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24 Apr 2025, Thu

Velório do Papa Francisco atrai 61 mil fiéis em 2 dias na Basílica de São Pedro antes do sepultamento em Santa Maria Maggiore

Papa Francisco


Milhares de pessoas formaram longas filas na Basílica de São Pedro, no Vaticano, para prestar homenagens ao papa Francisco, cujo velório público começou na quarta-feira (23) e se estende até sexta-feira (25). Até as 8h desta quinta-feira (24), horário de Brasília, mais de 61 mil fiéis já haviam passado pelo local, segundo o Vaticano. O pontífice, falecido na segunda-feira (21) aos 88 anos, será sepultado no sábado (26) na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, rompendo uma tradição de mais de um século de enterros na Basílica de São Pedro. A escolha reflete a simplicidade e a devoção mariana que marcaram os quase 12 anos de seu papado.

A cerimônia fúnebre, marcada para as 5h de sábado (horário de Brasília), será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, e contará com a presença de líderes mundiais, como os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Donald Trump, Volodymyr Zelensky e Javier Milei. Após a missa exequial, o caixão seguirá em procissão para a Basílica de Santa Maria Maggiore, onde o corpo de Francisco será depositado em um túmulo de mármore ligure, material escolhido em homenagem às raízes familiares do pontífice na região italiana da Ligúria.

A partir de domingo (27), o túmulo estará aberto permanentemente para visitação, permitindo que fiéis de todo o mundo continuem a prestar suas homenagens. A decisão de Francisco de ser enterrado fora do Vaticano, em um local dedicado à Virgem Maria, reforça sua identidade como um pastor humilde, distante de ostentação, e marca um momento histórico para a Igreja Católica.

Detalhes do túmulo em Santa Maria Maggiore

O Vaticano revelou na quinta-feira (24) a imagem do túmulo que abrigará os restos mortais do papa Francisco na Basílica de Santa Maria Maggiore. Construído em mármore originário da Ligúria, o túmulo apresenta uma inscrição simples com a palavra “FRANCISCUS” e a reprodução da cruz peitoral usada pelo pontífice durante seu papado. Localizado na nave lateral, entre a Capela Paulina e a Capela Sforza, o túmulo fica próximo ao Altar de São Francisco, reforçando a conexão espiritual do papa com o santo homônimo, conhecido pela simplicidade e dedicação aos pobres.

A escolha do mármore ligure foi um pedido pessoal de Francisco, que desejava homenagear a terra de seus avós, imigrantes italianos que partiram para a Argentina no início do século XX. O cardeal Rolandas Makrickas, em entrevista à imprensa italiana, destacou que o material simboliza a ligação do pontífice com suas raízes familiares e sua espiritualidade profundamente enraizada na humildade. A ausência de ornamentos elaborados no túmulo reflete as reformas promovidas por Francisco nos rituais fúnebres papais, que buscavam enfatizar o papel do papa como pastor, e não como um líder político ou monarca.

A Basílica de Santa Maria Maggiore, um dos quatro principais templos papais de Roma, é considerada o maior santuário mariano do cristianismo ocidental. Francisco visitava o local regularmente, especialmente antes e depois de viagens internacionais, para rezar diante do ícone da Salus Populi Romani, uma imagem da Virgem Maria venerada pelos romanos. Sua decisão de ser sepultado ali, expressa em um testamento assinado em 2022, rompe com a tradição de sepultamentos nas grutas da Basílica de São Pedro, onde repousam cerca de 90 papas.

Rituais fúnebres simplificados por Francisco

Francisco, ao longo de seu pontificado, implementou mudanças significativas nos rituais fúnebres papais, com o objetivo de torná-los mais simples e alinhados à sua visão de uma Igreja voltada para os pobres e desprovida de pompa. Em novembro de 2024, ele aprovou uma nova edição do livro “Ordo Exsequiarum Romani Pontificis”, que regula as cerimônias fúnebres dos pontífices. Entre as alterações, destaca-se a eliminação do catafalco, uma plataforma elevada usada para exibir o corpo do papa, e a substituição dos tradicionais três caixões (de cipreste, chumbo e carvalho) por um único caixão de madeira revestido de zinco.

O caixão de Francisco, exposto na Basílica de São Pedro, reflete essa simplicidade. O pontífice é velado com uma batina branca, vestes litúrgicas vermelhas, a mitra branca na cabeça e um rosário nas mãos. Um véu de seda branca será colocado sobre seu rosto antes do fechamento do caixão, marcado para sexta-feira (25) às 15h, em um rito presidido pelo cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Igreja Romana. No caixão, serão depositados uma bolsa com moedas cunhadas durante seu pontificado e um tubo contendo o rogito, documento que relata os principais atos de sua vida e papado.

