A televisão brasileira viveu um de seus momentos mais emblemáticos no final dos anos 1980, quando a novela Vale Tudo, exibida pela TV Globo, colocou o país inteiro para discutir uma única pergunta: quem matou Odete Roitman? A vilã, interpretada magistralmente por Beatriz Segall, foi assassinada no capítulo exibido na véspera de Natal de 1988, gerando um suspense que durou 13 dias e mobilizou milhões de telespectadores. A trama, escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, tornou-se um marco na teledramaturgia, não apenas pela qualidade da narrativa, mas pelo impacto cultural que o mistério da morte de Odete provocou. Agora, em 2025, o remake da novela, adaptado por Manuela Dias, promete reacender a curiosidade do público com uma nova versão do crime, trazendo um assassino diferente e mantendo o mesmo clima de suspense que parou o Brasil há quase quatro décadas.
O fenômeno de Vale Tudo original não se limitou às telas. Durante os dias em que o mistério permaneceu no ar, a sociedade brasileira foi tomada por especulações. Jornais, revistas e programas de televisão dedicaram espaço para debater possíveis culpados, enquanto campanhas publicitárias e até o jogo do bicho capitalizaram o fervor popular. A personagem de Odete Roitman, uma empresária arrogante e manipuladora, era tão odiada quanto admirada, o que tornou sua morte um evento de proporções nacionais. A revelação, no último capítulo, de que Leila, vivida por Cássia Kis, foi a responsável pelo assassinato, surpreendeu a muitos, especialmente porque a personagem não estava entre os principais suspeitos.
Manuela Dias revelou já ter em mente o assassino de Odete Roitman na nova versão de #ValeTudo: “Eu vou matar a Odete Roitman, isso é um fato. Acho que eu já sei quem vai matar o Odete na trama. Descobri isso há um tempo, mas não ousei falar em voz alta. Nem a minha equipe sabe.… pic.twitter.com/at7ZdQ1ulj
— ypis (@portalypis) March 10, 2025
No remake de 2025, que estreou em 31 de março na Globo, a expectativa é que o mistério ganhe novos contornos. Com Débora Bloch no papel de Odete Roitman, a produção já sinalizou que o desfecho será diferente, mantendo o público em suspense até os capítulos finais. A novela, que celebra os 60 anos da emissora, mantém a essência da trama original, abordando as desigualdades sociais e a corrupção no Brasil, mas com adaptações para refletir os tempos atuais. A pergunta “quem matou Odete Roitman?” volta a ecoar, agora com a promessa de surpreender uma nova geração de telespectadores.
- Impacto cultural: O mistério original mobilizou o Brasil, com apostas no jogo do bicho e campanhas publicitárias.
- Novo assassino: O remake de 2025 terá um culpado diferente, segundo a autora Manuela Dias.
- Elenco estelar: Nomes como Taís Araujo, Bella Campos e Alexandre Nero reforçam a produção.
O fenômeno Vale Tudo e a criação de um marco
Vale Tudo estreou em 16 de maio de 1988 e rapidamente se consolidou como uma das novelas mais assistidas da história da Globo. A trama abordava temas como corrupção, ambição e desigualdade social, com personagens complexos que representavam diferentes facetas da sociedade brasileira. Odete Roitman, a grande vilã, era o símbolo da elite fria e calculista, enquanto Raquel Accioli, vivida por Regina Duarte, representava a honestidade em meio a um mundo de valores invertidos. A rivalidade entre Raquel e sua filha, Maria de Fátima, interpretada por Glória Pires, adicionava camadas de drama familiar à narrativa.
O assassinato de Odete, exibido no capítulo 193, foi um divisor de águas. A cena, cuidadosamente planejada, mostrava a vilã sendo baleada por trás de uma porta de vidro, sem revelar o rosto do atirador. A escolha de manter o mistério por quase duas semanas foi uma estratégia ousada dos autores, que sabiam do potencial de engajamento do público. Durante esse período, a novela dominou as conversas em todo o país, com pessoas de diferentes classes sociais especulando sobre o culpado. A audiência do último capítulo, em 6 de janeiro de 1989, atingiu 86 pontos no Ibope, com picos de 94, um feito impressionante para a época.
A produção do remake de 2025 busca recriar essa mesma magia, mas com elementos contemporâneos. A autora Manuela Dias, conhecida por trabalhos como Justiça e Amor de Mãe, optou por manter o suspense como peça central, mas com uma nova abordagem. A escolha de Débora Bloch para interpretar Odete Roitman foi celebrada, já que a atriz traz uma combinação de sofisticação e intensidade ao papel. Além disso, a novela conta com um elenco renovado, incluindo nomes como Taís Araujo como Raquel e Bella Campos como Maria de Fátima, que prometem dar nova vida aos conflitos centrais da trama.
