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25 Apr 2025, Fri

Leapmotor B10 estreia no Brasil em 2025 com tecnologia de ponta e preço competitivo de R$ 250 mil

Leapmotor B10


A chegada da Leapmotor ao Brasil marca um novo capítulo na eletrificação do mercado automotivo nacional. Com o respaldo da Stellantis, gigante global que detém marcas como Fiat, Jeep e Peugeot, a fabricante chinesa inicia suas operações no segundo semestre de 2025 trazendo dois SUVs elétricos: o C10, já anunciado, e o B10, um modelo médio que promete competir diretamente com nomes consolidados como BYD Yuan Plus e o futuro Geely EX5. O B10, apresentado globalmente no Salão de Paris em 2024, foi projetado com foco em mercados internacionais, combinando tecnologia avançada, autonomia robusta e um preço estimado em torno de R$ 250 mil. A estratégia da Leapmotor no Brasil inclui a abertura de 34 concessionárias, algumas compartilhando espaço com marcas Stellantis e outras exclusivas, para garantir capilaridade e rápida penetração no mercado.

O B10 se posiciona como um SUV médio com porte ligeiramente superior ao Jeep Compass, um dos líderes do segmento. Com 4,52 metros de comprimento e um entre-eixos de 2,74 metros, o modelo oferece espaço interno generoso, embora seu porta-malas de 420 litros fique abaixo de alguns concorrentes. A motorização elétrica traseira entrega 218 cavalos e 24,5 kgfm de torque, disponível em duas configurações de bateria: 56,2 kWh, com autonomia de 380 km, e 67,1 kWh, alcançando até 460 km no ciclo CLTC chinês, conhecido por ser otimista. No Brasil, onde os padrões de medição são mais rigorosos, a expectativa é que a autonomia real fique entre 300 e 400 km, dependendo da configuração.

A Stellantis, que adquiriu 21% da Leapmotor em 2023 por cerca de 1,5 bilhão de euros, vê na marca chinesa uma oportunidade de fortalecer sua oferta de veículos elétricos no Brasil, após experiências menos bem-sucedidas com modelos como Peugeot e208 e Fiat 500e. A joint venture Leapmotor International, liderada pela Stellantis com 51% de participação, é responsável pela exportação e venda dos modelos fora da China, incluindo o Brasil. A escolha por trazer a Leapmotor como marca própria, em vez de rebatizar os veículos com logotipos de Fiat ou Jeep, reflete a confiança na qualidade e no apelo tecnológico dos produtos chineses.

Características técnicas do B10

O Leapmotor B10 foi desenhado para atender às demandas de mercados exigentes, com um pacote tecnológico que o coloca à frente de muitos concorrentes. Seu design externo segue linhas modernas, com faróis afilados, grade frontal fechada típica de elétricos e rodas de 18 polegadas que conferem robustez. Internamente, o modelo impressiona pelo acabamento sofisticado e pela presença de equipamentos de ponta. O quadro de instrumentos digital de 8,8 polegadas e a central multimídia de 14,6 polegadas formam o coração do sistema de infoentretenimento, que inclui comandos por voz, integração com smartphones e até uma função de karaokê, um diferencial curioso para o público jovem.

A segurança é outro ponto forte do B10. Todas as versões contam com frenagem automática de emergência, alerta de saída de faixa com correção ativa, centralização de faixa e controlador de velocidade adaptativo. As configurações topo de linha adicionam alerta de ponto cego e assistente de estacionamento automatizado, apoiados por um conjunto de 12 radares, um sensor lidar e múltiplas câmeras. Esses recursos posicionam o B10 como um dos SUVs médios mais avançados em termos de assistência ao motorista no mercado brasileiro.

  • Dimensões: 4,52 m de comprimento, 1,88 m de largura, 1,65 m de altura e 2,74 m de entre-eixos.
  • Motorização: Elétrico traseiro com 218 cv e 24,5 kgfm de torque.
  • Baterias: 56,2 kWh (380 km de autonomia CLTC) ou 67,1 kWh (460 km de autonomia CLTC).
  • Tecnologia: Central multimídia de 14,6 polegadas, quadro digital de 8,8 polegadas, comandos por voz e karaokê.
  • Segurança: Frenagem de emergência, alerta de faixa, controlador adaptativo e assistente de estacionamento (topo de linha).