As mudanças também incluem a redução do número de velórios de dois para um e a abolição da cerimônia formal de fechamento do caixão. Essas reformas, segundo o mestre de cerimônias litúrgicas do Vaticano, monsenhor Diego Ravelli, visam destacar que o funeral de um papa é o de um discípulo de Cristo, e não de um governante poderoso. A decisão de ser sepultado em Santa Maria Maggiore, fora do Vaticano, reforça essa mensagem, sendoproduto de um pastor humilde e dedicado aos pobres.

Cronograma das cerimônias fúnebres

As cerimônias fúnebres de Francisco seguem um cronograma cuidadosamente organizado, que começou na segunda-feira (21), após sua morte, e se estende até o início de maio, com o conclave para a eleição do novo papa. Abaixo, os principais momentos do processo:

  • Segunda-feira (21): Certificação oficial da morte de Francisco, às 2h35 (horário de Brasília), seguida da colocação do corpo no caixão na Capela de Santa Marta.
  • Quarta-feira (23): Início do velório público na Basílica de São Pedro, às 6h (horário de Brasília), com a procissão do caixão a partir da Casa Santa Marta.
  • Sexta-feira (25): Encerramento do velório às 14h e fechamento do caixão às 15h, com rito presidido pelo cardeal Kevin Joseph Farrell.
  • Sábado (26): Missa exequial às 5h (horário de Brasília), presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, seguida da procissão para a Basílica de Santa Maria Maggiore e sepultamento.
  • Domingo (27): Abertura permanente do túmulo para visitação dos fiéis.
  • 6 a 11 de maio: Previsão para o conclave, que elegerá o sucessor de Francisco, a ser realizado entre 15 e 20 dias após a morte do papa, conforme as regras do Vaticano.

Multidão presta homenagens na Basílica de São Pedro

O velório de Francisco na Basílica de São Pedro tem atraído uma multidão de fiéis, superando as expectativas do Vaticano. No primeiro dia, a basílica permaneceu aberta quase duas horas além do previsto, até as 20h50 de quarta-feira (23), devido ao grande número de pessoas na fila. Até o início da manhã de quinta-feira (24), cerca de 61 mil fiéis haviam passado pelo local, muitos emocionados e em silêncio, enquanto rezavam ou registravam o momento com seus celulares. A presença de religiosos, autoridades e devotos de diversas partes do mundo reforça a relevância global do pontífice.

A procissão que levou o caixão da Casa Santa Marta à Basílica de São Pedro, na manhã de quarta-feira, foi marcada por momentos de emoção. Cardeais, prelados e membros da Guarda Suíça escoltaram o corpo, enquanto fiéis se reuniam na Praça de São Pedro para acompanhar o trajeto. O cardeal Kevin Joseph Farrell conduziu uma Liturgia da Palavra diante do Altar da Confissão, abrindo oficialmente o período de visitação. Durante o velório, missas e orações são realizadas continuamente, criando um ambiente de reflexão e despedida.

A presença de líderes mundiais no velório e no funeral destaca a influência de Francisco além dos limites da Igreja Católica. Além de presidentes como Lula, Trump, Zelensky e Milei, espera-se a participação de representantes de outras religiões e delegações de mais de 70 países. A segurança na região### Multidão presta homenagens na Basílica de São Pedro (continuação)
área da Praça de São Pedro foi reforçada com detectores de metais e controle de fluxo de fiéis, garantindo a segurança durante as cerimônias. A expectativa é que mais de 300 mil pessoas estejam presentes na missa exequial, que será realizada ao ar livre, em frente à basílica, para acomodar a multidão.

Legado de Francisco e impacto global

Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, Argentina, em 17 de dezembro de 1936, foi o primeiro papa latino-americano e o primeiro a assumir o cargo após a renúncia de um antecessor, Bento XVI, em 2013. Durante seus quase 12 anos de pontificado, ele promoveu reformas significativas na Igreja Católica, com foco na inclusão, justiça social e cuidado com o meio ambiente. Sua encíclica “Laudato Si’”, publicada em 2015, tornou-se um marco na defesa da preservação ambiental, enquanto suas mensagens de paz e desarmamento, como a pronunciada na Páscoa de 2025, ressoaram globalmente.

O pontífice também quebrou protocolos tradicionais, optando por viver na Casa Santa Marta, em vez do Palácio Apostólico, e adotando um estilo de vida simples. Suas viagens internacionais, que incluíram países como Indonésia, Portugal, Ucrânia e Brasil, reforçaram sua proximidade com os fiéis e sua mensagem de solidariedade. No Brasil, sua visita ao Santuário de Aparecida, em 2013, atraiu milhares de pessoas, que acompanharam a missa transmitida por telões na área externa da basílica.

