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5 May 2025, Mon

Novo Freelander revoluciona o mercado automotivo com tecnologia elétrica


A parceria entre a Chery e a Jaguar Land Rover (JLR) está redefinindo o mercado automotivo com o relançamento da marca Freelander. Anunciada em junho de 2024, a joint venture Chery Jaguar Land Rover (CJLR) aposta em SUVs elétricos para atender à crescente demanda por veículos sustentáveis. O primeiro modelo, um SUV de três fileiras com mais de cinco metros de comprimento, promete combinar a expertise em design britânico da JLR com a avançada tecnologia de eletrificação da Chery. Inicialmente voltado para o mercado chinês, o projeto já desperta interesse global, com planos de exportação para Europa, Austrália e outros continentes.

Essa colaboração estratégica marca um novo capítulo para a Freelander, que esteve ausente do portfólio da JLR por uma década. O modelo original, produzido entre 1997 e 2015, era conhecido por sua versatilidade e acessibilidade, mas agora retorna como um símbolo de inovação elétrica. A iniciativa reflete a necessidade de marcas tradicionais se adaptarem às exigências de um mercado dominado por regulamentações ambientais e preferências por mobilidade limpa.

Freelander 2 interior
Freelander 2 – Foto: Divulgação

O projeto também destaca a crescente influência da Chery no cenário global. A montadora chinesa, que já fornece plataformas para outros parceiros, como a sul-coreana KG Mobility, posiciona-se como um pilar tecnológico na parceria com a JLR. A produção ocorrerá na moderna fábrica de Changshu, na China, que já monta veículos das duas marcas para o mercado local.

  • Plataforma E0X: Base elétrica modular da Chery, suporta sistemas de 800V e opções BEV e EREV.
  • Foco inicial: Mercado chinês, com exportações planejadas para 2026.
  • Design colaborativo: Integra estética britânica da JLR com engenharia chinesa.
  • Concorrência: Modelos como BYD Song Plus e GWM Haval H6 estão no radar.

Origem da parceria

A relação entre Chery e JLR começou em 2012, quando as empresas formaram a CJLR para produzir veículos Jaguar e Land Rover na China. Desde então, a colaboração evoluiu, com a Chery fornecendo plataformas como a T2X e a M3X, usadas em modelos híbridos e a combustão. Em 2024, a assinatura de uma carta de intenção formalizou o licenciamento da marca Freelander para a joint venture, permitindo o desenvolvimento de uma linha exclusiva de SUVs elétricos.

O acordo é visto como uma resposta às dinâmicas do mercado chinês, o maior consumidor de veículos elétricos do mundo. Em 2024, a China registrou mais de 8 milhões de unidades de veículos elétricos e híbridos vendidos, representando cerca de 50% do mercado global. A JLR, enfrentando desafios para manter competitividade em mercados saturados, encontrou na Chery um parceiro capaz de reduzir custos de desenvolvimento e acelerar a eletrificação.

A escolha do nome Freelander não é aleatória. A marca carrega um legado de confiabilidade e apelo mainstream, ideal para atrair consumidores que buscam SUVs premium acessíveis. Diferentemente dos modelos Range Rover, que ocupam o segmento de luxo, a nova Freelander será posicionada como uma opção intermediária, competindo com marcas como Toyota, Honda e Tesla.

Detalhes do novo Freelander

O primeiro Freelander da nova era, codinome E0V, é um SUV de grandes proporções, projetado para famílias. Com mais de cinco metros de comprimento e capacidade para sete passageiros, o modelo foi inicialmente concebido como um carro-chefe da marca Exeed, pertencente à Chery. A plataforma E0X, que sustenta o veículo, oferece flexibilidade para powertrains elétricos puros (BEV) e híbridos com extensor de alcance (EREV).

A suspensão a ar e o sistema de assistência ao motorista de nível 2 (L2) garantem conforto e segurança, enquanto o design reflete influências britânicas, como capô elevado e linhas robustas. Imagens de teasers divulgadas pela Chery mostram um SUV com alta distância do solo, ideal para uso urbano e off-road leve. O interior, embora ainda não revelado em detalhes, deve incorporar tecnologias de conectividade avançadas, como telas de 10,25 polegadas e integração com assistentes virtuais.

  • Comprimento: Mais de 5 metros, com espaço para três fileiras de assentos.
  • Powertrain: Opções BEV e EREV, com autonomia estimada de até 600 km (BEV).
  • Tecnologia: Suspensão a ar, assistência L2 e sistemas de infotainment premium.
  • Produção: Fábrica de Changshu, com capacidade para 150 mil unidades anuais.

Estratégia de mercado

A decisão de lançar o Freelander inicialmente na China responde à dominância do país no setor de veículos elétricos. A Chery, com sua forte presença local, garante acesso a uma rede de fornecedores e distribuidores, reduzindo custos logísticos. A JLR, por sua vez, contribui com a reputação de qualidade e sofisticação associada à marca Land Rover. A estratégia inclui a criação de uma rede de revendedores independente, separada das concessionárias Chery e JLR, para posicionar a Freelander como uma marca distinta.

A expansão global está prevista para começar em 2026, com a Europa como prioridade. Países como Reino Unido, Alemanha e França, que implementaram metas rigorosas de emissões, são mercados-alvo. A Austrália também está na lista, onde a demanda por SUVs familiares cresce anualmente. A Chery já comercializa sua submarca Jaecoo em alguns desses mercados, o que pode facilitar a introdução do Freelander.

A concorrência, no entanto, é acirrada. Marcas chinesas como BYD e GWM oferecem SUVs elétricos a preços competitivos, enquanto montadoras globais, como Toyota e Volkswagen, investem pesado em eletrificação. O Freelander precisará se destacar por design, tecnologia e preço acessível para conquistar espaço.

Papel da Chery na eletrificação

A Chery se consolidou como uma das principais fabricantes de veículos elétricos na China, com marcas como Omoda, Jaecoo e Exeed ganhando tração global. Sua plataforma E0X, usada no Freelander, é um exemplo de inovação, suportando arquiteturas de 800V que permitem carregamento rápido e maior eficiência energética. A empresa também desenvolveu o sistema Super Hybrid, combinando motores a combustão com elétricos para autonomias superiores a 1.000 km em modelos híbridos plug-in.

A parceria com a JLR reforça a ambição da Chery de competir com gigantes globais. Além do Freelander, a montadora planeja lançar novos modelos sob a marca Jaecoo no Reino Unido, onde o Jaecoo 7, um SUV médio, custa cerca de £29.435, quase £11.000 menos que o Range Rover Evoque. Essa estratégia de preços agressivos pode ser replicada com o Freelander, especialmente em mercados sensíveis a custos.

  • Plataformas Chery: E0X (elétrica) e T2X/M3X (híbrida e combustão).
  • Presença global: Exporta para mais de 80 países, incluindo Brasil e Austrália.
  • Inovação: Sistemas de carregamento rápido e autonomia estendida.
  • Concorrentes diretos: BYD, GWM, Tesla e Toyota no segmento de SUVs elétricos.
  • Parcerias adicionais: Acordo com KG Mobility para SUVs híbridos.

Histórico da Freelander

Produzida entre 1997 e 2015, a Freelander original foi um marco para a Land Rover. Lançada como um SUV compacto, a primeira geração utilizava a plataforma CD da Ford, compartilhada com o Mondeo. A segunda geração, conhecida como Freelander 2 ou LR2 em alguns mercados, trouxe melhorias em design e capacidade off-road, mas foi descontinuada para dar lugar ao Discovery Sport.

O modelo conquistou consumidores por sua acessibilidade em comparação com os Range Rover e Defender. Nos Estados Unidos, onde foi vendido como LR2, alcançou vendas estáveis, embora nunca tenha rivalizado com os líderes do segmento. A decisão de reviver a marca reflete o reconhecimento de seu valor nostálgico e potencial comercial.

A nova Freelander, no entanto, abandona as raízes de SUV compacto. Com foco em famílias e tecnologia elétrica, o modelo se alinha às tendências atuais, onde SUVs de grande porte dominam as vendas. A escolha de eletrificação também responde às regulamentações globais, como as metas de emissões zero da União Europeia para 2035.

Expansão da Jaecoo e concorrência

A Chery aproveita a parceria com a JLR para fortalecer sua submarca Jaecoo, que já compete com a Land Rover em mercados como o Reino Unido. O Jaecoo 7, lançado em janeiro de 2025, é um SUV médio que oferece qualidade superior a preços mais baixos que o Range Rover Evoque. A estratégia da Chery inclui posicionar a Jaecoo como uma marca premium acessível, enquanto a Freelander pode ocupar um nicho intermediário.

No Brasil, a Jaecoo estreou com o Jaecoo 7 híbrido plug-in, atraindo consumidores interessados em SUVs eficientes. A chegada do Freelander ao mercado brasileiro ainda não foi confirmada, mas a presença da Chery no país, com modelos como o Tiggo 8, sugere potencial para expansão. A marca enfrenta concorrentes locais, como Toyota Corolla Cross e Jeep Compass, mas sua aposta em eletrificação pode atrair novos compradores.

  • Jaecoo 7 no Reino Unido: Preço inicial de £29.435, contra £44.000 do Evoque.
  • Mercado brasileiro: Jaecoo 7 híbrido já disponível, com vendas crescentes.
  • Concorrentes locais: Toyota, Jeep e Volkswagen no segmento de SUVs médios.
  • Estratégia de preços: Foco em acessibilidade sem comprometer qualidade.

Desafios logísticos e tarifários

A expansão global do Freelander enfrenta obstáculos, como as tarifas impostas por alguns países a veículos fabricados na China. No início de 2025, os Estados Unidos, sob a administração Trump, aumentaram os impostos sobre importações chinesas, levando a JLR e outras montadoras, como Nissan e Audi, a suspenderem envios para o mercado americano. A Chery, no entanto, afirmou que sua estratégia para o Reino Unido e a Europa não é uma resposta direta às tarifas da União Europeia, mas sim um plano de longo prazo.

A produção em Changshu, embora eficiente, depende de cadeias de suprimentos globais, que enfrentam pressões devido a instabilidades geopolíticas. A JLR, que mantém fábricas no Reino Unido e na Índia, pode explorar parcerias locais para reduzir custos logísticos em mercados fora da China. A Austrália, por exemplo, tem acordos comerciais favoráveis com a China, o que pode facilitar a entrada do Freelander.

Planos para a Europa

A Europa, com suas metas ambiciosas de eletrificação, é um mercado estratégico para o Freelander. A União Europeia planeja proibir a venda de veículos a combustão até 2035, incentivando montadoras a investirem em modelos elétricos. A JLR, que já oferece o Range Rover elétrico e planeja uma versão elétrica do Velar para 2026, vê no Freelander uma oportunidade de ampliar sua presença no segmento mainstream.

A Chery, por sua vez, utiliza a marca Jaecoo para testar o mercado europeu. O sucesso do Jaecoo 7 no Reino Unido, onde as vendas iniciais superaram as expectativas, sugere que o Freelander pode seguir um caminho semelhante. A rede de revendedores independente planejada para a Freelander ajudará a diferenciar a marca, evitando conflitos com as concessionárias Range Rover e Jaguar.

  • Metas da UE: Zero emissões para novos veículos até 2035.
  • Jaecoo na Europa: Vendas iniciais positivas no Reino Unido e expansão para Alemanha.
  • Freelander na Europa: Previsão de chegada em 2026, com foco em SUVs familiares.
  • Concorrência: Tesla Model Y, VW ID.4 e Hyundai Ioniq 5 no segmento elétrico.

Investimentos em tecnologia

A plataforma E0X, coração do novo Freelander, reflete o compromisso da Chery com a inovação. Capaz de suportar sistemas de 800V, a arquitetura permite carregamentos ultrarrápidos, reduzindo o tempo em estações de recarga para menos de 20 minutos em condições ideais. A opção EREV, que combina um motor a combustão como gerador, é uma solução para mercados onde a infraestrutura de recarga ainda é limitada.

A JLR contribui com sua expertise em design e ergonomia, garantindo que o Freelander mantenha a estética premium associada à Land Rover. Sistemas de assistência ao motorista, como frenagem autônoma e manutenção de faixa, estão confirmados, com possibilidade de atualizações para níveis superiores de autonomia no futuro. A integração de inteligência artificial para personalização do infotainment também está nos planos.

A produção em Changshu utiliza tecnologias de manufatura 4.0, com automação avançada e controle de qualidade rigoroso. A fábrica, que já produz modelos como o Jaguar XE e o Range Rover Evoque para o mercado chinês, tem capacidade para atender à demanda inicial do Freelander, com potencial de expansão conforme as exportações começarem.

Presença global da Chery

A Chery exporta veículos para mais de 80 países, com forte presença na América Latina, África e Ásia. No Brasil, a marca é representada por modelos como o Tiggo 7 e o Arrizo 6, enquanto a Jaecoo ganha espaço com SUVs híbridos. A experiência da Chery em mercados emergentes pode beneficiar a Freelander, especialmente em regiões onde a infraestrutura elétrica está em desenvolvimento.

A parceria com a JLR também abre portas para a Chery em mercados premium. O sucesso do Jaecoo 7 no Reino Unido demonstra que a marca chinesa pode competir com montadoras tradicionais, oferecendo qualidade a preços competitivos. A Freelander, com seu apelo global e tecnologia avançada, pode consolidar a Chery como uma referência em eletrificação.

  • Exportações: Mais de 80 países, com foco em mercados emergentes.
  • Brasil: Tiggo 7, Tiggo 8 e Jaecoo 7 como principais modelos.
  • Reino Unido: Jaecoo 7 compete diretamente com Range Rover Evoque.
  • Planos futuros: Expansão da Jaecoo e possível chegada do Freelander.

Cronologia da parceria

A colaboração entre Chery e JLR evoluiu significativamente nos últimos 12 anos. A formação da CJLR em 2012 marcou o início da produção de veículos Jaguar e Land Rover na China. Em 2024, a assinatura da carta de intenção para o Freelander expandiu o escopo da parceria, focando em eletrificação. A escolha da plataforma E0X e o desenvolvimento do modelo E0V consolidaram a integração tecnológica entre as empresas.

A Chery também firmou acordos com outras montadoras, como a KG Mobility, para compartilhar plataformas como a T2X. Esses movimentos reforçam a posição da empresa como um fornecedor global de tecnologias automotivas. A JLR, por sua vez, utiliza a parceria para acelerar sua transição para veículos elétricos, alinhando-se às metas globais de sustentabilidade.







A parceria entre a Chery e a Jaguar Land Rover (JLR) está redefinindo o mercado automotivo com o relançamento da marca Freelander. Anunciada em junho de 2024, a joint venture Chery Jaguar Land Rover (CJLR) aposta em SUVs elétricos para atender à crescente demanda por veículos sustentáveis. O primeiro modelo, um SUV de três fileiras com mais de cinco metros de comprimento, promete combinar a expertise em design britânico da JLR com a avançada tecnologia de eletrificação da Chery. Inicialmente voltado para o mercado chinês, o projeto já desperta interesse global, com planos de exportação para Europa, Austrália e outros continentes.

Essa colaboração estratégica marca um novo capítulo para a Freelander, que esteve ausente do portfólio da JLR por uma década. O modelo original, produzido entre 1997 e 2015, era conhecido por sua versatilidade e acessibilidade, mas agora retorna como um símbolo de inovação elétrica. A iniciativa reflete a necessidade de marcas tradicionais se adaptarem às exigências de um mercado dominado por regulamentações ambientais e preferências por mobilidade limpa.

Freelander 2 interior
Freelander 2 – Foto: Divulgação

O projeto também destaca a crescente influência da Chery no cenário global. A montadora chinesa, que já fornece plataformas para outros parceiros, como a sul-coreana KG Mobility, posiciona-se como um pilar tecnológico na parceria com a JLR. A produção ocorrerá na moderna fábrica de Changshu, na China, que já monta veículos das duas marcas para o mercado local.

  • Plataforma E0X: Base elétrica modular da Chery, suporta sistemas de 800V e opções BEV e EREV.
  • Foco inicial: Mercado chinês, com exportações planejadas para 2026.
  • Design colaborativo: Integra estética britânica da JLR com engenharia chinesa.
  • Concorrência: Modelos como BYD Song Plus e GWM Haval H6 estão no radar.

Origem da parceria

A relação entre Chery e JLR começou em 2012, quando as empresas formaram a CJLR para produzir veículos Jaguar e Land Rover na China. Desde então, a colaboração evoluiu, com a Chery fornecendo plataformas como a T2X e a M3X, usadas em modelos híbridos e a combustão. Em 2024, a assinatura de uma carta de intenção formalizou o licenciamento da marca Freelander para a joint venture, permitindo o desenvolvimento de uma linha exclusiva de SUVs elétricos.

O acordo é visto como uma resposta às dinâmicas do mercado chinês, o maior consumidor de veículos elétricos do mundo. Em 2024, a China registrou mais de 8 milhões de unidades de veículos elétricos e híbridos vendidos, representando cerca de 50% do mercado global. A JLR, enfrentando desafios para manter competitividade em mercados saturados, encontrou na Chery um parceiro capaz de reduzir custos de desenvolvimento e acelerar a eletrificação.

A escolha do nome Freelander não é aleatória. A marca carrega um legado de confiabilidade e apelo mainstream, ideal para atrair consumidores que buscam SUVs premium acessíveis. Diferentemente dos modelos Range Rover, que ocupam o segmento de luxo, a nova Freelander será posicionada como uma opção intermediária, competindo com marcas como Toyota, Honda e Tesla.

Detalhes do novo Freelander

O primeiro Freelander da nova era, codinome E0V, é um SUV de grandes proporções, projetado para famílias. Com mais de cinco metros de comprimento e capacidade para sete passageiros, o modelo foi inicialmente concebido como um carro-chefe da marca Exeed, pertencente à Chery. A plataforma E0X, que sustenta o veículo, oferece flexibilidade para powertrains elétricos puros (BEV) e híbridos com extensor de alcance (EREV).

A suspensão a ar e o sistema de assistência ao motorista de nível 2 (L2) garantem conforto e segurança, enquanto o design reflete influências britânicas, como capô elevado e linhas robustas. Imagens de teasers divulgadas pela Chery mostram um SUV com alta distância do solo, ideal para uso urbano e off-road leve. O interior, embora ainda não revelado em detalhes, deve incorporar tecnologias de conectividade avançadas, como telas de 10,25 polegadas e integração com assistentes virtuais.

  • Comprimento: Mais de 5 metros, com espaço para três fileiras de assentos.
  • Powertrain: Opções BEV e EREV, com autonomia estimada de até 600 km (BEV).
  • Tecnologia: Suspensão a ar, assistência L2 e sistemas de infotainment premium.
  • Produção: Fábrica de Changshu, com capacidade para 150 mil unidades anuais.

Estratégia de mercado

A decisão de lançar o Freelander inicialmente na China responde à dominância do país no setor de veículos elétricos. A Chery, com sua forte presença local, garante acesso a uma rede de fornecedores e distribuidores, reduzindo custos logísticos. A JLR, por sua vez, contribui com a reputação de qualidade e sofisticação associada à marca Land Rover. A estratégia inclui a criação de uma rede de revendedores independente, separada das concessionárias Chery e JLR, para posicionar a Freelander como uma marca distinta.

A expansão global está prevista para começar em 2026, com a Europa como prioridade. Países como Reino Unido, Alemanha e França, que implementaram metas rigorosas de emissões, são mercados-alvo. A Austrália também está na lista, onde a demanda por SUVs familiares cresce anualmente. A Chery já comercializa sua submarca Jaecoo em alguns desses mercados, o que pode facilitar a introdução do Freelander.

A concorrência, no entanto, é acirrada. Marcas chinesas como BYD e GWM oferecem SUVs elétricos a preços competitivos, enquanto montadoras globais, como Toyota e Volkswagen, investem pesado em eletrificação. O Freelander precisará se destacar por design, tecnologia e preço acessível para conquistar espaço.

Papel da Chery na eletrificação

A Chery se consolidou como uma das principais fabricantes de veículos elétricos na China, com marcas como Omoda, Jaecoo e Exeed ganhando tração global. Sua plataforma E0X, usada no Freelander, é um exemplo de inovação, suportando arquiteturas de 800V que permitem carregamento rápido e maior eficiência energética. A empresa também desenvolveu o sistema Super Hybrid, combinando motores a combustão com elétricos para autonomias superiores a 1.000 km em modelos híbridos plug-in.

A parceria com a JLR reforça a ambição da Chery de competir com gigantes globais. Além do Freelander, a montadora planeja lançar novos modelos sob a marca Jaecoo no Reino Unido, onde o Jaecoo 7, um SUV médio, custa cerca de £29.435, quase £11.000 menos que o Range Rover Evoque. Essa estratégia de preços agressivos pode ser replicada com o Freelander, especialmente em mercados sensíveis a custos.

  • Plataformas Chery: E0X (elétrica) e T2X/M3X (híbrida e combustão).
  • Presença global: Exporta para mais de 80 países, incluindo Brasil e Austrália.
  • Inovação: Sistemas de carregamento rápido e autonomia estendida.
  • Concorrentes diretos: BYD, GWM, Tesla e Toyota no segmento de SUVs elétricos.
  • Parcerias adicionais: Acordo com KG Mobility para SUVs híbridos.

Histórico da Freelander

Produzida entre 1997 e 2015, a Freelander original foi um marco para a Land Rover. Lançada como um SUV compacto, a primeira geração utilizava a plataforma CD da Ford, compartilhada com o Mondeo. A segunda geração, conhecida como Freelander 2 ou LR2 em alguns mercados, trouxe melhorias em design e capacidade off-road, mas foi descontinuada para dar lugar ao Discovery Sport.

O modelo conquistou consumidores por sua acessibilidade em comparação com os Range Rover e Defender. Nos Estados Unidos, onde foi vendido como LR2, alcançou vendas estáveis, embora nunca tenha rivalizado com os líderes do segmento. A decisão de reviver a marca reflete o reconhecimento de seu valor nostálgico e potencial comercial.

A nova Freelander, no entanto, abandona as raízes de SUV compacto. Com foco em famílias e tecnologia elétrica, o modelo se alinha às tendências atuais, onde SUVs de grande porte dominam as vendas. A escolha de eletrificação também responde às regulamentações globais, como as metas de emissões zero da União Europeia para 2035.

Expansão da Jaecoo e concorrência

A Chery aproveita a parceria com a JLR para fortalecer sua submarca Jaecoo, que já compete com a Land Rover em mercados como o Reino Unido. O Jaecoo 7, lançado em janeiro de 2025, é um SUV médio que oferece qualidade superior a preços mais baixos que o Range Rover Evoque. A estratégia da Chery inclui posicionar a Jaecoo como uma marca premium acessível, enquanto a Freelander pode ocupar um nicho intermediário.

No Brasil, a Jaecoo estreou com o Jaecoo 7 híbrido plug-in, atraindo consumidores interessados em SUVs eficientes. A chegada do Freelander ao mercado brasileiro ainda não foi confirmada, mas a presença da Chery no país, com modelos como o Tiggo 8, sugere potencial para expansão. A marca enfrenta concorrentes locais, como Toyota Corolla Cross e Jeep Compass, mas sua aposta em eletrificação pode atrair novos compradores.

  • Jaecoo 7 no Reino Unido: Preço inicial de £29.435, contra £44.000 do Evoque.
  • Mercado brasileiro: Jaecoo 7 híbrido já disponível, com vendas crescentes.
  • Concorrentes locais: Toyota, Jeep e Volkswagen no segmento de SUVs médios.
  • Estratégia de preços: Foco em acessibilidade sem comprometer qualidade.

Desafios logísticos e tarifários

A expansão global do Freelander enfrenta obstáculos, como as tarifas impostas por alguns países a veículos fabricados na China. No início de 2025, os Estados Unidos, sob a administração Trump, aumentaram os impostos sobre importações chinesas, levando a JLR e outras montadoras, como Nissan e Audi, a suspenderem envios para o mercado americano. A Chery, no entanto, afirmou que sua estratégia para o Reino Unido e a Europa não é uma resposta direta às tarifas da União Europeia, mas sim um plano de longo prazo.

A produção em Changshu, embora eficiente, depende de cadeias de suprimentos globais, que enfrentam pressões devido a instabilidades geopolíticas. A JLR, que mantém fábricas no Reino Unido e na Índia, pode explorar parcerias locais para reduzir custos logísticos em mercados fora da China. A Austrália, por exemplo, tem acordos comerciais favoráveis com a China, o que pode facilitar a entrada do Freelander.

Planos para a Europa

A Europa, com suas metas ambiciosas de eletrificação, é um mercado estratégico para o Freelander. A União Europeia planeja proibir a venda de veículos a combustão até 2035, incentivando montadoras a investirem em modelos elétricos. A JLR, que já oferece o Range Rover elétrico e planeja uma versão elétrica do Velar para 2026, vê no Freelander uma oportunidade de ampliar sua presença no segmento mainstream.

A Chery, por sua vez, utiliza a marca Jaecoo para testar o mercado europeu. O sucesso do Jaecoo 7 no Reino Unido, onde as vendas iniciais superaram as expectativas, sugere que o Freelander pode seguir um caminho semelhante. A rede de revendedores independente planejada para a Freelander ajudará a diferenciar a marca, evitando conflitos com as concessionárias Range Rover e Jaguar.

  • Metas da UE: Zero emissões para novos veículos até 2035.
  • Jaecoo na Europa: Vendas iniciais positivas no Reino Unido e expansão para Alemanha.
  • Freelander na Europa: Previsão de chegada em 2026, com foco em SUVs familiares.
  • Concorrência: Tesla Model Y, VW ID.4 e Hyundai Ioniq 5 no segmento elétrico.

Investimentos em tecnologia

A plataforma E0X, coração do novo Freelander, reflete o compromisso da Chery com a inovação. Capaz de suportar sistemas de 800V, a arquitetura permite carregamentos ultrarrápidos, reduzindo o tempo em estações de recarga para menos de 20 minutos em condições ideais. A opção EREV, que combina um motor a combustão como gerador, é uma solução para mercados onde a infraestrutura de recarga ainda é limitada.

A JLR contribui com sua expertise em design e ergonomia, garantindo que o Freelander mantenha a estética premium associada à Land Rover. Sistemas de assistência ao motorista, como frenagem autônoma e manutenção de faixa, estão confirmados, com possibilidade de atualizações para níveis superiores de autonomia no futuro. A integração de inteligência artificial para personalização do infotainment também está nos planos.

A produção em Changshu utiliza tecnologias de manufatura 4.0, com automação avançada e controle de qualidade rigoroso. A fábrica, que já produz modelos como o Jaguar XE e o Range Rover Evoque para o mercado chinês, tem capacidade para atender à demanda inicial do Freelander, com potencial de expansão conforme as exportações começarem.

Presença global da Chery

A Chery exporta veículos para mais de 80 países, com forte presença na América Latina, África e Ásia. No Brasil, a marca é representada por modelos como o Tiggo 7 e o Arrizo 6, enquanto a Jaecoo ganha espaço com SUVs híbridos. A experiência da Chery em mercados emergentes pode beneficiar a Freelander, especialmente em regiões onde a infraestrutura elétrica está em desenvolvimento.

A parceria com a JLR também abre portas para a Chery em mercados premium. O sucesso do Jaecoo 7 no Reino Unido demonstra que a marca chinesa pode competir com montadoras tradicionais, oferecendo qualidade a preços competitivos. A Freelander, com seu apelo global e tecnologia avançada, pode consolidar a Chery como uma referência em eletrificação.

  • Exportações: Mais de 80 países, com foco em mercados emergentes.
  • Brasil: Tiggo 7, Tiggo 8 e Jaecoo 7 como principais modelos.
  • Reino Unido: Jaecoo 7 compete diretamente com Range Rover Evoque.
  • Planos futuros: Expansão da Jaecoo e possível chegada do Freelander.

Cronologia da parceria

A colaboração entre Chery e JLR evoluiu significativamente nos últimos 12 anos. A formação da CJLR em 2012 marcou o início da produção de veículos Jaguar e Land Rover na China. Em 2024, a assinatura da carta de intenção para o Freelander expandiu o escopo da parceria, focando em eletrificação. A escolha da plataforma E0X e o desenvolvimento do modelo E0V consolidaram a integração tecnológica entre as empresas.

A Chery também firmou acordos com outras montadoras, como a KG Mobility, para compartilhar plataformas como a T2X. Esses movimentos reforçam a posição da empresa como um fornecedor global de tecnologias automotivas. A JLR, por sua vez, utiliza a parceria para acelerar sua transição para veículos elétricos, alinhando-se às metas globais de sustentabilidade.







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