Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, enfrenta um quadro delicado de saúde enquanto permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília. Desde o dia 11 de abril de 2025, quando foi internado às pressas com fortes dores abdominais, o político de 70 anos tem passado por uma série de procedimentos médicos, incluindo uma cirurgia complexa realizada em 13 de abril para corrigir complicações intestinais decorrentes de uma facada sofrida em 2018. O boletim médico mais recente, divulgado em 26 de abril, indica que Bolsonaro está clinicamente estável, mas segue sob tratamento específico para alterações em exames hepáticos, sem previsão de alta. A gravidade do quadro, aliada às restrições impostas pela equipe médica, mantém o ex-presidente sob cuidados intensivos, com limitações de visitas e atividades que possam comprometer sua recuperação.
A internação de Bolsonaro começou após ele interromper uma agenda política no Nordeste devido a intensas dores abdominais. Inicialmente atendido em um hospital em Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, ele foi transferido para Natal e, posteriormente, para Brasília, onde passou por uma cirurgia de 12 horas. O procedimento, descrito como o mais complexo desde o atentado de 2018, envolveu a remoção de aderências intestinais e a reconstrução da parede abdominal. Apesar do sucesso inicial da operação, o quadro de saúde do ex-presidente apresentou sinais de deterioração na semana seguinte, com elevação da pressão arterial e piora nos exames hepáticos, exigindo novos testes e ajustes no tratamento.
A evolução do caso tem gerado grande atenção, tanto pelo impacto político quanto pela gravidade das complicações de saúde. Familiares, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, têm usado as redes sociais para pedir orações e atualizar o público sobre o estado de Bolsonaro. Enquanto isso, apoiadores do ex-presidente organizaram vigílias em frente ao hospital, demonstrando solidariedade em meio às incertezas sobre sua recuperação.
Contexto da internação e desafios médicos
A saúde de Jair Bolsonaro tem sido marcada por complicações desde que ele foi vítima de um atentado durante a campanha presidencial de 2018, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Na ocasião, ele sofreu uma facada que perfurou seu intestino, causando hemorragia significativa e exigindo múltiplas cirurgias de emergência. Desde então, o ex-presidente passou por pelo menos seis procedimentos cirúrgicos, incluindo o mais recente, em abril de 2025. Essas intervenções repetidas aumentaram a complexidade de seu quadro clínico, com aderências intestinais e outros problemas que continuam a desafiar a equipe médica.
O procedimento realizado em 13 de abril foi descrito pelos médicos como particularmente delicado, devido às cicatrizes de cirurgias anteriores e à fragilidade do sistema digestivo de Bolsonaro. A operação, que durou mais de 12 horas, envolveu técnicas avançadas para corrigir obstruções intestinais e reconstruir tecidos abdominais danificados. Apesar de não terem ocorrido complicações durante a cirurgia, a recuperação tem sido lenta, com o ex-presidente precisando de nutrição parenteral (intravenosa) e fisioterapia para estimular a movimentação intestinal.
A equipe médica do Hospital DF Star destacou que o pós-operatório exige cuidados extremos, incluindo restrições a estímulos externos que possam elevar a pressão arterial ou comprometer a cicatrização. Essas medidas visam evitar complicações adicionais, como infecções ou falhas no funcionamento de órgãos, especialmente o fígado, que apresentou alterações preocupantes nos exames laboratoriais.
- Principais desafios médicos enfrentados por Bolsonaro:
- Aderências intestinais causadas por cirurgias anteriores.
- Alterações hepáticas detectadas em exames laboratoriais.
- Risco de complicações devido à fragilidade do sistema digestivo.
- Necessidade de nutrição parenteral e jejum oral prolongado.
Complicações hepáticas e monitoramento intensivo
A deterioração do quadro de saúde de Bolsonaro, relatada em 24 de abril, trouxe novos desafios à sua recuperação. Naquela data, o boletim médico informou que o ex-presidente apresentou sinais de piora clínica, com elevação da pressão arterial e resultados preocupantes nos exames de função hepática. Esses indicadores levaram a equipe médica a realizar novos exames de imagem para avaliar a necessidade de intervenções adicionais. Felizmente, os testes realizados no dia seguinte mostraram que não havia necessidade de uma nova cirurgia, e a pressão arterial foi estabilizada.