A morte de Francisco, causada por um acidente vascular cerebral (AVC) seguido de insuficiência cardíaca, marcou o fim de um pontificado que transformou a imagem da Igreja Católica. Sua última aparição pública, no Domingo de Páscoa (20 de abril), foi marcada por uma bênção aos fiéis da varanda da Basílica de São Pedro, apesar de sua saúde fragilizada. Em uma cadeira de rodas e com dificuldades para falar, ele passou a palavra ao monsenhor Diego Ravelli, que leu a mensagem “Urbi et Orbi”, reforçando seu apelo por paz e desarmamento.

Preparativos para o conclave

Com a morte de Francisco, a Igreja Católica entrou no período conhecido como “Sé Vacante”, durante o qual o governo da Igreja é conduzido pelo cardeal camerlengo, Kevin Joseph Farrell, até a eleição do novo papa. O Colégio dos Cardeais, composto por 252 membros, dos quais 135 têm menos de 80 anos e direito a voto, já iniciou as chamadas Congregações Gerais, reuniões para discutir questões administrativas e preparar o conclave.

O conclave, previsto para ocorrer entre 6 e 11 de maio, será realizado na Capela Sistina, onde os cardeais eleitores votarão até que um candidato alcance dois terços dos votos. O processo pode ser antecipado se todos os cardeais estiverem presentes e houver consenso. A escolha do novo papa marcará o início de um novo capítulo para a Igreja, que enfrenta desafios como a secularização, a inclusão de minorias e a renovação espiritual.

Oito cardeais brasileiros integram o Colégio dos Cardeais, sendo sete aptos a votar no conclave. A participação brasileira reflete a relevância da Igreja no país, que abriga a maior população católica do mundo. A expectativa é que o novo papa continue o legado de Francisco, promovendo uma Igreja mais aberta e engajada com as questões globais.

Homenagens e impacto emocional

A morte de Francisco gerou uma onda de homenagens em todo o mundo. Em Roma, fiéis se reuniram na Praça de São Pedro para rezar o terço em memória do pontífice, enquanto igrejas em diversos países realizaram missas em sua intenção. No Brasil, o governador do Paraná decretou luto oficial de três dias, destacando os ensinamentos de Francisco sobre solidariedade e cuidado com os mais pobres.

Nas redes sociais, mensagens de pesar e agradecimento ao pontífice viralizaram, com fiéis compartilhando frases de suas homilias e encíclicas. A hashtag #PapaFrancisco alcançou milhões de menções, refletindo o impacto de seu ministério. Líderes religiosos de outras tradições, como o judaísmo e o islamismo, também expressaram condolências, reconhecendo o papel de Francisco na promoção do diálogo inter-religioso.

A emoção marcou o velório na Basílica de São Pedro, onde freiras, bispos e fiéis comuns se despediram do pontífice com lágrimas e orações. Uma freira, entrevistada por um canal de televisão italiano, descreveu o momento como “muito especial”, lembrando sua proximidade com Francisco durante uma audiência no Vaticano, anos atrás. A presença de jovens, idosos e famílias no velório reforça a universalidade do legado do papa, que tocou corações em todos os continentes.

Tradições e curiosidades dos ritos fúnebres

Os rituais fúnebres de um papa seguem tradições seculares, adaptadas por Francisco para refletir sua simplicidade. Durante o fechamento do caixão, na sexta-feira (25), serão realizados procedimentos descritos no “Ordo Exsequiarum Romani Pontificis”. Entre eles, destacam-se:

  • Rezas em latim: O mestre de cerimônias, Diego Ravelli, conduz orações alternadas com momentos de silêncio, criando um ambiente solene.
  • Bolsa de moedas: Um saco com medalhas cunhadas durante o pontificado é colocado no caixão, simbolizando os anos de serviço do papa.
  • Água benta: O caixão é aspergido com água benta por Ravelli, em um gesto de purificação e bênção.
  • Documentos oficiais: Uma ata assinada pelo camerlengo e outras autoridades atesta o fechamento do caixão e o sepultamento.

Na Basílica de Santa Maria Maggiore, o rito de inumação será presidido pelo cardeal Kevin Joseph Farrell. Após a deposição do caixão na tumba, os presentes entoarão o “Salve Regina”, uma oração mariana em latim, em homenagem à Virgem Maria, tão cara a Francisco. A simplicidade do túmulo, sem ornamentos ou decorações elaboradas, contrasta com a grandiosidade dos sepultamentos de papas anteriores, como João Paulo II, cujas exéquias atraíram cerca de 2 milhões de pessoas.

