Sandra Annenberg, um dos nomes mais conhecidos do jornalismo brasileiro, surpreendeu o público ao revelar seu interesse em retomar a carreira de atriz, atividade que marcou o início de sua trajetória profissional antes de se dedicar integralmente à apresentação de telejornais. Aos 56 anos, a apresentadora do Globo Repórter, que acumula 34 anos de contrato com a Globo, expressou em recente entrevista o desejo de explorar novamente os palcos e as telas como atriz, algo que não faz desde o início dos anos 1990. A declaração, feita em um momento de reflexão sobre sua carreira multifacetada, reacende discussões sobre a versatilidade de profissionais da mídia e os desafios de transitar entre jornalismo e dramaturgia. Annenberg, que construiu uma reputação sólida como jornalista, parece pronta para encarar novos desafios, motivada por sua paixão pelas artes cênicas e pela possibilidade de surpreender o público com um novo capítulo em sua trajetória.
A trajetória de Sandra Annenberg na televisão brasileira é marcada por uma evolução constante. Antes de se tornar referência em programas como Jornal Hoje e Globo Repórter, ela brilhou como atriz em produções como a minissérie República, exibida pela Globo em 1989, e a novela Cortina de Vidro, do SBT, no mesmo ano. Sua transição para o jornalismo, no entanto, foi tão bem-sucedida que muitos espectadores desconhecem ou esqueceram seu passado como atriz. A jornalista, que nunca escondeu suas raízes artísticas, destacou que a credibilidade conquistada ao longo de décadas no jornalismo pode ser um trunfo para sua volta à atuação, caso a oportunidade certa apareça.
A surpresa era SANDRA ANNENBERG no cenário do #JornalHoje!!
Como é bom ver ela no lugar que nunca deveria ter saído #JH #TVGlobo60Anos https://t.co/y5J0MpzZLl pic.twitter.com/VPrdR79Kkb— Paulo 📺 (@midiaspaulo) April 24, 2025
O interesse de Annenberg em retomar a atuação não surge do nada. Nos últimos anos, ela já deu sinais de que mantém uma conexão com as artes cênicas. Em 2023, por exemplo, participou da peça infantil Pedro e o Lobo, no Theatro Municipal de São Paulo, ao lado da Orquestra Experimental de Repertório. A experiência, que marcou seu retorno aos palcos após 32 anos, foi descrita por ela como um momento de redescoberta, embora tenha exigido enfrentar o “frio na barriga” de voltar a atuar. Essa apresentação, que teve a participação de sua filha, Elisa Annenberg-Paglia, estudante de artes cênicas em Nova York, reforça a influência familiar em sua decisão de revisitar essa faceta de sua carreira.
Raízes na atuação: uma carreira diversificada
Sandra Annenberg iniciou sua trajetória na televisão ainda jovem, com papéis em produções que, embora não sejam amplamente lembradas pelo grande público hoje, mostram sua versatilidade desde cedo. Na década de 1980, ela integrou o elenco de séries como Bronco, da Band, e Tarcísio & Glória, da Globo, além de atuar em A, E, I, O… Urca, outra minissérie da emissora carioca. Sua passagem pelo SBT, onde protagonizou Cortina de Vidro, também foi um marco, consolidando-a como uma promessa na dramaturgia antes de migrar para o jornalismo. Esses trabalhos, realizados antes de completar 25 anos, revelam uma profissional que, desde o início, não teve medo de explorar diferentes caminhos na televisão.
A transição para o jornalismo, no entanto, foi um divisor de águas. Contratada pela Globo em 1991, Annenberg rapidamente se destacou em programas como Fantástico, onde começou como repórter, e Jornal Hoje, que comandou por 16 anos. Sua habilidade em transmitir notícias com empatia e clareza a tornou uma das jornalistas mais queridas do país. Apesar do sucesso, ela nunca abandonou completamente sua essência artística, algo que, segundo ela, sempre esteve presente em sua forma de apresentar, com atenção à voz, expressão facial e tom das notícias.
