mercado de memórias em países como o Brasil, onde o custo do hardware ainda é um obstáculo para a adoção de novas tecnologias.

O prazo estabelecido pela Samsung para aceitar pedidos de chips DDR4 é junho de 2025, com as últimas remessas de módulos de 8 GB e 16 GB previstas para dezembro. Essa decisão impactará diretamente o fornecimento de memórias para laptops e desktops, especialmente em mercados emergentes. Embora outras empresas, como as chinesas CXMT e Fujian Jinhua, devam continuar produzindo DDR4, a saída de um gigante como a Samsung pode gerar escassez e aumento de preços no médio prazo. A DDR4, amplamente utilizada em sistemas de entrada e intermediários, ainda é uma escolha popular devido ao seu custo acessível, com módulos de 8 GB disponíveis no Brasil por menos de R$ 150.

A evolução tecnológica é um dos principais impulsionadores dessa mudança. A DDR5, introduzida em 2021 com a 12ª geração de processadores Intel, trouxe avanços significativos, como frequências mais altas, maior eficiência energética e duplo canal de comunicação integrado. Esses benefícios têm incentivado fabricantes de hardware, como Intel e AMD, a priorizar plataformas compatíveis exclusivamente com DDR5, reduzindo a demanda por DDR4. No entanto, em países como o Brasil, onde a atualização para novas tecnologias é mais lenta devido aos altos custos, a DDR4 ainda mantém relevância, especialmente para usuários que buscam soluções econômicas.

Motivos para o fim da produção de DDR4

A decisão da Samsung de abandonar a produção de DDR4 é motivada por uma combinação de fatores técnicos e econômicos. Abaixo, alguns dos principais motivos que levaram a essa mudança:

  • Evolução tecnológica: A DDR5 oferece desempenho superior, com frequências que podem ultrapassar 6.000 MHz, contra 3.200 MHz típicos da DDR4.
  • Demanda do mercado: Plataformas modernas de Intel e AMD exigem DDR5, reduzindo a procura por DDR4.
  • Concorrência chinesa: Fabricantes como CXMT e Fujian Jinhua reduziram os preços de DDR4 em até 50%, tornando o mercado menos lucrativo para gigantes como Samsung.
  • Foco em HBM: A Samsung está investindo em memórias de alta largura de banda (HBM) para GPUs e sistemas de inteligência artificial, setores de maior rentabilidade.
Chip DDR
Chip DDR 4 – Foto: Zoomik/Shutterstock.com

Impacto da concorrência chinesa no mercado global

A ascensão de fabricantes chineses, como ChangXin Memory Technologies (CXMT) e Fujian Jinhua, tem redefinido o cenário competitivo do mercado de memórias. Essas empresas aumentaram significativamente a produção de chips DDR4, oferecendo módulos a preços até 50% inferiores aos de concorrentes como Samsung, SK Hynix e Micron. Em 2024, a CXMT atingiu uma capacidade de 200.000 wafers por mês, com projeções de alcançar 300.000 até 2026, o que a coloca como uma força disruptiva no setor. Essa estratégia de preços agressivos tornou o mercado de DDR4 menos atrativo para as grandes fabricantes, que agora buscam se posicionar em segmentos mais lucrativos, como DDR5 e HBM.

Apesar do crescimento, os chips chineses ainda enfrentam desafios relacionados à qualidade e confiabilidade. A CXMT, por exemplo, tem investido em tecnologias mais avançadas, como a produção de DDR5 em processos de 16 nm, mas sua performance ainda está aquém dos padrões estabelecidos por Samsung e SK Hynix. Além disso, a Fujian Jinhua, que enfrenta sanções dos Estados Unidos desde 2018, foca em memórias de baixa qualidade para eletrônicos de consumo, o que limita seu alcance em mercados mais exigentes. Mesmo assim, a capacidade de produção em massa dessas empresas garante que o fornecimento de DDR4 não será interrompido imediatamente após a saída da Samsung.