Basílica de Santa Maria Maggiore: um local especial

A escolha de Francisco por Santa Maria Maggiore como local de sepultamento reflete sua espiritualidade mariana e sua ligação com a Virgem Maria. A basílica, construída no século V, é uma das mais antigas igrejas dedicadas a Maria no cristianismo ocidental. Seu interior abriga mosaicos bizantinos, relíquias sagradas e o ícone da Salus Populi Romani, que Francisco venerava com frequência.

O túmulo, situado perto do Altar de São Francisco, foi projetado para ser acessível aos fiéis, permitindo visitas permanentes a partir de domingo (27). A inscrição “FRANCISCUS” e a cruz peitoral gravada no mármore reforçam a identidade do papa como um líder humilde, cujo legado transcende as fronteiras da Igreja. A localização do túmulo, entre as capelas Paulina e Sforza, facilita o acesso dos peregrinos, que poderão rezar e depositar flores no local.

A decisão de Francisco de ser sepultado fora do Vaticano é um marco histórico, sendo o primeiro papa a fazê-lo desde Leão XIII, em 1903, que repousa na Basílica de São João de Latrão. A escolha reforça a visão de Francisco de uma Igreja descentralizada, mais próxima dos fiéis e menos atrelada às estruturas de poder.

Presença de líderes mundiais no funeral

O funeral de Francisco, marcado para sábado (26), será um evento de proporções globais, com a participação de chefes de Estado e governo de diversos países. A presença de figuras como Lula, Trump, Zelensky e Milei destaca a relevância diplomática do pontífice, que se reuniu com líderes de diferentes ideologias ao longo de seu papado. Em 2023, por exemplo, Francisco recebeu Zelensky no Vaticano, discutindo a guerra na Ucrânia, e encontrou Milei durante a canonização da primeira santa argentina.

A missa exequial, realizada no átrio da Basílica de São Pedro, será acompanhada por delegações de mais de 70 nações, incluindo representantes de organizações internacionais. A homilia, a cargo do cardeal Giovanni Battista Re, refletirá sobre a vida e a espiritualidade de Francisco, destacando sua mensagem de misericórdia e inclusão. A cerimônia será transmitida ao vivo por emissoras de todo o mundo, alcançando milhões de espectadores.

A participação de líderes religiosos de outras tradições, como rabinos e imãs, reforça o compromisso de Francisco com o diálogo inter-religioso. Durante seu pontificado, ele promoveu encontros históricos, como a assinatura do Documento sobre a Fraternidade Humana, em 2019, com o grande imã de Al-Azhar, no Egito. A presença de tais figuras no funeral simboliza a continuidade desse legado.

Impacto na Igreja e perspectivas futuras

A morte de Francisco marca o fim de uma era para a Igreja Católica, que agora enfrenta o desafio de escolher um sucessor capaz de dar continuidade às suas reformas. O conclave, que reunirá cardeais de todos os continentes, será um momento de reflexão sobre o futuro da Igreja em um mundo marcado por polarizações, desigualdades e crises ambientais.

As reformas de Francisco, como a abertura a minorias, a descentralização do poder e a ênfase na sinodalidade, devem influenciar a escolha do próximo papa. A nomeação de cardeais de regiões periféricas, como Ásia, África e América Latina, aumentou a diversidade do Colégio Cardinalício, o que pode resultar na eleição de um papa não europeu, seguindo o precedente estabelecido por Francisco.

Os desafios do próximo pontificado incluem a renovação da evangelização, a inclusão de mulheres em papéis de liderança e o enfrentamento de escândalos, como os casos de abuso sexual. A mensagem de Francisco sobre uma “Igreja em saída”, que vai ao encontro dos pobres e marginalizados, continuará a inspirar as decisões do novo papa.

Devoção dos fiéis e peregrinações futuras

A abertura do túmulo de Francisco para visitação permanente, a partir de domingo (27), deve atrair milhares de peregrinos à Basílica de Santa Maria Maggiore. A proximidade do local com outros pontos de peregrinação em Roma, como a Basílica de São Pedro e o Coliseu, facilita o acesso dos visitantes. A expectativa é que o túmulo se torne um novo ponto de devoção, semelhante ao de João Paulo II, cujas relíquias na Basílica de São Pedro atraem milhões de fiéis anualmente.

Os peregrinos poderão rezar, acender velas e deixar mensagens no túmulo, que será mantido sob vigilância para preservar sua integridade. A presença do ícone da Salus Populi Romani, a poucos metros do túmulo, reforça o caráter mariano do local, atraindo devotos da Virgem Maria. A basílica também planeja oferecer missas diárias em memória de Francisco, integrando seu legado às celebrações litúrgicas.

A devoção a Francisco, que já é visto por muitos como um santo, pode levar a Igreja a iniciar um processo de canonização nos próximos anos. Sua vida de serviço, marcada pela humildade e pela defesa dos pobres, atende aos critérios para a santidade, embora o processo exija a comprovação de milagres atribuídos à sua intercessão.



Milhares de pessoas formaram longas filas na Basílica de São Pedro, no Vaticano, para prestar homenagens ao papa Francisco, cujo velório público começou na quarta-feira (23) e se estende até sexta-feira (25). Até as 8h desta quinta-feira (24), horário de Brasília, mais de 61 mil fiéis já haviam passado pelo local, segundo o Vaticano. O pontífice, falecido na segunda-feira (21) aos 88 anos, será sepultado no sábado (26) na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, rompendo uma tradição de mais de um século de enterros na Basílica de São Pedro. A escolha reflete a simplicidade e a devoção mariana que marcaram os quase 12 anos de seu papado.

A cerimônia fúnebre, marcada para as 5h de sábado (horário de Brasília), será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, e contará com a presença de líderes mundiais, como os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Donald Trump, Volodymyr Zelensky e Javier Milei. Após a missa exequial, o caixão seguirá em procissão para a Basílica de Santa Maria Maggiore, onde o corpo de Francisco será depositado em um túmulo de mármore ligure, material escolhido em homenagem às raízes familiares do pontífice na região italiana da Ligúria.

A partir de domingo (27), o túmulo estará aberto permanentemente para visitação, permitindo que fiéis de todo o mundo continuem a prestar suas homenagens. A decisão de Francisco de ser enterrado fora do Vaticano, em um local dedicado à Virgem Maria, reforça sua identidade como um pastor humilde, distante de ostentação, e marca um momento histórico para a Igreja Católica.

Detalhes do túmulo em Santa Maria Maggiore

O Vaticano revelou na quinta-feira (24) a imagem do túmulo que abrigará os restos mortais do papa Francisco na Basílica de Santa Maria Maggiore. Construído em mármore originário da Ligúria, o túmulo apresenta uma inscrição simples com a palavra “FRANCISCUS” e a reprodução da cruz peitoral usada pelo pontífice durante seu papado. Localizado na nave lateral, entre a Capela Paulina e a Capela Sforza, o túmulo fica próximo ao Altar de São Francisco, reforçando a conexão espiritual do papa com o santo homônimo, conhecido pela simplicidade e dedicação aos pobres.

A escolha do mármore ligure foi um pedido pessoal de Francisco, que desejava homenagear a terra de seus avós, imigrantes italianos que partiram para a Argentina no início do século XX. O cardeal Rolandas Makrickas, em entrevista à imprensa italiana, destacou que o material simboliza a ligação do pontífice com suas raízes familiares e sua espiritualidade profundamente enraizada na humildade. A ausência de ornamentos elaborados no túmulo reflete as reformas promovidas por Francisco nos rituais fúnebres papais, que buscavam enfatizar o papel do papa como pastor, e não como um líder político ou monarca.

A Basílica de Santa Maria Maggiore, um dos quatro principais templos papais de Roma, é considerada o maior santuário mariano do cristianismo ocidental. Francisco visitava o local regularmente, especialmente antes e depois de viagens internacionais, para rezar diante do ícone da Salus Populi Romani, uma imagem da Virgem Maria venerada pelos romanos. Sua decisão de ser sepultado ali, expressa em um testamento assinado em 2022, rompe com a tradição de sepultamentos nas grutas da Basílica de São Pedro, onde repousam cerca de 90 papas.

Rituais fúnebres simplificados por Francisco

Francisco, ao longo de seu pontificado, implementou mudanças significativas nos rituais fúnebres papais, com o objetivo de torná-los mais simples e alinhados à sua visão de uma Igreja voltada para os pobres e desprovida de pompa. Em novembro de 2024, ele aprovou uma nova edição do livro “Ordo Exsequiarum Romani Pontificis”, que regula as cerimônias fúnebres dos pontífices. Entre as alterações, destaca-se a eliminação do catafalco, uma plataforma elevada usada para exibir o corpo do papa, e a substituição dos tradicionais três caixões (de cipreste, chumbo e carvalho) por um único caixão de madeira revestido de zinco.

O caixão de Francisco, exposto na Basílica de São Pedro, reflete essa simplicidade. O pontífice é velado com uma batina branca, vestes litúrgicas vermelhas, a mitra branca na cabeça e um rosário nas mãos. Um véu de seda branca será colocado sobre seu rosto antes do fechamento do caixão, marcado para sexta-feira (25) às 15h, em um rito presidido pelo cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Igreja Romana. No caixão, serão depositados uma bolsa com moedas cunhadas durante seu pontificado e um tubo contendo o rogito, documento que relata os principais atos de sua vida e papado.