A decisão de considerar um retorno à atuação reflete não apenas um desejo pessoal, mas também um momento de inflexão em sua carreira. Após deixar o Jornal Hoje em 2019, quando foi substituída por Maju Coutinho, Annenberg passou a dividir a apresentação do Globo Repórter com Glória Maria, e, após o falecimento da colega, assumiu o comando solo do programa. A mudança, embora bem-recebida por parte do público, gerou especulações sobre uma possível perda de espaço na emissora, o que a jornalista nega, afirmando estar satisfeita com sua posição atual.
Desafios de voltar a atuar após décadas
Retomar a carreira de atriz após mais de três décadas dedicadas ao jornalismo não é uma tarefa simples. Annenberg reconhece que o público, acostumado a vê-la como uma figura séria e confiável nas bancadas de telejornais, pode ter dificuldade em aceitá-la em papéis fictícios. Essa percepção, aliás, já foi um obstáculo em experiências passadas, como em 2014, quando participou de um quadro do programa Como Será?, simulando uma queda que viralizou nas redes sociais. A cena, que envolveu uma dublê, gerou críticas de profissionais do meio, que apontaram que Annenberg “esqueceu como atuar”. Apesar do episódio, ela encara as críticas com serenidade, vendo-as como parte do processo de se reinventar.
Outro desafio é o próprio mercado da atuação, que mudou significativamente desde os anos 1980. A ascensão das plataformas de streaming, como Globoplay, Netflix e Amazon Prime, trouxe novas oportunidades, mas também maior concorrência e exigências técnicas. Annenberg, no entanto, parece confiante em sua capacidade de se adaptar. Em entrevista, ela destacou que sua trajetória profissional sempre foi guiada pela abertura a novos desafios, nunca recusando oportunidades que julgasse interessantes.
A influência de sua filha, Elisa, também é um fator relevante. Aos 21 anos, Elisa estuda artes cênicas na Universidade de Nova York e já demonstrou talento em projetos artísticos, como a homenagem que fez ao pai, Ernesto Paglia, após sua saída da Globo em 2022. A jovem, que também participou da produção de Pedro e o Lobo, é uma inspiração para Annenberg, que já expressou o desejo de, um dia, atuar ao lado da filha. Essa conexão familiar reforça a ideia de que a atuação é, para ela, não apenas uma profissão, mas uma paixão compartilhada.
- Principais desafios para Annenberg na volta à atuação:
- Reconquistar a aceitação do público, habituado a sua imagem jornalística.
- Adaptar-se às novas dinâmicas do mercado audiovisual, com foco em streaming.
- Superar críticas e estereótipos sobre jornalistas que migram para a dramaturgia.
- Equilibrar a agenda do Globo Repórter com eventuais projetos de atuação.
Um novo capítulo na Globo?
A possibilidade de Sandra Annenberg voltar a atuar levanta questões sobre como a Globo, sua casa há 34 anos, pode aproveitar essa faceta da jornalista. A emissora, que celebra 60 anos em 2025, tem investido em projetos que misturam entretenimento e jornalismo, como especiais e séries que resgatam a história da televisão brasileira. Annenberg, que participou do Caldeirão do Mion em abril de 2025 para relembrar momentos marcantes da Globo, é vista como uma figura versátil, capaz de transitar entre formatos jornalísticos e artísticos. Sua experiência em produções como a minissérie República, já disponível no Globoplay, pode ser um ponto de partida para novos projetos.
Além disso, a Globo tem apostado em conteúdos que valorizam a nostalgia, como o remake de Vale Tudo, previsto para estrear em março de 2025. Nesse contexto, Annenberg poderia encontrar espaço em produções que exigem atores com forte presença midiática, algo que ela possui de sobra. A jornalista, no entanto, mantém os pés no chão, afirmando que não tem projetos concretos em vista, mas está aberta a oportunidades que se alinhem com seus interesses.
A relação de Annenberg com a Globo, embora sólida, não esteve isenta de rumores. Em 2020, especulou-se que a CNN Brasil teria interesse em contratá-la, oferecendo um programa matinal e uma revista eletrônica. A jornalista, porém, reafirmou sua lealdade à Globo, onde se sente realizada. Mais recentemente, em 2024, circularam boatos sobre uma possível aposentadoria, mas Annenberg desmentiu a informação, destacando que a aposentadoria, para ela, não significa parar de trabalhar, mas sim buscar novos desafios.
