Os cardeais aptos a votar do Conclave já estão em Roma, Itália para participar do rito que vai definir o nome do próximo líder da igreja católica. O Colégio dos Cardeais, atualmente, é formado por 252 religiosos. No entanto, para poder votar na escolha do papa, o cardeal precisa ter menos de 80 anos. Com isso, 135 deverão participar da escolha do sucessor do papa Francisco.
Já em preparação para a cerimônia, a Capela Sistina foi fechada nesta segunda-feira (28/4) para visitação do público. O local será preparado para receber o Conclave, que ocorrerá a partir de 7 de maio, conforme anúncio feito pelo Vaticano.
A votação para a escolha do novo líder da Igreja Católica começa após o fim da Novendiales, período de nove dias de luto pela morte do papa Francisco. Ele é contado a partir do sepultamento do papa anterior, que, no caso de Francisco, ocorreu nesse sábado 26/4).
Confira detalhes do conclave:
A regra vigente no Vaticano é de que apenas cardeais com menos de 80 anos podem participar da votação. Por outro lado, os padres impedidos de votar pelo limite de idade podem ter os nomes cogitados na votação e, por isso, serem escolhidos como o novo papa.
Regras da votação no conclave
Para se tornar um novo papa, o cardeal precisa obter dois terços dos votos. Durante o conclave, os integrantes do Colégio de Cardeais ficam isolados, sem nenhum contato com o mundo exterior. Eles podem votar entre si, mas não podem indicar seus próprios nomes para o cargo.
No primeiro dia, uma votação é realizada entre os presentes, que devem indicar seus candidatos em uma cédula de papel. Caso o novo papa não seja definido após a primeria votação, um novo ciclo é iniciado a partir do segundo dia.
Sem resultado, até quatro eleições podem ser realizadas durante os três dias seguintes, sendo duas pelo período da manhã e outras duas à tarde. Se um novo papa não for definido no período, as votações têm uma pausa de um dia para que orações sejam realizadas.
A cada votação, os votos são queimados e depositados em uma chaminé da Capela Sistina, que indica ao mundo o resultado do pleito. Se a fumaça sair preta, significa que o colegiado ainda não chegou a um consenso. O novo líder da Igreja Católica é anunciado quando uma fumaça de cor branca for emitida.
Veja lista de cardeais aptos para votar no Conclave:
Veja uma lista de 17 nomes mais cotados para o cargo
Pietro Parolin (Itália, 70 anos): secretário de Estado do Vaticano, próximo a Francisco, demonstra perfil moderado e experiência diplomática, inclusive em negociações delicadas com China e Oriente Médio. Visto por alguns como modernista, apoiadores o consideram defensor da paz.
Luis Antonio Tagle (Filipinas, 67 anos): ex-arcebispo de Manila, representaria o primeiro papa asiático. Já cotado como sucessor de Francisco, sinalizou abertura a temas como casais gays e divorciados, mas mantém posição contrária ao aborto.
Peter Turkson (Gana, 76 anos): poderia ser o primeiro papa negro em séculos. Defende pautas como justiça climática e econômica, mantendo doutrinas tradicionais sobre sacerdócio e sexualidade, embora com nuances sobre a homossexualidade.
Péter Erdő (Hungria, 72 anos): conservador, defensor da doutrina tradicional, representa possível afastamento da linha de Francisco. Intelectual renomado, alinhou-se em 2015 com o premiê húngaro ao se opor ao acolhimento de migrantes por igrejas.
Matteo Zuppi (Itália, 69 anos): cardeal progressista nomeado por Francisco, tende a dar continuidade ao legado do pontífice, com foco em pobres e marginalizados. Considerado relativamente liberal em relação a uniões homoafetivas, atuou como enviado de paz do Vaticano na Ucrânia.
José Tolentino Calaça de Mendonça (Portugal, 59 anos): um dos mais jovens cotados, fator que pode ser impeditivo. Simpatizante de visões tolerantes sobre relações entre pessoas do mesmo sexo e alinhado a figura feminista pró-escolha, defende engajamento da Igreja com a cultura moderna.
Mario Grech (Malta, 68 anos): inicialmente tradicionalista, adotou visões progressistas após a eleição de Francisco. Mudança de postura é vista por apoiadores como sinal de evolução. Crítico a políticas europeias sobre ONGs de resgate, apoia a volta das diaconisas, que são mulheres que cuidam da paróquia e dos fiéis, mas sem poder presidir uma missa. Demonstra abertura a católicos LGBTQ+.
Pierbattista Pizzaballa (Itália, 60 anos): patriarca latino de Jerusalém, crucial na defesa de cristãos na Terra Santa. Ofereceu-se como refém em troca de crianças detidas pelo Hamas. Deve manter aspectos da liderança de Francisco, com poucas declarações sobre temas controversos.