As mudanças também incluem a redução do número de velórios de dois para um e a abolição da cerimônia formal de fechamento do caixão. Essas reformas, segundo o mestre de cerimônias litúrgicas do Vaticano, monsenhor Diego Ravelli, visam destacar que o funeral de um papa é o de um discípulo de Cristo, e não de um governante poderoso. A decisão de ser sepultado em Santa Maria Maggiore, fora do Vaticano, reforça essa mensagem, sendoproduto de um pastor humilde e dedicado aos pobres.

Cronograma das cerimônias fúnebres

As cerimônias fúnebres de Francisco seguem um cronograma cuidadosamente organizado, que começou na segunda-feira (21), após sua morte, e se estende até o início de maio, com o conclave para a eleição do novo papa. Abaixo, os principais momentos do processo:

  • Segunda-feira (21): Certificação oficial da morte de Francisco, às 2h35 (horário de Brasília), seguida da colocação do corpo no caixão na Capela de Santa Marta.
  • Quarta-feira (23): Início do velório público na Basílica de São Pedro, às 6h (horário de Brasília), com a procissão do caixão a partir da Casa Santa Marta.
  • Sexta-feira (25): Encerramento do velório às 14h e fechamento do caixão às 15h, com rito presidido pelo cardeal Kevin Joseph Farrell.
  • Sábado (26): Missa exequial às 5h (horário de Brasília), presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, seguida da procissão para a Basílica de Santa Maria Maggiore e sepultamento.
  • Domingo (27): Abertura permanente do túmulo para visitação dos fiéis.
  • 6 a 11 de maio: Previsão para o conclave, que elegerá o sucessor de Francisco, a ser realizado entre 15 e 20 dias após a morte do papa, conforme as regras do Vaticano.

Multidão presta homenagens na Basílica de São Pedro

O velório de Francisco na Basílica de São Pedro tem atraído uma multidão de fiéis, superando as expectativas do Vaticano. No primeiro dia, a basílica permaneceu aberta quase duas horas além do previsto, até as 20h50 de quarta-feira (23), devido ao grande número de pessoas na fila. Até o início da manhã de quinta-feira (24), cerca de 61 mil fiéis haviam passado pelo local, muitos emocionados e em silêncio, enquanto rezavam ou registravam o momento com seus celulares. A presença de religiosos, autoridades e devotos de diversas partes do mundo reforça a relevância global do pontífice.

A procissão que levou o caixão da Casa Santa Marta à Basílica de São Pedro, na manhã de quarta-feira, foi marcada por momentos de emoção. Cardeais, prelados e membros da Guarda Suíça escoltaram o corpo, enquanto fiéis se reuniam na Praça de São Pedro para acompanhar o trajeto. O cardeal Kevin Joseph Farrell conduziu uma Liturgia da Palavra diante do Altar da Confissão, abrindo oficialmente o período de visitação. Durante o velório, missas e orações são realizadas continuamente, criando um ambiente de reflexão e despedida.

A presença de líderes mundiais no velório e no funeral destaca a influência de Francisco além dos limites da Igreja Católica. Além de presidentes como Lula, Trump, Zelensky e Milei, espera-se a participação de representantes de outras religiões e delegações de mais de 70 países. A segurança na região### Multidão presta homenagens na Basílica de São Pedro (continuação)
área da Praça de São Pedro foi reforçada com detectores de metais e controle de fluxo de fiéis, garantindo a segurança durante as cerimônias. A expectativa é que mais de 300 mil pessoas estejam presentes na missa exequial, que será realizada ao ar livre, em frente à basílica, para acomodar a multidão.

Legado de Francisco e impacto global

Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, Argentina, em 17 de dezembro de 1936, foi o primeiro papa latino-americano e o primeiro a assumir o cargo após a renúncia de um antecessor, Bento XVI, em 2013. Durante seus quase 12 anos de pontificado, ele promoveu reformas significativas na Igreja Católica, com foco na inclusão, justiça social e cuidado com o meio ambiente. Sua encíclica “Laudato Si’”, publicada em 2015, tornou-se um marco na defesa da preservação ambiental, enquanto suas mensagens de paz e desarmamento, como a pronunciada na Páscoa de 2025, ressoaram globalmente.

O pontífice também quebrou protocolos tradicionais, optando por viver na Casa Santa Marta, em vez do Palácio Apostólico, e adotando um estilo de vida simples. Suas viagens internacionais, que incluíram países como Indonésia, Portugal, Ucrânia e Brasil, reforçaram sua proximidade com os fiéis e sua mensagem de solidariedade. No Brasil, sua visita ao Santuário de Aparecida, em 2013, atraiu milhares de pessoas, que acompanharam a missa transmitida por telões na área externa da basílica.

A morte de Francisco, causada por um acidente vascular cerebral (AVC) seguido de insuficiência cardíaca, marcou o fim de um pontificado que transformou a imagem da Igreja Católica. Sua última aparição pública, no Domingo de Páscoa (20 de abril), foi marcada por uma bênção aos fiéis da varanda da Basílica de São Pedro, apesar de sua saúde fragilizada. Em uma cadeira de rodas e com dificuldades para falar, ele passou a palavra ao monsenhor Diego Ravelli, que leu a mensagem “Urbi et Orbi”, reforçando seu apelo por paz e desarmamento.

Preparativos para o conclave

Com a morte de Francisco, a Igreja Católica entrou no período conhecido como “Sé Vacante”, durante o qual o governo da Igreja é conduzido pelo cardeal camerlengo, Kevin Joseph Farrell, até a eleição do novo papa. O Colégio dos Cardeais, composto por 252 membros, dos quais 135 têm menos de 80 anos e direito a voto, já iniciou as chamadas Congregações Gerais, reuniões para discutir questões administrativas e preparar o conclave.

O conclave, previsto para ocorrer entre 6 e 11 de maio, será realizado na Capela Sistina, onde os cardeais eleitores votarão até que um candidato alcance dois terços dos votos. O processo pode ser antecipado se todos os cardeais estiverem presentes e houver consenso. A escolha do novo papa marcará o início de um novo capítulo para a Igreja, que enfrenta desafios como a secularização, a inclusão de minorias e a renovação espiritual.

Oito cardeais brasileiros integram o Colégio dos Cardeais, sendo sete aptos a votar no conclave. A participação brasileira reflete a relevância da Igreja no país, que abriga a maior população católica do mundo. A expectativa é que o novo papa continue o legado de Francisco, promovendo uma Igreja mais aberta e engajada com as questões globais.

Homenagens e impacto emocional

A morte de Francisco gerou uma onda de homenagens em todo o mundo. Em Roma, fiéis se reuniram na Praça de São Pedro para rezar o terço em memória do pontífice, enquanto igrejas em diversos países realizaram missas em sua intenção. No Brasil, o governador do Paraná decretou luto oficial de três dias, destacando os ensinamentos de Francisco sobre solidariedade e cuidado com os mais pobres.

Nas redes sociais, mensagens de pesar e agradecimento ao pontífice viralizaram, com fiéis compartilhando frases de suas homilias e encíclicas. A hashtag #PapaFrancisco alcançou milhões de menções, refletindo o impacto de seu ministério. Líderes religiosos de outras tradições, como o judaísmo e o islamismo, também expressaram condolências, reconhecendo o papel de Francisco na promoção do diálogo inter-religioso.

A emoção marcou o velório na Basílica de São Pedro, onde freiras, bispos e fiéis comuns se despediram do pontífice com lágrimas e orações. Uma freira, entrevistada por um canal de televisão italiano, descreveu o momento como “muito especial”, lembrando sua proximidade com Francisco durante uma audiência no Vaticano, anos atrás. A presença de jovens, idosos e famílias no velório reforça a universalidade do legado do papa, que tocou corações em todos os continentes.

Tradições e curiosidades dos ritos fúnebres

Os rituais fúnebres de um papa seguem tradições seculares, adaptadas por Francisco para refletir sua simplicidade. Durante o fechamento do caixão, na sexta-feira (25), serão realizados procedimentos descritos no “Ordo Exsequiarum Romani Pontificis”. Entre eles, destacam-se:

  • Rezas em latim: O mestre de cerimônias, Diego Ravelli, conduz orações alternadas com momentos de silêncio, criando um ambiente solene.
  • Bolsa de moedas: Um saco com medalhas cunhadas durante o pontificado é colocado no caixão, simbolizando os anos de serviço do papa.
  • Água benta: O caixão é aspergido com água benta por Ravelli, em um gesto de purificação e bênção.
  • Documentos oficiais: Uma ata assinada pelo camerlengo e outras autoridades atesta o fechamento do caixão e o sepultamento.

Na Basílica de Santa Maria Maggiore, o rito de inumação será presidido pelo cardeal Kevin Joseph Farrell. Após a deposição do caixão na tumba, os presentes entoarão o “Salve Regina”, uma oração mariana em latim, em homenagem à Virgem Maria, tão cara a Francisco. A simplicidade do túmulo, sem ornamentos ou decorações elaboradas, contrasta com a grandiosidade dos sepultamentos de papas anteriores, como João Paulo II, cujas exéquias atraíram cerca de 2 milhões de pessoas.

Basílica de Santa Maria Maggiore: um local especial

A escolha de Francisco por Santa Maria Maggiore como local de sepultamento reflete sua espiritualidade mariana e sua ligação com a Virgem Maria. A basílica, construída no século V, é uma das mais antigas igrejas dedicadas a Maria no cristianismo ocidental. Seu interior abriga mosaicos bizantinos, relíquias sagradas e o ícone da Salus Populi Romani, que Francisco venerava com frequência.