A influência da família e da nova geração
A decisão de Annenberg de considerar a atuação também é influenciada por sua família, especialmente por sua filha, Elisa. A jovem, que se mudou para os Estados Unidos em 2021 para estudar artes cênicas, tem se destacado em projetos acadêmicos e artísticos, como peças teatrais e produções independentes. Em 2024, Elisa usou as redes sociais para desabafar sobre o preconceito linguístico que enfrenta por seu sotaque paulista, mostrando uma postura combativa e engajada, características que parecem ecoar na mãe. A relação entre as duas é marcada por apoio mútuo, com Annenberg frequentemente elogiando o talento e a dedicação da filha.
Ernesto Paglia, marido de Annenberg e ex-repórter da Globo, também desempenha um papel importante em sua trajetória. Após deixar a emissora em 2022, após 43 anos de carreira, Paglia recebeu uma homenagem emocionada da esposa, que destacou sua influência como profissional e parceiro. A saída de Paglia, embora tenha sido um momento difícil, parece ter estimulado Annenberg a refletir sobre sua própria carreira e os caminhos que ainda deseja trilhar.
A nova geração de artistas, representada por figuras como Elisa, também inspira Annenberg a se reinventar. Em um mercado onde a diversidade e a representatividade ganham cada vez mais espaço, a jornalista vê na atuação uma forma de contribuir para narrativas mais plurais. Sua filha, por exemplo, já manifestou o desejo de aumentar a representatividade de atores latinos em Hollywood, uma meta que ressoa com os valores de Annenberg, que sempre defendeu a importância de dar voz a diferentes perspectivas.
Marcos da carreira de Sandra Annenberg
A trajetória de Sandra Annenberg é repleta de momentos que ilustram sua versatilidade e dedicação. Para contextualizar sua possível volta à atuação, vale destacar alguns marcos de sua carreira:
- 1988-1990: Atuou em produções como Bronco (Band), Cortina de Vidro (SBT) e minisséries da Globo, como República e Tarcísio & Glória.
- 1991: Ingressou na Globo como repórter do Fantástico, iniciando sua carreira jornalística.
- 2003-2019: Comandou o Jornal Hoje, tornando-se um dos rostos mais conhecidos do telejornalismo brasileiro.
- 2019: Passou a apresentar o Globo Repórter, inicialmente ao lado de Glória Maria.
- 2023: Retornou aos palcos com a peça Pedro e o Lobo, em São Paulo, após 32 anos sem atuar.
- 2024: Apresentou a Retrospectiva 2024 da Globo, reforçando sua relevância na emissora.
O impacto da menopausa na vida profissional
Além de discutir sua carreira, Annenberg também abordou, em entrevistas recentes, os impactos da menopausa em sua vida, um tema que ela considera essencial para normalizar. Aos 50 anos, a jornalista enfrentou sintomas como suores noturnos e nevoeiro mental, que, segundo ela, trouxeram desafios tanto pessoais quanto profissionais. Sua abertura ao falar sobre o assunto reflete uma postura progressista, alinhada com sua geração, que busca quebrar tabus e promover discussões sobre saúde feminina.
A experiência com a menopausa, embora desafiadora, não diminuiu sua energia para novos projetos. Pelo contrário, Annenberg vê essa fase como um momento de renovação, no qual pode explorar novas facetas de sua identidade, incluindo a atuação. Sua disposição em abordar temas pessoais com transparência fortalece sua conexão com o público, que a enxerga não apenas como uma profissional, mas como uma figura humana e acessível.
A relação entre saúde, bem-estar e carreira também influencia sua visão sobre o futuro. Em 2023, Annenberg viralizou nas redes sociais ao compartilhar uma foto de biquíni, celebrando sua boa forma e disposição aos 55 anos. A imagem, acompanhada de uma mensagem otimista sobre o ano novo, reforçou sua imagem de alguém que encara a vida com leveza e determinação, qualidades que podem ser decisivas em sua eventual volta à atuação.