Estratégia da Stellantis no Brasil

A entrada da Leapmotor no Brasil é parte de um movimento estratégico da Stellantis para recuperar terreno no segmento de veículos elétricos. Após tentativas tímidas com modelos importados de suas marcas europeias, a empresa agora aposta na expertise da Leapmotor, que já é a quarta maior startup de veículos elétricos na China, com mais de 400 mil unidades vendidas até julho de 2024. A escolha por SUVs médios, como o B10 e o C10, reflete a preferência do consumidor brasileiro, que tem impulsionado as vendas de modelos como Jeep Compass, Toyota Corolla Cross e Volkswagen T-Cross.

A rede de concessionárias da Leapmotor será um diferencial competitivo. Das 34 lojas previstas para 2025, cerca de metade compartilhará espaço com marcas como Fiat e Jeep, aproveitando a infraestrutura existente da Stellantis. As demais serão espaços exclusivos, projetados para destacar a identidade tecnológica da Leapmotor. Até o final de 2026, a meta é expandir para 50 pontos de venda, cobrindo as principais capitais e regiões metropolitanas do país. Essa capilaridade é essencial para competir com marcas chinesas já estabelecidas, como BYD e GWM, que investem pesado em redes próprias e produção local.

Além do B10, o C10 chega com uma proposta complementar. Disponível em versão puramente elétrica ou com tecnologia EREV (elétrica de alcance estendido), o C10 utiliza um motor a combustão de 1,5 litro como gerador para carregar a bateria de 28,4 kWh, oferecendo uma autonomia combinada de até 1.000 km no ciclo CLTC. Essa versatilidade pode atrair consumidores que ainda hesitam em adotar elétricos puros devido à infraestrutura de recarga limitada em algumas regiões do Brasil. O C10, com porte semelhante ao do B10, mas com maior capacidade de carga (435 litros de porta-malas), será outro trunfo da Leapmotor.

Contexto do mercado elétrico brasileiro

O mercado de veículos elétricos no Brasil está em franca expansão, embora ainda represente uma fatia pequena das vendas totais. Em 2024, cerca de 150 mil veículos eletrificados (elétricos e híbridos) foram emplacados, um aumento de 65% em relação a 2023. Marcas chinesas, como BYD e GWM, lideram o segmento, com modelos como o Dolphin, Yuan Plus e Haval H6 ganhando popularidade. A chegada da Leapmotor intensifica essa competição, especialmente no segmento de SUVs médios, que responde por quase 40% das vendas de eletrificados no país.

O B10 entra em um nicho disputado, onde o BYD Yuan Plus é referência. Vendido na faixa de R$ 230 mil a R$ 270 mil, o Yuan Plus oferece 204 cv e autonomia de até 458 km no ciclo WLTP. O Geely EX5, esperado para 2026, também será um concorrente direto, com proposta semelhante de tecnologia e preço acessível. A vantagem do B10 está no pacote tecnológico mais avançado, como o sensor lidar e o assistente de estacionamento, que ainda são raros na categoria. Por outro lado, o imposto de importação, que será elevado a 35% para elétricos a partir de julho de 2025, pode encarecer o modelo e limitar sua competitividade.

A Stellantis já sinalizou interesse em produzir localmente os modelos da Leapmotor, o que reduziria custos e tornaria os preços mais atrativos. A fábrica da Jeep em Goiana (PE) é uma candidata natural para essa operação, mas ainda não há confirmação oficial. A produção local também seria uma resposta às iniciativas de concorrentes como a BYD, que já anunciou uma planta em Camaçari (BA), e a GWM, que produz em Iracemápolis (SP).

Inovações tecnológicas do B10

O Leapmotor B10 se destaca pela integração de tecnologias de ponta, muitas delas desenvolvidas internamente pela fabricante chinesa. A Leapmotor é conhecida por sua verticalização, produzindo 60% dos componentes de seus veículos, incluindo motores elétricos, baterias e sistemas de software. O B10 utiliza a plataforma LEAP 3.5, que combina chips de alta performance, como o Qualcomm Snapdragon SA8650 para condução autônoma e o Snapdragon 8295A para o cockpit digital. Esses processadores permitem recursos como condução autônoma de nível 2+ e uma interface de infoentretenimento responsiva.