No Brasil, a concorrência chinesa pode ter impactos ambíguos. Por um lado, os preços baixos dos módulos DDR4 fabricados na China podem beneficiar consumidores que buscam opções econômicas. Por outro, a qualidade inferior desses chips pode gerar preocupações em aplicações que exigem alta performance, como jogos ou servidores. A dependência de marcas chinesas também levanta questões sobre a disponibilidade de suporte técnico e garantia, especialmente em um mercado onde marcas tradicionais, como Kingston e Corsair, dominam as preferências dos consumidores.

Transição para DDR5 e os desafios no Brasil

A adoção da DDR5 está acelerando globalmente, impulsionada por avanços em processadores e placas-mãe. Plataformas recentes, como as séries Ryzen 7000 da AMD e os processadores Core de 13ª e 14ª gerações da Intel, são projetadas para aproveitar as vantagens da DDR5, que oferece maior largura de banda e eficiência energética. Em 2024, a DDR5 já representava cerca de 30% do mercado global de memórias, com projeções de alcançar 50% até 2026. Essa transição, porém, enfrenta barreiras em mercados emergentes como o Brasil, onde o custo de atualização para DDR5 é significativamente mais alto.

No varejo brasileiro, um pente de 16 GB de DDR5 pode custar entre R$ 400 e R$ 600, enquanto um módulo equivalente de DDR4 está disponível por menos de R$ 250. Essa diferença de preço é agravada pelos altos impostos e pela desvalorização do real, que tornam o hardware importado menos acessível. Como resultado, muitos consumidores brasileiros optam por manter sistemas baseados em DDR4, especialmente para configurações de entrada ou intermediárias. A decisão da Samsung de encerrar a produção de DDR4 pode pressionar os preços no mercado secundário, dificultando upgrades para usuários com orçamentos limitados.

Além disso, a infraestrutura de tecnologia no Brasil ainda depende fortemente de sistemas legados. Muitas empresas e instituições utilizam servidores e desktops equipados com DDR4, que oferecem um equilíbrio ideal entre custo e desempenho. A possível escassez de módulos DDR4 a partir de 2025 pode forçar essas organizações a acelerar a migração para DDR5, um processo que exige investimentos significativos em novas placas-mãe e processadores. Essa transição abrupta pode gerar desafios logísticos e financeiros, especialmente em setores com orçamentos restritos, como educação e saúde.

Principais marcos na evolução das memórias RAM

A história das memórias RAM reflete o ritmo acelerado da inovação tecnológica. Abaixo, alguns marcos importantes:

  • 2000: Lançamento da DDR (Double Data Rate), que dobrou a taxa de transferência em relação à SDRAM.
  • 2007: Introdução da DDR3, com maior eficiência energética e velocidades de até 2.133 MHz.
  • 2014: Chegada da DDR4, com frequências padrão de 2.133 a 3.200 MHz e menor consumo de energia.
  • 2021: Lançamento da DDR5, com frequências iniciais de 4.800 MHz e suporte a duplo canal integrado.
  • 2025-2026: Previsão para o início da produção em massa de DDR6, com velocidades estimadas acima de 10.000 MHz.

Implicações para o mercado de semicondutores

A saída da Samsung do mercado de DDR4 é parte de uma tendência mais ampla entre os principais fabricantes de memórias. Empresas como SK Hynix e Micron também estão reduzindo a produção de DDR4 e DDR3, com foco em tecnologias mais avançadas. A SK Hynix, por exemplo, diminuiu sua produção de DDR4 para cerca de 20% do total, enquanto a Micron anunciou a descontinuação de chips DDR4 para servidores fabricados em processos mais antigos. Essa reorientação estratégica visa atender à crescente demanda por memórias de alta performance em aplicações como inteligência artificial, computação em nuvem e jogos.

O mercado de HBM, em particular, está se tornando um foco central para os grandes fabricantes. Essas memórias, usadas em GPUs de alto desempenho e sistemas de IA, oferecem largura de banda significativamente maior que a DDR4 e DDR5. A Samsung, que já fornece HBM para empresas como Nvidia, planeja expandir sua capacidade de produção para atender ao crescimento exponencial do setor de IA. Em 2024, o mercado global de HBM foi avaliado em cerca de US$ 10 bilhões, com projeções de alcançar US$ 25 bilhões até 2028.