O mercado audiovisual em transformação
O interesse de Annenberg em atuar coincide com um momento de transformação no mercado audiovisual brasileiro. Plataformas como Globoplay, que já disponibiliza produções antigas da Globo, como República, têm ampliado o acesso a conteúdos clássicos, enquanto novas séries e filmes buscam atores com experiência e carisma. Nesse cenário, Annenberg poderia encontrar oportunidades tanto em projetos nostálgicos, que resgatam a história da televisão, quanto em produções contemporâneas, que valorizam narrativas diversificadas.
A Globo, por sua vez, tem investido em formatos que misturam jornalismo e entretenimento, como o quadro Deu Petch, apresentado por Xuxa Meneghel no Fantástico, e Prazer, Renata 60+, comandado por Renata Ceribelli. Esses projetos mostram que a emissora está aberta a experimentar, o que pode beneficiar Annenberg, cuja experiência em ambos os campos a torna uma candidata ideal para iniciativas inovadoras.
Além disso, o crescimento do streaming tem aberto portas para atores de diferentes idades e trajetórias. Séries como Bom Dia, Verônica, da Netflix, e Cidade Invisível, do mesmo serviço, provam que o público brasileiro está ávido por histórias locais, criando um ambiente favorável para Annenberg explorar papéis que combinem sua experiência jornalística com sua formação artística.
- Oportunidades no mercado audiovisual para Annenberg:
- Participação em séries e filmes do Globoplay, aproveitando sua história com a Globo.
- Papéis em produções nostálgicas, como remakes ou especiais sobre a televisão brasileira.
- Projetos que misturem jornalismo e dramaturgia, como docudramas ou séries baseadas em fatos reais.
- Colaborações com a nova geração de atores, incluindo sua filha, Elisa.
Expectativas para 2025
O ano de 2025 promete ser um marco para Sandra Annenberg, tanto no jornalismo quanto na possível retomada de sua carreira de atriz. Além de comandar o Globo Repórter, que ganhará uma nova temporada com reportagens investigativas, ela estará envolvida em projetos especiais da Globo, como a cobertura dos 60 anos da emissora. Sua participação na Retrospectiva 2024, gravada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, já demonstrou sua capacidade de conduzir formatos que vão além do telejornalismo tradicional.
No campo da atuação, as expectativas giram em torno de possíveis convites para séries, filmes ou peças teatrais. Embora Annenberg afirme não ter nada concreto, sua abertura a novos desafios sugere que o público pode ser surpreendido com um projeto inesperado. A jornalista, que sempre se guiou pela intuição em sua carreira, parece pronta para abraçar o que vier, seja na Globo, em plataformas de streaming ou nos palcos.
A relação com o público também será crucial. Annenberg, que já enfrentou golpes virtuais usando sua imagem, como denunciou em 2024, mantém uma base fiel de fãs que a acompanham tanto no jornalismo quanto em suas incursões artísticas. Sua habilidade em se conectar com diferentes gerações, aliada à sua experiência, pode ser o diferencial para consolidar sua volta à atuação.
O legado de uma comunicadora versátil
Sandra Annenberg é mais do que uma jornalista ou uma ex-atriz; ela é uma comunicadora que transcende formatos e expectativas. Sua trajetória, que começou nos palcos e passou pelas bancadas de telejornais, reflete a coragem de se reinventar em um mercado competitivo. A possibilidade de voltar a atuar, embora ainda incerta, é um testemunho de sua inquietação criativa e de sua vontade de explorar novos horizontes.
Aos 56 anos, Annenberg está em um momento de plenitude profissional e pessoal. Sua abertura para discutir temas como menopausa, família e carreira mostra uma profissional que não teme se expor, mesmo em um ambiente onde a imagem pública é cuidadosamente construída. Essa autenticidade, aliada à sua experiência, pode ser a chave para conquistar o público em eventuais projetos como atriz.
O futuro de Annenberg, seja no jornalismo, na atuação ou em uma combinação dos dois, promete ser tão vibrante quanto sua trajetória até aqui. Com a Globo como sua casa e o apoio de sua família, ela tem todas as ferramentas para escrever um novo capítulo em sua história, surpreendendo mais uma vez quem acompanha sua carreira.

Sandra Annenberg, um dos nomes mais conhecidos do jornalismo brasileiro, surpreendeu o público ao revelar seu interesse em retomar a carreira de atriz, atividade que marcou o início de sua trajetória profissional antes de se dedicar integralmente à apresentação de telejornais. Aos 56 anos, a apresentadora do Globo Repórter, que acumula 34 anos de contrato com a Globo, expressou em recente entrevista o desejo de explorar novamente os palcos e as telas como atriz, algo que não faz desde o início dos anos 1990. A declaração, feita em um momento de reflexão sobre sua carreira multifacetada, reacende discussões sobre a versatilidade de profissionais da mídia e os desafios de transitar entre jornalismo e dramaturgia. Annenberg, que construiu uma reputação sólida como jornalista, parece pronta para encarar novos desafios, motivada por sua paixão pelas artes cênicas e pela possibilidade de surpreender o público com um novo capítulo em sua trajetória.
A trajetória de Sandra Annenberg na televisão brasileira é marcada por uma evolução constante. Antes de se tornar referência em programas como Jornal Hoje e Globo Repórter, ela brilhou como atriz em produções como a minissérie República, exibida pela Globo em 1989, e a novela Cortina de Vidro, do SBT, no mesmo ano. Sua transição para o jornalismo, no entanto, foi tão bem-sucedida que muitos espectadores desconhecem ou esqueceram seu passado como atriz. A jornalista, que nunca escondeu suas raízes artísticas, destacou que a credibilidade conquistada ao longo de décadas no jornalismo pode ser um trunfo para sua volta à atuação, caso a oportunidade certa apareça.
A surpresa era SANDRA ANNENBERG no cenário do #JornalHoje!!
Como é bom ver ela no lugar que nunca deveria ter saído #JH #TVGlobo60Anos https://t.co/y5J0MpzZLl pic.twitter.com/VPrdR79Kkb— Paulo 📺 (@midiaspaulo) April 24, 2025
O interesse de Annenberg em retomar a atuação não surge do nada. Nos últimos anos, ela já deu sinais de que mantém uma conexão com as artes cênicas. Em 2023, por exemplo, participou da peça infantil Pedro e o Lobo, no Theatro Municipal de São Paulo, ao lado da Orquestra Experimental de Repertório. A experiência, que marcou seu retorno aos palcos após 32 anos, foi descrita por ela como um momento de redescoberta, embora tenha exigido enfrentar o “frio na barriga” de voltar a atuar. Essa apresentação, que teve a participação de sua filha, Elisa Annenberg-Paglia, estudante de artes cênicas em Nova York, reforça a influência familiar em sua decisão de revisitar essa faceta de sua carreira.
Raízes na atuação: uma carreira diversificada
Sandra Annenberg iniciou sua trajetória na televisão ainda jovem, com papéis em produções que, embora não sejam amplamente lembradas pelo grande público hoje, mostram sua versatilidade desde cedo. Na década de 1980, ela integrou o elenco de séries como Bronco, da Band, e Tarcísio & Glória, da Globo, além de atuar em A, E, I, O… Urca, outra minissérie da emissora carioca. Sua passagem pelo SBT, onde protagonizou Cortina de Vidro, também foi um marco, consolidando-a como uma promessa na dramaturgia antes de migrar para o jornalismo. Esses trabalhos, realizados antes de completar 25 anos, revelam uma profissional que, desde o início, não teve medo de explorar diferentes caminhos na televisão.
A transição para o jornalismo, no entanto, foi um divisor de águas. Contratada pela Globo em 1991, Annenberg rapidamente se destacou em programas como Fantástico, onde começou como repórter, e Jornal Hoje, que comandou por 16 anos. Sua habilidade em transmitir notícias com empatia e clareza a tornou uma das jornalistas mais queridas do país. Apesar do sucesso, ela nunca abandonou completamente sua essência artística, algo que, segundo ela, sempre esteve presente em sua forma de apresentar, com atenção à voz, expressão facial e tom das notícias.
