Breaking
30 Apr 2025, Wed

Nissan encerra produção de sedãs elétricos e foca em SUVs

Nissan -


A indústria automotiva vive um momento de transformação, e a Nissan, uma das gigantes do setor, anunciou uma decisão que marca um novo capítulo em sua história. A montadora japonesa cancelou a produção de dois sedãs elétricos que seriam fabricados nos Estados Unidos, optando por redirecionar seus investimentos para SUVs e picapes, categorias que dominam as preferências dos consumidores globais. Essa mudança estratégica, impulsionada por um cenário de incertezas econômicas e pressões tarifárias, reflete a adaptação da empresa às demandas do mercado, especialmente na América do Norte, onde SUVs e picapes representaram 60% das vendas de veículos novos em 2024. No Brasil, a Nissan também ajusta suas prioridades, com destaque para a nova geração do Kicks, enquanto na China aposta em picapes híbridas. A reorientação da empresa, que inclui um investimento de R$ 10 bilhões até 2028, revela um esforço para equilibrar inovação, competitividade e lucratividade em um setor em constante evolução.

A decisão de abandonar os sedãs elétricos, conhecidos pelos codinomes LZ1F e LZ1E, foi tomada após uma análise detalhada das condições de mercado. Esses modelos, planejados para serem produzidos na fábrica de Canton, no Mississippi, tinham lançamentos previstos para 2026 e 2027, respectivamente. O LZ1F seria um sedã da Nissan, enquanto o LZ1E pertenceria à divisão de luxo Infiniti. No entanto, mudanças recentes no mercado automotivo, incluindo a crescente preferência por veículos utilitários e picapes, levaram a montadora a rever seus planos. A fábrica de Canton, que seria o berço desses sedãs, agora se prepara para produzir SUVs elétricos, com lançamentos esperados até 2028. Essa mudança não apenas reflete a realidade do mercado norte-americano, mas também sinaliza uma tendência global que impacta diretamente as estratégias das montadoras.

No Brasil, a Nissan já dá sinais de sua nova direção. A produção da nova geração do Kicks, um dos SUVs compactos mais vendidos do país, começou em Resende, no Rio de Janeiro, com previsão de chegada às concessionárias em junho de 2025. O modelo, que promete competir diretamente com rivais como Honda HR-V e Toyota Corolla Cross, reforça a aposta da montadora no segmento de utilitários esportivos. Além disso, a Nissan mantém sua presença no mercado de picapes com a Frontier, que recentemente ganhou uma versão híbrida apresentada no Salão de Xangai. Embora desenvolvida inicialmente para o mercado chinês, a Frontier Pro tem potencial para chegar a outros mercados, incluindo a América Latina, onde picapes médias mantêm uma base fiel de consumidores.

  • Mudança de foco: Nissan prioriza SUVs e picapes em detrimento de sedãs.
  • Investimento bilionário: R$ 10 bilhões serão aplicados até 2028 em novos modelos.
  • Kicks 2025: Novo SUV começa a ser produzido no Brasil para competir no mercado.
  • Frontier híbrida: Picape média apresentada na China pode chegar à América Latina.

Cenário global impulsiona decisão estratégica

A reorientação da Nissan para SUVs e picapes não é um movimento isolado, mas uma resposta a uma transformação mais ampla no setor automotivo. Nos últimos cinco anos, a demanda global por SUVs cresceu 15%, enquanto os sedãs perderam espaço, especialmente em mercados ocidentais como os Estados Unidos e a Europa. Nos EUA, onde o mercado automotivo é um dos maiores do mundo, picapes como a Ford F-150 e SUVs como o Toyota RAV4 dominam as listas de veículos mais vendidos. Em 2024, os sedãs representaram apenas 15% das vendas de veículos novos no país, uma queda significativa em comparação com a década passada, quando modelos como o Nissan Altima e o Toyota Camry lideravam os rankings.

A Nissan, que já foi referência no segmento de sedãs com modelos como o Sentra e o Altima, agora busca se reposicionar como uma marca forte em veículos utilitários. A decisão de cancelar os sedãs elétricos LZ1F e LZ1E, embora arriscada, está alinhada com as preferências dos consumidores americanos, que valorizam a versatilidade e a robustez de SUVs e picapes. No entanto, a montadora enfrenta o desafio de manter sua relevância em mercados onde os sedãs ainda têm força, como a China, onde modelos como o Sylphy continuam a registrar vendas expressivas. Em 2020, a Nissan vendeu globalmente 950 mil sedãs, um número que, embora significativo, não se compara ao crescimento exponencial do segmento de utilitários.