O sistema operacional Leapmotor OS 4.0 Plus é outro diferencial. Compatível com assistentes de inteligência artificial, como DeepSeek e Tongyi Qianwen, o sistema oferece respostas em tempo real a comandos de voz e suporta funções como navegação assistida e estacionamento por memória. A central multimídia de 14,6 polegadas, com resolução 2.5K, é uma das maiores da categoria, rivalizando com telas vistas em modelos premium como o Tesla Model Y. O B10 também inclui um teto solar panorâmico de 1,83 m², sistema de som com 12 alto-falantes e recursos familiares, como suportes para tablets e mesas dobráveis nos bancos traseiros.

  • Plataforma LEAP 3.5: Suporta condução autônoma de nível 2+ e integração com IA.
  • Chips Qualcomm: SA8650 (200 TOPS) para condução e 8295A (30 TOPS) para o cockpit.
  • Leapmotor OS 4.0 Plus: Interface com IA, navegação assistida e estacionamento automatizado.
  • Teto panorâmico: 1,83 m², com cortina elétrica.
  • Conforto: Bancos com ajustes elétricos, suportes para tablets e mesas dobráveis.

Cronograma de lançamentos da Leapmotor

A Leapmotor tem planos ambiciosos para o Brasil. Além do B10 e do C10, a marca prevê a introdução de mais dois modelos até 2027, consolidando sua presença no mercado. O próximo lançamento, esperado para 2026, deve ser o C16, um SUV grande com capacidade para seis passageiros e opção de motorização elétrica ou EREV. O C16, já disponível na China, mede 4,91 metros e oferece até 580 km de autonomia na versão elétrica. O quarto modelo permanece indefinido, mas especula-se que possa ser o sedã B01, a ser revelado no Salão de Xangai em 2025, ou uma nova geração do compacto T03, que foi descartado em sua versão atual para o Brasil.

  • 2025: Lançamento do B10 e C10 no segundo semestre, com 34 concessionárias.
  • 2026: Introdução do C16, SUV grande para seis passageiros.
  • 2027: Chegada de um quarto modelo, possivelmente o sedã B01 ou uma nova versão do T03.
  • Expansão: Meta de 50 concessionárias até o final de 2026.

Comparação com concorrentes

O B10 enfrenta um mercado competitivo, onde cada detalhe pode influenciar a decisão de compra. O BYD Yuan Plus, principal rival, tem a vantagem de uma rede de concessionárias consolidada e preços mais acessíveis, mas peca em tecnologias de condução autônoma. O Geely EX5, embora ainda não lançado, promete um design atraente e integração com o ecossistema da Volvo, dona de parte da Geely. O Jeep Compass, produzido localmente, segue como referência no segmento, mas sua versão elétrica ainda não está confirmada para o Brasil.

O B10 se destaca pelo equilíbrio entre preço, tecnologia e espaço interno. Seu entre-eixos de 2,74 metros é superior ao do Yuan Plus (2,72 m) e do Compass (2,63 m), garantindo mais conforto para os ocupantes. A autonomia de até 460 km (CLTC) é competitiva, embora o ciclo WLTP, mais próximo da realidade, deva reduzir esse número para cerca de 400 km. O porta-malas de 420 litros, porém, é uma desvantagem frente aos 440 litros do Yuan Plus e 476 litros do Corolla Cross.

A estratégia de preços será crucial. Na China, o B10 varia entre 110 mil e 140 mil yuans (R$ 87,7 mil a R$ 113,6 mil), alinhado ao Yuan Plus. No Brasil, o imposto de importação e os custos logísticos devem elevar o preço para cerca de R$ 250 mil, próximo do Yuan Plus topo de linha. A possibilidade de produção local, caso confirmada, poderia reduzir esse valor e tornar o B10 mais competitivo.

Impacto no mercado automotivo brasileiro

A chegada da Leapmotor reforça a tendência de consolidação das marcas chinesas no Brasil. Nos últimos cinco anos, fabricantes como BYD, GWM e Chery transformaram o cenário automotivo nacional, oferecendo produtos de alta qualidade a preços competitivos. A Leapmotor, com o apoio da Stellantis, tem potencial para seguir o mesmo caminho, especialmente no segmento de SUVs médios, que cresceu 12% em vendas em 2024. A aposta em tecnologias como condução autônoma e cockpits digitais atende à demanda de consumidores jovens, que valorizam conectividade e inovação.