O tratamento voltado para as alterações hepáticas tem sido um foco central nos últimos dias. Embora os boletins médicos não detalhem a natureza exata dessas alterações, é provável que elas estejam relacionadas ao estresse metabólico causado pela cirurgia prolongada e pelo jejum oral. O fígado, responsável por processar toxinas e nutrientes, pode sofrer sobrecarga em pacientes submetidos a procedimentos invasivos, especialmente quando há histórico de traumas abdominais. A equipe médica tem ajustado medicações e monitorado de perto os marcadores hepáticos para evitar complicações mais graves.
Além disso, Bolsonaro enfrenta um quadro de gastroparesia, uma condição caracterizada pelo retardo no esvaziamento gástrico. Essa complicação dificulta a retomada da alimentação oral, prolongando a dependência de nutrição parenteral. A fisioterapia, mencionada em atualizações recentes, tem sido usada para estimular a motilidade intestinal, mas os primeiros sinais de recuperação nesse aspecto só começaram a aparecer após mais de uma semana de internação.
Cronologia da internação de Bolsonaro
A trajetória de Jair Bolsonaro no Hospital DF Star reflete a gravidade de seu quadro e a complexidade de sua recuperação. Abaixo, uma linha do tempo com os principais eventos relacionados à sua internação em abril de 2025:
- 11 de abril: Bolsonaro é internado em Santa Cruz, Rio Grande do Norte, com fortes dores abdominais, interrompendo uma agenda política.
- 12 de abril: Transferido para o Hospital Rio Grande, em Natal, e posteriormente para o Hospital DF Star, em Brasília.
- 13 de abril: Passa por uma cirurgia de 12 horas para corrigir obstruções intestinais e reconstruir a parede abdominal.
- 15 de abril: Boletim médico informa que Bolsonaro está estável, sem dor, mas sem previsão de alta da UTI.
- 24 de abril: Relato de piora clínica, com elevação da pressão arterial e alterações nos exames hepáticos.
- 25 de abril: Exames de imagem excluem a necessidade de nova cirurgia, e a pressão arterial é estabilizada.
- 26 de abril: Boletim confirma estabilidade clínica, com continuidade do tratamento para alterações hepáticas.
Essa cronologia destaca a natureza prolongada e delicada do processo de recuperação, com avanços graduais e momentos de preocupação.
Impacto político e reações públicas
A internação prolongada de Jair Bolsonaro tem gerado reflexos no cenário político brasileiro. Como uma das figuras mais polarizadoras do país, o ex-presidente mantém uma base fiel de apoiadores, que têm se mobilizado em redes sociais e em vigílias em frente ao Hospital DF Star. Essas manifestações, embora pacíficas, reforçam a influência de Bolsonaro no espectro político de direita, mesmo em um momento de fragilidade física.
Paralelamente, a saúde de Bolsonaro coincide com um período de desafios legais. Em 23 de abril, um oficial de justiça visitou a UTI para notificá-lo sobre o início de um processo judicial relacionado a acusações de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A entrega da notificação, realizada em um ambiente hospitalar, gerou críticas de aliados, que classificaram a ação como desrespeitosa. O ex-presidente reagiu com indignação, questionando o prazo de cinco dias para apresentar sua defesa inicial.
Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente, tem desempenhado um papel ativo na comunicação com o público. Em postagens nas redes sociais, ela compartilhou imagens de Bolsonaro no leito hospitalar e pediu orações, reforçando o apelo emocional aos apoiadores. Essas mensagens têm mantido a conexão com a base política do ex-presidente, mesmo em meio às restrições médicas.
- Reações públicas ao quadro de saúde de Bolsonaro:
- Vigílias de apoiadores em frente ao Hospital DF Star.
