A Volkswagen está prestes a transformar o mercado de picapes intermediárias no Brasil com o lançamento de sua nova caminhonete, prevista para o primeiro semestre de 2026. Produzida na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, a novidade, que pode ser chamada de Udara, marca a estreia da marca na fabricação de veículos eletrificados no país. Com um investimento de R$ 3 bilhões, a picape substituirá a lendária Saveiro, que sairá de linha após 45 anos, e promete combinar robustez, tecnologia avançada e eficiência energética. Equipada com um motor 1.5 TSI Evo2 flex e sistema híbrido leve de 48 volts, a caminhonete terá preços entre R$ 120 mil e R$ 180 mil, posicionando-se como forte concorrente de modelos como Fiat Toro, Chevrolet Montana e a futura Renault Niagara.
O projeto, conhecido internamente como VW247, utiliza a plataforma MQB-A0, a mesma de modelos como T-Cross, Virtus e Polo, o que garante eficiência na produção e integração de tecnologias modernas. A nova picape terá porte semelhante à Chevrolet Montana, com cerca de 4,75 metros de comprimento, e contará com suspensão traseira por eixo rígido, ideal para cargas pesadas. A Volkswagen realizou testes intensivos, utilizando mulas com carrocerias de Tiguan e Virtus para manter o sigilo do desenvolvimento, e agora avança para a fase de protótipos com carroceria definitiva, que devem circular em 2025.
A escolha do nome ainda está em estudo, com opções como Udara, Airon, Tukan e Acron registradas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Clínicas com consumidores estão sendo realizadas para definir o nome final, em um processo semelhante ao adotado para o SUV Tera, lançado em 2025. A expectativa é que a nova picape reforce a presença da Volkswagen no segmento de utilitários leves, que representa cerca de 20% do mercado automotivo brasileiro.

Investimento bilionário no Paraná
A fábrica de São José dos Pinhais, inaugurada em 1999, será o epicentro da produção da nova picape. O investimento de R$ 3 bilhões permitirá a modernização do complexo, que já produz o T-Cross e o Virtus, com a instalação de uma nova linha de montagem e atualização de equipamentos. O aporte também inclui treinamento intensivo para os trabalhadores, garantindo a qualidade do processo produtivo. A escolha do Paraná reflete a estratégia da Volkswagen de aproveitar a infraestrutura existente para a plataforma MQB-A0, reduzindo custos e otimizando a logística.
Além da nova picape, o investimento faz parte de um plano mais amplo da Volkswagen, que destinará R$ 20 bilhões à América do Sul até 2029, sendo R$ 16 bilhões direcionados ao Brasil. Esse montante contempla o lançamento de 17 novos modelos, incluindo veículos flex, híbridos e elétricos. A produção da nova caminhonete deve gerar empregos diretos e indiretos, impulsionando a economia local e fortalecendo a cadeia de fornecedores na região. O impacto econômico será significativo, especialmente em um estado que já é um polo automotivo consolidado.
A Volkswagen também planeja exportar a picape para mais de 25 países, seguindo o sucesso do Tera, que já é comercializado em mercados internacionais. A produção em larga escala está programada para começar no início de 2026, com as primeiras unidades chegando às concessionárias no segundo trimestre do ano. Esse movimento reforça o Brasil como um centro estratégico para a manufatura de veículos utilitários da marca.
Tecnologia híbrida e desempenho
A nova picape da Volkswagen será equipada com o motor 1.5 TSI Evo2 flex, que entrega 150 cv e 25,5 kgfm de torque. O propulsor, fabricado em São Carlos, São Paulo, incorpora tecnologias avançadas, como desativação de cilindros e turbo de geometria variável, que aumentam a eficiência térmica. O grande diferencial é o sistema híbrido leve de 48 volts, conhecido como eTSI, que substitui o alternador e o motor de arranque, permitindo que o motor a combustão seja desligado em velocidades de cruzeiro. Esse recurso reduz o consumo de combustível e as emissões, alinhando-se às metas globais de descarbonização da marca.
O câmbio automático de oito marchas garante trocas suaves e eficiência energética, enquanto a suspensão traseira por eixo rígido com molas semielípticas oferece robustez para cargas pesadas. A suspensão dianteira, herdada do T-Cross, proporciona conforto em uso urbano. A picape terá tração dianteira, com possibilidade de versões 4×4 em fases futuras, dependendo da demanda do mercado. A central multimídia de 10 polegadas, compatível com Android Auto e Apple CarPlay, e o pacote de assistência ao motorista (ADAS) completam o conjunto tecnológico.
- Motorização híbrida: Sistema eTSI de 48 volts reduz consumo e emissões.
- Transmissão: Câmbio automático de oito marchas para maior eficiência.
- Conectividade: Atualizações over-the-air e central multimídia avançada.
- Segurança: Frenagem automática, controle de cruzeiro adaptativo e alerta de ponto cego.
Fim da Saveiro após 45 anos
A Volkswagen Saveiro, lançada em 1982 como uma derivação do Gol, se despedirá do mercado em 2026, marcando o fim de uma trajetória de quase meio século. Com mais de 1,5 milhão de unidades vendidas, a picape compacta conquistou frotistas e consumidores individuais com sua versatilidade e durabilidade. A última reestilização, em 2023, trouxe melhorias visuais e tecnológicas, mas a plataforma PQ24, mais antiga, não suporta as exigências atuais de segurança e conectividade.
A decisão de descontinuar a Saveiro reflete a necessidade de modernização do portfólio da Volkswagen. A nova picape intermediária, com sua plataforma MQB-A0 e tecnologias avançadas, ocupará uma faixa de mercado mais ampla e lucrativa. Apesar do fim da produção, a Saveiro ainda mantém boa aceitação, especialmente nas versões Robust e Trendline, com filas de espera para algumas configurações. Séries especiais, como a Sunset, com rodas BBS e bancos Recaro, permanecem na memória dos entusiastas.
A transição para a nova picape não descarta a possibilidade de uma futura geração da Saveiro, mas isso dependerá do desempenho comercial da Udara. Por enquanto, a Volkswagen mantém a produção da Saveiro para atender à demanda, enquanto finaliza os preparativos para o lançamento de 2026.
Concorrência no mercado de picapes
O segmento de picapes intermediárias no Brasil está em franca expansão, com modelos como Fiat Toro, Chevrolet Montana e Ford Maverick atraindo uma base diversificada de consumidores. A nova picape da Volkswagen chega em um momento estratégico, com a Renault planejando a Niagara para 2027 e a Toyota desenvolvendo uma caminhonete baseada no Corolla. A Volkswagen aposta na combinação de preço competitivo, tecnologia híbrida e robustez para conquistar uma fatia significativa desse mercado.
A Fiat Toro, líder do segmento, oferece motores 1.3 turboflex e diesel, com preços entre R$ 140 mil e R$ 200 mil. A Chevrolet Montana, com motor 1.2 turbo de 133 cv, tem valores entre R$ 130 mil e R$ 170 mil, enquanto a Ford Maverick, com motor 2.0 turbo de 253 cv, parte de R$ 190 mil. A Renault Niagara, ainda em desenvolvimento, promete design arrojado e preços agressivos, enquanto a picape da Toyota pode adotar o sistema híbrido de 122 cv do Corolla. Nesse cenário, a Volkswagen planeja oferecer versões de entrada acessíveis e configurações premium para competir diretamente com as líderes.
- Fiat Toro: Líder de mercado, com ampla gama de versões.
- Chevrolet Montana: Foco em custo-benefício e eficiência.
- Ford Maverick: Apelo premium com alto desempenho.
- Renault Niagara: Design global e plataforma modular.
- Toyota Corolla Picape: Híbrida, com lançamento previsto para 2027.
Cronograma de lançamento
O desenvolvimento da nova picape segue um cronograma rigoroso, com etapas bem definidas para garantir a estreia em 2026. Desde os primeiros testes, realizados com mulas disfarçadas, a Volkswagen avançou para protótipos com carroceria definitiva, que serão testados em 2025. A seguir, as principais fases do projeto:
- 2023-2024: Desenvolvimento inicial e testes de mulas com carrocerias de Tiguan e Virtus.
- 2025: Finalização de protótipos e clínicas para escolha do nome.
- Primeiro semestre de 2026: Lançamento oficial no Brasil.
- 2027: Expansão para mercados da América Latina e África.
A produção em São José dos Pinhais começará no início de 2026, com as primeiras unidades disponíveis no segundo trimestre. A Volkswagen planeja exportar a picape para mercados internacionais, aproveitando a experiência adquirida com o Tera.
Impacto econômico no Paraná
A produção da nova picape terá reflexos positivos na economia do Paraná. A fábrica de São José dos Pinhais, que emprega milhares de trabalhadores, deve abrir novas vagas para atender à demanda da linha de montagem. O investimento de R$ 3 bilhões também beneficia fornecedores de autopeças, que precisarão adequar suas linhas para produzir componentes específicos. A cadeia produtiva, que inclui empresas de pequeno e médio porte, será diretamente impactada, gerando crescimento econômico na região.
A Volkswagen também investe em programas de capacitação para os trabalhadores, garantindo a qualidade do processo produtivo. Iniciativas de sustentabilidade, como a produção de motores híbridos, reforçam o compromisso da marca com a descarbonização. A fábrica de São José dos Pinhais se consolida como um polo de inovação, posicionando o Paraná como referência na indústria automotiva brasileira.
Design e versatilidade
A nova picape da Volkswagen foi projetada para atender tanto o público corporativo quanto o consumidor final. Com dimensões próximas às da Chevrolet Montana, a caminhonete terá cerca de 4,75 metros de comprimento, 1,76 metro de largura e 2,80 metros de entre-eixos. O design dianteiro será inspirado no T-Cross, mas com capô, para-lamas e portas redesenhados. A traseira, com caçamba integrada ao monobloco, terá um visual exclusivo, diferenciando-se de outros modelos da marca.
A suspensão traseira por eixo rígido garante maior capacidade de carga, enquanto a suspensão dianteira proporciona conforto em uso urbano. Versões voltadas para o trabalho terão acabamentos simplificados, enquanto configurações premium incluirão detalhes cromados, rodas de liga leve e interior refinado. A central multimídia de 10 polegadas e o pacote de assistência ao motorista reforçam a proposta de versatilidade, atendendo desde frotistas até famílias.
Nomes em estudo
A escolha do nome da nova picape é um dos aspectos mais aguardados do projeto. A Volkswagen registrou sete opções no INPI, todas em avaliação para definir qual será mais atrativo para o público brasileiro. As clínicas com consumidores, iniciadas em 2025, consideram fatores como sonoridade e associação com a identidade da marca.
- Udara: Nome favorito, sugere modernidade e força.
- Airon: Evoca dinamismo e inovação.
- Tukan: Inspirado na natureza, com apelo brasileiro.
- Acron: Curto e marcante, ideal para exportação.
- Arena: Transmite robustez e versatilidade.
- Tagro: Exótico e memorável.
- Therion: Sugere potência, mas menos provável.
A decisão final será anunciada no início de 2026, antes do lançamento oficial. A estratégia de registrar múltiplos nomes também protege a propriedade intelectual do projeto.
Futuro das picapes intermediárias
O segmento de picapes intermediárias no Brasil tem crescido cerca de 15% ao ano, impulsionado pela versatilidade desses veículos. A nova picape da Volkswagen chega em um momento de forte concorrência, com marcas como Toyota e Renault planejando novos modelos. A Volkswagen aposta na tecnologia híbrida e na produção local para se destacar, enquanto mantém preços competitivos.
A exportação da picape para mercados da América Latina e África reforça a importância do Brasil como polo de manufatura. A experiência da Volkswagen com a Amarok e o Tera posiciona a marca como uma das principais referências em utilitários leves. A nova caminhonete, com sua combinação de inovação e robustez, promete consolidar essa liderança.