No Japão, a Nissan já havia sinalizado uma redução na oferta de sedãs, com a saída de linha de modelos tradicionais como o Fuga e o Cima em 2021. A fábrica de Tochigi, que por décadas produziu sedãs, está sendo modernizada para fabricar veículos elétricos, incluindo o SUV Ariya. Essa reestruturação reflete a estratégia global da montadora, que planeja ter 50% de sua linha composta por veículos híbridos ou elétricos até 2030. O cancelamento dos sedãs elétricos nos EUA não representa um recuo no compromisso com a eletrificação, mas uma realocação de recursos para segmentos mais lucrativos, como SUVs elétricos e picapes híbridas.

Impactos no mercado brasileiro

No Brasil, a Nissan enfrenta um mercado altamente competitivo, onde SUVs compactos e picapes médias têm ganhado cada vez mais espaço. A nova geração do Kicks, que começou a ser produzida em Resende, é um dos pilares da estratégia da montadora no país. O modelo, que já foi avaliado por especialistas, promete trazer inovações em design, tecnologia e eficiência energética, posicionando-se como uma opção atraente no segmento de SUVs compactos. Com preços competitivos e um pacote de equipamentos robusto, o Kicks 2025 deve intensificar a disputa com modelos como o Volkswagen T-Cross, o Jeep Renegade e o Hyundai Creta.

A Nissan também mantém sua aposta no segmento de picapes com a Frontier, que tem uma base consolidada de consumidores no Brasil. A versão híbrida apresentada na China, embora ainda não confirmada para o mercado brasileiro, pode ser uma resposta às crescentes demandas por veículos mais sustentáveis. No Brasil, o mercado de picapes é particularmente diversificado, com opções que vão desde modelos compactos, como a Fiat Strada, até picapes médias, como a Toyota Hilux e a Chevrolet S10. A Frontier, com sua reputação de robustez e confiabilidade, tem potencial para conquistar uma fatia ainda maior desse mercado, especialmente se incorporar tecnologias híbridas.

  • Kicks 2025: Produção iniciada em Resende, com lançamento previsto para junho.
  • Frontier: Picape média mantém relevância no mercado brasileiro.
  • Competição acirrada: SUVs compactos dominam as vendas no Brasil.
  • Sustentabilidade: Nissan avalia opções híbridas para o mercado latino-americano.
Nissan Magnite
Nissan Magnite – Foto: Divulgação

Transformação do setor automotivo

A decisão da Nissan de focar em SUVs e picapes reflete uma tendência que vem moldando o setor automotivo nas últimas décadas. Nos últimos dez anos, os SUVs passaram de 20% para 45% das vendas globais de veículos, impulsionados por sua versatilidade, espaço interno e apelo estético. As picapes, por sua vez, mantêm uma base fiel de consumidores em mercados como os Estados Unidos, a Austrália e a América Latina, onde são usadas tanto para trabalho quanto para lazer. No Brasil, o segmento de picapes cresceu 2% no primeiro semestre de 2023, superando o crescimento dos SUVs, que foi de 1%.

A eletrificação é outro pilar central da estratégia da Nissan. A montadora, que lançou o Leaf em 2010 como um dos primeiros carros elétricos de massa, planeja expandir sua oferta de veículos híbridos e elétricos nos próximos anos. A fábrica de Canton, no Mississippi, será um dos principais centros de produção de SUVs elétricos, com três novos modelos previstos para serem lançados até 2027. Esses veículos combinarão tecnologias híbridas e elétricas, atendendo às metas globais de redução de emissões e às preferências dos consumidores por veículos mais sustentáveis.

A mudança de foco da Nissan também tem implicações para os consumidores. Com o cancelamento dos sedãs elétricos, a montadora pode perder uma fatia do mercado de veículos elétricos compactos, que ainda apresenta crescimento em regiões como a Europa e a Ásia. No entanto, a aposta em SUVs e picapes parece alinhada com as tendências atuais, especialmente nos mercados desenvolvidos, onde a demanda por veículos utilitários continua a crescer. No Brasil, a Nissan busca fortalecer sua posição com o Kicks e a Frontier, enquanto avalia a introdução de novos modelos híbridos para atender às demandas por sustentabilidade.