A decisão de considerar um retorno à atuação reflete não apenas um desejo pessoal, mas também um momento de inflexão em sua carreira. Após deixar o Jornal Hoje em 2019, quando foi substituída por Maju Coutinho, Annenberg passou a dividir a apresentação do Globo Repórter com Glória Maria, e, após o falecimento da colega, assumiu o comando solo do programa. A mudança, embora bem-recebida por parte do público, gerou especulações sobre uma possível perda de espaço na emissora, o que a jornalista nega, afirmando estar satisfeita com sua posição atual.
Desafios de voltar a atuar após décadas
Retomar a carreira de atriz após mais de três décadas dedicadas ao jornalismo não é uma tarefa simples. Annenberg reconhece que o público, acostumado a vê-la como uma figura séria e confiável nas bancadas de telejornais, pode ter dificuldade em aceitá-la em papéis fictícios. Essa percepção, aliás, já foi um obstáculo em experiências passadas, como em 2014, quando participou de um quadro do programa Como Será?, simulando uma queda que viralizou nas redes sociais. A cena, que envolveu uma dublê, gerou críticas de profissionais do meio, que apontaram que Annenberg “esqueceu como atuar”. Apesar do episódio, ela encara as críticas com serenidade, vendo-as como parte do processo de se reinventar.
Outro desafio é o próprio mercado da atuação, que mudou significativamente desde os anos 1980. A ascensão das plataformas de streaming, como Globoplay, Netflix e Amazon Prime, trouxe novas oportunidades, mas também maior concorrência e exigências técnicas. Annenberg, no entanto, parece confiante em sua capacidade de se adaptar. Em entrevista, ela destacou que sua trajetória profissional sempre foi guiada pela abertura a novos desafios, nunca recusando oportunidades que julgasse interessantes.
A influência de sua filha, Elisa, também é um fator relevante. Aos 21 anos, Elisa estuda artes cênicas na Universidade de Nova York e já demonstrou talento em projetos artísticos, como a homenagem que fez ao pai, Ernesto Paglia, após sua saída da Globo em 2022. A jovem, que também participou da produção de Pedro e o Lobo, é uma inspiração para Annenberg, que já expressou o desejo de, um dia, atuar ao lado da filha. Essa conexão familiar reforça a ideia de que a atuação é, para ela, não apenas uma profissão, mas uma paixão compartilhada.
- Principais desafios para Annenberg na volta à atuação:
- Reconquistar a aceitação do público, habituado a sua imagem jornalística.
- Adaptar-se às novas dinâmicas do mercado audiovisual, com foco em streaming.
- Superar críticas e estereótipos sobre jornalistas que migram para a dramaturgia.
- Equilibrar a agenda do Globo Repórter com eventuais projetos de atuação.
Um novo capítulo na Globo?
A possibilidade de Sandra Annenberg voltar a atuar levanta questões sobre como a Globo, sua casa há 34 anos, pode aproveitar essa faceta da jornalista. A emissora, que celebra 60 anos em 2025, tem investido em projetos que misturam entretenimento e jornalismo, como especiais e séries que resgatam a história da televisão brasileira. Annenberg, que participou do Caldeirão do Mion em abril de 2025 para relembrar momentos marcantes da Globo, é vista como uma figura versátil, capaz de transitar entre formatos jornalísticos e artísticos. Sua experiência em produções como a minissérie República, já disponível no Globoplay, pode ser um ponto de partida para novos projetos.
Além disso, a Globo tem apostado em conteúdos que valorizam a nostalgia, como o remake de Vale Tudo, previsto para estrear em março de 2025. Nesse contexto, Annenberg poderia encontrar espaço em produções que exigem atores com forte presença midiática, algo que ela possui de sobra. A jornalista, no entanto, mantém os pés no chão, afirmando que não tem projetos concretos em vista, mas está aberta a oportunidades que se alinhem com seus interesses.
A relação de Annenberg com a Globo, embora sólida, não esteve isenta de rumores. Em 2020, especulou-se que a CNN Brasil teria interesse em contratá-la, oferecendo um programa matinal e uma revista eletrônica. A jornalista, porém, reafirmou sua lealdade à Globo, onde se sente realizada. Mais recentemente, em 2024, circularam boatos sobre uma possível aposentadoria, mas Annenberg desmentiu a informação, destacando que a aposentadoria, para ela, não significa parar de trabalhar, mas sim buscar novos desafios.