A Stellantis, por sua vez, ganha fôlego para competir com rivais como a Volkswagen, que planeja lançar modelos elétricos baseados na plataforma MEB, e a Toyota, que investe em híbridos flex. A parceria com a Leapmotor também abre portas para a exportação de veículos brasileiros para outros mercados da América Latina, onde a Stellantis já tem forte presença. A longo prazo, a produção local dos modelos Leapmotor poderia gerar empregos e atrair investimentos para o setor automotivo, beneficiando a economia nacional.

Perspectivas para a eletrificação no Brasil

A eletrificação do transporte é uma prioridade global, e o Brasil, embora atrasado em relação a mercados como China e Europa, começa a acelerar nesse sentido. A infraestrutura de recarga, com cerca de 4 mil eletropostos públicos em 2024, ainda é um obstáculo, mas iniciativas privadas e governamentais prometem expandir esse número para 10 mil até 2030. O B10, com sua proposta de autonomia robusta e recarga rápida (30% a 80% em cerca de 25 minutos), está bem posicionado para atender consumidores urbanos e viagens de média distância.

A política de incentivos fiscais também será determinante. Até junho de 2025, veículos elétricos importados terão alíquotas reduzidas, mas o aumento para 35% a partir de julho pode encarecer modelos como o B10. A produção local, se viabilizada, seria uma solução para manter preços competitivos e estimular a adoção de elétricos. Além disso, a Leapmotor planeja oferecer pacotes de manutenção e garantia estendida, detalhes que serão anunciados próximo ao lançamento.

A concorrência no segmento de SUVs médios elétricos está apenas começando. A chegada do B10, aliada à expansão da Leapmotor no Brasil, sinaliza um futuro promissor para a mobilidade elétrica, com mais opções para o consumidor e pressão por inovações tecnológicas. O sucesso do modelo dependerá de sua capacidade de entregar o prometido em termos de desempenho, conforto e preço, em um mercado que não perdoa erros.



A chegada da Leapmotor ao Brasil marca um novo capítulo na eletrificação do mercado automotivo nacional. Com o respaldo da Stellantis, gigante global que detém marcas como Fiat, Jeep e Peugeot, a fabricante chinesa inicia suas operações no segundo semestre de 2025 trazendo dois SUVs elétricos: o C10, já anunciado, e o B10, um modelo médio que promete competir diretamente com nomes consolidados como BYD Yuan Plus e o futuro Geely EX5. O B10, apresentado globalmente no Salão de Paris em 2024, foi projetado com foco em mercados internacionais, combinando tecnologia avançada, autonomia robusta e um preço estimado em torno de R$ 250 mil. A estratégia da Leapmotor no Brasil inclui a abertura de 34 concessionárias, algumas compartilhando espaço com marcas Stellantis e outras exclusivas, para garantir capilaridade e rápida penetração no mercado.

O B10 se posiciona como um SUV médio com porte ligeiramente superior ao Jeep Compass, um dos líderes do segmento. Com 4,52 metros de comprimento e um entre-eixos de 2,74 metros, o modelo oferece espaço interno generoso, embora seu porta-malas de 420 litros fique abaixo de alguns concorrentes. A motorização elétrica traseira entrega 218 cavalos e 24,5 kgfm de torque, disponível em duas configurações de bateria: 56,2 kWh, com autonomia de 380 km, e 67,1 kWh, alcançando até 460 km no ciclo CLTC chinês, conhecido por ser otimista. No Brasil, onde os padrões de medição são mais rigorosos, a expectativa é que a autonomia real fique entre 300 e 400 km, dependendo da configuração.

A Stellantis, que adquiriu 21% da Leapmotor em 2023 por cerca de 1,5 bilhão de euros, vê na marca chinesa uma oportunidade de fortalecer sua oferta de veículos elétricos no Brasil, após experiências menos bem-sucedidas com modelos como Peugeot e208 e Fiat 500e. A joint venture Leapmotor International, liderada pela Stellantis com 51% de participação, é responsável pela exportação e venda dos modelos fora da China, incluindo o Brasil. A escolha por trazer a Leapmotor como marca própria, em vez de rebatizar os veículos com logotipos de Fiat ou Jeep, reflete a confiança na qualidade e no apelo tecnológico dos produtos chineses.

Características técnicas do B10

O Leapmotor B10 foi desenhado para atender às demandas de mercados exigentes, com um pacote tecnológico que o coloca à frente de muitos concorrentes. Seu design externo segue linhas modernas, com faróis afilados, grade frontal fechada típica de elétricos e rodas de 18 polegadas que conferem robustez. Internamente, o modelo impressiona pelo acabamento sofisticado e pela presença de equipamentos de ponta. O quadro de instrumentos digital de 8,8 polegadas e a central multimídia de 14,6 polegadas formam o coração do sistema de infoentretenimento, que inclui comandos por voz, integração com smartphones e até uma função de karaokê, um diferencial curioso para o público jovem.

A segurança é outro ponto forte do B10. Todas as versões contam com frenagem automática de emergência, alerta de saída de faixa com correção ativa, centralização de faixa e controlador de velocidade adaptativo. As configurações topo de linha adicionam alerta de ponto cego e assistente de estacionamento automatizado, apoiados por um conjunto de 12 radares, um sensor lidar e múltiplas câmeras. Esses recursos posicionam o B10 como um dos SUVs médios mais avançados em termos de assistência ao motorista no mercado brasileiro.

  • Dimensões: 4,52 m de comprimento, 1,88 m de largura, 1,65 m de altura e 2,74 m de entre-eixos.
  • Motorização: Elétrico traseiro com 218 cv e 24,5 kgfm de torque.
  • Baterias: 56,2 kWh (380 km de autonomia CLTC) ou 67,1 kWh (460 km de autonomia CLTC).
  • Tecnologia: Central multimídia de 14,6 polegadas, quadro digital de 8,8 polegadas, comandos por voz e karaokê.
  • Segurança: Frenagem de emergência, alerta de faixa, controlador adaptativo e assistente de estacionamento (topo de linha).

Estratégia da Stellantis no Brasil

A entrada da Leapmotor no Brasil é parte de um movimento estratégico da Stellantis para recuperar terreno no segmento de veículos elétricos. Após tentativas tímidas com modelos importados de suas marcas europeias, a empresa agora aposta na expertise da Leapmotor, que já é a quarta maior startup de veículos elétricos na China, com mais de 400 mil unidades vendidas até julho de 2024. A escolha por SUVs médios, como o B10 e o C10, reflete a preferência do consumidor brasileiro, que tem impulsionado as vendas de modelos como Jeep Compass, Toyota Corolla Cross e Volkswagen T-Cross.

A rede de concessionárias da Leapmotor será um diferencial competitivo. Das 34 lojas previstas para 2025, cerca de metade compartilhará espaço com marcas como Fiat e Jeep, aproveitando a infraestrutura existente da Stellantis. As demais serão espaços exclusivos, projetados para destacar a identidade tecnológica da Leapmotor. Até o final de 2026, a meta é expandir para 50 pontos de venda, cobrindo as principais capitais e regiões metropolitanas do país. Essa capilaridade é essencial para competir com marcas chinesas já estabelecidas, como BYD e GWM, que investem pesado em redes próprias e produção local.

Além do B10, o C10 chega com uma proposta complementar. Disponível em versão puramente elétrica ou com tecnologia EREV (elétrica de alcance estendido), o C10 utiliza um motor a combustão de 1,5 litro como gerador para carregar a bateria de 28,4 kWh, oferecendo uma autonomia combinada de até 1.000 km no ciclo CLTC. Essa versatilidade pode atrair consumidores que ainda hesitam em adotar elétricos puros devido à infraestrutura de recarga limitada em algumas regiões do Brasil. O C10, com porte semelhante ao do B10, mas com maior capacidade de carga (435 litros de porta-malas), será outro trunfo da Leapmotor.

Contexto do mercado elétrico brasileiro

O mercado de veículos elétricos no Brasil está em franca expansão, embora ainda represente uma fatia pequena das vendas totais. Em 2024, cerca de 150 mil veículos eletrificados (elétricos e híbridos) foram emplacados, um aumento de 65% em relação a 2023. Marcas chinesas, como BYD e GWM, lideram o segmento, com modelos como o Dolphin, Yuan Plus e Haval H6 ganhando popularidade. A chegada da Leapmotor intensifica essa competição, especialmente no segmento de SUVs médios, que responde por quase 40% das vendas de eletrificados no país.

O B10 entra em um nicho disputado, onde o BYD Yuan Plus é referência. Vendido na faixa de R$ 230 mil a R$ 270 mil, o Yuan Plus oferece 204 cv e autonomia de até 458 km no ciclo WLTP. O Geely EX5, esperado para 2026, também será um concorrente direto, com proposta semelhante de tecnologia e preço acessível. A vantagem do B10 está no pacote tecnológico mais avançado, como o sensor lidar e o assistente de estacionamento, que ainda são raros na categoria. Por outro lado, o imposto de importação, que será elevado a 35% para elétricos a partir de julho de 2025, pode encarecer o modelo e limitar sua competitividade.

A Stellantis já sinalizou interesse em produzir localmente os modelos da Leapmotor, o que reduziria custos e tornaria os preços mais atrativos. A fábrica da Jeep em Goiana (PE) é uma candidata natural para essa operação, mas ainda não há confirmação oficial. A produção local também seria uma resposta às iniciativas de concorrentes como a BYD, que já anunciou uma planta em Camaçari (BA), e a GWM, que produz em Iracemápolis (SP).

Inovações tecnológicas do B10

O Leapmotor B10 se destaca pela integração de tecnologias de ponta, muitas delas desenvolvidas internamente pela fabricante chinesa. A Leapmotor é conhecida por sua verticalização, produzindo 60% dos componentes de seus veículos, incluindo motores elétricos, baterias e sistemas de software. O B10 utiliza a plataforma LEAP 3.5, que combina chips de alta performance, como o Qualcomm Snapdragon SA8650 para condução autônoma e o Snapdragon 8295A para o cockpit digital. Esses processadores permitem recursos como condução autônoma de nível 2+ e uma interface de infoentretenimento responsiva.

O sistema operacional Leapmotor OS 4.0 Plus é outro diferencial. Compatível com assistentes de inteligência artificial, como DeepSeek e Tongyi Qianwen, o sistema oferece respostas em tempo real a comandos de voz e suporta funções como navegação assistida e estacionamento por memória. A central multimídia de 14,6 polegadas, com resolução 2.5K, é uma das maiores da categoria, rivalizando com telas vistas em modelos premium como o Tesla Model Y. O B10 também inclui um teto solar panorâmico de 1,83 m², sistema de som com 12 alto-falantes e recursos familiares, como suportes para tablets e mesas dobráveis nos bancos traseiros.

  • Plataforma LEAP 3.5: Suporta condução autônoma de nível 2+ e integração com IA.
  • Chips Qualcomm: SA8650 (200 TOPS) para condução e 8295A (30 TOPS) para o cockpit.
  • Leapmotor OS 4.0 Plus: Interface com IA, navegação assistida e estacionamento automatizado.
  • Teto panorâmico: 1,83 m², com cortina elétrica.
  • Conforto: Bancos com ajustes elétricos, suportes para tablets e mesas dobráveis.

Cronograma de lançamentos da Leapmotor

A Leapmotor tem planos ambiciosos para o Brasil. Além do B10 e do C10, a marca prevê a introdução de mais dois modelos até 2027, consolidando sua presença no mercado. O próximo lançamento, esperado para 2026, deve ser o C16, um SUV grande com capacidade para seis passageiros e opção de motorização elétrica ou EREV. O C16, já disponível na China, mede 4,91 metros e oferece até 580 km de autonomia na versão elétrica. O quarto modelo permanece indefinido, mas especula-se que possa ser o sedã B01, a ser revelado no Salão de Xangai em 2025, ou uma nova geração do compacto T03, que foi descartado em sua versão atual para o Brasil.

  • 2025: Lançamento do B10 e C10 no segundo semestre, com 34 concessionárias.
  • 2026: Introdução do C16, SUV grande para seis passageiros.
  • 2027: Chegada de um quarto modelo, possivelmente o sedã B01 ou uma nova versão do T03.
  • Expansão: Meta de 50 concessionárias até o final de 2026.