Estratégias regionais e desafios

A Nissan enfrenta desafios distintos em cada região onde atua. Na América do Norte, a montadora precisa competir com gigantes como Ford, Chevrolet e Toyota, que dominam os segmentos de SUVs e picapes. A decisão de cancelar os sedãs elétricos pode fortalecer sua posição no mercado de utilitários, mas também exige investimentos significativos em inovação e marketing. A fábrica de Canton, que será o centro de produção de SUVs elétricos, está sendo modernizada para atender às demandas de qualidade e eficiência dos consumidores americanos.

Na Europa, onde os sedãs ainda têm uma base de consumidores, a Nissan enfrenta a concorrência de marcas como Volkswagen, BMW e Mercedes-Benz. A estratégia de focar em SUVs elétricos, como o Ariya, pode ajudar a montadora a ganhar espaço em um mercado que valoriza a sustentabilidade. No entanto, a redução na oferta de sedãs pode limitar sua capacidade de atender a consumidores mais conservadores, que preferem modelos tradicionais.

Na Ásia, a Nissan mantém uma abordagem diversificada. Na China, o mercado de sedãs permanece forte, e modelos como o Sylphy continuam a ser um dos pilares da marca. A introdução da Frontier Pro híbrida no Salão de Xangai mostra que a montadora está atenta às demandas por veículos mais sustentáveis, mesmo em mercados onde os sedãs ainda têm relevância. No Japão, a modernização da fábrica de Tochigi para a produção de SUVs elétricos reforça o compromisso da Nissan com a eletrificação, enquanto a redução na oferta de sedãs reflete a mudança nas preferências dos consumidores locais.

  • América do Norte: Foco em SUVs e picapes para competir com marcas tradicionais.
  • Europa: SUVs elétricos como o Ariya ganham destaque no mercado.
  • Ásia: Nissan mantém sedãs na China e aposta em picapes híbridas.
  • Brasil: Kicks e Frontier lideram a estratégia no mercado latino-americano.

Perspectivas para o futuro

A Nissan planeja lançar pelo menos três novos modelos de SUVs e picapes até 2027, com opções híbridas e totalmente elétricas. Esses lançamentos serão cruciais para a montadora manter sua competitividade em um setor que enfrenta rápidas transformações. A eletrificação, a conectividade e a sustentabilidade são tendências que continuarão a moldar o mercado automotivo, e a Nissan parece estar alinhada com essas mudanças, mesmo que isso signifique abandonar segmentos tradicionais como os sedãs.

No Brasil, a montadora enfrenta o desafio de equilibrar inovação e acessibilidade. O Kicks 2025, com sua combinação de design moderno e tecnologias avançadas, tem o potencial de consolidar a Nissan como uma das líderes no segmento de SUVs compactos. A Frontier, por sua vez, pode se beneficiar da crescente demanda por picapes médias, especialmente se a versão híbrida for introduzida no mercado latino-americano. A estratégia da Nissan no Brasil também inclui parcerias com outras montadoras, como a Renault, para a produção de picapes na Argentina, o que pode fortalecer sua presença na região.

A longo prazo, a Nissan busca se reposicionar como uma marca inovadora e sustentável. A meta de ter 50% de sua linha global composta por veículos híbridos ou elétricos até 2030 reflete esse compromisso. No entanto, a montadora precisará superar desafios como a concorrência acirrada, as pressões econômicas e as mudanças nas regulamentações ambientais. A decisão de focar em SUVs e picapes, embora arriscada, parece ser um passo na direção certa, considerando as tendências atuais do mercado automotivo.

  • Lançamentos previstos: Três novos modelos de SUVs e picapes até 2027.
  • Eletrificação: 50% da linha será híbrida ou elétrica até 2030.
  • Brasil: Kicks e Frontier lideram a estratégia no mercado local.
  • Parcerias: Colaboração com Renault para produção na Argentina.

Cronograma de ações da Nissan

A Nissan está implementando sua nova estratégia em etapas, com um cronograma que abrange diferentes regiões e segmentos. A seguir, um overview das principais ações planejadas:

  • 2025: Lançamento do Kicks 2025 no Brasil, com produção em Resende.
  • 2026: Início da produção de SUVs elétricos na fábrica de Canton, nos EUA.
  • 2027: Lançamento de três novos modelos de SUVs e picapes globalmente.
  • 2028: Expansão da oferta de veículos híbridos na América Latina e na Ásia.
  • 2030: Meta de 50% da linha global composta por veículos híbridos ou elétricos.



A indústria automotiva vive um momento de transformação, e a Nissan, uma das gigantes do setor, anunciou uma decisão que marca um novo capítulo em sua história. A montadora japonesa cancelou a produção de dois sedãs elétricos que seriam fabricados nos Estados Unidos, optando por redirecionar seus investimentos para SUVs e picapes, categorias que dominam as preferências dos consumidores globais. Essa mudança estratégica, impulsionada por um cenário de incertezas econômicas e pressões tarifárias, reflete a adaptação da empresa às demandas do mercado, especialmente na América do Norte, onde SUVs e picapes representaram 60% das vendas de veículos novos em 2024. No Brasil, a Nissan também ajusta suas prioridades, com destaque para a nova geração do Kicks, enquanto na China aposta em picapes híbridas. A reorientação da empresa, que inclui um investimento de R$ 10 bilhões até 2028, revela um esforço para equilibrar inovação, competitividade e lucratividade em um setor em constante evolução.

A decisão de abandonar os sedãs elétricos, conhecidos pelos codinomes LZ1F e LZ1E, foi tomada após uma análise detalhada das condições de mercado. Esses modelos, planejados para serem produzidos na fábrica de Canton, no Mississippi, tinham lançamentos previstos para 2026 e 2027, respectivamente. O LZ1F seria um sedã da Nissan, enquanto o LZ1E pertenceria à divisão de luxo Infiniti. No entanto, mudanças recentes no mercado automotivo, incluindo a crescente preferência por veículos utilitários e picapes, levaram a montadora a rever seus planos. A fábrica de Canton, que seria o berço desses sedãs, agora se prepara para produzir SUVs elétricos, com lançamentos esperados até 2028. Essa mudança não apenas reflete a realidade do mercado norte-americano, mas também sinaliza uma tendência global que impacta diretamente as estratégias das montadoras.

No Brasil, a Nissan já dá sinais de sua nova direção. A produção da nova geração do Kicks, um dos SUVs compactos mais vendidos do país, começou em Resende, no Rio de Janeiro, com previsão de chegada às concessionárias em junho de 2025. O modelo, que promete competir diretamente com rivais como Honda HR-V e Toyota Corolla Cross, reforça a aposta da montadora no segmento de utilitários esportivos. Além disso, a Nissan mantém sua presença no mercado de picapes com a Frontier, que recentemente ganhou uma versão híbrida apresentada no Salão de Xangai. Embora desenvolvida inicialmente para o mercado chinês, a Frontier Pro tem potencial para chegar a outros mercados, incluindo a América Latina, onde picapes médias mantêm uma base fiel de consumidores.

  • Mudança de foco: Nissan prioriza SUVs e picapes em detrimento de sedãs.
  • Investimento bilionário: R$ 10 bilhões serão aplicados até 2028 em novos modelos.
  • Kicks 2025: Novo SUV começa a ser produzido no Brasil para competir no mercado.
  • Frontier híbrida: Picape média apresentada na China pode chegar à América Latina.

Cenário global impulsiona decisão estratégica

A reorientação da Nissan para SUVs e picapes não é um movimento isolado, mas uma resposta a uma transformação mais ampla no setor automotivo. Nos últimos cinco anos, a demanda global por SUVs cresceu 15%, enquanto os sedãs perderam espaço, especialmente em mercados ocidentais como os Estados Unidos e a Europa. Nos EUA, onde o mercado automotivo é um dos maiores do mundo, picapes como a Ford F-150 e SUVs como o Toyota RAV4 dominam as listas de veículos mais vendidos. Em 2024, os sedãs representaram apenas 15% das vendas de veículos novos no país, uma queda significativa em comparação com a década passada, quando modelos como o Nissan Altima e o Toyota Camry lideravam os rankings.

A Nissan, que já foi referência no segmento de sedãs com modelos como o Sentra e o Altima, agora busca se reposicionar como uma marca forte em veículos utilitários. A decisão de cancelar os sedãs elétricos LZ1F e LZ1E, embora arriscada, está alinhada com as preferências dos consumidores americanos, que valorizam a versatilidade e a robustez de SUVs e picapes. No entanto, a montadora enfrenta o desafio de manter sua relevância em mercados onde os sedãs ainda têm força, como a China, onde modelos como o Sylphy continuam a registrar vendas expressivas. Em 2020, a Nissan vendeu globalmente 950 mil sedãs, um número que, embora significativo, não se compara ao crescimento exponencial do segmento de utilitários.