A influência da família e da nova geração
A decisão de Annenberg de considerar a atuação também é influenciada por sua família, especialmente por sua filha, Elisa. A jovem, que se mudou para os Estados Unidos em 2021 para estudar artes cênicas, tem se destacado em projetos acadêmicos e artísticos, como peças teatrais e produções independentes. Em 2024, Elisa usou as redes sociais para desabafar sobre o preconceito linguístico que enfrenta por seu sotaque paulista, mostrando uma postura combativa e engajada, características que parecem ecoar na mãe. A relação entre as duas é marcada por apoio mútuo, com Annenberg frequentemente elogiando o talento e a dedicação da filha.
Ernesto Paglia, marido de Annenberg e ex-repórter da Globo, também desempenha um papel importante em sua trajetória. Após deixar a emissora em 2022, após 43 anos de carreira, Paglia recebeu uma homenagem emocionada da esposa, que destacou sua influência como profissional e parceiro. A saída de Paglia, embora tenha sido um momento difícil, parece ter estimulado Annenberg a refletir sobre sua própria carreira e os caminhos que ainda deseja trilhar.
A nova geração de artistas, representada por figuras como Elisa, também inspira Annenberg a se reinventar. Em um mercado onde a diversidade e a representatividade ganham cada vez mais espaço, a jornalista vê na atuação uma forma de contribuir para narrativas mais plurais. Sua filha, por exemplo, já manifestou o desejo de aumentar a representatividade de atores latinos em Hollywood, uma meta que ressoa com os valores de Annenberg, que sempre defendeu a importância de dar voz a diferentes perspectivas.
Marcos da carreira de Sandra Annenberg
A trajetória de Sandra Annenberg é repleta de momentos que ilustram sua versatilidade e dedicação. Para contextualizar sua possível volta à atuação, vale destacar alguns marcos de sua carreira:
- 1988-1990: Atuou em produções como Bronco (Band), Cortina de Vidro (SBT) e minisséries da Globo, como República e Tarcísio & Glória.
- 1991: Ingressou na Globo como repórter do Fantástico, iniciando sua carreira jornalística.
- 2003-2019: Comandou o Jornal Hoje, tornando-se um dos rostos mais conhecidos do telejornalismo brasileiro.
- 2019: Passou a apresentar o Globo Repórter, inicialmente ao lado de Glória Maria.
- 2023: Retornou aos palcos com a peça Pedro e o Lobo, em São Paulo, após 32 anos sem atuar.
- 2024: Apresentou a Retrospectiva 2024 da Globo, reforçando sua relevância na emissora.
O impacto da menopausa na vida profissional
Além de discutir sua carreira, Annenberg também abordou, em entrevistas recentes, os impactos da menopausa em sua vida, um tema que ela considera essencial para normalizar. Aos 50 anos, a jornalista enfrentou sintomas como suores noturnos e nevoeiro mental, que, segundo ela, trouxeram desafios tanto pessoais quanto profissionais. Sua abertura ao falar sobre o assunto reflete uma postura progressista, alinhada com sua geração, que busca quebrar tabus e promover discussões sobre saúde feminina.
A experiência com a menopausa, embora desafiadora, não diminuiu sua energia para novos projetos. Pelo contrário, Annenberg vê essa fase como um momento de renovação, no qual pode explorar novas facetas de sua identidade, incluindo a atuação. Sua disposição em abordar temas pessoais com transparência fortalece sua conexão com o público, que a enxerga não apenas como uma profissional, mas como uma figura humana e acessível.
A relação entre saúde, bem-estar e carreira também influencia sua visão sobre o futuro. Em 2023, Annenberg viralizou nas redes sociais ao compartilhar uma foto de biquíni, celebrando sua boa forma e disposição aos 55 anos. A imagem, acompanhada de uma mensagem otimista sobre o ano novo, reforçou sua imagem de alguém que encara a vida com leveza e determinação, qualidades que podem ser decisivas em sua eventual volta à atuação.