Comparação com concorrentes

O B10 enfrenta um mercado competitivo, onde cada detalhe pode influenciar a decisão de compra. O BYD Yuan Plus, principal rival, tem a vantagem de uma rede de concessionárias consolidada e preços mais acessíveis, mas peca em tecnologias de condução autônoma. O Geely EX5, embora ainda não lançado, promete um design atraente e integração com o ecossistema da Volvo, dona de parte da Geely. O Jeep Compass, produzido localmente, segue como referência no segmento, mas sua versão elétrica ainda não está confirmada para o Brasil.

O B10 se destaca pelo equilíbrio entre preço, tecnologia e espaço interno. Seu entre-eixos de 2,74 metros é superior ao do Yuan Plus (2,72 m) e do Compass (2,63 m), garantindo mais conforto para os ocupantes. A autonomia de até 460 km (CLTC) é competitiva, embora o ciclo WLTP, mais próximo da realidade, deva reduzir esse número para cerca de 400 km. O porta-malas de 420 litros, porém, é uma desvantagem frente aos 440 litros do Yuan Plus e 476 litros do Corolla Cross.

A estratégia de preços será crucial. Na China, o B10 varia entre 110 mil e 140 mil yuans (R$ 87,7 mil a R$ 113,6 mil), alinhado ao Yuan Plus. No Brasil, o imposto de importação e os custos logísticos devem elevar o preço para cerca de R$ 250 mil, próximo do Yuan Plus topo de linha. A possibilidade de produção local, caso confirmada, poderia reduzir esse valor e tornar o B10 mais competitivo.

Impacto no mercado automotivo brasileiro

A chegada da Leapmotor reforça a tendência de consolidação das marcas chinesas no Brasil. Nos últimos cinco anos, fabricantes como BYD, GWM e Chery transformaram o cenário automotivo nacional, oferecendo produtos de alta qualidade a preços competitivos. A Leapmotor, com o apoio da Stellantis, tem potencial para seguir o mesmo caminho, especialmente no segmento de SUVs médios, que cresceu 12% em vendas em 2024. A aposta em tecnologias como condução autônoma e cockpits digitais atende à demanda de consumidores jovens, que valorizam conectividade e inovação.

A Stellantis, por sua vez, ganha fôlego para competir com rivais como a Volkswagen, que planeja lançar modelos elétricos baseados na plataforma MEB, e a Toyota, que investe em híbridos flex. A parceria com a Leapmotor também abre portas para a exportação de veículos brasileiros para outros mercados da América Latina, onde a Stellantis já tem forte presença. A longo prazo, a produção local dos modelos Leapmotor poderia gerar empregos e atrair investimentos para o setor automotivo, beneficiando a economia nacional.

Perspectivas para a eletrificação no Brasil

A eletrificação do transporte é uma prioridade global, e o Brasil, embora atrasado em relação a mercados como China e Europa, começa a acelerar nesse sentido. A infraestrutura de recarga, com cerca de 4 mil eletropostos públicos em 2024, ainda é um obstáculo, mas iniciativas privadas e governamentais prometem expandir esse número para 10 mil até 2030. O B10, com sua proposta de autonomia robusta e recarga rápida (30% a 80% em cerca de 25 minutos), está bem posicionado para atender consumidores urbanos e viagens de média distância.

A política de incentivos fiscais também será determinante. Até junho de 2025, veículos elétricos importados terão alíquotas reduzidas, mas o aumento para 35% a partir de julho pode encarecer modelos como o B10. A produção local, se viabilizada, seria uma solução para manter preços competitivos e estimular a adoção de elétricos. Além disso, a Leapmotor planeja oferecer pacotes de manutenção e garantia estendida, detalhes que serão anunciados próximo ao lançamento.

A concorrência no segmento de SUVs médios elétricos está apenas começando. A chegada do B10, aliada à expansão da Leapmotor no Brasil, sinaliza um futuro promissor para a mobilidade elétrica, com mais opções para o consumidor e pressão por inovações tecnológicas. O sucesso do modelo dependerá de sua capacidade de entregar o prometido em termos de desempenho, conforto e preço, em um mercado que não perdoa erros.



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