A Agência Nacional de Energia Elétrica anunciou a adoção da bandeira tarifária amarela para maio de 2025, marcando o retorno de uma taxa extra nas contas de luz após cinco meses de bandeira verde. A decisão, tomada em reunião na sexta-feira, 25 de abril, reflete a transição do período chuvoso para o seco, que reduz a capacidade de geração das hidrelétricas e exige maior uso de usinas termelétricas, mais custosas. Com a bandeira amarela, os consumidores pagarão R$ 1,88 adicionais para cada 100 kWh consumidos, impactando diretamente o orçamento doméstico. A medida era esperada por especialistas, que já monitoravam a queda nos níveis dos reservatórios desde meados de abril, conforme projeções da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.
A estiagem, característica do período entre maio e outubro no Brasil, pressiona o sistema elétrico nacional, que depende de hidrelétricas para cerca de 60% de sua geração de energia. Quando as chuvas diminuem, os reservatórios, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, operam abaixo da capacidade ideal, forçando o acionamento de termelétricas movidas a combustíveis como gás natural e carvão. Essas usinas, embora essenciais para garantir o fornecimento, elevam os custos de produção, que são repassados aos consumidores por meio do sistema de bandeiras tarifárias. A Aneel destacou que as previsões de chuvas para os próximos meses estão abaixo da média histórica, justificando a mudança na bandeira.
A bandeira amarela interrompe um ciclo de alívio nas contas de luz, que vigorava desde dezembro de 2024. Durante esses cinco meses, o período chuvoso permitiu que as hidrelétricas operassem em níveis estáveis, dispensando taxas extras. A volta da cobrança adicional reacende a atenção para práticas de consumo consciente, especialmente em um momento em que a inflação já pressiona o bolso dos brasileiros. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo, medido pelo IBGE, registrou 5,49% em 12 meses até abril, com alimentos e energia entre os principais vilões.
- O que é o sistema de bandeiras tarifárias?
- Criado em 2015, sinaliza os custos de geração de energia.
- Bandeira verde: sem taxa extra, condições favoráveis.
- Bandeira amarela: R$ 1,88 por 100 kWh, condições menos favoráveis.
- Bandeira vermelha (patamar 1 e 2): R$ 4,46 ou R$ 7,87 por 100 kWh, cenários desfavoráveis.
Por que a bandeira amarela foi acionada?
A redução das chuvas é o principal fator para a adoção da bandeira amarela em maio. O Brasil enfrenta um desafio estrutural no setor elétrico devido à sua dependência das hidrelétricas, que respondem por grande parte da matriz energética. Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico apontam que os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por cerca de 70% da capacidade hidrelétrica do país, estão com níveis abaixo do esperado para esta época do ano. Essa situação, somada ao aumento da demanda por energia em setores como indústria e comércio, torna inevitável o uso de fontes mais caras.
Além disso, a transição para o período seco ocorre em um momento de maior consumo elétrico, impulsionado pelo uso de aparelhos como ventiladores e ar-condicionado, especialmente em regiões mais quentes. A Aneel reforçou que a bandeira amarela serve como um alerta para que os consumidores adotem hábitos de economia, como desligar luzes desnecessárias e otimizar o uso de eletrodomésticos. A agência também destacou que a medida visa garantir a sustentabilidade do setor elétrico, evitando sobrecarga no sistema.
Impacto no bolso do consumidor
A cobrança extra de R$ 1,88 por 100 kWh pode parecer pequena, mas seu impacto varia conforme o consumo de cada residência. Para uma família que consome 300 kWh por mês, o acréscimo será de aproximadamente R$ 5,64 na fatura. Em lares com maior dependência de eletrodomésticos, como os que utilizam ar-condicionado com frequência, o aumento pode ser mais significativo. Esse cenário pressiona ainda mais o orçamento doméstico, especialmente para famílias de baixa renda, que já enfrentam dificuldades com a alta de outros itens essenciais, como alimentos e combustíveis.
A tarifa social, que beneficia cerca de 60 milhões de brasileiros, pode amenizar o impacto para algumas famílias, mas a cobrança extra da bandeira amarela ainda será aplicada. Programas de eficiência energética, como os promovidos pelo Procel, estimam que práticas simples de economia podem reduzir o consumo em até 10%, ajudando a mitigar o aumento nas contas. A Aneel recomenda que os consumidores fiquem atentos ao uso responsável da energia, especialmente durante os horários de pico, entre 18h e 21h, quando a demanda é mais elevada.
Histórico das bandeiras tarifárias
O sistema de bandeiras tarifárias, implementado em 2015, foi criado para tornar os custos de geração de energia mais transparentes e incentivar o consumo consciente. Antes disso, os custos adicionais das termelétricas eram repassados apenas nos reajustes anuais das tarifas, o que dificultava a percepção imediata do impacto da estiagem. Com as bandeiras, os consumidores recebem um sinal claro sobre as condições do setor elétrico e podem ajustar seus hábitos para reduzir o impacto financeiro.
- Cronologia recente das bandeiras tarifárias:
- Abril de 2022 a junho de 2024: bandeira verde, sem taxa extra.
- Julho de 2024: bandeira amarela, com R$ 1,88 por 100 kWh.
- Agosto de 2024: retorno à bandeira verde.
- Setembro de 2024: bandeira vermelha patamar 1, com R$ 4,46 por 100 kWh.
- Outubro de 2024: bandeira vermelha patamar 2, com R$ 7,87 por 100 kWh.
- Novembro de 2024: bandeira amarela, com R$ 1,88 por 100 kWh.
- Dezembro de 2024 a abril de 2025: bandeira verde.
- Maio de 2025: bandeira amarela, com R$ 1,88 por 100 kWh.
Desafios do setor elétrico brasileiro
O setor elétrico brasileiro enfrenta desafios estruturais que vão além da sazonalidade das chuvas. A modernização da rede de transmissão e a diversificação da matriz energética são questões centrais para reduzir a dependência das hidrelétricas. Fontes renováveis, como solar e eólica, têm crescido significativamente, com a energia solar registrando aumento de 20% ao ano. No entanto, essas fontes ainda não conseguem suprir a demanda nos períodos de estiagem, quando a geração hidrelétrica é reduzida.
A integração de novas tecnologias, como baterias de armazenamento e redes inteligentes, também é vista como uma solução para otimizar o uso de energia renovável. Apesar disso, o alto custo de implementação e a necessidade de investimentos em larga escala dificultam avanços rápidos. Enquanto isso, as termelétricas continuam sendo a principal alternativa para garantir o fornecimento, mesmo com seus impactos financeiros e ambientais.
Perspectivas para os próximos meses
As projeções para o segundo semestre de 2025 são preocupantes. Relatórios da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica indicam que, caso as chuvas continuem abaixo da média, há risco de adoção da bandeira vermelha a partir de julho, com taxas extras de R$ 4,46 ou até R$ 7,87 por 100 kWh. Cenários mais pessimistas apontam para a possibilidade de bandeira vermelha patamar 2 entre agosto e setembro, especialmente se os reservatórios não se recuperarem durante o próximo período chuvoso.
A Aneel monitora mensalmente os níveis dos reservatórios e os custos de geração, revisando as bandeiras no último dia útil de cada mês. O diretor-geral da agência, Sandoval Feitosa, afirmou que a perspectiva de bandeira verde ao longo de 2025 depende de chuvas consistentes, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Enquanto isso, a recomendação é que os consumidores mantenham hábitos de economia para minimizar o impacto das tarifas.

Como economizar energia com a bandeira amarela
A adoção da bandeira amarela reforça a importância de práticas de consumo consciente. Pequenas mudanças nos hábitos diários podem fazer diferença significativa na fatura. O Procel e outras iniciativas do setor elétrico oferecem orientações práticas para reduzir o consumo sem comprometer o conforto.
- Dicas para economizar energia:
- Desligar luzes e aparelhos em standby quando não estiverem em uso.
- Utilizar lâmpadas LED, que consomem menos energia.
- Evitar o uso de eletrodomésticos de alto consumo, como chuveiros elétricos, durante os horários de pico.
- Regular a temperatura de aparelhos de ar-condicionado para 23°C ou mais.
- Planejar o uso da máquina de lavar, aproveitando a capacidade máxima por ciclo.
Energia renovável como alternativa
O crescimento das fontes renováveis tem sido uma esperança para o setor elétrico brasileiro. A energia solar, por exemplo, já está presente em mais de 1,5 milhão de residências e empresas, incentivada por políticas de crédito e redução de impostos. A energia eólica, concentrada principalmente no Nordeste, também desempenha um papel crescente, com parques eólicos respondendo por cerca de 10% da geração nacional.
Apesar desses avanços, a dependência das hidrelétricas permanece elevada, e a transição para uma matriz mais diversificada exige tempo e investimentos. Projetos de eficiência energética, como os promovidos pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, têm potencial para reduzir o consumo em até 10%, aliviando a pressão sobre o sistema elétrico.
Impactos econômicos da bandeira amarela
A volta da taxa extra na conta de luz também tem implicações econômicas mais amplas. A energia elétrica é um insumo essencial para a indústria, o comércio e os serviços, e aumentos nos custos de geração podem ser repassados aos preços de bens e serviços. Em um contexto de inflação persistentemente alta, com o IPCA-15 registrando 0,43% em abril, a bandeira amarela adiciona mais um fator de pressão.
O Banco Central, que monitora de perto os indicadores inflacionários, pode interpretar o aumento das tarifas de energia como um sinal para manter ou elevar a taxa de juros, impactando o custo do crédito e o crescimento econômico. Setores como o varejo, que dependem de margens apertadas, também podem enfrentar dificuldades para absorver os custos adicionais sem repassá-los aos consumidores.
O papel do consumidor no sistema elétrico
O sistema de bandeiras tarifárias não apenas reflete os custos de geração, mas também dá aos consumidores um papel ativo na gestão do consumo. Ao saber que a bandeira amarela está em vigor, as famílias podem ajustar seus hábitos para reduzir o impacto financeiro. Essa transparência, segundo a Aneel, é uma das principais vantagens do sistema, que substituiu os reajustes anuais por uma sinalização mensal mais dinâmica.
A agência também incentiva a participação em programas de eficiência energética e o uso de tecnologias que reduzam o consumo, como eletrodomésticos com selo de eficiência A do Inmetro. Essas medidas, embora simples, podem contribuir para a sustentabilidade do setor elétrico e aliviar o impacto das bandeiras tarifárias no longo prazo.
Cenário global e energia no Brasil
O Brasil não está sozinho em seus desafios energéticos. Globalmente, a transição para fontes renováveis enfrenta obstáculos como a intermitência da geração e o alto custo de infraestrutura. Países como Alemanha e Austrália, que investiram pesadamente em energia solar e eólica, ainda dependem de fontes fósseis em momentos de alta demanda. No caso brasileiro, a abundância de recursos hídricos dá ao país uma vantagem, mas a sazonalidade das chuvas exige um planejamento robusto.
A modernização do setor elétrico, com investimentos em redes inteligentes e armazenamento de energia, é uma prioridade para os próximos anos. Enquanto isso, as bandeiras tarifárias continuam sendo uma ferramenta essencial para equilibrar os custos e incentivar o uso responsável da energia.
Preparação para o período seco
Com a chegada do período seco, que se estende até outubro, os consumidores devem se preparar para possíveis aumentos adicionais nas tarifas. A Aneel e o Operador Nacional do Sistema Elétrico monitoram constantemente as condições climáticas e os níveis dos reservatórios, mas a incerteza sobre as chuvas torna difícil prever o cenário exato para os próximos meses. A recomendação é que as famílias planejem seu consumo e busquem alternativas para reduzir a dependência de energia elétrica.
- Medidas para o período seco:
- Monitorar o consumo mensal por meio das faturas.
- Investir em eletrodomésticos mais eficientes.
- Considerar a instalação de painéis solares, quando viável.
- Participar de programas de eficiência energética oferecidos por concessionárias.

A Agência Nacional de Energia Elétrica anunciou a adoção da bandeira tarifária amarela para maio de 2025, marcando o retorno de uma taxa extra nas contas de luz após cinco meses de bandeira verde. A decisão, tomada em reunião na sexta-feira, 25 de abril, reflete a transição do período chuvoso para o seco, que reduz a capacidade de geração das hidrelétricas e exige maior uso de usinas termelétricas, mais custosas. Com a bandeira amarela, os consumidores pagarão R$ 1,88 adicionais para cada 100 kWh consumidos, impactando diretamente o orçamento doméstico. A medida era esperada por especialistas, que já monitoravam a queda nos níveis dos reservatórios desde meados de abril, conforme projeções da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.
A estiagem, característica do período entre maio e outubro no Brasil, pressiona o sistema elétrico nacional, que depende de hidrelétricas para cerca de 60% de sua geração de energia. Quando as chuvas diminuem, os reservatórios, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, operam abaixo da capacidade ideal, forçando o acionamento de termelétricas movidas a combustíveis como gás natural e carvão. Essas usinas, embora essenciais para garantir o fornecimento, elevam os custos de produção, que são repassados aos consumidores por meio do sistema de bandeiras tarifárias. A Aneel destacou que as previsões de chuvas para os próximos meses estão abaixo da média histórica, justificando a mudança na bandeira.
A bandeira amarela interrompe um ciclo de alívio nas contas de luz, que vigorava desde dezembro de 2024. Durante esses cinco meses, o período chuvoso permitiu que as hidrelétricas operassem em níveis estáveis, dispensando taxas extras. A volta da cobrança adicional reacende a atenção para práticas de consumo consciente, especialmente em um momento em que a inflação já pressiona o bolso dos brasileiros. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo, medido pelo IBGE, registrou 5,49% em 12 meses até abril, com alimentos e energia entre os principais vilões.
- O que é o sistema de bandeiras tarifárias?
- Criado em 2015, sinaliza os custos de geração de energia.
- Bandeira verde: sem taxa extra, condições favoráveis.
- Bandeira amarela: R$ 1,88 por 100 kWh, condições menos favoráveis.
- Bandeira vermelha (patamar 1 e 2): R$ 4,46 ou R$ 7,87 por 100 kWh, cenários desfavoráveis.
Por que a bandeira amarela foi acionada?
A redução das chuvas é o principal fator para a adoção da bandeira amarela em maio. O Brasil enfrenta um desafio estrutural no setor elétrico devido à sua dependência das hidrelétricas, que respondem por grande parte da matriz energética. Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico apontam que os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por cerca de 70% da capacidade hidrelétrica do país, estão com níveis abaixo do esperado para esta época do ano. Essa situação, somada ao aumento da demanda por energia em setores como indústria e comércio, torna inevitável o uso de fontes mais caras.
Além disso, a transição para o período seco ocorre em um momento de maior consumo elétrico, impulsionado pelo uso de aparelhos como ventiladores e ar-condicionado, especialmente em regiões mais quentes. A Aneel reforçou que a bandeira amarela serve como um alerta para que os consumidores adotem hábitos de economia, como desligar luzes desnecessárias e otimizar o uso de eletrodomésticos. A agência também destacou que a medida visa garantir a sustentabilidade do setor elétrico, evitando sobrecarga no sistema.
Impacto no bolso do consumidor
A cobrança extra de R$ 1,88 por 100 kWh pode parecer pequena, mas seu impacto varia conforme o consumo de cada residência. Para uma família que consome 300 kWh por mês, o acréscimo será de aproximadamente R$ 5,64 na fatura. Em lares com maior dependência de eletrodomésticos, como os que utilizam ar-condicionado com frequência, o aumento pode ser mais significativo. Esse cenário pressiona ainda mais o orçamento doméstico, especialmente para famílias de baixa renda, que já enfrentam dificuldades com a alta de outros itens essenciais, como alimentos e combustíveis.
A tarifa social, que beneficia cerca de 60 milhões de brasileiros, pode amenizar o impacto para algumas famílias, mas a cobrança extra da bandeira amarela ainda será aplicada. Programas de eficiência energética, como os promovidos pelo Procel, estimam que práticas simples de economia podem reduzir o consumo em até 10%, ajudando a mitigar o aumento nas contas. A Aneel recomenda que os consumidores fiquem atentos ao uso responsável da energia, especialmente durante os horários de pico, entre 18h e 21h, quando a demanda é mais elevada.
Histórico das bandeiras tarifárias
O sistema de bandeiras tarifárias, implementado em 2015, foi criado para tornar os custos de geração de energia mais transparentes e incentivar o consumo consciente. Antes disso, os custos adicionais das termelétricas eram repassados apenas nos reajustes anuais das tarifas, o que dificultava a percepção imediata do impacto da estiagem. Com as bandeiras, os consumidores recebem um sinal claro sobre as condições do setor elétrico e podem ajustar seus hábitos para reduzir o impacto financeiro.
- Cronologia recente das bandeiras tarifárias:
- Abril de 2022 a junho de 2024: bandeira verde, sem taxa extra.
- Julho de 2024: bandeira amarela, com R$ 1,88 por 100 kWh.
- Agosto de 2024: retorno à bandeira verde.
- Setembro de 2024: bandeira vermelha patamar 1, com R$ 4,46 por 100 kWh.
- Outubro de 2024: bandeira vermelha patamar 2, com R$ 7,87 por 100 kWh.
- Novembro de 2024: bandeira amarela, com R$ 1,88 por 100 kWh.
- Dezembro de 2024 a abril de 2025: bandeira verde.
- Maio de 2025: bandeira amarela, com R$ 1,88 por 100 kWh.
Desafios do setor elétrico brasileiro
O setor elétrico brasileiro enfrenta desafios estruturais que vão além da sazonalidade das chuvas. A modernização da rede de transmissão e a diversificação da matriz energética são questões centrais para reduzir a dependência das hidrelétricas. Fontes renováveis, como solar e eólica, têm crescido significativamente, com a energia solar registrando aumento de 20% ao ano. No entanto, essas fontes ainda não conseguem suprir a demanda nos períodos de estiagem, quando a geração hidrelétrica é reduzida.
A integração de novas tecnologias, como baterias de armazenamento e redes inteligentes, também é vista como uma solução para otimizar o uso de energia renovável. Apesar disso, o alto custo de implementação e a necessidade de investimentos em larga escala dificultam avanços rápidos. Enquanto isso, as termelétricas continuam sendo a principal alternativa para garantir o fornecimento, mesmo com seus impactos financeiros e ambientais.
Perspectivas para os próximos meses
As projeções para o segundo semestre de 2025 são preocupantes. Relatórios da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica indicam que, caso as chuvas continuem abaixo da média, há risco de adoção da bandeira vermelha a partir de julho, com taxas extras de R$ 4,46 ou até R$ 7,87 por 100 kWh. Cenários mais pessimistas apontam para a possibilidade de bandeira vermelha patamar 2 entre agosto e setembro, especialmente se os reservatórios não se recuperarem durante o próximo período chuvoso.
A Aneel monitora mensalmente os níveis dos reservatórios e os custos de geração, revisando as bandeiras no último dia útil de cada mês. O diretor-geral da agência, Sandoval Feitosa, afirmou que a perspectiva de bandeira verde ao longo de 2025 depende de chuvas consistentes, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Enquanto isso, a recomendação é que os consumidores mantenham hábitos de economia para minimizar o impacto das tarifas.

Como economizar energia com a bandeira amarela
A adoção da bandeira amarela reforça a importância de práticas de consumo consciente. Pequenas mudanças nos hábitos diários podem fazer diferença significativa na fatura. O Procel e outras iniciativas do setor elétrico oferecem orientações práticas para reduzir o consumo sem comprometer o conforto.
- Dicas para economizar energia:
- Desligar luzes e aparelhos em standby quando não estiverem em uso.
- Utilizar lâmpadas LED, que consomem menos energia.