O mercado audiovisual em transformação
O interesse de Annenberg em atuar coincide com um momento de transformação no mercado audiovisual brasileiro. Plataformas como Globoplay, que já disponibiliza produções antigas da Globo, como República, têm ampliado o acesso a conteúdos clássicos, enquanto novas séries e filmes buscam atores com experiência e carisma. Nesse cenário, Annenberg poderia encontrar oportunidades tanto em projetos nostálgicos, que resgatam a história da televisão, quanto em produções contemporâneas, que valorizam narrativas diversificadas.
A Globo, por sua vez, tem investido em formatos que misturam jornalismo e entretenimento, como o quadro Deu Petch, apresentado por Xuxa Meneghel no Fantástico, e Prazer, Renata 60+, comandado por Renata Ceribelli. Esses projetos mostram que a emissora está aberta a experimentar, o que pode beneficiar Annenberg, cuja experiência em ambos os campos a torna uma candidata ideal para iniciativas inovadoras.
Além disso, o crescimento do streaming tem aberto portas para atores de diferentes idades e trajetórias. Séries como Bom Dia, Verônica, da Netflix, e Cidade Invisível, do mesmo serviço, provam que o público brasileiro está ávido por histórias locais, criando um ambiente favorável para Annenberg explorar papéis que combinem sua experiência jornalística com sua formação artística.
- Oportunidades no mercado audiovisual para Annenberg:
- Participação em séries e filmes do Globoplay, aproveitando sua história com a Globo.
- Papéis em produções nostálgicas, como remakes ou especiais sobre a televisão brasileira.
- Projetos que misturem jornalismo e dramaturgia, como docudramas ou séries baseadas em fatos reais.
- Colaborações com a nova geração de atores, incluindo sua filha, Elisa.
Expectativas para 2025
O ano de 2025 promete ser um marco para Sandra Annenberg, tanto no jornalismo quanto na possível retomada de sua carreira de atriz. Além de comandar o Globo Repórter, que ganhará uma nova temporada com reportagens investigativas, ela estará envolvida em projetos especiais da Globo, como a cobertura dos 60 anos da emissora. Sua participação na Retrospectiva 2024, gravada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, já demonstrou sua capacidade de conduzir formatos que vão além do telejornalismo tradicional.
No campo da atuação, as expectativas giram em torno de possíveis convites para séries, filmes ou peças teatrais. Embora Annenberg afirme não ter nada concreto, sua abertura a novos desafios sugere que o público pode ser surpreendido com um projeto inesperado. A jornalista, que sempre se guiou pela intuição em sua carreira, parece pronta para abraçar o que vier, seja na Globo, em plataformas de streaming ou nos palcos.
A relação com o público também será crucial. Annenberg, que já enfrentou golpes virtuais usando sua imagem, como denunciou em 2024, mantém uma base fiel de fãs que a acompanham tanto no jornalismo quanto em suas incursões artísticas. Sua habilidade em se conectar com diferentes gerações, aliada à sua experiência, pode ser o diferencial para consolidar sua volta à atuação.
O legado de uma comunicadora versátil
Sandra Annenberg é mais do que uma jornalista ou uma ex-atriz; ela é uma comunicadora que transcende formatos e expectativas. Sua trajetória, que começou nos palcos e passou pelas bancadas de telejornais, reflete a coragem de se reinventar em um mercado competitivo. A possibilidade de voltar a atuar, embora ainda incerta, é um testemunho de sua inquietação criativa e de sua vontade de explorar novos horizontes.
Aos 56 anos, Annenberg está em um momento de plenitude profissional e pessoal. Sua abertura para discutir temas como menopausa, família e carreira mostra uma profissional que não teme se expor, mesmo em um ambiente onde a imagem pública é cuidadosamente construída. Essa autenticidade, aliada à sua experiência, pode ser a chave para conquistar o público em eventuais projetos como atriz.
O futuro de Annenberg, seja no jornalismo, na atuação ou em uma combinação dos dois, promete ser tão vibrante quanto sua trajetória até aqui. Com a Globo como sua casa e o apoio de sua família, ela tem todas as ferramentas para escrever um novo capítulo em sua história, surpreendendo mais uma vez quem acompanha sua carreira.