- Postagens de Michelle Bolsonaro pedindo orações nas redes sociais.
- Críticas de aliados à notificação judicial na UTI.
- Debates sobre o impacto da internação na agenda política de Bolsonaro.
Histórico médico e impacto a longo prazo
O atentado de 2018, perpetrado por Adélio Bispo, deixou marcas profundas na saúde de Jair Bolsonaro. A facada, que atingiu o intestino e causou a perda de cerca de 40% do volume sanguíneo, exigiu intervenções imediatas e desencadeou uma série de complicações ao longo dos anos. Desde então, o ex-presidente enfrentou obstruções intestinais recorrentes, infecções abdominais e a formação de aderências, que são cicatrizes internas que podem causar bloqueios no sistema digestivo.
As múltiplas cirurgias realizadas entre 2018 e 2025, embora necessárias, aumentaram o risco de complicações a longo prazo. Cada procedimento invasivo no abdômen eleva a probabilidade de novas aderências, infecções e disfunções orgânicas. No caso de Bolsonaro, a necessidade de reconstrução da parede abdominal e a fragilidade do sistema digestivo tornam a recuperação particularmente desafiadora. A gastroparesia, por exemplo, pode persistir por semanas ou meses, exigindo ajustes na dieta e no tratamento.
O impacto dessas complicações vai além da saúde física, afetando também a agenda política de Bolsonaro. Antes da internação, ele participava de eventos pelo país para fortalecer sua base de apoio, com vistas a uma possível candidatura em 2026, apesar de estar inelegível por decisão judicial. A internação prolongada, no entanto, interrompeu essas atividades, levantando questões sobre como sua saúde influenciará sua trajetória política nos próximos anos.
Cuidados intensivos e perspectivas futuras
Na UTI do Hospital DF Star, Jair Bolsonaro segue sob um regime rigoroso de cuidados médicos. A equipe responsável por seu tratamento inclui especialistas em cirurgia geral, gastroenterologia e terapia intensiva, que monitoram continuamente seus sinais vitais e marcadores laboratoriais. A nutrição parenteral, essencial para suprir as necessidades calóricas do ex-presidente, é complementada por sessões de fisioterapia destinadas a estimular a função intestinal e prevenir complicações como trombose.
Embora os boletins médicos recentes indiquem estabilidade, a ausência de previsão de alta reflete a cautela da equipe médica. A recuperação de uma cirurgia abdominal tão complexa, especialmente em um paciente com histórico de múltiplos procedimentos, pode levar semanas ou até meses. Fatores como a resposta do fígado ao tratamento e a retomada da motilidade intestinal serão determinantes para a evolução do quadro.
Enquanto isso, a família de Bolsonaro mantém a esperança em sua recuperação. Em uma postagem emotiva nas redes sociais, o ex-presidente mencionou a importância do apoio de seus netos, que enviaram um vídeo dos Estados Unidos. Esses gestos, aliados às orações de apoiadores, têm sido destacados como fontes de força emocional durante sua permanência na UTI.
Aspectos técnicos da cirurgia de 13 de abril
A cirurgia realizada em 13 de abril foi um marco na trajetória médica de Jair Bolsonaro, tanto pela sua duração quanto pela complexidade. Iniciada às 8h30 da manhã, a operação se estendeu por mais de 12 horas, exigindo uma equipe altamente especializada. O objetivo principal foi corrigir obstruções causadas por aderências intestinais, que impediam o fluxo normal do conteúdo intestinal, e reconstruir a parede abdominal, danificada por cirurgias anteriores.
Durante o procedimento, os cirurgiões enfrentaram desafios relacionados à presença de tecido cicatricial extenso, resultado das intervenções anteriores. A remoção dessas aderências exigiu precisão para evitar danos adicionais aos órgãos abdominais. Além disso, a reconstrução da parede abdominal envolveu o uso de técnicas avançadas, possivelmente incluindo o reforço com materiais sintéticos, para garantir maior estabilidade e reduzir o risco de hérnias no futuro.
A ausência de complicações imediatas durante a cirurgia foi um ponto positivo, mas o pós-operatório trouxe desafios inesperados. A elevação da pressão arterial e as alterações hepáticas detectadas em 24 de abril indicam que o organismo de Bolsonaro está sob estresse significativo, exigindo ajustes contínuos no tratamento.
Implicações para o futuro político
A saúde fragilizada de Jair Bolsonaro levanta questões sobre seu papel no cenário político brasileiro nos próximos anos. Como líder de uma base conservadora expressiva, ele tem buscado manter sua relevância mesmo após deixar a Presidência em 2022. A internação, no entanto, interrompeu sua agenda de viagens e eventos, que visavam mobilizar apoiadores e reforçar sua influência no Partido Liberal (PL).
Além disso, as questões judiciais que enfrenta, incluindo as acusações de tentativa de golpe, adicionam complexidade ao seu futuro. A notificação entregue na UTI, embora formalmente válida, foi vista por aliados como uma pressão indevida em um momento de vulnerabilidade. A capacidade de Bolsonaro de responder a esses desafios legais enquanto se recupera será um fator determinante para sua trajetória.
No curto prazo, é provável que aliados próximos, como seus filhos e líderes do PL, assumam a liderança de sua agenda política. A longo prazo, porém, sua saúde será um elemento central em qualquer plano de retorno à política ativa, seja como candidato ou como figura de bastidores.
- Possíveis impactos da internação no futuro político de Bolsonaro:
- Interrupção de viagens e eventos de mobilização.
- Aumento da atuação de aliados na liderança de sua base.
- Incertezas sobre sua capacidade de enfrentar processos judiciais.
- Potencial redução de sua influência caso a recuperação seja prolongada.
Acompanhamento médico e próximos passos
A equipe médica do Hospital DF Star mantém uma abordagem cautelosa no tratamento de Jair Bolsonaro, priorizando a estabilização de seu quadro antes de considerar a transferência para um quarto comum. A continuidade do monitoramento intensivo é essencial para detectar qualquer sinal de complicação, especialmente no que diz respeito às funções hepática e intestinal.
Nos próximos dias, novos exames devem ser realizados para avaliar a evolução das alterações hepáticas e a resposta ao tratamento. A retomada da alimentação oral, um marco importante na recuperação, dependerá da melhora da gastroparesia e da capacidade do intestino de processar nutrientes. Até lá, a nutrição parenteral seguirá como a principal fonte de sustento.
A ausência de previsão de alta reflete a incerteza sobre o tempo necessário para uma recuperação completa. Mesmo após deixar a UTI, Bolsonaro provavelmente enfrentará um período prolongado de reabilitação, com restrições dietéticas e físicas. A equipe médica também deverá monitorar o risco de novas obstruções intestinais, uma complicação recorrente em pacientes com histórico semelhante.
Repercussão nas redes sociais e apoio popular
A internação de Jair Bolsonaro tem dominado as discussões nas redes sociais, com hashtags de apoio alcançando milhões de visualizações. Apoiadores compartilham mensagens de solidariedade, enquanto críticos questionam o impacto de sua saúde no futuro político do país. A polarização, característica do cenário brasileiro, continua evidente mesmo em um momento de crise pessoal.
Michelle Bolsonaro tem sido uma voz central nessa mobilização digital, publicando atualizações frequentes e imagens que humanizam o ex-presidente. Sua postagem no dia 14 de abril, mostrando Bolsonaro no leito hospitalar, gerou milhares de interações, com mensagens de apoio de figuras públicas e cidadãos comuns. Essa estratégia de comunicação mantém a conexão emocional com a base de apoiadores, reforçando a narrativa de resiliência que marcou a trajetória de Bolsonaro.
Enquanto isso, as vigílias em frente ao Hospital DF Star continuam atraindo pequenos grupos de simpatizantes, que se revezam em orações e mensagens de incentivo. Essas demonstrações, embora menores em escala do que os grandes atos políticos do passado, refletem a lealdade de uma parcela significativa do eleitorado.

Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, enfrenta um quadro delicado de saúde enquanto permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília. Desde o dia 11 de abril de 2025, quando foi internado às pressas com fortes dores abdominais, o político de 70 anos tem passado por uma série de procedimentos médicos, incluindo uma cirurgia complexa realizada em 13 de abril para corrigir complicações intestinais decorrentes de uma facada sofrida em 2018. O boletim médico mais recente, divulgado em 26 de abril, indica que Bolsonaro está clinicamente estável, mas segue sob tratamento específico para alterações em exames hepáticos, sem previsão de alta. A gravidade do quadro, aliada às restrições impostas pela equipe médica, mantém o ex-presidente sob cuidados intensivos, com limitações de visitas e atividades que possam comprometer sua recuperação.
A internação de Bolsonaro começou após ele interromper uma agenda política no Nordeste devido a intensas dores abdominais. Inicialmente atendido em um hospital em Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, ele foi transferido para Natal e, posteriormente, para Brasília, onde passou por uma cirurgia de 12 horas. O procedimento, descrito como o mais complexo desde o atentado de 2018, envolveu a remoção de aderências intestinais e a reconstrução da parede abdominal. Apesar do sucesso inicial da operação, o quadro de saúde do ex-presidente apresentou sinais de deterioração na semana seguinte, com elevação da pressão arterial e piora nos exames hepáticos, exigindo novos testes e ajustes no tratamento.
A evolução do caso tem gerado grande atenção, tanto pelo impacto político quanto pela gravidade das complicações de saúde. Familiares, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, têm usado as redes sociais para pedir orações e atualizar o público sobre o estado de Bolsonaro. Enquanto isso, apoiadores do ex-presidente organizaram vigílias em frente ao hospital, demonstrando solidariedade em meio às incertezas sobre sua recuperação.
Contexto da internação e desafios médicos
A saúde de Jair Bolsonaro tem sido marcada por complicações desde que ele foi vítima de um atentado durante a campanha presidencial de 2018, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Na ocasião, ele sofreu uma facada que perfurou seu intestino, causando hemorragia significativa e exigindo múltiplas cirurgias de emergência. Desde então, o ex-presidente passou por pelo menos seis procedimentos cirúrgicos, incluindo o mais recente, em abril de 2025. Essas intervenções repetidas aumentaram a complexidade de seu quadro clínico, com aderências intestinais e outros problemas que continuam a desafiar a equipe médica.
O procedimento realizado em 13 de abril foi descrito pelos médicos como particularmente delicado, devido às cicatrizes de cirurgias anteriores e à fragilidade do sistema digestivo de Bolsonaro. A operação, que durou mais de 12 horas, envolveu técnicas avançadas para corrigir obstruções intestinais e reconstruir tecidos abdominais danificados. Apesar de não terem ocorrido complicações durante a cirurgia, a recuperação tem sido lenta, com o ex-presidente precisando de nutrição parenteral (intravenosa) e fisioterapia para estimular a movimentação intestinal.
A equipe médica do Hospital DF Star destacou que o pós-operatório exige cuidados extremos, incluindo restrições a estímulos externos que possam elevar a pressão arterial ou comprometer a cicatrização. Essas medidas visam evitar complicações adicionais, como infecções ou falhas no funcionamento de órgãos, especialmente o fígado, que apresentou alterações preocupantes nos exames laboratoriais.
- Principais desafios médicos enfrentados por Bolsonaro:
- Aderências intestinais causadas por cirurgias anteriores.
- Alterações hepáticas detectadas em exames laboratoriais.
- Risco de complicações devido à fragilidade do sistema digestivo.
- Necessidade de nutrição parenteral e jejum oral prolongado.
Complicações hepáticas e monitoramento intensivo
A deterioração do quadro de saúde de Bolsonaro, relatada em 24 de abril, trouxe novos desafios à sua recuperação. Naquela data, o boletim médico informou que o ex-presidente apresentou sinais de piora clínica, com elevação da pressão arterial e resultados preocupantes nos exames de função hepática. Esses indicadores levaram a equipe médica a realizar novos exames de imagem para avaliar a necessidade de intervenções adicionais. Felizmente, os testes realizados no dia seguinte mostraram que não havia necessidade de uma nova cirurgia, e a pressão arterial foi estabilizada.
O tratamento voltado para as alterações hepáticas tem sido um foco central nos últimos dias. Embora os boletins médicos não detalhem a natureza exata dessas alterações, é provável que elas estejam relacionadas ao estresse metabólico causado pela cirurgia prolongada e pelo jejum oral. O fígado, responsável por processar toxinas e nutrientes, pode sofrer sobrecarga em pacientes submetidos a procedimentos invasivos, especialmente quando há histórico de traumas abdominais. A equipe médica tem ajustado medicações e monitorado de perto os marcadores hepáticos para evitar complicações mais graves.
Além disso, Bolsonaro enfrenta um quadro de gastroparesia, uma condição caracterizada pelo retardo no esvaziamento gástrico. Essa complicação dificulta a retomada da alimentação oral, prolongando a dependência de nutrição parenteral. A fisioterapia, mencionada em atualizações recentes, tem sido usada para estimular a motilidade intestinal, mas os primeiros sinais de recuperação nesse aspecto só começaram a aparecer após mais de uma semana de internação.
Cronologia da internação de Bolsonaro
A trajetória de Jair Bolsonaro no Hospital DF Star reflete a gravidade de seu quadro e a complexidade de sua recuperação. Abaixo, uma linha do tempo com os principais eventos relacionados à sua internação em abril de 2025:
- 11 de abril: Bolsonaro é internado em Santa Cruz, Rio Grande do Norte, com fortes dores abdominais, interrompendo uma agenda política.
- 12 de abril: Transferido para o Hospital Rio Grande, em Natal, e posteriormente para o Hospital DF Star, em Brasília.
- 13 de abril: Passa por uma cirurgia de 12 horas para corrigir obstruções intestinais e reconstruir a parede abdominal.
- 15 de abril: Boletim médico informa que Bolsonaro está estável, sem dor, mas sem previsão de alta da UTI.
- 24 de abril: Relato de piora clínica, com elevação da pressão arterial e alterações nos exames hepáticos.
- 25 de abril: Exames de imagem excluem a necessidade de nova cirurgia, e a pressão arterial é estabilizada.
- 26 de abril: Boletim confirma estabilidade clínica, com continuidade do tratamento para alterações hepáticas.
Essa cronologia destaca a natureza prolongada e delicada do processo de recuperação, com avanços graduais e momentos de preocupação.
Impacto político e reações públicas
A internação prolongada de Jair Bolsonaro tem gerado reflexos no cenário político brasileiro. Como uma das figuras mais polarizadoras do país, o ex-presidente mantém uma base fiel de apoiadores, que têm se mobilizado em redes sociais e em vigílias em frente ao Hospital DF Star. Essas manifestações, embora pacíficas, reforçam a influência de Bolsonaro no espectro político de direita, mesmo em um momento de fragilidade física.
Paralelamente, a saúde de Bolsonaro coincide com um período de desafios legais. Em 23 de abril, um oficial de justiça visitou a UTI para notificá-lo sobre o início de um processo judicial relacionado a acusações de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A entrega da notificação, realizada em um ambiente hospitalar, gerou críticas de aliados, que classificaram a ação como desrespeitosa. O ex-presidente reagiu com indignação, questionando o prazo de cinco dias para apresentar sua defesa inicial.
Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente, tem desempenhado um papel ativo na comunicação com o público. Em postagens nas redes sociais, ela compartilhou imagens de Bolsonaro no leito hospitalar e pediu orações, reforçando o apelo emocional aos apoiadores. Essas mensagens têm mantido a conexão com a base política do ex-presidente, mesmo em meio às restrições médicas.
- Reações públicas ao quadro de saúde de Bolsonaro:
- Vigílias de apoiadores em frente ao Hospital DF Star.
- Postagens de Michelle Bolsonaro pedindo orações nas redes sociais.
- Críticas de aliados à notificação judicial na UTI.
- Debates sobre o impacto da internação na agenda política de Bolsonaro.
Histórico médico e impacto a longo prazo
O atentado de 2018, perpetrado por Adélio Bispo, deixou marcas profundas na saúde de Jair Bolsonaro. A facada, que atingiu o intestino e causou a perda de cerca de 40% do volume sanguíneo, exigiu intervenções imediatas e desencadeou uma série de complicações ao longo dos anos. Desde então, o ex-presidente enfrentou obstruções intestinais recorrentes, infecções abdominais e a formação de aderências, que são cicatrizes internas que podem causar bloqueios no sistema digestivo.
As múltiplas cirurgias realizadas entre 2018 e 2025, embora necessárias, aumentaram o risco de complicações a longo prazo. Cada procedimento invasivo no abdômen eleva a probabilidade de novas aderências, infecções e disfunções orgânicas. No caso de Bolsonaro, a necessidade de reconstrução da parede abdominal e a fragilidade do sistema digestivo tornam a recuperação particularmente desafiadora. A gastroparesia, por exemplo, pode persistir por semanas ou meses, exigindo ajustes na dieta e no tratamento.
O impacto dessas complicações vai além da saúde física, afetando também a agenda política de Bolsonaro. Antes da internação, ele participava de eventos pelo país para fortalecer sua base de apoio, com vistas a uma possível candidatura em 2026, apesar de estar inelegível por decisão judicial. A internação prolongada, no entanto, interrompeu essas atividades, levantando questões sobre como sua saúde influenciará sua trajetória política nos próximos anos.
Cuidados intensivos e perspectivas futuras
Na UTI do Hospital DF Star, Jair Bolsonaro segue sob um regime rigoroso de cuidados médicos. A equipe responsável por seu tratamento inclui especialistas em cirurgia geral, gastroenterologia e terapia intensiva, que monitoram continuamente seus sinais vitais e marcadores laboratoriais. A nutrição parenteral, essencial para suprir as necessidades calóricas do ex-presidente, é complementada por sessões de fisioterapia destinadas a estimular a função intestinal e prevenir complicações como trombose.
Embora os boletins médicos recentes indiquem estabilidade, a ausência de previsão de alta reflete a cautela da equipe médica. A recuperação de uma cirurgia abdominal tão complexa, especialmente em um paciente com histórico de múltiplos procedimentos, pode levar semanas ou até meses. Fatores como a resposta do fígado ao tratamento e a retomada da motilidade intestinal serão determinantes para a evolução do quadro.
Enquanto isso, a família de Bolsonaro mantém a esperança em sua recuperação. Em uma postagem emotiva nas redes sociais, o ex-presidente mencionou a importância do apoio de seus netos, que enviaram um vídeo dos Estados Unidos. Esses gestos, aliados às orações de apoiadores, têm sido destacados como fontes de força emocional durante sua permanência na UTI.
Aspectos técnicos da cirurgia de 13 de abril
A cirurgia realizada em 13 de abril foi um marco na trajetória médica de Jair Bolsonaro, tanto pela sua duração quanto pela complexidade. Iniciada às 8h30 da manhã, a operação se estendeu por mais de 12 horas, exigindo uma equipe altamente especializada. O objetivo principal foi corrigir obstruções causadas por aderências intestinais, que impediam o fluxo normal do conteúdo intestinal, e reconstruir a parede abdominal, danificada por cirurgias anteriores.
Durante o procedimento, os cirurgiões enfrentaram desafios relacionados à presença de tecido cicatricial extenso, resultado das intervenções anteriores. A remoção dessas aderências exigiu precisão para evitar danos adicionais aos órgãos abdominais. Além disso, a reconstrução da parede abdominal envolveu o uso de técnicas avançadas, possivelmente incluindo o reforço com materiais sintéticos, para garantir maior estabilidade e reduzir o risco de hérnias no futuro.
A ausência de complicações imediatas durante a cirurgia foi um ponto positivo, mas o pós-operatório trouxe desafios inesperados. A elevação da pressão arterial e as alterações hepáticas detectadas em 24 de abril indicam que o organismo de Bolsonaro está sob estresse significativo, exigindo ajustes contínuos no tratamento.
Implicações para o futuro político
A saúde fragilizada de Jair Bolsonaro levanta questões sobre seu papel no cenário político brasileiro nos próximos anos. Como líder de uma base conservadora expressiva, ele tem buscado manter sua relevância mesmo após deixar a Presidência em 2022. A internação, no entanto, interrompeu sua agenda de viagens e eventos, que visavam mobilizar apoiadores e reforçar sua influência no Partido Liberal (PL).
Além disso, as questões judiciais que enfrenta, incluindo as acusações de tentativa de golpe, adicionam complexidade ao seu futuro. A notificação entregue na UTI, embora formalmente válida, foi vista por aliados como uma pressão indevida em um momento de vulnerabilidade. A capacidade de Bolsonaro de responder a esses desafios legais enquanto se recupera será um fator determinante para sua trajetória.
No curto prazo, é provável que aliados próximos, como seus filhos e líderes do PL, assumam a liderança de sua agenda política. A longo prazo, porém, sua saúde será um elemento central em qualquer plano de retorno à política ativa, seja como candidato ou como figura de bastidores.
- Possíveis impactos da internação no futuro político de Bolsonaro:
- Interrupção de viagens e eventos de mobilização.
- Aumento da atuação de aliados na liderança de sua base.
- Incertezas sobre sua capacidade de enfrentar processos judiciais.
- Potencial redução de sua influência caso a recuperação seja prolongada.
Acompanhamento médico e próximos passos
A equipe médica do Hospital DF Star mantém uma abordagem cautelosa no tratamento de Jair Bolsonaro, priorizando a estabilização de seu quadro antes de considerar a transferência para um quarto comum. A continuidade do monitoramento intensivo é essencial para detectar qualquer sinal de complicação, especialmente no que diz respeito às funções hepática e intestinal.
Nos próximos dias, novos exames devem ser realizados para avaliar a evolução das alterações hepáticas e a resposta ao tratamento. A retomada da alimentação oral, um marco importante na recuperação, dependerá da melhora da gastroparesia e da capacidade do intestino de processar nutrientes. Até lá, a nutrição parenteral seguirá como a principal fonte de sustento.
A ausência de previsão de alta reflete a incerteza sobre o tempo necessário para uma recuperação completa. Mesmo após deixar a UTI, Bolsonaro provavelmente enfrentará um período prolongado de reabilitação, com restrições dietéticas e físicas. A equipe médica também deverá monitorar o risco de novas obstruções intestinais, uma complicação recorrente em pacientes com histórico semelhante.
Repercussão nas redes sociais e apoio popular
A internação de Jair Bolsonaro tem dominado as discussões nas redes sociais, com hashtags de apoio alcançando milhões de visualizações. Apoiadores compartilham mensagens de solidariedade, enquanto críticos questionam o impacto de sua saúde no futuro político do país. A polarização, característica do cenário brasileiro, continua evidente mesmo em um momento de crise pessoal.
Michelle Bolsonaro tem sido uma voz central nessa mobilização digital, publicando atualizações frequentes e imagens que humanizam o ex-presidente. Sua postagem no dia 14 de abril, mostrando Bolsonaro no leito hospitalar, gerou milhares de interações, com mensagens de apoio de figuras públicas e cidadãos comuns. Essa estratégia de comunicação mantém a conexão emocional com a base de apoiadores, reforçando a narrativa de resiliência que marcou a trajetória de Bolsonaro.
Enquanto isso, as vigílias em frente ao Hospital DF Star continuam atraindo pequenos grupos de simpatizantes, que se revezam em orações e mensagens de incentivo. Essas demonstrações, embora menores em escala do que os grandes atos políticos do passado, refletem a lealdade de uma parcela significativa do eleitorado.