- Evitar o uso de eletrodomésticos de alto consumo, como chuveiros elétricos, durante os horários de pico.
- Regular a temperatura de aparelhos de ar-condicionado para 23°C ou mais.
- Planejar o uso da máquina de lavar, aproveitando a capacidade máxima por ciclo.
Energia renovável como alternativa
O crescimento das fontes renováveis tem sido uma esperança para o setor elétrico brasileiro. A energia solar, por exemplo, já está presente em mais de 1,5 milhão de residências e empresas, incentivada por políticas de crédito e redução de impostos. A energia eólica, concentrada principalmente no Nordeste, também desempenha um papel crescente, com parques eólicos respondendo por cerca de 10% da geração nacional.
Apesar desses avanços, a dependência das hidrelétricas permanece elevada, e a transição para uma matriz mais diversificada exige tempo e investimentos. Projetos de eficiência energética, como os promovidos pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, têm potencial para reduzir o consumo em até 10%, aliviando a pressão sobre o sistema elétrico.
Impactos econômicos da bandeira amarela
A volta da taxa extra na conta de luz também tem implicações econômicas mais amplas. A energia elétrica é um insumo essencial para a indústria, o comércio e os serviços, e aumentos nos custos de geração podem ser repassados aos preços de bens e serviços. Em um contexto de inflação persistentemente alta, com o IPCA-15 registrando 0,43% em abril, a bandeira amarela adiciona mais um fator de pressão.
O Banco Central, que monitora de perto os indicadores inflacionários, pode interpretar o aumento das tarifas de energia como um sinal para manter ou elevar a taxa de juros, impactando o custo do crédito e o crescimento econômico. Setores como o varejo, que dependem de margens apertadas, também podem enfrentar dificuldades para absorver os custos adicionais sem repassá-los aos consumidores.
O papel do consumidor no sistema elétrico
O sistema de bandeiras tarifárias não apenas reflete os custos de geração, mas também dá aos consumidores um papel ativo na gestão do consumo. Ao saber que a bandeira amarela está em vigor, as famílias podem ajustar seus hábitos para reduzir o impacto financeiro. Essa transparência, segundo a Aneel, é uma das principais vantagens do sistema, que substituiu os reajustes anuais por uma sinalização mensal mais dinâmica.
A agência também incentiva a participação em programas de eficiência energética e o uso de tecnologias que reduzam o consumo, como eletrodomésticos com selo de eficiência A do Inmetro. Essas medidas, embora simples, podem contribuir para a sustentabilidade do setor elétrico e aliviar o impacto das bandeiras tarifárias no longo prazo.
Cenário global e energia no Brasil
O Brasil não está sozinho em seus desafios energéticos. Globalmente, a transição para fontes renováveis enfrenta obstáculos como a intermitência da geração e o alto custo de infraestrutura. Países como Alemanha e Austrália, que investiram pesadamente em energia solar e eólica, ainda dependem de fontes fósseis em momentos de alta demanda. No caso brasileiro, a abundância de recursos hídricos dá ao país uma vantagem, mas a sazonalidade das chuvas exige um planejamento robusto.
A modernização do setor elétrico, com investimentos em redes inteligentes e armazenamento de energia, é uma prioridade para os próximos anos. Enquanto isso, as bandeiras tarifárias continuam sendo uma ferramenta essencial para equilibrar os custos e incentivar o uso responsável da energia.
Preparação para o período seco
Com a chegada do período seco, que se estende até outubro, os consumidores devem se preparar para possíveis aumentos adicionais nas tarifas. A Aneel e o Operador Nacional do Sistema Elétrico monitoram constantemente as condições climáticas e os níveis dos reservatórios, mas a incerteza sobre as chuvas torna difícil prever o cenário exato para os próximos meses. A recomendação é que as famílias planejem seu consumo e busquem alternativas para reduzir a dependência de energia elétrica.
- Medidas para o período seco:
- Monitorar o consumo mensal por meio das faturas.
- Investir em eletrodomésticos mais eficientes.
- Considerar a instalação de painéis solares, quando viável.
- Participar de programas de eficiência energética oferecidos por concessionárias.
