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30 Apr 2025, Wed


SALESóPOLIS, SP — Mais de 416 mil pedidos de aposentadoria foram negados somente em janeiro de 2024, segundo dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Em muitos casos, o motivo não está somente na ausência do direito, mas também em erros evitáveis cometidos durante o processo.

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5 erros graves que podem te fazer atrasar a aposentadoria em ANOS
(Foto: Jeane de Oliveira/FDR)

Quando a aposentadoria é indeferida, o trabalhador precisa recorrer, reunir novos documentos ou corrigir informações. Isso pode levar meses e em alguns casos, até anos. Portanto, entender as falhas mais comuns é o primeiro passo para evitar que isso aconteça.

6 erros que podem atrasar bastante a aposentadoria

O INSS tem prazos estabelecidos para analisar e conceder benefícios. De acordo com o Decreto nº 3.048/1999, o prazo é de 45 dias, podendo ser prorrogado por mais 45 dias, totalizando até 90 dias. 


Entretanto, atrasos na concessão são frequentes, especialmente quando ocorrem equívocos por parte dos solicitantes. Dependendo da natureza do erro, o atraso na liberação ou no pedido da aposentadoria pode se estender por anos. Além disso, pode exigir recursos demorados e frustrantes.

1. Desconhecer qual aposentadoria tem direito

Muita gente acredita que só existe um tipo de aposentadoria. Mas, na prática, há diferentes modalidades: por idade, tempo de contribuição, invalidez, especial, híbrida, entre outras. Cada uma com requisitos específicos.

Ignorar essas diferenças pode levar ao pedido errado. O resultado? Indeferimento e necessidade de refazer todo o processo.

Após a Reforma da Previdência de 2019, surgiram novas regras de transição. Para quem já contribuía antes das mudanças, essas regras podem oferecer caminhos mais vantajosos. Porém, é preciso conhecê-las e entender qual se aplica ao próprio caso.

Sem essa análise, o trabalhador corre o risco de deixar de pedir a aposentadoria mais adequada ou, pior, solicitar uma que exige requisitos que ainda não foram cumpridos.

“Um exemplo comum ocorre quando um trabalhador, ao ser diagnosticado com uma doença crônica — como hérnia de disco, depressão grave ou lúpus — acredita que está automaticamente apto a se aposentar por invalidez e, por isso, dá entrada no pedido. No entanto, se a perícia médica entender que a doença não inviabiliza totalmente o exercício de atividades laborativas, o benefício pode ser negado. Em muitos casos, a pessoa permanece anos esperando uma resposta definitiva, acumulando laudos e recursos, sem retorno positivo, por não conseguir provar a incapacidade para exercer sua função laborativa ou outra qualquer readaptada”, explica a advogada Tuany Prado, especialista em direito previdenciário. 

2. Contribuições com erro no CNIS

O CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais) é o principal documento analisado pelo INSS para conceder a aposentadoria. Ele reúne todos os vínculos empregatícios e contribuições feitas ao longo da vida.

Por isso, qualquer erro nesse cadastro pode comprometer o cálculo do tempo de contribuição e do valor do benefício. É comum encontrar dados faltando, salários de contribuição incorretos ou períodos não reconhecidos.

Erros no CNIS geralmente ocorrem quando a empresa não repassa corretamente as informações ao INSS ou quando o próprio trabalhador faz contribuições como autônomo e não regulariza a situação.

Dessa forma, é fundamental acompanhar o extrato do CNIS regularmente por meio do portal meu.inss, corrigir o que for necessário no INSS e guardar documentos que comprovem os vínculos, como holerites e carteira de trabalho. 

3. Não considerar aposentadoria por tempo de contribuição

Com as mudanças na previdência, muitos trabalhadores acreditam que a aposentadoria por tempo de contribuição foi extinta, focando apenas na por idade.

Na verdade, essa modalidade segue regras de transição, como o sistema de pontos ou pedágio de 50% e 100%. Ignorar essas possibilidades pode fazer o segurado esperar mais tempo do que o necessário para pedir o benefício.

Esse é um erro bastante comum de quem não entende as regras da previdência e não acompanha o próprio histórico de contribuições. Assim, consultar um especialista ou se informar com fontes confiáveis, como o portal FDR, pode fazer toda a diferença.

4. Estar com pendências ou erros na documentação

Mesmo que todas as contribuições estejam corretas, a aposentadoria pode atrasar por problemas nos documentos. O INSS exige provas consistentes de tempo de serviço e atividade profissional.

Faltam registros? Documentos rasurados? Vínculos que não aparecem no CNIS? Tudo isso precisa ser corrigido.

Alguns casos exigem documentos complementares, como a CTC (Certidão de Tempo de Contribuição), quando o trabalhador atuou em regimes diferentes, como CLT e funcionalismo público.

Outros exigem, como no caso de trabalhadores em áreas insalubres, o envio do PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), que precisa estar legível e assinado.

Além disso, contribuições em atraso ou não reconhecidas precisam ser regularizadas antes do pedido. Cada pendência pode significar anos de espera ou a necessidade de um recurso administrativo.

Ao R7 Notícias, João Badari, especialista em direito previdenciário, destaca que os campeões no ranking de documentação incompleta são: Aposentadoria rural; Conversão de período especial na aposentadoria por tempo de contribuição; e Pensão por morte.

“Por isso, é essencial que o segurado mantenha sua documentação em dia e busque orientação jurídica especializada se tiver dúvidas antes de protocolar o pedido de aposentadoria”, alerta a advogada Tuany Prado. 

5. Dar entrada sem comprovar atividade rural ou especial

Trabalhadores rurais e aqueles expostos a agentes nocivos à saúde têm direito à aposentadoria especial. Mas esse benefício só é concedido mediante comprovação adequada.

Muitos pedidos são indeferidos porque não há documentos que provem a atividade. No caso dos rurais, é preciso apresentar registros como notas fiscais, declarações sindicais ou Comprovante de cadastro do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

Já para os trabalhadores da área urbana em atividades insalubres, é obrigatório apresentar laudos técnicos e o PPP.

Sem essa documentação, o INSS não reconhece o direito ao tempo especial, o que pode atrasar, ou até inviabilizar, a aposentadoria.

Especialista dá dicas do que fazer para facilitar o processo nesse tipo de aposentadoria. Ou corroborar as informações do trecho. 

6. Falta de planejamento financeiro para aposentar

A aposentadoria pública no Brasil raramente garante o mesmo padrão de vida da fase ativa. Mesmo assim, muitos brasileiros só pensam nisso ao se aproximar da idade de se aposentar.

Esse despreparo pode obrigar o trabalhador a adiar o pedido, esperar condições melhores ou continuar trabalhando mesmo sem vontade. Segundo uma pesquisa da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), em parceria com o Datafolha, revelou que apenas 19% dos não aposentados estão se preparando financeiramente para essa fase da vida.  

A ausência de uma reserva financeira adequada pode obrigar o indivíduo a continuar trabalhando ou reduzir drasticamente seu padrão de vida ao se aposentar.

Planejamento financeiro é essencial. Isso inclui avaliar se a aposentadoria pública será suficiente, simular cenários e considerar alternativas, como a previdência privada ou investimentos de longo prazo.

 

Lila CunhaLila Cunha

Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com

SALESóPOLIS, SP — Mais de 416 mil pedidos de aposentadoria foram negados somente em janeiro de 2024, segundo dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Em muitos casos, o motivo não está somente na ausência do direito, mas também em erros evitáveis cometidos durante o processo.

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5 erros graves que podem te fazer atrasar a aposentadoria em ANOS
(Foto: Jeane de Oliveira/FDR)

Quando a aposentadoria é indeferida, o trabalhador precisa recorrer, reunir novos documentos ou corrigir informações. Isso pode levar meses e em alguns casos, até anos. Portanto, entender as falhas mais comuns é o primeiro passo para evitar que isso aconteça.

6 erros que podem atrasar bastante a aposentadoria

O INSS tem prazos estabelecidos para analisar e conceder benefícios. De acordo com o Decreto nº 3.048/1999, o prazo é de 45 dias, podendo ser prorrogado por mais 45 dias, totalizando até 90 dias. 


Entretanto, atrasos na concessão são frequentes, especialmente quando ocorrem equívocos por parte dos solicitantes. Dependendo da natureza do erro, o atraso na liberação ou no pedido da aposentadoria pode se estender por anos. Além disso, pode exigir recursos demorados e frustrantes.

1. Desconhecer qual aposentadoria tem direito

Muita gente acredita que só existe um tipo de aposentadoria. Mas, na prática, há diferentes modalidades: por idade, tempo de contribuição, invalidez, especial, híbrida, entre outras. Cada uma com requisitos específicos.

Ignorar essas diferenças pode levar ao pedido errado. O resultado? Indeferimento e necessidade de refazer todo o processo.

Após a Reforma da Previdência de 2019, surgiram novas regras de transição. Para quem já contribuía antes das mudanças, essas regras podem oferecer caminhos mais vantajosos. Porém, é preciso conhecê-las e entender qual se aplica ao próprio caso.

Sem essa análise, o trabalhador corre o risco de deixar de pedir a aposentadoria mais adequada ou, pior, solicitar uma que exige requisitos que ainda não foram cumpridos.

“Um exemplo comum ocorre quando um trabalhador, ao ser diagnosticado com uma doença crônica — como hérnia de disco, depressão grave ou lúpus — acredita que está automaticamente apto a se aposentar por invalidez e, por isso, dá entrada no pedido. No entanto, se a perícia médica entender que a doença não inviabiliza totalmente o exercício de atividades laborativas, o benefício pode ser negado. Em muitos casos, a pessoa permanece anos esperando uma resposta definitiva, acumulando laudos e recursos, sem retorno positivo, por não conseguir provar a incapacidade para exercer sua função laborativa ou outra qualquer readaptada”, explica a advogada Tuany Prado, especialista em direito previdenciário. 

2. Contribuições com erro no CNIS

O CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais) é o principal documento analisado pelo INSS para conceder a aposentadoria. Ele reúne todos os vínculos empregatícios e contribuições feitas ao longo da vida.

Por isso, qualquer erro nesse cadastro pode comprometer o cálculo do tempo de contribuição e do valor do benefício. É comum encontrar dados faltando, salários de contribuição incorretos ou períodos não reconhecidos.

Erros no CNIS geralmente ocorrem quando a empresa não repassa corretamente as informações ao INSS ou quando o próprio trabalhador faz contribuições como autônomo e não regulariza a situação.

Dessa forma, é fundamental acompanhar o extrato do CNIS regularmente por meio do portal meu.inss, corrigir o que for necessário no INSS e guardar documentos que comprovem os vínculos, como holerites e carteira de trabalho. 

3. Não considerar aposentadoria por tempo de contribuição

Com as mudanças na previdência, muitos trabalhadores acreditam que a aposentadoria por tempo de contribuição foi extinta, focando apenas na por idade.

Na verdade, essa modalidade segue regras de transição, como o sistema de pontos ou pedágio de 50% e 100%. Ignorar essas possibilidades pode fazer o segurado esperar mais tempo do que o necessário para pedir o benefício.

Esse é um erro bastante comum de quem não entende as regras da previdência e não acompanha o próprio histórico de contribuições. Assim, consultar um especialista ou se informar com fontes confiáveis, como o portal FDR, pode fazer toda a diferença.

4. Estar com pendências ou erros na documentação

Mesmo que todas as contribuições estejam corretas, a aposentadoria pode atrasar por problemas nos documentos. O INSS exige provas consistentes de tempo de serviço e atividade profissional.

Faltam registros? Documentos rasurados? Vínculos que não aparecem no CNIS? Tudo isso precisa ser corrigido.

Alguns casos exigem documentos complementares, como a CTC (Certidão de Tempo de Contribuição), quando o trabalhador atuou em regimes diferentes, como CLT e funcionalismo público.

Outros exigem, como no caso de trabalhadores em áreas insalubres, o envio do PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), que precisa estar legível e assinado.

Além disso, contribuições em atraso ou não reconhecidas precisam ser regularizadas antes do pedido. Cada pendência pode significar anos de espera ou a necessidade de um recurso administrativo.

Ao R7 Notícias, João Badari, especialista em direito previdenciário, destaca que os campeões no ranking de documentação incompleta são: Aposentadoria rural; Conversão de período especial na aposentadoria por tempo de contribuição; e Pensão por morte.

“Por isso, é essencial que o segurado mantenha sua documentação em dia e busque orientação jurídica especializada se tiver dúvidas antes de protocolar o pedido de aposentadoria”, alerta a advogada Tuany Prado. 

5. Dar entrada sem comprovar atividade rural ou especial

Trabalhadores rurais e aqueles expostos a agentes nocivos à saúde têm direito à aposentadoria especial. Mas esse benefício só é concedido mediante comprovação adequada.

Muitos pedidos são indeferidos porque não há documentos que provem a atividade. No caso dos rurais, é preciso apresentar registros como notas fiscais, declarações sindicais ou Comprovante de cadastro do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

Já para os trabalhadores da área urbana em atividades insalubres, é obrigatório apresentar laudos técnicos e o PPP.

Sem essa documentação, o INSS não reconhece o direito ao tempo especial, o que pode atrasar, ou até inviabilizar, a aposentadoria.

Especialista dá dicas do que fazer para facilitar o processo nesse tipo de aposentadoria. Ou corroborar as informações do trecho. 

6. Falta de planejamento financeiro para aposentar

A aposentadoria pública no Brasil raramente garante o mesmo padrão de vida da fase ativa. Mesmo assim, muitos brasileiros só pensam nisso ao se aproximar da idade de se aposentar.

Esse despreparo pode obrigar o trabalhador a adiar o pedido, esperar condições melhores ou continuar trabalhando mesmo sem vontade. Segundo uma pesquisa da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), em parceria com o Datafolha, revelou que apenas 19% dos não aposentados estão se preparando financeiramente para essa fase da vida.  

A ausência de uma reserva financeira adequada pode obrigar o indivíduo a continuar trabalhando ou reduzir drasticamente seu padrão de vida ao se aposentar.

Planejamento financeiro é essencial. Isso inclui avaliar se a aposentadoria pública será suficiente, simular cenários e considerar alternativas, como a previdência privada ou investimentos de longo prazo.

 

Lila CunhaLila Cunha

Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com



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