O túmulo, situado perto do Altar de São Francisco, foi projetado para ser acessível aos fiéis, permitindo visitas permanentes a partir de domingo (27). A inscrição “FRANCISCUS” e a cruz peitoral gravada no mármore reforçam a identidade do papa como um líder humilde, cujo legado transcende as fronteiras da Igreja. A localização do túmulo, entre as capelas Paulina e Sforza, facilita o acesso dos peregrinos, que poderão rezar e depositar flores no local.

A decisão de Francisco de ser sepultado fora do Vaticano é um marco histórico, sendo o primeiro papa a fazê-lo desde Leão XIII, em 1903, que repousa na Basílica de São João de Latrão. A escolha reforça a visão de Francisco de uma Igreja descentralizada, mais próxima dos fiéis e menos atrelada às estruturas de poder.

Presença de líderes mundiais no funeral

O funeral de Francisco, marcado para sábado (26), será um evento de proporções globais, com a participação de chefes de Estado e governo de diversos países. A presença de figuras como Lula, Trump, Zelensky e Milei destaca a relevância diplomática do pontífice, que se reuniu com líderes de diferentes ideologias ao longo de seu papado. Em 2023, por exemplo, Francisco recebeu Zelensky no Vaticano, discutindo a guerra na Ucrânia, e encontrou Milei durante a canonização da primeira santa argentina.

A missa exequial, realizada no átrio da Basílica de São Pedro, será acompanhada por delegações de mais de 70 nações, incluindo representantes de organizações internacionais. A homilia, a cargo do cardeal Giovanni Battista Re, refletirá sobre a vida e a espiritualidade de Francisco, destacando sua mensagem de misericórdia e inclusão. A cerimônia será transmitida ao vivo por emissoras de todo o mundo, alcançando milhões de espectadores.

A participação de líderes religiosos de outras tradições, como rabinos e imãs, reforça o compromisso de Francisco com o diálogo inter-religioso. Durante seu pontificado, ele promoveu encontros históricos, como a assinatura do Documento sobre a Fraternidade Humana, em 2019, com o grande imã de Al-Azhar, no Egito. A presença de tais figuras no funeral simboliza a continuidade desse legado.

Impacto na Igreja e perspectivas futuras

A morte de Francisco marca o fim de uma era para a Igreja Católica, que agora enfrenta o desafio de escolher um sucessor capaz de dar continuidade às suas reformas. O conclave, que reunirá cardeais de todos os continentes, será um momento de reflexão sobre o futuro da Igreja em um mundo marcado por polarizações, desigualdades e crises ambientais.

As reformas de Francisco, como a abertura a minorias, a descentralização do poder e a ênfase na sinodalidade, devem influenciar a escolha do próximo papa. A nomeação de cardeais de regiões periféricas, como Ásia, África e América Latina, aumentou a diversidade do Colégio Cardinalício, o que pode resultar na eleição de um papa não europeu, seguindo o precedente estabelecido por Francisco.

Os desafios do próximo pontificado incluem a renovação da evangelização, a inclusão de mulheres em papéis de liderança e o enfrentamento de escândalos, como os casos de abuso sexual. A mensagem de Francisco sobre uma “Igreja em saída”, que vai ao encontro dos pobres e marginalizados, continuará a inspirar as decisões do novo papa.

Devoção dos fiéis e peregrinações futuras

A abertura do túmulo de Francisco para visitação permanente, a partir de domingo (27), deve atrair milhares de peregrinos à Basílica de Santa Maria Maggiore. A proximidade do local com outros pontos de peregrinação em Roma, como a Basílica de São Pedro e o Coliseu, facilita o acesso dos visitantes. A expectativa é que o túmulo se torne um novo ponto de devoção, semelhante ao de João Paulo II, cujas relíquias na Basílica de São Pedro atraem milhões de fiéis anualmente.

Os peregrinos poderão rezar, acender velas e deixar mensagens no túmulo, que será mantido sob vigilância para preservar sua integridade. A presença do ícone da Salus Populi Romani, a poucos metros do túmulo, reforça o caráter mariano do local, atraindo devotos da Virgem Maria. A basílica também planeja oferecer missas diárias em memória de Francisco, integrando seu legado às celebrações litúrgicas.

A devoção a Francisco, que já é visto por muitos como um santo, pode levar a Igreja a iniciar um processo de canonização nos próximos anos. Sua vida de serviço, marcada pela humildade e pela defesa dos pobres, atende aos critérios para a santidade, embora o processo exija a comprovação de milagres atribuídos à sua intercessão.



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