Como o mistério foi construído em 1988
A construção do mistério em torno da morte de Odete Roitman foi um exemplo de estratégia narrativa. Os autores de Vale Tudo sabiam que o impacto da morte de uma personagem tão icônica dependia de sigilo absoluto. Para evitar vazamentos, foram gravadas cinco versões diferentes do desfecho, cada uma com um assassino distinto: Leila, César, Olavo, Queiroz e Bruno. O elenco só descobriu a versão final poucas horas antes da exibição, e a cena foi editada no mesmo dia do último capítulo, 6 de janeiro de 1989.
A escolha de Leila como a assassina foi uma surpresa para o público. A personagem, até então secundária, matou Odete por engano, acreditando que estava atirando em Maria de Fátima, amante de seu marido, Marco Aurélio. Essa reviravolta, embora frustrante para alguns que esperavam um culpado mais óbvio, foi considerada brilhante por sua simplicidade e impacto. A decisão de última hora, segundo o autor Aguinaldo Silva, foi motivada pela necessidade de manter o suspense e evitar que a imprensa descobrisse o final antes da exibição.
O mistério também foi alimentado por iniciativas externas. A marca de caldo de galinha Maggi lançou uma campanha que recebeu 3 milhões de cartas com palpites sobre o assassino, enquanto o jogo do bicho no Rio de Janeiro registrou 40 mil apostas relacionadas ao caso. Até o diretor da Polícia Federal na época, Romeu Tuma, foi convidado por veículos de imprensa a dar sua opinião sobre o culpado, mostrando o quanto a novela transcendeu a ficção.
- Medidas de sigilo: Cinco finais gravados e edição no dia da exibição evitaram vazamentos.
- Campanhas publicitárias: Maggi recebeu 3 milhões de cartas com palpites do público.
- Jogo do bicho: Apostas no Rio de Janeiro movimentaram o mistério.
O impacto cultural de Odete Roitman
Odete Roitman não foi apenas uma vilã; ela se tornou um símbolo cultural. Interpretada por Beatriz Segall, a personagem representava a elite brasileira dos anos 1980, com sua arrogância, preconceito e desprezo pelas classes populares. Sua personalidade marcante, aliada a bordões como “o pobre só tem uma utilidade no nosso país”, fizeram dela uma figura inesquecível. A morte de Odete, baleada na véspera de Natal, foi um evento que paralisou o país, com ruas desertas durante a exibição do último capítulo.
A repercussão da novela foi tão grande que influenciou até o comportamento social. Bares e restaurantes instalaram televisores para atrair clientes durante os capítulos finais, enquanto jornais publicavam manchetes especulando sobre o assassino. A campanha da Maggi, que premiava quem acertasse o culpado, recebeu uma avalanche de cartas, mostrando o engajamento do público. O jogo do bicho, prática ilegal mas popular à época, também se aproveitou do mistério, com banqueiros aceitando apostas sobre os suspeitos.
No remake de 2025, a personagem de Odete Roitman ganha nova interpretação com Débora Bloch. A atriz, que já trabalhou em novelas como Avenida Brasil e Segundo Sol, traz uma abordagem diferente, mantendo a essência da vilã, mas adaptada aos dias atuais. A produção promete explorar ainda mais os conflitos sociais, com uma narrativa que reflete as desigualdades do Brasil contemporâneo. A expectativa é que o novo assassino, ainda mantido em segredo por Manuela Dias, cause o mesmo impacto que Leila provocou em 1989.
O remake de 2025: o que esperar
A estreia do remake de Vale Tudo, em 31 de março de 2025, marcou o início de uma nova era para a novela. A produção, que faz parte das comemorações dos 60 anos da Globo, traz uma abordagem moderna, mas fiel aos temas centrais da trama original. A história continua centrada na rivalidade entre Raquel e Maria de Fátima, agora interpretadas por Taís Araujo e Bella Campos, e no mistério da morte de Odete Roitman, que aparece pela primeira vez no capítulo 24, exibido em 26 de abril.
Manuela Dias, autora do remake, já confirmou que Odete será assassinada, mas por mãos diferentes. Em entrevistas, ela revelou que já tem um nome em mente para o culpado, mas mantém o segredo guardado para preservar o suspense. A decisão de mudar o assassino visa surpreender tanto os fãs da novela original quanto os novos telespectadores, que cresceram ouvindo falar do icônico mistério. A produção também aposta em uma narrativa mais inclusiva, com a inclusão de uma subtrama LGBTQIA+ e uma abordagem mais profunda sobre questões sociais.
O elenco do remake é um dos pontos altos da produção. Além de Débora Bloch, Taís Araujo e Bella Campos, a novela conta com Alexandre Nero como Marco Aurélio, Carolina Dieckmann como Leila e Renata Sorrah reprisando o papel de Heleninha Roitman. A escolha de manter alguns atores da versão original, como Sorrah, foi uma homenagem à trama de 1988, enquanto os novos nomes trazem frescor à narrativa. A trilha sonora, que inclui a clássica “Brasil” de Gal Costa na abertura, também reforça a conexão com a novela original.
- Novo elenco: Taís Araujo, Bella Campos e Alexandre Nero lideram a trama.
- Subtrama inclusiva: Narrativa LGBTQIA+ amplia a representatividade.
- Trilha sonora: “Brasil” de Gal Costa permanece como tema de abertura.
Cronologia do mistério
A construção do mistério em Vale Tudo, tanto na versão original quanto no remake, segue uma linha temporal cuidadosamente planejada. Abaixo, os principais momentos da trama relacionados à morte de Odete Roitman:
- 16 de maio de 1988: Estreia de Vale Tudo na Globo, apresentando Odete Roitman como a grande vilã.
- 24 de dezembro de 1988: Exibição do capítulo 193, com o assassinato de Odete, baleada por trás de uma porta de vidro.
- 6 de janeiro de 1989: Último capítulo revela Leila como a assassina, surpreendendo o público.
- 31 de março de 2025: Estreia do remake de Vale Tudo, com promessa de novo assassino.
- 26 de abril de 2025: Odete Roitman aparece pela primeira vez no remake, no capítulo 24.
As diferenças entre as versões
O remake de Vale Tudo não é a primeira vez que a novela ganha uma nova versão. Em 2002, uma parceria entre a Globo e a Telemundo, emissora voltada para o público latino nos Estados Unidos, produziu uma adaptação chamada Vale Todo. Nessa versão, Odete Roitman foi renomeada como Lucrécia Roitman, interpretada pela atriz cubana Zully Montero, e o assassino foi Eugênio, o mordomo, vivido originalmente por Sérgio Mamberti. A mudança no culpado foi bem recebida pelo público hispânico, mas não teve o mesmo impacto cultural da trama brasileira.
A versão de 2025, por outro lado, promete ser mais fiel à essência da novela original, mas com atualizações significativas. A autora Manuela Dias optou por manter os temas centrais, como a corrupção e a desigualdade, mas com um olhar voltado para os desafios do Brasil atual. A inclusão de uma subtrama LGBTQIA+ e a maior representatividade no elenco são exemplos de como a produção busca dialogar com o público contemporâneo. Além disso, a escolha de um novo assassino reforça a intenção de surpreender os telespectadores, mesmo aqueles que já conhecem a trama de 1988.
A produção também investiu em cenografia e tecnologia para recriar o ambiente dos anos 1980, mas com toques modernos. As locações, que incluem cenários no Rio de Janeiro e em São Paulo, foram cuidadosamente planejadas para refletir tanto a opulência da elite quanto as dificuldades das classes populares. A direção, sob o comando de Ricardo Waddington, aposta em um ritmo mais dinâmico, com cenas que alternam entre o drama familiar e o suspense policial.
A influência de Vale Tudo na teledramaturgia
Vale Tudo não foi apenas uma novela; foi um divisor de águas na forma como as tramas são construídas na televisão brasileira. O mistério da morte de Odete Roitman popularizou o recurso do “quem matou?”, que passou a ser usado em diversas outras produções, como A Próxima Vítima (1995) e Torre de Babel (1998). A novela também foi pioneira ao abordar temas sociais de forma crua, expondo a corrupção e a desigualdade sem romantismos.
A personagem de Odete Roitman, em particular, tornou-se um arquétipo de vilã. Sua combinação de arrogância, inteligência e crueldade inspirou outras antagonistas marcantes, como Maria de Fátima, também de Vale Tudo, e Carminha, de Avenida Brasil. A interpretação de Beatriz Segall, que faleceu em 2018, é até hoje lembrada como uma das mais brilhantes da teledramaturgia, com a atriz sendo reconhecida por sua capacidade de humanizar uma personagem tão odiada.
No remake, a expectativa é que Débora Bloch consiga imprimir sua própria marca no papel, sem tentar imitar Segall. A escolha da atriz foi elogiada por sua versatilidade e experiência, e os primeiros capítulos já mostram uma Odete Roitman que mantém a essência da vilã, mas com nuances que refletem os tempos atuais. A produção também busca resgatar o impacto cultural da novela original, incentivando o público a debater o mistério nas redes sociais, algo que não existia em 1988.
- Legado: Vale Tudo inspirou o uso do “quem matou?” em outras novelas.
- Vilãs icônicas: Odete Roitman influenciou personagens como Carminha.
- Redes sociais: O remake aposta no engajamento online para recriar o fervor.
Por que o mistério ainda fascina
O fascínio pelo mistério da morte de Odete Roitman vai além da trama em si. A novela conseguiu capturar o espírito de uma época, os anos 1980, marcada por profundas transformações sociais e econômicas no Brasil. A hiperinflação, a redemocratização e o crescimento da desigualdade foram temas que ressoaram com o público, que via na história de Vale Tudo um reflexo de suas próprias lutas. Odete, com seu desprezo pelas classes populares, representava tudo o que muitos brasileiros rejeitavam, enquanto Raquel simbolizava a esperança de um país mais justo.
O remake de 2025 chega em um momento igualmente desafiador, com o Brasil enfrentando polarização política, crises econômicas e debates sobre inclusão. A escolha de manter o mistério da morte de Odete como peça central da trama mostra a confiança da Globo no poder da narrativa para engajar o público. A pergunta “quem matou Odete Roitman?” continua relevante porque combina suspense, drama e crítica social, elementos que transcendem gerações.
A produção também aposta na nostalgia para atrair os fãs da novela original, enquanto busca conquistar uma nova audiência com uma abordagem moderna. A presença de atores consagrados, como Renata Sorrah, e jovens talentos, como Bella Campos, cria uma ponte entre o passado e o presente, reforçando a ideia de que Vale Tudo é uma história atemporal. O mistério, agora renovado, promete manter o público grudado na tela, debatendo nas redes sociais e especulando sobre o novo assassino.
Curiosidades sobre o mistério
O assassinato de Odete Roitman gerou uma série de fatos curiosos que ajudam a entender seu impacto. Abaixo, algumas informações que marcaram a trajetória do mistério:
- Anúncio milionário: A exibição da morte de Odete foi adiada em um dia por causa de uma campanha publicitária de uma empresa de seguros, que pagou 800 milhões de cruzados à Globo.
- Cinco finais: Além de Leila, os autores consideraram César, Olavo, Queiroz e Bruno como possíveis assassinos, mas apenas a versão com Leila foi ao ar.
- Jogo do bicho: No Rio de Janeiro, 40 mil pessoas apostaram no culpado, segundo o jornal O Globo.
- Campanha Maggi: A promoção da marca recebeu 3 milhões de cartas, com a maioria apontando Marco Aurélio como o assassino.
O futuro do mistério
Com 174 capítulos previstos, o remake de Vale Tudo tem tempo suficiente para construir um suspense tão envolvente quanto o original. Manuela Dias, que já demonstrou habilidade em criar narrativas complexas, aposta em uma abordagem que mistura nostalgia e inovação. A autora revelou que o novo assassino foi escolhido com cuidado, levando em conta o impacto emocional que a revelação terá no público. Embora o nome do culpado permaneça em segredo, a produção já deu pistas de que a morte de Odete será um momento crucial, com consequências para todos os personagens.
A Globo também investiu em estratégias de divulgação para manter o mistério vivo. Antes da estreia, teasers com a frase “quem matou Odete Roitman?” foram exibidos, reacendendo a curiosidade do público. Nas redes sociais, a emissora incentiva os fãs a compartilharem teorias sobre o novo assassino, criando um engajamento que lembra as conversas de 1988, mas agora no ambiente digital. A hashtag #QuemMatouOdeteRoitman já é usada por milhares de internautas, mostrando que o mistério continua tão poderoso quanto há 37 anos.
A novela também promete explorar novos temas, como a influência da tecnologia e das redes sociais na sociedade brasileira. Embora a trama esteja ambientada nos anos 1980, a adaptação inclui elementos contemporâneos, como o impacto das fake news e a luta por representatividade. Esses temas, combinados com o suspense da morte de Odete, garantem que Vale Tudo permaneça relevante em 2025, dialogando com os desafios do Brasil atual.

A televisão brasileira viveu um de seus momentos mais emblemáticos no final dos anos 1980, quando a novela Vale Tudo, exibida pela TV Globo, colocou o país inteiro para discutir uma única pergunta: quem matou Odete Roitman? A vilã, interpretada magistralmente por Beatriz Segall, foi assassinada no capítulo exibido na véspera de Natal de 1988, gerando um suspense que durou 13 dias e mobilizou milhões de telespectadores. A trama, escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, tornou-se um marco na teledramaturgia, não apenas pela qualidade da narrativa, mas pelo impacto cultural que o mistério da morte de Odete provocou. Agora, em 2025, o remake da novela, adaptado por Manuela Dias, promete reacender a curiosidade do público com uma nova versão do crime, trazendo um assassino diferente e mantendo o mesmo clima de suspense que parou o Brasil há quase quatro décadas.
O fenômeno de Vale Tudo original não se limitou às telas. Durante os dias em que o mistério permaneceu no ar, a sociedade brasileira foi tomada por especulações. Jornais, revistas e programas de televisão dedicaram espaço para debater possíveis culpados, enquanto campanhas publicitárias e até o jogo do bicho capitalizaram o fervor popular. A personagem de Odete Roitman, uma empresária arrogante e manipuladora, era tão odiada quanto admirada, o que tornou sua morte um evento de proporções nacionais. A revelação, no último capítulo, de que Leila, vivida por Cássia Kis, foi a responsável pelo assassinato, surpreendeu a muitos, especialmente porque a personagem não estava entre os principais suspeitos.
Manuela Dias revelou já ter em mente o assassino de Odete Roitman na nova versão de #ValeTudo: “Eu vou matar a Odete Roitman, isso é um fato. Acho que eu já sei quem vai matar o Odete na trama. Descobri isso há um tempo, mas não ousei falar em voz alta. Nem a minha equipe sabe.… pic.twitter.com/at7ZdQ1ulj
— ypis (@portalypis) March 10, 2025
No remake de 2025, que estreou em 31 de março na Globo, a expectativa é que o mistério ganhe novos contornos. Com Débora Bloch no papel de Odete Roitman, a produção já sinalizou que o desfecho será diferente, mantendo o público em suspense até os capítulos finais. A novela, que celebra os 60 anos da emissora, mantém a essência da trama original, abordando as desigualdades sociais e a corrupção no Brasil, mas com adaptações para refletir os tempos atuais. A pergunta “quem matou Odete Roitman?” volta a ecoar, agora com a promessa de surpreender uma nova geração de telespectadores.
- Impacto cultural: O mistério original mobilizou o Brasil, com apostas no jogo do bicho e campanhas publicitárias.
- Novo assassino: O remake de 2025 terá um culpado diferente, segundo a autora Manuela Dias.
- Elenco estelar: Nomes como Taís Araujo, Bella Campos e Alexandre Nero reforçam a produção.
O fenômeno Vale Tudo e a criação de um marco
Vale Tudo estreou em 16 de maio de 1988 e rapidamente se consolidou como uma das novelas mais assistidas da história da Globo. A trama abordava temas como corrupção, ambição e desigualdade social, com personagens complexos que representavam diferentes facetas da sociedade brasileira. Odete Roitman, a grande vilã, era o símbolo da elite fria e calculista, enquanto Raquel Accioli, vivida por Regina Duarte, representava a honestidade em meio a um mundo de valores invertidos. A rivalidade entre Raquel e sua filha, Maria de Fátima, interpretada por Glória Pires, adicionava camadas de drama familiar à narrativa.
O assassinato de Odete, exibido no capítulo 193, foi um divisor de águas. A cena, cuidadosamente planejada, mostrava a vilã sendo baleada por trás de uma porta de vidro, sem revelar o rosto do atirador. A escolha de manter o mistério por quase duas semanas foi uma estratégia ousada dos autores, que sabiam do potencial de engajamento do público. Durante esse período, a novela dominou as conversas em todo o país, com pessoas de diferentes classes sociais especulando sobre o culpado. A audiência do último capítulo, em 6 de janeiro de 1989, atingiu 86 pontos no Ibope, com picos de 94, um feito impressionante para a época.
A produção do remake de 2025 busca recriar essa mesma magia, mas com elementos contemporâneos. A autora Manuela Dias, conhecida por trabalhos como Justiça e Amor de Mãe, optou por manter o suspense como peça central, mas com uma nova abordagem. A escolha de Débora Bloch para interpretar Odete Roitman foi celebrada, já que a atriz traz uma combinação de sofisticação e intensidade ao papel. Além disso, a novela conta com um elenco renovado, incluindo nomes como Taís Araujo como Raquel e Bella Campos como Maria de Fátima, que prometem dar nova vida aos conflitos centrais da trama.
Como o mistério foi construído em 1988
A construção do mistério em torno da morte de Odete Roitman foi um exemplo de estratégia narrativa. Os autores de Vale Tudo sabiam que o impacto da morte de uma personagem tão icônica dependia de sigilo absoluto. Para evitar vazamentos, foram gravadas cinco versões diferentes do desfecho, cada uma com um assassino distinto: Leila, César, Olavo, Queiroz e Bruno. O elenco só descobriu a versão final poucas horas antes da exibição, e a cena foi editada no mesmo dia do último capítulo, 6 de janeiro de 1989.
A escolha de Leila como a assassina foi uma surpresa para o público. A personagem, até então secundária, matou Odete por engano, acreditando que estava atirando em Maria de Fátima, amante de seu marido, Marco Aurélio. Essa reviravolta, embora frustrante para alguns que esperavam um culpado mais óbvio, foi considerada brilhante por sua simplicidade e impacto. A decisão de última hora, segundo o autor Aguinaldo Silva, foi motivada pela necessidade de manter o suspense e evitar que a imprensa descobrisse o final antes da exibição.
O mistério também foi alimentado por iniciativas externas. A marca de caldo de galinha Maggi lançou uma campanha que recebeu 3 milhões de cartas com palpites sobre o assassino, enquanto o jogo do bicho no Rio de Janeiro registrou 40 mil apostas relacionadas ao caso. Até o diretor da Polícia Federal na época, Romeu Tuma, foi convidado por veículos de imprensa a dar sua opinião sobre o culpado, mostrando o quanto a novela transcendeu a ficção.
- Medidas de sigilo: Cinco finais gravados e edição no dia da exibição evitaram vazamentos.
- Campanhas publicitárias: Maggi recebeu 3 milhões de cartas com palpites do público.
- Jogo do bicho: Apostas no Rio de Janeiro movimentaram o mistério.
O impacto cultural de Odete Roitman
Odete Roitman não foi apenas uma vilã; ela se tornou um símbolo cultural. Interpretada por Beatriz Segall, a personagem representava a elite brasileira dos anos 1980, com sua arrogância, preconceito e desprezo pelas classes populares. Sua personalidade marcante, aliada a bordões como “o pobre só tem uma utilidade no nosso país”, fizeram dela uma figura inesquecível. A morte de Odete, baleada na véspera de Natal, foi um evento que paralisou o país, com ruas desertas durante a exibição do último capítulo.
A repercussão da novela foi tão grande que influenciou até o comportamento social. Bares e restaurantes instalaram televisores para atrair clientes durante os capítulos finais, enquanto jornais publicavam manchetes especulando sobre o assassino. A campanha da Maggi, que premiava quem acertasse o culpado, recebeu uma avalanche de cartas, mostrando o engajamento do público. O jogo do bicho, prática ilegal mas popular à época, também se aproveitou do mistério, com banqueiros aceitando apostas sobre os suspeitos.
No remake de 2025, a personagem de Odete Roitman ganha nova interpretação com Débora Bloch. A atriz, que já trabalhou em novelas como Avenida Brasil e Segundo Sol, traz uma abordagem diferente, mantendo a essência da vilã, mas adaptada aos dias atuais. A produção promete explorar ainda mais os conflitos sociais, com uma narrativa que reflete as desigualdades do Brasil contemporâneo. A expectativa é que o novo assassino, ainda mantido em segredo por Manuela Dias, cause o mesmo impacto que Leila provocou em 1989.
O remake de 2025: o que esperar
A estreia do remake de Vale Tudo, em 31 de março de 2025, marcou o início de uma nova era para a novela. A produção, que faz parte das comemorações dos 60 anos da Globo, traz uma abordagem moderna, mas fiel aos temas centrais da trama original. A história continua centrada na rivalidade entre Raquel e Maria de Fátima, agora interpretadas por Taís Araujo e Bella Campos, e no mistério da morte de Odete Roitman, que aparece pela primeira vez no capítulo 24, exibido em 26 de abril.
Manuela Dias, autora do remake, já confirmou que Odete será assassinada, mas por mãos diferentes. Em entrevistas, ela revelou que já tem um nome em mente para o culpado, mas mantém o segredo guardado para preservar o suspense. A decisão de mudar o assassino visa surpreender tanto os fãs da novela original quanto os novos telespectadores, que cresceram ouvindo falar do icônico mistério. A produção também aposta em uma narrativa mais inclusiva, com a inclusão de uma subtrama LGBTQIA+ e uma abordagem mais profunda sobre questões sociais.
O elenco do remake é um dos pontos altos da produção. Além de Débora Bloch, Taís Araujo e Bella Campos, a novela conta com Alexandre Nero como Marco Aurélio, Carolina Dieckmann como Leila e Renata Sorrah reprisando o papel de Heleninha Roitman. A escolha de manter alguns atores da versão original, como Sorrah, foi uma homenagem à trama de 1988, enquanto os novos nomes trazem frescor à narrativa. A trilha sonora, que inclui a clássica “Brasil” de Gal Costa na abertura, também reforça a conexão com a novela original.
- Novo elenco: Taís Araujo, Bella Campos e Alexandre Nero lideram a trama.
- Subtrama inclusiva: Narrativa LGBTQIA+ amplia a representatividade.
- Trilha sonora: “Brasil” de Gal Costa permanece como tema de abertura.
Cronologia do mistério
A construção do mistério em Vale Tudo, tanto na versão original quanto no remake, segue uma linha temporal cuidadosamente planejada. Abaixo, os principais momentos da trama relacionados à morte de Odete Roitman:
- 16 de maio de 1988: Estreia de Vale Tudo na Globo, apresentando Odete Roitman como a grande vilã.
- 24 de dezembro de 1988: Exibição do capítulo 193, com o assassinato de Odete, baleada por trás de uma porta de vidro.
- 6 de janeiro de 1989: Último capítulo revela Leila como a assassina, surpreendendo o público.
- 31 de março de 2025: Estreia do remake de Vale Tudo, com promessa de novo assassino.
- 26 de abril de 2025: Odete Roitman aparece pela primeira vez no remake, no capítulo 24.
As diferenças entre as versões
O remake de Vale Tudo não é a primeira vez que a novela ganha uma nova versão. Em 2002, uma parceria entre a Globo e a Telemundo, emissora voltada para o público latino nos Estados Unidos, produziu uma adaptação chamada Vale Todo. Nessa versão, Odete Roitman foi renomeada como Lucrécia Roitman, interpretada pela atriz cubana Zully Montero, e o assassino foi Eugênio, o mordomo, vivido originalmente por Sérgio Mamberti. A mudança no culpado foi bem recebida pelo público hispânico, mas não teve o mesmo impacto cultural da trama brasileira.
A versão de 2025, por outro lado, promete ser mais fiel à essência da novela original, mas com atualizações significativas. A autora Manuela Dias optou por manter os temas centrais, como a corrupção e a desigualdade, mas com um olhar voltado para os desafios do Brasil atual. A inclusão de uma subtrama LGBTQIA+ e a maior representatividade no elenco são exemplos de como a produção busca dialogar com o público contemporâneo. Além disso, a escolha de um novo assassino reforça a intenção de surpreender os telespectadores, mesmo aqueles que já conhecem a trama de 1988.
A produção também investiu em cenografia e tecnologia para recriar o ambiente dos anos 1980, mas com toques modernos. As locações, que incluem cenários no Rio de Janeiro e em São Paulo, foram cuidadosamente planejadas para refletir tanto a opulência da elite quanto as dificuldades das classes populares. A direção, sob o comando de Ricardo Waddington, aposta em um ritmo mais dinâmico, com cenas que alternam entre o drama familiar e o suspense policial.
A influência de Vale Tudo na teledramaturgia
Vale Tudo não foi apenas uma novela; foi um divisor de águas na forma como as tramas são construídas na televisão brasileira. O mistério da morte de Odete Roitman popularizou o recurso do “quem matou?”, que passou a ser usado em diversas outras produções, como A Próxima Vítima (1995) e Torre de Babel (1998). A novela também foi pioneira ao abordar temas sociais de forma crua, expondo a corrupção e a desigualdade sem romantismos.
A personagem de Odete Roitman, em particular, tornou-se um arquétipo de vilã. Sua combinação de arrogância, inteligência e crueldade inspirou outras antagonistas marcantes, como Maria de Fátima, também de Vale Tudo, e Carminha, de Avenida Brasil. A interpretação de Beatriz Segall, que faleceu em 2018, é até hoje lembrada como uma das mais brilhantes da teledramaturgia, com a atriz sendo reconhecida por sua capacidade de humanizar uma personagem tão odiada.
No remake, a expectativa é que Débora Bloch consiga imprimir sua própria marca no papel, sem tentar imitar Segall. A escolha da atriz foi elogiada por sua versatilidade e experiência, e os primeiros capítulos já mostram uma Odete Roitman que mantém a essência da vilã, mas com nuances que refletem os tempos atuais. A produção também busca resgatar o impacto cultural da novela original, incentivando o público a debater o mistério nas redes sociais, algo que não existia em 1988.
- Legado: Vale Tudo inspirou o uso do “quem matou?” em outras novelas.
- Vilãs icônicas: Odete Roitman influenciou personagens como Carminha.
- Redes sociais: O remake aposta no engajamento online para recriar o fervor.
Por que o mistério ainda fascina
O fascínio pelo mistério da morte de Odete Roitman vai além da trama em si. A novela conseguiu capturar o espírito de uma época, os anos 1980, marcada por profundas transformações sociais e econômicas no Brasil. A hiperinflação, a redemocratização e o crescimento da desigualdade foram temas que ressoaram com o público, que via na história de Vale Tudo um reflexo de suas próprias lutas. Odete, com seu desprezo pelas classes populares, representava tudo o que muitos brasileiros rejeitavam, enquanto Raquel simbolizava a esperança de um país mais justo.
O remake de 2025 chega em um momento igualmente desafiador, com o Brasil enfrentando polarização política, crises econômicas e debates sobre inclusão. A escolha de manter o mistério da morte de Odete como peça central da trama mostra a confiança da Globo no poder da narrativa para engajar o público. A pergunta “quem matou Odete Roitman?” continua relevante porque combina suspense, drama e crítica social, elementos que transcendem gerações.
A produção também aposta na nostalgia para atrair os fãs da novela original, enquanto busca conquistar uma nova audiência com uma abordagem moderna. A presença de atores consagrados, como Renata Sorrah, e jovens talentos, como Bella Campos, cria uma ponte entre o passado e o presente, reforçando a ideia de que Vale Tudo é uma história atemporal. O mistério, agora renovado, promete manter o público grudado na tela, debatendo nas redes sociais e especulando sobre o novo assassino.
Curiosidades sobre o mistério
O assassinato de Odete Roitman gerou uma série de fatos curiosos que ajudam a entender seu impacto. Abaixo, algumas informações que marcaram a trajetória do mistério:
- Anúncio milionário: A exibição da morte de Odete foi adiada em um dia por causa de uma campanha publicitária de uma empresa de seguros, que pagou 800 milhões de cruzados à Globo.
- Cinco finais: Além de Leila, os autores consideraram César, Olavo, Queiroz e Bruno como possíveis assassinos, mas apenas a versão com Leila foi ao ar.
- Jogo do bicho: No Rio de Janeiro, 40 mil pessoas apostaram no culpado, segundo o jornal O Globo.
- Campanha Maggi: A promoção da marca recebeu 3 milhões de cartas, com a maioria apontando Marco Aurélio como o assassino.
O futuro do mistério
Com 174 capítulos previstos, o remake de Vale Tudo tem tempo suficiente para construir um suspense tão envolvente quanto o original. Manuela Dias, que já demonstrou habilidade em criar narrativas complexas, aposta em uma abordagem que mistura nostalgia e inovação. A autora revelou que o novo assassino foi escolhido com cuidado, levando em conta o impacto emocional que a revelação terá no público. Embora o nome do culpado permaneça em segredo, a produção já deu pistas de que a morte de Odete será um momento crucial, com consequências para todos os personagens.
A Globo também investiu em estratégias de divulgação para manter o mistério vivo. Antes da estreia, teasers com a frase “quem matou Odete Roitman?” foram exibidos, reacendendo a curiosidade do público. Nas redes sociais, a emissora incentiva os fãs a compartilharem teorias sobre o novo assassino, criando um engajamento que lembra as conversas de 1988, mas agora no ambiente digital. A hashtag #QuemMatouOdeteRoitman já é usada por milhares de internautas, mostrando que o mistério continua tão poderoso quanto há 37 anos.
A novela também promete explorar novos temas, como a influência da tecnologia e das redes sociais na sociedade brasileira. Embora a trama esteja ambientada nos anos 1980, a adaptação inclui elementos contemporâneos, como o impacto das fake news e a luta por representatividade. Esses temas, combinados com o suspense da morte de Odete, garantem que Vale Tudo permaneça relevante em 2025, dialogando com os desafios do Brasil atual.
