Pagamento do décimo terceiro 2025 começa em 28/11 e movimenta R$ 320 bi; entenda regras e descontos

A chegada do décimo terceiro salário em 2025 promete movimentar a economia brasileira com uma injeção estimada em R$ 320 bilhões, superando os R$ 300 bilhões registrados em 2024, quando 83 milhões de trabalhadores foram beneficiados. Este ano, mudanças no calendário de pagamento, ajustadas para dias úteis, antecipam a primeira parcela para 28 de novembro e a segunda para 19 de dezembro, já que as datas tradicionais, 30 de novembro e 20 de dezembro, caem em fins de semana. A alteração, orientada pelo Tribunal Superior do Trabalho, impacta diretamente trabalhadores, empresas e o comércio, que espera um salto nas vendas natalinas. Com o aumento do salário mínimo previsto em cerca de 6%, o valor médio do benefício também cresce, especialmente para trabalhadores de baixa renda, que representam a maioria dos recebedores. O décimo terceiro, instituído em 1962 pela Lei 4.090, segue como um dos principais motores econômicos do último trimestre, influenciando desde o varejo até o setor de serviços. Para empresas, o desafio é planejar o fluxo de caixa para cumprir os prazos sem atrasos, que podem gerar multas de até R$ 170,25 por empregado.

O benefício é aguardado por milhões de brasileiros como uma oportunidade de equilibrar as finanças, quitar dívidas ou realizar compras de fim de ano. Cerca de 40% do valor é direcionado ao consumo imediato, enquanto 25% são usados para poupança ou investimentos de curto prazo. Setores como supermercados, lojas de eletrônicos e vestuário projetam crescimento de até 5% nas vendas, acima da média recente, impulsionado pela antecipação dos depósitos. Além disso, a formalização crescente do mercado de trabalho eleva o número de beneficiários, incluindo trabalhadores domésticos, rurais e avulsos, além de aposentados e pensionistas do INSS.

A antecipação dos prazos também beneficia o comércio eletrônico, que registrou alta de 10% em dezembro de 2024 e espera números ainda mais expressivos em 2025. Hotéis, restaurantes e agências de viagem já planejam pacotes especiais para atrair consumidores, especialmente nas regiões Nordeste e Sul, onde o turismo sazonal ganha força. Para trabalhadores, o dinheiro disponível mais cedo abre espaço para planejar gastos com Natal, Réveillon ou despesas de início de ano, como IPVA e material escolar.

Quem tem direito ao décimo terceiro

O décimo terceiro salário é um direito garantido a diversas categorias de trabalhadores no Brasil, abrangendo um público amplo e diversificado. Para receber o benefício em 2025, é necessário ter trabalhado pelo menos 15 dias com registro formal no ano, conforme estipulado pela legislação trabalhista.

• Trabalhadores formais: Empregados com carteira assinada, regidos pela CLT, incluindo domésticos, rurais e avulsos.
• Servidores públicos: Funcionários de todas as esferas governamentais, como municipal, estadual e federal.
• Aposentados e pensionistas: Beneficiários do INSS, incluindo auxílios como doença e reclusão.
• Exceções: Estagiários, autônomos sem vínculo formal e desempregados sem contrato em 2025 não têm direito.
• Condições especiais: Trabalhadores demitidos sem justa causa até outubro podem receber proporcionalmente.

Como calcular o benefício

Calcular o décimo terceiro é um processo simples, mas exige atenção aos detalhes. O valor é baseado no salário mensal bruto, dividido por 12 e multiplicado pelo número de meses trabalhados no ano. Cada mês com mais de 15 dias de trabalho conta como um mês inteiro. Por exemplo, um trabalhador com salário de R$ 3.000 que atuou o ano todo recebe R$ 3.000 brutos, mas descontos como INSS e Imposto de Renda reduzem o valor líquido para cerca de R$ 2.760.

Para quem trabalhou apenas parte do ano, o cálculo é proporcional. Um empregado com salário de R$ 2.000 que atuou por seis meses recebe R$ 1.000 brutos, sujeitos a deduções. A primeira parcela, paga até 28 de novembro, corresponde à metade do valor bruto, sem descontos. A segunda, quitada até 19 de dezembro, inclui retenções de INSS (7,5% a 14%, dependendo da faixa salarial) e Imposto de Renda (para salários acima de R$ 2.824). Descontos sindicais ou adiantamentos também podem ser aplicados, conforme acordos específicos.

Impacto econômico do décimo terceiro

O décimo terceiro salário representa cerca de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) anual, com efeitos diretos no último trimestre. Em 2024, o setor de serviços cresceu 3% entre outubro e dezembro, puxado pelo benefício, e a expectativa para 2025 é ainda mais otimista. A injeção de R$ 320 bilhões deve aquecer o consumo, especialmente em setores como varejo, alimentação e turismo. Supermercados projetam alta de 4% nas vendas de itens natalinos, enquanto lojas de eletrônicos esperam aumento de 6%, impulsionado pela demanda por smartphones e eletrodomésticos.

O comércio eletrônico, que já responde por 12% das vendas de fim de ano, deve crescer 11% em 2025, beneficiado pela antecipação dos pagamentos. Agências de viagem relatam alta de 15% nas reservas de dezembro em 2024, e a tendência é de crescimento com pacotes para destinos como Natal, Fortaleza e Gramado. O setor hoteleiro, especialmente no Nordeste, planeja ocupação de 90% em dezembro, aproveitando o fluxo de turistas impulsionado pelo benefício.

Micro e pequenas empresas, que geram 60% dos empregos formais, enfrentam desafios para arcar com o décimo terceiro, mas também lucram com o aumento do consumo local. Em 2024, o custo médio de empréstimos para financiar o benefício subiu 2%, pressionando o fluxo de caixa. Ainda assim, o impacto positivo no comércio local compensa, com feiras e mercados regionais registrando alta de 8% nas vendas.

Planejamento financeiro para trabalhadores

Receber o décimo terceiro mais cedo em 2025 oferece uma janela maior para planejar os gastos, mas exige cuidado para evitar desperdícios. Pesquisas indicam que 30% dos brasileiros usam o benefício para quitar dívidas, enquanto 20% destinam o valor a compras natalinas. Outros 15% reservam para despesas de início de ano, como impostos e material escolar, e 10% investem em poupança ou aplicações de curto prazo.

Os descontos aplicados ao benefício, especialmente na segunda parcela, reduzem o valor líquido. Um salário de R$ 4.000, por exemplo, pode resultar em R$ 2.570 após deduções de INSS e Imposto de Renda. Trabalhadores com salários até R$ 2.824 estão isentos de IR, mas o INSS é obrigatório, variando de R$ 112,50 a R$ 420 para salários entre R$ 1.500 e R$ 3.000. Planejar o uso do dinheiro com antecedência ajuda a evitar surpresas e garante que o benefício atenda às prioridades financeiras.

Desafios para empresas

Cumprir os prazos antecipados do décimo terceiro exige planejamento rigoroso, especialmente para pequenas e médias empresas. Setores como construção civil e varejo, que empregam muitos trabalhadores sazonais, enfrentam maior pressão no fluxo de caixa. Multas por atraso, fixadas em R$ 170,25 por empregado, podem acumular custos significativos para organizações com grandes equipes.

Empresas que optam por pagamento em duas parcelas devem depositar a primeira até 28 de novembro, sem retenções, e a segunda até 19 de dezembro, com descontos. O pagamento único, com todas as deduções, também deve ser feito até 28 de novembro. A flexibilidade de quitar a segunda parcela em espécie no sábado, 20 de dezembro, é raramente utilizada, já que transferências bancárias são mais práticas. Para evitar problemas, muitas empresas recorrem a linhas de crédito específicas, mas o aumento de 2% nos juros em 2024 elevou os custos.

Setores com alta rotatividade, como call centers e varejo, precisam redobrar a atenção para incluir trabalhadores demitidos sem justa causa até outubro, que têm direito ao benefício proporcional. A organização antecipada, com reservas financeiras ao longo do ano, é essencial para cumprir as obrigações sem comprometer a operação.

Antecipação para aposentados e pensionistas

Aposentados e pensionistas do INSS, que somam cerca de 30 milhões de beneficiários, podem receber o décimo terceiro antecipado em 2025, seguindo o modelo adotado em 2024, quando os pagamentos ocorreram entre maio e junho. A medida, implementada durante a pandemia e mantida nos últimos anos, injetou bilhões na economia antes do esperado, beneficiando o comércio e o setor de serviços. Em 2024, a antecipação alcançou R$ 60 bilhões, e a expectativa para 2025 é de um valor ainda maior, devido ao reajuste do salário mínimo.

A decisão sobre a antecipação depende do governo federal e geralmente é anunciada no início do ano. Caso confirmada, os pagamentos devem seguir o calendário do INSS, com depósitos escalonados conforme o número final do benefício. A medida é especialmente importante para idosos de baixa renda, que usam o dinheiro para despesas essenciais, como medicamentos e contas domésticas.

Histórico do décimo terceiro no Brasil

Instituído em 1962 pela Lei 4.090, sancionada pelo presidente João Goulart, o décimo terceiro salário transformou o cenário econômico brasileiro. Antes disso, gratificações de fim de ano eram oferecidas por poucas empresas, sem obrigatoriedade. A lei formalizou o direito, garantindo um salário extra a trabalhadores com carteira assinada, e foi ampliada pela Constituição de 1988, que incluiu servidores públicos, aposentados e outras categorias.

Ao longo das décadas, o benefício se consolidou como um pilar dos direitos trabalhistas, com impacto direto na economia. Em 2024, a antecipação para aposentados e pensionistas reforçou sua relevância, enquanto os ajustes de prazo em 2025 mostram a adaptação do benefício às necessidades modernas. Países como Argentina e México têm benefícios similares, mas com regras distintas, como datas de pagamento e cálculos baseados em outros critérios.

Setores beneficiados pelo benefício

O décimo terceiro salário é um dos principais impulsionadores do consumo no fim de ano, beneficiando diversos setores da economia. O varejo, que projeta crescimento de 5% nas vendas de 2025, lidera as expectativas, com destaque para supermercados, lojas de roupas e eletrônicos. Itens como smartphones, TVs e eletrodomésticos estão entre os mais procurados, enquanto alimentos natalinos, como panetones e carnes, impulsionam as vendas em mercados.

O setor de serviços também ganha fôlego. Restaurantes e bares registram alta de 7% no movimento em dezembro, enquanto o turismo cresce com reservas para destinos nacionais. Em 2024, cidades como Recife e Florianópolis tiveram ocupação hoteleira próxima de 85%, e a tendência é de melhora em 2025. O comércio eletrônico, com promoções como a Black Friday estendida, deve atrair consumidores que preferem compras online, com crescimento projetado de 11%.

Feiras e mercados locais, especialmente em cidades menores, também lucram com o benefício. Artesanato, produtos regionais e serviços sazonais, como decoração natalina, registram aumento de 8% nas vendas, reforçando o impacto do décimo terceiro na economia local.

Curiosidades sobre o décimo terceiro

O décimo terceiro salário carrega uma história rica e detalhes que ilustram sua importância no Brasil e no mundo. Algumas curiosidades destacam sua relevância:

• Origem histórica: Antes de 1962, apenas grandes empresas ofereciam gratificações de fim de ano, geralmente para executivos.
• Nome alternativo: Em alguns países, como Portugal, o benefício é chamado de “subsídio de Natal”.
• Impacto global: Cerca de 20 países, incluindo Chile e Uruguai, têm versões do décimo terceiro, com regras próprias.
• Uso diversificado: Pesquisas mostram que 15% dos brasileiros guardam o benefício para emergências, enquanto 10% investem.
• Efeito sazonal: O benefício responde por 30% das vendas de dezembro em setores como vestuário e calçados.

Cronograma de pagamento em 2025

O calendário ajustado do décimo terceiro salário em 2025 reflete a adaptação às datas úteis, garantindo que trabalhadores recebam o benefício sem atrasos. As principais etapas incluem:

• 28 de novembro de 2025: Prazo para pagamento da primeira parcela ou do valor integral, sem descontos na primeira parcela.
• 19 de dezembro de 2025: Prazo para a segunda parcela, com deduções de INSS e Imposto de Renda.
• 20 de dezembro de 2025: Data alternativa para pagamento em espécie da segunda parcela, pouco utilizada.
• Maio/junho de 2025: Possível antecipação para aposentados e pensionistas do INSS, a ser confirmada pelo governo.
• Janeiro de 2026: Prazo para acertos de valores proporcionais para trabalhadores demitidos ou contratados em 2025.

Dicas para usar o décimo terceiro com sabedoria

Aproveitar o décimo terceiro de forma eficiente exige planejamento e priorização. Especialistas recomendam algumas estratégias para maximizar o benefício:

• Quite dívidas caras: Priorize dívidas com juros altos, como cartão de crédito e cheque especial, que podem superar 400% ao ano.
• Planeje o orçamento: Reserve parte do valor para despesas de início de ano, como IPVA, IPTU e material escolar.
• Evite gastos impulsivos: Faça uma lista de compras natalinas para evitar despesas desnecessárias.
• Considere investimentos: Destine uma fração do benefício para poupança ou aplicações de curto prazo, como CDBs.
• Calcule descontos: Antecipe os valores líquidos, considerando INSS e Imposto de Renda, para evitar surpresas.

Impacto regional do décimo terceiro

O décimo terceiro salário tem efeitos variados nas regiões do Brasil, refletindo as diferenças econômicas e culturais. No Nordeste, o turismo é um dos setores mais beneficiados, com cidades como Salvador e Fortaleza atraindo visitantes para festas de fim de ano. Hotéis e pousadas projetam ocupação de 90%, enquanto restaurantes regionais esperam alta de 10% no faturamento.

No Sul, o comércio local, especialmente em cidades como Porto Alegre e Curitiba, ganha força com a venda de produtos natalinos e artesanato. O setor de vinhos e espumantes, típico da região, registra crescimento de 12% em dezembro. No Sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro lideram o consumo de eletrônicos e vestuário, com shoppings esperando movimento 15% maior que em 2024.

Regiões como Centro-Oeste e Norte, com economias menos dependentes do turismo, veem o benefício impulsionar o comércio local e feiras regionais. Em Manaus, por exemplo, o polo industrial projeta alta de 5% nas vendas de eletrodomésticos, enquanto Goiânia aposta em eventos culturais para atrair consumidores.

Perspectivas para 2025

Com o aumento do salário mínimo e a formalização do mercado de trabalho, o décimo terceiro de 2025 deve alcançar um número recorde de beneficiários, superando os 83 milhões de 2024. A antecipação dos prazos, embora desafiadora para empresas, beneficia trabalhadores e o comércio, que ganham mais tempo para planejar e lucrar. O varejo eletrônico, em particular, deve consolidar seu crescimento, com promoções esticadas até o Réveillon.

A possível antecipação para aposentados e pensionistas, se confirmada, reforçará o impacto do benefício na primeira metade do ano, especialmente para o setor de serviços. A expectativa é que o décimo terceiro continue sendo um pilar econômico, com efeitos que vão além do consumo, como a redução da inadimplência e o estímulo a pequenos negócios.