No Japão, a Nissan já havia sinalizado uma redução na oferta de sedãs, com a saída de linha de modelos tradicionais como o Fuga e o Cima em 2021. A fábrica de Tochigi, que por décadas produziu sedãs, está sendo modernizada para fabricar veículos elétricos, incluindo o SUV Ariya. Essa reestruturação reflete a estratégia global da montadora, que planeja ter 50% de sua linha composta por veículos híbridos ou elétricos até 2030. O cancelamento dos sedãs elétricos nos EUA não representa um recuo no compromisso com a eletrificação, mas uma realocação de recursos para segmentos mais lucrativos, como SUVs elétricos e picapes híbridas.

Impactos no mercado brasileiro

No Brasil, a Nissan enfrenta um mercado altamente competitivo, onde SUVs compactos e picapes médias têm ganhado cada vez mais espaço. A nova geração do Kicks, que começou a ser produzida em Resende, é um dos pilares da estratégia da montadora no país. O modelo, que já foi avaliado por especialistas, promete trazer inovações em design, tecnologia e eficiência energética, posicionando-se como uma opção atraente no segmento de SUVs compactos. Com preços competitivos e um pacote de equipamentos robusto, o Kicks 2025 deve intensificar a disputa com modelos como o Volkswagen T-Cross, o Jeep Renegade e o Hyundai Creta.

A Nissan também mantém sua aposta no segmento de picapes com a Frontier, que tem uma base consolidada de consumidores no Brasil. A versão híbrida apresentada na China, embora ainda não confirmada para o mercado brasileiro, pode ser uma resposta às crescentes demandas por veículos mais sustentáveis. No Brasil, o mercado de picapes é particularmente diversificado, com opções que vão desde modelos compactos, como a Fiat Strada, até picapes médias, como a Toyota Hilux e a Chevrolet S10. A Frontier, com sua reputação de robustez e confiabilidade, tem potencial para conquistar uma fatia ainda maior desse mercado, especialmente se incorporar tecnologias híbridas.

  • Kicks 2025: Produção iniciada em Resende, com lançamento previsto para junho.
  • Frontier: Picape média mantém relevância no mercado brasileiro.
  • Competição acirrada: SUVs compactos dominam as vendas no Brasil.
  • Sustentabilidade: Nissan avalia opções híbridas para o mercado latino-americano.
Nissan Magnite
Nissan Magnite – Foto: Divulgação

Transformação do setor automotivo

A decisão da Nissan de focar em SUVs e picapes reflete uma tendência que vem moldando o setor automotivo nas últimas décadas. Nos últimos dez anos, os SUVs passaram de 20% para 45% das vendas globais de veículos, impulsionados por sua versatilidade, espaço interno e apelo estético. As picapes, por sua vez, mantêm uma base fiel de consumidores em mercados como os Estados Unidos, a Austrália e a América Latina, onde são usadas tanto para trabalho quanto para lazer. No Brasil, o segmento de picapes cresceu 2% no primeiro semestre de 2023, superando o crescimento dos SUVs, que foi de 1%.

A eletrificação é outro pilar central da estratégia da Nissan. A montadora, que lançou o Leaf em 2010 como um dos primeiros carros elétricos de massa, planeja expandir sua oferta de veículos híbridos e elétricos nos próximos anos. A fábrica de Canton, no Mississippi, será um dos principais centros de produção de SUVs elétricos, com três novos modelos previstos para serem lançados até 2027. Esses veículos combinarão tecnologias híbridas e elétricas, atendendo às metas globais de redução de emissões e às preferências dos consumidores por veículos mais sustentáveis.

A mudança de foco da Nissan também tem implicações para os consumidores. Com o cancelamento dos sedãs elétricos, a montadora pode perder uma fatia do mercado de veículos elétricos compactos, que ainda apresenta crescimento em regiões como a Europa e a Ásia. No entanto, a aposta em SUVs e picapes parece alinhada com as tendências atuais, especialmente nos mercados desenvolvidos, onde a demanda por veículos utilitários continua a crescer. No Brasil, a Nissan busca fortalecer sua posição com o Kicks e a Frontier, enquanto avalia a introdução de novos modelos híbridos para atender às demandas por sustentabilidade.

Estratégias regionais e desafios

A Nissan enfrenta desafios distintos em cada região onde atua. Na América do Norte, a montadora precisa competir com gigantes como Ford, Chevrolet e Toyota, que dominam os segmentos de SUVs e picapes. A decisão de cancelar os sedãs elétricos pode fortalecer sua posição no mercado de utilitários, mas também exige investimentos significativos em inovação e marketing. A fábrica de Canton, que será o centro de produção de SUVs elétricos, está sendo modernizada para atender às demandas de qualidade e eficiência dos consumidores americanos.

Na Europa, onde os sedãs ainda têm uma base de consumidores, a Nissan enfrenta a concorrência de marcas como Volkswagen, BMW e Mercedes-Benz. A estratégia de focar em SUVs elétricos, como o Ariya, pode ajudar a montadora a ganhar espaço em um mercado que valoriza a sustentabilidade. No entanto, a redução na oferta de sedãs pode limitar sua capacidade de atender a consumidores mais conservadores, que preferem modelos tradicionais.

Na Ásia, a Nissan mantém uma abordagem diversificada. Na China, o mercado de sedãs permanece forte, e modelos como o Sylphy continuam a ser um dos pilares da marca. A introdução da Frontier Pro híbrida no Salão de Xangai mostra que a montadora está atenta às demandas por veículos mais sustentáveis, mesmo em mercados onde os sedãs ainda têm relevância. No Japão, a modernização da fábrica de Tochigi para a produção de SUVs elétricos reforça o compromisso da Nissan com a eletrificação, enquanto a redução na oferta de sedãs reflete a mudança nas preferências dos consumidores locais.

  • América do Norte: Foco em SUVs e picapes para competir com marcas tradicionais.
  • Europa: SUVs elétricos como o Ariya ganham destaque no mercado.
  • Ásia: Nissan mantém sedãs na China e aposta em picapes híbridas.
  • Brasil: Kicks e Frontier lideram a estratégia no mercado latino-americano.

Perspectivas para o futuro

A Nissan planeja lançar pelo menos três novos modelos de SUVs e picapes até 2027, com opções híbridas e totalmente elétricas. Esses lançamentos serão cruciais para a montadora manter sua competitividade em um setor que enfrenta rápidas transformações. A eletrificação, a conectividade e a sustentabilidade são tendências que continuarão a moldar o mercado automotivo, e a Nissan parece estar alinhada com essas mudanças, mesmo que isso signifique abandonar segmentos tradicionais como os sedãs.

No Brasil, a montadora enfrenta o desafio de equilibrar inovação e acessibilidade. O Kicks 2025, com sua combinação de design moderno e tecnologias avançadas, tem o potencial de consolidar a Nissan como uma das líderes no segmento de SUVs compactos. A Frontier, por sua vez, pode se beneficiar da crescente demanda por picapes médias, especialmente se a versão híbrida for introduzida no mercado latino-americano. A estratégia da Nissan no Brasil também inclui parcerias com outras montadoras, como a Renault, para a produção de picapes na Argentina, o que pode fortalecer sua presença na região.

A longo prazo, a Nissan busca se reposicionar como uma marca inovadora e sustentável. A meta de ter 50% de sua linha global composta por veículos híbridos ou elétricos até 2030 reflete esse compromisso. No entanto, a montadora precisará superar desafios como a concorrência acirrada, as pressões econômicas e as mudanças nas regulamentações ambientais. A decisão de focar em SUVs e picapes, embora arriscada, parece ser um passo na direção certa, considerando as tendências atuais do mercado automotivo.

  • Lançamentos previstos: Três novos modelos de SUVs e picapes até 2027.
  • Eletrificação: 50% da linha será híbrida ou elétrica até 2030.
  • Brasil: Kicks e Frontier lideram a estratégia no mercado local.
  • Parcerias: Colaboração com Renault para produção na Argentina.

Cronograma de ações da Nissan

A Nissan está implementando sua nova estratégia em etapas, com um cronograma que abrange diferentes regiões e segmentos. A seguir, um overview das principais ações planejadas:

  • 2025: Lançamento do Kicks 2025 no Brasil, com produção em Resende.
  • 2026: Início da produção de SUVs elétricos na fábrica de Canton, nos EUA.
  • 2027: Lançamento de três novos modelos de SUVs e picapes globalmente.
  • 2028: Expansão da oferta de veículos híbridos na América Latina e na Ásia.
  • 2030: Meta de 50% da linha global composta por veículos híbridos ou elétricos.



Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *