A escolha do júri para o julgamento de Sean Diddy Combs, acusado de crimes graves como tráfico sexual e conspiração, começou nesta segunda-feira, no Tribunal Federal do Distrito Sul de Nova York. O processo, que atrai atenção mundial, marca um momento crucial na trajetória do magnata da música, detido desde setembro de 2024. Combs, de 55 anos, enfrenta acusações que podem resultar em prisão perpétua.
O tribunal, localizado em Manhattan, abriu as portas às 9h30 no horário de Brasília para iniciar a seleção dos 12 jurados que decidirão o destino do rapper. A expectativa é que esse processo dure cerca de uma semana, com as declarações iniciais previstas para 12 de maio.
- Crimes em foco: Combs é acusado de tráfico sexual, conspiração para extorsão e transporte para prostituição.
- Local da detenção: O rapper está no Centro de Detenção Metropolitano, no Brooklyn.
- Pena possível: Se condenado, pode enfrentar de 15 anos a prisão perpétua.
Regras do tribunal e acesso ao julgamento
As normas do Tribunal Federal do Distrito Sul de Nova York proíbem a transmissão ao vivo do julgamento de Sean Diddy Combs. Diferentemente de casos em tribunais estaduais, onde câmeras são ocasionalmente permitidas, processos federais mantêm restrições rigorosas. Imagens do interior da corte serão limitadas a esboços produzidos por artistas forenses, que retratarão momentos-chave das audiências.
Jornalistas credenciados terão acesso ao tribunal, mas o público não poderá assistir ao vivo. Reportagens detalhadas serão publicadas por veículos como CNN, Reuters e The New York Times, que acompanharão o caso de perto. A ausência de transmissão reflete o protocolo federal, que prioriza a privacidade do processo e a imparcialidade do júri.
Para os interessados em acompanhar, plataformas digitais e portais de notícias oferecerão atualizações em tempo real. O julgamento, que deve se estender por semanas, promete gerar debates intensos nas redes sociais, especialmente em plataformas como o X, onde o caso já movimenta milhares de publicações.
Acusações criminais contra Combs
Sean Combs enfrenta um conjunto de acusações graves, detalhadas em uma denúncia de 14 páginas apresentada em setembro de 2024. Promotores alegam que o rapper comandava uma rede criminosa desde 2008, utilizando seu império empresarial, incluindo a Bad Boy Entertainment, para facilitar crimes. As chamadas “freak offs”, festas descritas como eventos sexuais gravados, estão no centro das denúncias.
Segundo a promotoria, Combs coagia vítimas, muitas vezes mulheres, a participar dessas festas sob ameaça de violência ou chantagem. As acusações incluem o uso de drogas como cetamina e ecstasy para manipular participantes, além de agressões físicas documentadas. Um vídeo de 2016, que mostra Combs agredindo sua ex-namorada Casandra “Cassie” Ventura, foi admitido como evidência pelo juiz Arun Subramanian.
- Tráfico sexual: Transporte de pessoas para performances sexuais gravadas.
- Conspiração para extorsão: Uso de ameaças para silenciar vítimas.
- Agressões físicas: Casos registrados, incluindo o incidente com Ventura.
- Duração dos crimes: Alegações remontam a 2008, com mais de 120 vítimas.
A defesa, liderada pelo advogado Marc Agnifilo, insiste que as atividades sexuais eram consensuais. Combs se declarou inocente em todas as audiências, afirmando que lutará para provar sua verdade no tribunal.
Histórico de denúncias e a figura de Cassie Ventura
As acusações contra Combs ganharam força após a ação civil movida por Cassie Ventura em 2023. A cantora, que manteve um relacionamento com o rapper entre 2007 e 2018, alegou ter sofrido abusos físicos e psicológicos por mais de uma década. Ventura descreveu episódios de coerção, incluindo um estupro em 2018, e detalhou como Combs a controlava por meio de promessas e ameaças.
O vídeo de 2016, obtido por câmeras de segurança de um hotel, mostra Combs arrastando e agredindo Ventura em um corredor. Após a divulgação das imagens pela CNN em maio de 2024, Combs emitiu um pedido de desculpas público, admitindo que seu comportamento era “inexcusável”. A promotoria planeja usar o vídeo como prova central, enquanto a defesa tentou, sem sucesso, excluí-lo do processo.
Ventura, identificada como “Vítima 1” na denúncia, optou por testemunhar usando seu nome real. Outras três vítimas mencionadas na denúncia também prestarão depoimento, duas sob pseudônimos. A decisão de Ventura de expor publicamente os abusos incentivou outras vítimas a se manifestarem, elevando o número de acusações civis contra Combs para mais de 120.

Seleção do júri e desafios logísticos
A escolha do júri, iniciada nesta segunda-feira, enfrenta obstáculos devido à notoriedade de Combs. O rapper, conhecido por sucessos como “I’ll Be Missing You” e por fundar a Bad Boy Records, é uma figura global, o que dificulta encontrar jurados imparciais. Promotores e advogados de defesa estão preocupados com a influência da mídia, que cobre o caso intensamente desde a prisão de Combs.
O juiz Arun Subramanian, responsável pelo caso, estabeleceu diretrizes rigorosas para garantir a neutralidade dos jurados. Durante a seleção, os candidatos serão questionados sobre seu conhecimento prévio do caso e possíveis preconceitos. A promotoria propôs iniciar a escolha do júri em 21 de abril, mas a defesa conseguiu adiar para 5 de maio, argumentando que precisava de mais tempo para preparar a estratégia.
- Duração estimada: A seleção pode levar até uma semana.
- Critérios de escolha: Jurados devem ser imparciais e sem conexões com as partes.
- Desafios: A fama de Combs e a cobertura midiática complicam a imparcialidade.
- Próximos passos: Declarações iniciais estão marcadas para 12 de maio.
O tribunal espera que o julgamento dure pelo menos três semanas, com a promotoria planejando chamar dezenas de testemunhas. A defesa, por sua vez, indicou que Combs pode testemunhar em seu próprio favor, uma decisão que seu advogado descreveu como uma oportunidade para o rapper contar sua versão dos fatos.
Repercussão pública e presença familiar
A prisão de Combs e o início do julgamento mobilizaram a opinião pública, especialmente nos Estados Unidos. Durante a audiência preliminar de 10 de outubro de 2024, o rapper apareceu acompanhado por sua mãe, Janice Combs, e quatro de seus sete filhos, incluindo Justin, Christian “King” e as gêmeas Jessie e D’Lila. Após a sessão, Combs foi visto soprando beijos para a família, um gesto que gerou comentários nas redes sociais.
Plataformas como o X registram milhares de postagens diárias sobre o caso, com hashtags como #DiddyTrial e #SeanCombs trending regularmente. Alguns usuários expressam apoio ao rapper, enquanto outros destacam a gravidade das acusações. A polarização reflete a complexidade do caso, que mistura a imagem de Combs como ícone cultural com as sérias denúncias contra ele.
Organizações de defesa dos direitos das mulheres, como a RAINN, aproveitaram o caso para reforçar a importância de denunciar abusos. Embora não comentem diretamente o processo, essas entidades destacam que casos de alto perfil podem encorajar vítimas a buscar justiça.
Acusações civis e novos indiciamentos
Além do processo criminal, Combs enfrenta mais de 120 ações civis, movidas por homens e mulheres que alegam abusos entre 1991 e 2022. O advogado Tony Buzbee, que representa muitas dessas vítimas, afirmou que algumas eram menores de idade na época dos supostos crimes. As denúncias incluem estupro, agressão sexual e cárcere privado, com relatos de eventos em cidades como Nova York, Los Angeles e Las Vegas.
Em março de 2025, uma nova acusação foi adicionada ao processo criminal, relacionada a “trabalho forçado” imposto por Combs a funcionários. Promotores alegam que o rapper exigia longas jornadas de trabalho e silêncio sobre suas atividades criminosas. A denúncia, apresentada em 14 de março, não alterou a data do julgamento, mas ampliou o escopo das acusações.
- Ações civis: Mais de 120 processos, incluindo 25 envolvendo menores.
- Nova acusação: Trabalho forçado, adicionado em março de 2025.
- Período dos crimes: De 1991 a 2022, segundo as denúncias.
- Cidades envolvidas: Nova York, Los Angeles e Las Vegas.
As ações civis, embora separadas do processo criminal, reforçam a narrativa da promotoria, que descreve Combs como líder de uma organização criminosa. A defesa contesta as alegações, argumentando que muitas são motivadas por interesses financeiros.
Papel da Bad Boy Entertainment
A Bad Boy Entertainment, fundada por Combs na década de 1990, é citada como peça central na rede criminosa descrita pelos promotores. A gravadora, responsável por lançar artistas como Notorious B.I.G., Mary J. Blige e Usher, teria sido usada para organizar as “freak offs” e transportar vítimas entre estados. Funcionários da empresa, segundo a denúncia, ajudavam a coordenar esses eventos, muitas vezes sob coerção.
A promotoria alega que Combs utilizava promessas de sucesso na indústria musical para atrair vítimas, oferecendo contratos ou oportunidades que nunca se concretizavam. A gravadora, que já foi um símbolo do sucesso do hip-hop, enfrenta agora um escrutínio público que pode manchar sua reputação permanentemente.
Durante as buscas realizadas em março de 2024 nas residências de Combs em Los Angeles e Miami, autoridades confiscaram 96 dispositivos eletrônicos. Outros quatro foram apreendidos na prisão do rapper em setembro, incluindo um celular encontrado em seu quarto de hotel. Esses dispositivos estão sendo analisados em busca de evidências adicionais.
Estratégia da defesa
A equipe jurídica de Combs, composta por advogados como Marc Agnifilo, Anthony Ricco e Alexandra Shapiro, adota uma abordagem agressiva. Além de afirmar que as relações sexuais eram consensuais, a defesa acusa o governo de vazar informações para prejudicar a reputação do rapper. Um memorando apresentado em outubro de 2024 aponta o vídeo de Cassie Ventura como exemplo de divulgação indevida, sugerindo que o objetivo era influenciar a opinião pública.
A defesa também solicitou uma “ordem de silêncio” para impedir que promotores e testemunhas discutam o caso fora do tribunal. O juiz Subramanian rejeitou o pedido, mas alertou as partes sobre a importância de preservar a integridade do processo. Em abril de 2025, os advogados tentaram novamente limitar declarações públicas, sem sucesso.
- Argumento principal: Atividades sexuais eram consensuais, sem coerção.
- Crítica ao governo: Acusações de vazamentos para manipular a mídia.
- Pedidos de fiança: Três tentativas negadas devido ao risco de fuga.
- Testemunho de Combs: Rapper pode depor para contar sua versão.
A estratégia da defesa inclui destacar a falta de provas diretas em algumas acusações e questionar a credibilidade de testemunhas. A promotoria, por outro lado, confia no depoimento de vítimas e nas evidências digitais para construir um caso sólido.
Contexto cultural do julgamento
O julgamento de Combs ocorre em um momento de crescente escrutínio sobre abusos na indústria do entretenimento. Casos como os de Harvey Weinstein e R. Kelly estabeleceram precedentes para processos de alto perfil envolvendo celebridades. A notoriedade de Combs, que já foi uma das figuras mais influentes do hip-hop, amplifica o interesse público no caso.
Eventos como o Met Gala, que coincidentemente acontece na mesma data do início do julgamento, destacam o contraste entre a antiga imagem glamorosa de Combs e sua situação atual. Até 2023, o rapper era presença constante no tapete vermelho, posando para fotos no Metropolitan Museum of Art. Agora, seu “palco” é o tribunal, onde enfrenta acusações que podem encerrar sua carreira.
Organizações culturais e fãs do hip-hop acompanham o caso com atenção, debatendo o impacto das denúncias na legado de Combs. Enquanto alguns defendem sua contribuição para a música, outros argumentam que as acusações revelam um padrão de comportamento inaceitável.
Próximos passos do processo
Com a seleção do júri em andamento, o tribunal se prepara para uma fase intensa de audiências. As declarações iniciais, marcadas para 12 de maio, darão o tom do julgamento, com a promotoria apresentando sua narrativa detalhada. A defesa, por sua vez, buscará desmontar as acusações, enfatizando inconsistências e a consensualidade dos eventos.
O juiz Arun Subramanian, nomeado pelo presidente Joe Biden em 2022, conduzirá o processo com rigor. Sua experiência como litigante civil e assistente jurídico da juíza Ruth Bader Ginsburg garante um julgamento meticuloso, com atenção aos detalhes legais. A promotoria, liderada por Meredith Foster e outras assistentes, planeja um caso de três semanas, enquanto a defesa pode estender o processo com testemunhas próprias.
O Centro de Detenção Metropolitano, onde Combs está preso, continua sendo alvo de críticas por suas condições. O rapper divide uma unidade especial com outros presos de alto perfil, como Sam Bankman-Fried, mas enfrenta dificuldades, incluindo a qualidade da comida, segundo seu advogado. Apesar dos pedidos de fiança, Combs permanecerá detido até o fim do julgamento.

A escolha do júri para o julgamento de Sean Diddy Combs, acusado de crimes graves como tráfico sexual e conspiração, começou nesta segunda-feira, no Tribunal Federal do Distrito Sul de Nova York. O processo, que atrai atenção mundial, marca um momento crucial na trajetória do magnata da música, detido desde setembro de 2024. Combs, de 55 anos, enfrenta acusações que podem resultar em prisão perpétua.
O tribunal, localizado em Manhattan, abriu as portas às 9h30 no horário de Brasília para iniciar a seleção dos 12 jurados que decidirão o destino do rapper. A expectativa é que esse processo dure cerca de uma semana, com as declarações iniciais previstas para 12 de maio.
- Crimes em foco: Combs é acusado de tráfico sexual, conspiração para extorsão e transporte para prostituição.
- Local da detenção: O rapper está no Centro de Detenção Metropolitano, no Brooklyn.
- Pena possível: Se condenado, pode enfrentar de 15 anos a prisão perpétua.
Regras do tribunal e acesso ao julgamento
As normas do Tribunal Federal do Distrito Sul de Nova York proíbem a transmissão ao vivo do julgamento de Sean Diddy Combs. Diferentemente de casos em tribunais estaduais, onde câmeras são ocasionalmente permitidas, processos federais mantêm restrições rigorosas. Imagens do interior da corte serão limitadas a esboços produzidos por artistas forenses, que retratarão momentos-chave das audiências.
Jornalistas credenciados terão acesso ao tribunal, mas o público não poderá assistir ao vivo. Reportagens detalhadas serão publicadas por veículos como CNN, Reuters e The New York Times, que acompanharão o caso de perto. A ausência de transmissão reflete o protocolo federal, que prioriza a privacidade do processo e a imparcialidade do júri.
Para os interessados em acompanhar, plataformas digitais e portais de notícias oferecerão atualizações em tempo real. O julgamento, que deve se estender por semanas, promete gerar debates intensos nas redes sociais, especialmente em plataformas como o X, onde o caso já movimenta milhares de publicações.
Acusações criminais contra Combs
Sean Combs enfrenta um conjunto de acusações graves, detalhadas em uma denúncia de 14 páginas apresentada em setembro de 2024. Promotores alegam que o rapper comandava uma rede criminosa desde 2008, utilizando seu império empresarial, incluindo a Bad Boy Entertainment, para facilitar crimes. As chamadas “freak offs”, festas descritas como eventos sexuais gravados, estão no centro das denúncias.
Segundo a promotoria, Combs coagia vítimas, muitas vezes mulheres, a participar dessas festas sob ameaça de violência ou chantagem. As acusações incluem o uso de drogas como cetamina e ecstasy para manipular participantes, além de agressões físicas documentadas. Um vídeo de 2016, que mostra Combs agredindo sua ex-namorada Casandra “Cassie” Ventura, foi admitido como evidência pelo juiz Arun Subramanian.
- Tráfico sexual: Transporte de pessoas para performances sexuais gravadas.
- Conspiração para extorsão: Uso de ameaças para silenciar vítimas.
- Agressões físicas: Casos registrados, incluindo o incidente com Ventura.
- Duração dos crimes: Alegações remontam a 2008, com mais de 120 vítimas.
A defesa, liderada pelo advogado Marc Agnifilo, insiste que as atividades sexuais eram consensuais. Combs se declarou inocente em todas as audiências, afirmando que lutará para provar sua verdade no tribunal.
Histórico de denúncias e a figura de Cassie Ventura
As acusações contra Combs ganharam força após a ação civil movida por Cassie Ventura em 2023. A cantora, que manteve um relacionamento com o rapper entre 2007 e 2018, alegou ter sofrido abusos físicos e psicológicos por mais de uma década. Ventura descreveu episódios de coerção, incluindo um estupro em 2018, e detalhou como Combs a controlava por meio de promessas e ameaças.
O vídeo de 2016, obtido por câmeras de segurança de um hotel, mostra Combs arrastando e agredindo Ventura em um corredor. Após a divulgação das imagens pela CNN em maio de 2024, Combs emitiu um pedido de desculpas público, admitindo que seu comportamento era “inexcusável”. A promotoria planeja usar o vídeo como prova central, enquanto a defesa tentou, sem sucesso, excluí-lo do processo.
Ventura, identificada como “Vítima 1” na denúncia, optou por testemunhar usando seu nome real. Outras três vítimas mencionadas na denúncia também prestarão depoimento, duas sob pseudônimos. A decisão de Ventura de expor publicamente os abusos incentivou outras vítimas a se manifestarem, elevando o número de acusações civis contra Combs para mais de 120.

Seleção do júri e desafios logísticos
A escolha do júri, iniciada nesta segunda-feira, enfrenta obstáculos devido à notoriedade de Combs. O rapper, conhecido por sucessos como “I’ll Be Missing You” e por fundar a Bad Boy Records, é uma figura global, o que dificulta encontrar jurados imparciais. Promotores e advogados de defesa estão preocupados com a influência da mídia, que cobre o caso intensamente desde a prisão de Combs.
O juiz Arun Subramanian, responsável pelo caso, estabeleceu diretrizes rigorosas para garantir a neutralidade dos jurados. Durante a seleção, os candidatos serão questionados sobre seu conhecimento prévio do caso e possíveis preconceitos. A promotoria propôs iniciar a escolha do júri em 21 de abril, mas a defesa conseguiu adiar para 5 de maio, argumentando que precisava de mais tempo para preparar a estratégia.
- Duração estimada: A seleção pode levar até uma semana.
- Critérios de escolha: Jurados devem ser imparciais e sem conexões com as partes.
- Desafios: A fama de Combs e a cobertura midiática complicam a imparcialidade.
- Próximos passos: Declarações iniciais estão marcadas para 12 de maio.
O tribunal espera que o julgamento dure pelo menos três semanas, com a promotoria planejando chamar dezenas de testemunhas. A defesa, por sua vez, indicou que Combs pode testemunhar em seu próprio favor, uma decisão que seu advogado descreveu como uma oportunidade para o rapper contar sua versão dos fatos.
Repercussão pública e presença familiar
A prisão de Combs e o início do julgamento mobilizaram a opinião pública, especialmente nos Estados Unidos. Durante a audiência preliminar de 10 de outubro de 2024, o rapper apareceu acompanhado por sua mãe, Janice Combs, e quatro de seus sete filhos, incluindo Justin, Christian “King” e as gêmeas Jessie e D’Lila. Após a sessão, Combs foi visto soprando beijos para a família, um gesto que gerou comentários nas redes sociais.
Plataformas como o X registram milhares de postagens diárias sobre o caso, com hashtags como #DiddyTrial e #SeanCombs trending regularmente. Alguns usuários expressam apoio ao rapper, enquanto outros destacam a gravidade das acusações. A polarização reflete a complexidade do caso, que mistura a imagem de Combs como ícone cultural com as sérias denúncias contra ele.
Organizações de defesa dos direitos das mulheres, como a RAINN, aproveitaram o caso para reforçar a importância de denunciar abusos. Embora não comentem diretamente o processo, essas entidades destacam que casos de alto perfil podem encorajar vítimas a buscar justiça.
Acusações civis e novos indiciamentos
Além do processo criminal, Combs enfrenta mais de 120 ações civis, movidas por homens e mulheres que alegam abusos entre 1991 e 2022. O advogado Tony Buzbee, que representa muitas dessas vítimas, afirmou que algumas eram menores de idade na época dos supostos crimes. As denúncias incluem estupro, agressão sexual e cárcere privado, com relatos de eventos em cidades como Nova York, Los Angeles e Las Vegas.
Em março de 2025, uma nova acusação foi adicionada ao processo criminal, relacionada a “trabalho forçado” imposto por Combs a funcionários. Promotores alegam que o rapper exigia longas jornadas de trabalho e silêncio sobre suas atividades criminosas. A denúncia, apresentada em 14 de março, não alterou a data do julgamento, mas ampliou o escopo das acusações.
- Ações civis: Mais de 120 processos, incluindo 25 envolvendo menores.
- Nova acusação: Trabalho forçado, adicionado em março de 2025.
- Período dos crimes: De 1991 a 2022, segundo as denúncias.
- Cidades envolvidas: Nova York, Los Angeles e Las Vegas.
As ações civis, embora separadas do processo criminal, reforçam a narrativa da promotoria, que descreve Combs como líder de uma organização criminosa. A defesa contesta as alegações, argumentando que muitas são motivadas por interesses financeiros.
Papel da Bad Boy Entertainment
A Bad Boy Entertainment, fundada por Combs na década de 1990, é citada como peça central na rede criminosa descrita pelos promotores. A gravadora, responsável por lançar artistas como Notorious B.I.G., Mary J. Blige e Usher, teria sido usada para organizar as “freak offs” e transportar vítimas entre estados. Funcionários da empresa, segundo a denúncia, ajudavam a coordenar esses eventos, muitas vezes sob coerção.
A promotoria alega que Combs utilizava promessas de sucesso na indústria musical para atrair vítimas, oferecendo contratos ou oportunidades que nunca se concretizavam. A gravadora, que já foi um símbolo do sucesso do hip-hop, enfrenta agora um escrutínio público que pode manchar sua reputação permanentemente.
Durante as buscas realizadas em março de 2024 nas residências de Combs em Los Angeles e Miami, autoridades confiscaram 96 dispositivos eletrônicos. Outros quatro foram apreendidos na prisão do rapper em setembro, incluindo um celular encontrado em seu quarto de hotel. Esses dispositivos estão sendo analisados em busca de evidências adicionais.
Estratégia da defesa
A equipe jurídica de Combs, composta por advogados como Marc Agnifilo, Anthony Ricco e Alexandra Shapiro, adota uma abordagem agressiva. Além de afirmar que as relações sexuais eram consensuais, a defesa acusa o governo de vazar informações para prejudicar a reputação do rapper. Um memorando apresentado em outubro de 2024 aponta o vídeo de Cassie Ventura como exemplo de divulgação indevida, sugerindo que o objetivo era influenciar a opinião pública.
A defesa também solicitou uma “ordem de silêncio” para impedir que promotores e testemunhas discutam o caso fora do tribunal. O juiz Subramanian rejeitou o pedido, mas alertou as partes sobre a importância de preservar a integridade do processo. Em abril de 2025, os advogados tentaram novamente limitar declarações públicas, sem sucesso.
- Argumento principal: Atividades sexuais eram consensuais, sem coerção.
- Crítica ao governo: Acusações de vazamentos para manipular a mídia.
- Pedidos de fiança: Três tentativas negadas devido ao risco de fuga.
- Testemunho de Combs: Rapper pode depor para contar sua versão.
A estratégia da defesa inclui destacar a falta de provas diretas em algumas acusações e questionar a credibilidade de testemunhas. A promotoria, por outro lado, confia no depoimento de vítimas e nas evidências digitais para construir um caso sólido.
Contexto cultural do julgamento
O julgamento de Combs ocorre em um momento de crescente escrutínio sobre abusos na indústria do entretenimento. Casos como os de Harvey Weinstein e R. Kelly estabeleceram precedentes para processos de alto perfil envolvendo celebridades. A notoriedade de Combs, que já foi uma das figuras mais influentes do hip-hop, amplifica o interesse público no caso.
Eventos como o Met Gala, que coincidentemente acontece na mesma data do início do julgamento, destacam o contraste entre a antiga imagem glamorosa de Combs e sua situação atual. Até 2023, o rapper era presença constante no tapete vermelho, posando para fotos no Metropolitan Museum of Art. Agora, seu “palco” é o tribunal, onde enfrenta acusações que podem encerrar sua carreira.
Organizações culturais e fãs do hip-hop acompanham o caso com atenção, debatendo o impacto das denúncias na legado de Combs. Enquanto alguns defendem sua contribuição para a música, outros argumentam que as acusações revelam um padrão de comportamento inaceitável.
Próximos passos do processo
Com a seleção do júri em andamento, o tribunal se prepara para uma fase intensa de audiências. As declarações iniciais, marcadas para 12 de maio, darão o tom do julgamento, com a promotoria apresentando sua narrativa detalhada. A defesa, por sua vez, buscará desmontar as acusações, enfatizando inconsistências e a consensualidade dos eventos.
O juiz Arun Subramanian, nomeado pelo presidente Joe Biden em 2022, conduzirá o processo com rigor. Sua experiência como litigante civil e assistente jurídico da juíza Ruth Bader Ginsburg garante um julgamento meticuloso, com atenção aos detalhes legais. A promotoria, liderada por Meredith Foster e outras assistentes, planeja um caso de três semanas, enquanto a defesa pode estender o processo com testemunhas próprias.
O Centro de Detenção Metropolitano, onde Combs está preso, continua sendo alvo de críticas por suas condições. O rapper divide uma unidade especial com outros presos de alto perfil, como Sam Bankman-Fried, mas enfrenta dificuldades, incluindo a qualidade da comida, segundo seu advogado. Apesar dos pedidos de fiança, Combs permanecerá detido até o fim do julgamento.