Robert Sarah (Guiné, 79 anos): cardeal ortodoxo tradicional, chegou a se apresentar como “autoridade paralela” a Francisco. Coautor de livro defendendo o celibato clerical. Critica a “ideologia de gênero” e o fundamentalismo islâmico. Também poderia ser o primeiro papa negro em séculos.
Angelo Scola (Itália, 82 anos): veterano candidato papal, esteve entre os favoritos em 2013. Teólogo com postura tradicionalista, atrai defensores de uma Igreja mais centralizada, mas idade pode ser obstáculo.
Robert Prevost (EUA, 69 anos): americano, com vasta experiência missionária e como arcebispo no Peru. Atualmente prefeito do dicastério para bispos do Vaticano. Próximo a Francisco, sua nacionalidade e relativa juventude podem ser fatores limitantes.
Christoph Schoenborn (Áustria, 80 anos): aluno de Bento XVI, com perfil acadêmico para atrair conservadores. Contudo, defendeu a aproximação de Francisco com católicos divorciados. Tem histórico de críticas ao Vaticano sobre casos de abuso. Apoia uniões civis e a volta das diaconisas.
Raymond Leo Burke (EUA, 76 anos): opositor público de filosofias liberais de Francisco, especialmente sobre a comunhão para divorciados recasados. Critica a nova linguagem da Igreja sobre contracepção, casamento civil e homossexualidade. Defende a não comunhão para políticos pró-aborto.
Marc Ouellet (Canadá, 80 anos): cardeal de Quebec, fluente em sete idiomas. Idade avançada o impede de votar, mas permanece elegível. Alegações de má conduta sexual em 2022 abalaram sua imagem. Defendeu maior participação feminina na Igreja.
Jean-Marc Aveline (França, 66 anos): conhecido pelo bom humor e relação com Francisco em temas como imigração e diálogo com muçulmanos. Seria o primeiro papa francês desde o século XIV e o mais jovem desde João Paulo II. Fluência limitada em italiano pode ser desvantagem.
Juan Jose Omella (Espanha, 79 anos): próximo a Francisco, leva vida modesta. Integrou o conselho consultivo do papa em 2023. Proximidade com o pontífice pode ser um obstáculo se o conclave buscar mudança de rumo.
Mykola Bychok (Ucrânia, 45 anos): eparca de Melbourne, o mais jovem cardeal nomeado por Francisco. Falou sobre o sofrimento de ucranianos na guerra com a Rússia. Idade pode ser um fator, embora Francisco tenha indicado abertura a escolhas mais jovens.
Os cardeais aptos a votar do Conclave já estão em Roma, Itália para participar do rito que vai definir o nome do próximo líder da igreja católica. O Colégio dos Cardeais, atualmente, é formado por 252 religiosos. No entanto, para poder votar na escolha do papa, o cardeal precisa ter menos de 80 anos. Com isso, 135 deverão participar da escolha do sucessor do papa Francisco.
Já em preparação para a cerimônia, a Capela Sistina foi fechada nesta segunda-feira (28/4) para visitação do público. O local será preparado para receber o Conclave, que ocorrerá a partir de 7 de maio, conforme anúncio feito pelo Vaticano.
A votação para a escolha do novo líder da Igreja Católica começa após o fim da Novendiales, período de nove dias de luto pela morte do papa Francisco. Ele é contado a partir do sepultamento do papa anterior, que, no caso de Francisco, ocorreu nesse sábado 26/4).
Confira detalhes do conclave:
A regra vigente no Vaticano é de que apenas cardeais com menos de 80 anos podem participar da votação. Por outro lado, os padres impedidos de votar pelo limite de idade podem ter os nomes cogitados na votação e, por isso, serem escolhidos como o novo papa.
Regras da votação no conclave
Para se tornar um novo papa, o cardeal precisa obter dois terços dos votos. Durante o conclave, os integrantes do Colégio de Cardeais ficam isolados, sem nenhum contato com o mundo exterior. Eles podem votar entre si, mas não podem indicar seus próprios nomes para o cargo.
No primeiro dia, uma votação é realizada entre os presentes, que devem indicar seus candidatos em uma cédula de papel. Caso o novo papa não seja definido após a primeria votação, um novo ciclo é iniciado a partir do segundo dia.
Sem resultado, até quatro eleições podem ser realizadas durante os três dias seguintes, sendo duas pelo período da manhã e outras duas à tarde. Se um novo papa não for definido no período, as votações têm uma pausa de um dia para que orações sejam realizadas.
A cada votação, os votos são queimados e depositados em uma chaminé da Capela Sistina, que indica ao mundo o resultado do pleito. Se a fumaça sair preta, significa que o colegiado ainda não chegou a um consenso. O novo líder da Igreja Católica é anunciado quando uma fumaça de cor branca for emitida.
Veja lista de cardeais aptos para votar no Conclave:
Veja uma lista de 17 nomes mais cotados para o cargo
Pietro Parolin (Itália, 70 anos): secretário de Estado do Vaticano, próximo a Francisco, demonstra perfil moderado e experiência diplomática, inclusive em negociações delicadas com China e Oriente Médio. Visto por alguns como modernista, apoiadores o consideram defensor da paz.
Luis Antonio Tagle (Filipinas, 67 anos): ex-arcebispo de Manila, representaria o primeiro papa asiático. Já cotado como sucessor de Francisco, sinalizou abertura a temas como casais gays e divorciados, mas mantém posição contrária ao aborto.
Peter Turkson (Gana, 76 anos): poderia ser o primeiro papa negro em séculos. Defende pautas como justiça climática e econômica, mantendo doutrinas tradicionais sobre sacerdócio e sexualidade, embora com nuances sobre a homossexualidade.
Péter Erdő (Hungria, 72 anos): conservador, defensor da doutrina tradicional, representa possível afastamento da linha de Francisco. Intelectual renomado, alinhou-se em 2015 com o premiê húngaro ao se opor ao acolhimento de migrantes por igrejas.
Matteo Zuppi (Itália, 69 anos): cardeal progressista nomeado por Francisco, tende a dar continuidade ao legado do pontífice, com foco em pobres e marginalizados. Considerado relativamente liberal em relação a uniões homoafetivas, atuou como enviado de paz do Vaticano na Ucrânia.
José Tolentino Calaça de Mendonça (Portugal, 59 anos): um dos mais jovens cotados, fator que pode ser impeditivo. Simpatizante de visões tolerantes sobre relações entre pessoas do mesmo sexo e alinhado a figura feminista pró-escolha, defende engajamento da Igreja com a cultura moderna.
Mario Grech (Malta, 68 anos): inicialmente tradicionalista, adotou visões progressistas após a eleição de Francisco. Mudança de postura é vista por apoiadores como sinal de evolução. Crítico a políticas europeias sobre ONGs de resgate, apoia a volta das diaconisas, que são mulheres que cuidam da paróquia e dos fiéis, mas sem poder presidir uma missa. Demonstra abertura a católicos LGBTQ+.
Pierbattista Pizzaballa (Itália, 60 anos): patriarca latino de Jerusalém, crucial na defesa de cristãos na Terra Santa. Ofereceu-se como refém em troca de crianças detidas pelo Hamas. Deve manter aspectos da liderança de Francisco, com poucas declarações sobre temas controversos.
Robert Sarah (Guiné, 79 anos): cardeal ortodoxo tradicional, chegou a se apresentar como “autoridade paralela” a Francisco. Coautor de livro defendendo o celibato clerical. Critica a “ideologia de gênero” e o fundamentalismo islâmico. Também poderia ser o primeiro papa negro em séculos.
Angelo Scola (Itália, 82 anos): veterano candidato papal, esteve entre os favoritos em 2013. Teólogo com postura tradicionalista, atrai defensores de uma Igreja mais centralizada, mas idade pode ser obstáculo.
Robert Prevost (EUA, 69 anos): americano, com vasta experiência missionária e como arcebispo no Peru. Atualmente prefeito do dicastério para bispos do Vaticano. Próximo a Francisco, sua nacionalidade e relativa juventude podem ser fatores limitantes.
Christoph Schoenborn (Áustria, 80 anos): aluno de Bento XVI, com perfil acadêmico para atrair conservadores. Contudo, defendeu a aproximação de Francisco com católicos divorciados. Tem histórico de críticas ao Vaticano sobre casos de abuso. Apoia uniões civis e a volta das diaconisas.
Raymond Leo Burke (EUA, 76 anos): opositor público de filosofias liberais de Francisco, especialmente sobre a comunhão para divorciados recasados. Critica a nova linguagem da Igreja sobre contracepção, casamento civil e homossexualidade. Defende a não comunhão para políticos pró-aborto.
Marc Ouellet (Canadá, 80 anos): cardeal de Quebec, fluente em sete idiomas. Idade avançada o impede de votar, mas permanece elegível. Alegações de má conduta sexual em 2022 abalaram sua imagem. Defendeu maior participação feminina na Igreja.
Jean-Marc Aveline (França, 66 anos): conhecido pelo bom humor e relação com Francisco em temas como imigração e diálogo com muçulmanos. Seria o primeiro papa francês desde o século XIV e o mais jovem desde João Paulo II. Fluência limitada em italiano pode ser desvantagem.
Juan Jose Omella (Espanha, 79 anos): próximo a Francisco, leva vida modesta. Integrou o conselho consultivo do papa em 2023. Proximidade com o pontífice pode ser um obstáculo se o conclave buscar mudança de rumo.
Mykola Bychok (Ucrânia, 45 anos): eparca de Melbourne, o mais jovem cardeal nomeado por Francisco. Falou sobre o sofrimento de ucranianos na guerra com a Rússia. Idade pode ser um fator, embora Francisco tenha indicado abertura a escolhas mais jovens.