Enquanto isso, fabricantes taiwaneses, como Nanya Technology e Winbond Electronics, podem desempenhar um papel importante no preenchimento do vazio deixado pela Samsung. A Winbond, por exemplo, planeja adotar um processo de fabricação de 16 nm em 2025, permitindo a produção de chips DDR de 8 GB com maior eficiência. No entanto, a capacidade de produção dessas empresas é limitada, e seus preços tendem a ser mais altos, o que pode não atender plenamente às necessidades do mercado de consumo.

Perspectivas para o consumidor brasileiro

No Brasil, a interrupção da produção de DDR4 pela Samsung pode ter efeitos significativos no curto e médio prazo. O mercado de hardware no país é altamente sensível a flutuações de preço e disponibilidade, e a redução na oferta de DDR4 pode levar a aumentos de até 20% nos preços dos módulos disponíveis, segundo estimativas do setor. Essa alta seria particularmente prejudicial para consumidores que dependem de configurações econômicas para tarefas como estudos, trabalho remoto e jogos leves.

A popularidade da DDR4 no Brasil também é impulsionada pela ampla disponibilidade de plataformas compatíveis, como as gerações anteriores de processadores Ryzen da AMD e os chips Intel Core de 10ª e 11ª gerações. Essas plataformas oferecem um bom custo-benefício, permitindo que os usuários montem sistemas robustos sem a necessidade de investir em DDR5. Com a saída da Samsung, no entanto, os estoques de DDR4 podem se esgotar rapidamente, especialmente para módulos de maior capacidade, como 16 GB e 32 GB, que são cada vez mais procurados.

Para os consumidores que planejam atualizar seus sistemas, o momento atual pode ser uma oportunidade para adquirir módulos DDR4 antes que os preços subam. Lojas de varejo online, como Kabum e Amazon Brasil, ainda oferecem uma ampla variedade de opções, com marcas como Kingston, Corsair e Crucial liderando as vendas. No entanto, é importante considerar a compatibilidade com a placa-mãe e o processador, além de verificar a reputação do vendedor para evitar produtos de baixa qualidade, especialmente os provenientes de marcas chinesas menos conhecidas.

Cronograma da transição de memórias

A mudança do mercado de DDR4 para DDR5 e além segue um cronograma claro, com marcos importantes:

  • Junho de 2025: Samsung encerra pedidos de chips DDR4.
  • Dezembro de 2025: Últimas remessas de módulos DDR4 de 8 GB e 16 GB pela Samsung.
  • 2026: Produção em massa de DDR6 deve começar, com foco em servidores e sistemas de alto desempenho.
  • 2027: DDR5 deve dominar o mercado de consumo, representando mais de 60% das vendas globais.

Futuro do mercado de memórias

A decisão da Samsung de abandonar a produção de DDR4 reflete uma mudança estrutural no mercado de semicondutores, impulsionada pela inovação tecnológica e pela concorrência global. À medida que a DDR5 se consolida como o padrão dominante, os consumidores e empresas precisarão se adaptar a um cenário de custos mais altos e maior complexidade na escolha de componentes. Para o Brasil, onde o acesso a tecnologias de ponta é frequentemente limitado por barreiras econômicas, a transição pode ser particularmente desafiadora.

A longo prazo, o avanço de tecnologias como DDR6 e HBM promete revolucionar o desempenho de dispositivos eletrônicos, desde smartphones até supercomputadores. A DDR6, esperada para 2026, deve oferecer velocidades superiores a 10.000 MHz e maior eficiência energética, atendendo às demandas de aplicações emergentes, como realidade virtual e inteligência artificial. Enquanto isso, o mercado de HBM continuará a crescer, impulsionado pela expansão do setor de IA, que exige memórias capazes de processar grandes volumes de dados em tempo real.

No contexto global, a concorrência entre fabricantes tradicionais e novos players, como a CXMT, moldará o futuro do setor. Embora as empresas chinesas tenham conquistado espaço no mercado de DDR4, sua capacidade de competir em tecnologias mais avançadas, como DDR5 e HBM, ainda é incerta. A Samsung, por sua vez, está bem posicionada para manter sua liderança, graças a investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento e parcerias estratégicas com gigantes da tecnologia.



Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *