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6 May 2025, Tue

Médico de 29 anos preso após morte de jovem de 15

Medico e jovem de 15 anos


Na madrugada de 3 de maio, a cidade de Guarantã do Norte, a 721 km de Cuiabá, foi palco de um crime que chocou a população local. Kethlyn Vitória de Souza, uma adolescente de apenas 15 anos, morreu após ser baleada na cabeça. O principal suspeito, Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello, médico de 29 anos e namorado da vítima, está preso preventivamente. Ele alega que o disparo foi acidental, ocorrido em um momento de embriaguez, mas a Polícia Civil investiga o caso como homicídio e apura possíveis crimes adicionais.

A tragédia aconteceu dentro de um carro, quando o casal retornava para casa após uma noite de diversão. Testemunhas relatam que Bruno, visivelmente abalado, levou Kethlyn ao hospital municipal, onde ela chegou em estado grave. Apesar dos esforços da equipe médica, a jovem não resistiu ao ferimento.

Após o ocorrido, o médico fugiu, mas se entregou à polícia dois dias depois, na Base Aérea da Serra do Cachimbo, no Pará. O caso ganhou repercussão nacional, especialmente por envolver uma adolescente e levantar questões sobre a natureza do relacionamento entre os dois.

Principais pontos da investigação:

  • Crime: Homicídio, com possibilidade de enquadramento como feminicídio.
  • Suspeito: Bruno Felisberto, médico de 29 anos, sem porte de arma.
  • Alegação: Disparo acidental durante manuseio de arma em estado de embriaguez.
  • Outras acusações: Investigação por possível estupro de vulnerável, devido à idade da vítima.
  • Local: Guarantã do Norte, Mato Grosso, na madrugada de 3 de maio.

A morte de Kethlyn e as circunstâncias do crime geraram debates sobre violência contra mulheres, posse de armas e relacionamentos com menores de idade, enquanto a polícia trabalha para esclarecer os detalhes do caso.

Detalhes do crime

A Polícia Civil de Mato Grosso conduz uma investigação minuciosa sobre o homicídio de Kethlyn Vitória de Souza. O crime ocorreu dentro do veículo de Bruno, enquanto o casal voltava de uma saída noturna. Segundo o depoimento do médico, ambos haviam consumido bebidas alcoólicas, o que teria influenciado os eventos daquela madrugada.

Bruno relatou que Kethlyn pediu para dirigir e sentou em seu colo. Nesse momento, ele pegou um revólver, acreditando que estava sem munição, e tentou disparar para fora do carro, sem sucesso. Ao tentar ajustar a arma, o disparo acidental teria ocorrido, atingindo a cabeça da adolescente. A versão apresentada pelo suspeito é analisada com cautela pela polícia, que aguarda o laudo pericial da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) para confirmar ou refutar a narrativa.

Após o disparo, o médico levou Kethlyn ao hospital municipal de Guarantã do Norte, onde ela chegou por volta de 1h da manhã. A equipe médica tentou reanimá-la por cerca de 40 minutos, mas os ferimentos eram graves demais. Testemunhas no hospital descreveram Bruno em estado de desespero, pedindo aos médicos que salvassem a jovem, a quem chamava de “a menina dele”.

O comportamento do suspeito após a morte da namorada também chamou atenção. Ao ser informado do óbito, ele teria tido um surto emocional, danificando móveis do hospital, como portas e janelas, antes de fugir do local. A Polícia Militar foi acionada, mas Bruno já havia deixado a cidade, iniciando um período de dois dias como foragido.

Prisão e interrogatório

Bruno Felisberto se entregou à polícia na tarde de 5 de maio, após se apresentar na Base Aérea da Serra do Cachimbo, no Pará, a cerca de 200 km de Guarantã do Norte. Ele entrou em contato com a Polícia Civil, que organizou sua condução de volta ao município. Imagens divulgadas mostram o médico chegando à delegacia sem algemas, chorando e visivelmente abalado.

Durante o interrogatório, que durou cerca de uma hora, Bruno confessou ser o autor do disparo, mas reforçou que o tiro foi acidental. Ele também guiou os policiais até o local onde havia descartado a arma, um revólver encontrado sob uma ponte na zona urbana de Guarantã do Norte, sentido Pará. A arma foi apreendida e enviada para análise pericial, que deve esclarecer se o disparo foi realmente acidental ou intencional.

A prisão em flagrante do médico foi convertida em preventiva, e ele permanece detido na delegacia de Guarantã do Norte. O delegado Waner dos Santos Neves, responsável pelo caso, informou que o inquérito deve ser concluído em até dez dias, prazo que pode ser estendido caso novas evidências surjam.

Principais passos da prisão:

  • Fuga inicial: Bruno deixou o hospital após danificar móveis e fugiu para o Pará.
  • Entrega: Contatou a polícia na Base Aérea da Serra do Cachimbo em 5 de maio.
  • Interrogatório: Confessou o disparo, alegando acidente, e indicou o local da arma.
  • Prisão preventiva: Confirmada após análise do depoimento e evidências iniciais.

O caso segue sob sigilo em alguns aspectos, mas a transparência da Polícia Civil tem sido destacada, com atualizações frequentes sobre o andamento das investigações.

Investigação por estupro de vulnerável

Além do homicídio, a Polícia Civil apura a natureza do relacionamento entre Bruno e Kethlyn, que pode configurar crime de estupro de vulnerável. Kethlyn completou 15 anos em 31 de março de 2025, mas o delegado Waner dos Santos Neves informou que, se o namoro começou antes de ela atingir 14 anos, Bruno poderá responder por esse crime, conforme o artigo 217-A do Código Penal Brasileiro.

O estupro de vulnerável é caracterizado por qualquer ato sexual com menores de 14 anos, independentemente de consentimento, e a pena pode chegar a 12 anos de reclusão. A investigação busca determinar quando o relacionamento começou, com base em depoimentos de familiares, amigos e possíveis registros digitais, como mensagens ou publicações em redes sociais.

A diferença de idade entre Bruno, de 29 anos, e Kethlyn, de 15, também levanta questões éticas e legais, especialmente considerando que o suspeito é um profissional da saúde. A apuração desse aspecto do caso é conduzida com cuidado, para proteger a memória da vítima e evitar especulações.

Comportamento prévio do suspeito

Um vídeo publicado nas redes sociais dias antes do crime mostra Bruno brincando com uma arma de fogo na presença de Kethlyn. A filmagem, que não foi feita no dia do homicídio, segundo o delegado, evidencia a familiaridade do médico com o manuseio de armas, apesar de ele não possuir porte legal.

A gravação mostra Bruno apontando o revólver em diferentes direções, enquanto Kethlyn aparece ao seu lado. A Polícia Civil analisa o vídeo como parte do inquérito, para entender o contexto do uso da arma e avaliar se o comportamento do médico indica negligência ou intenção. A defesa, representada pelo advogado Fábio Henrique, alega que a brincadeira não tem relação direta com o crime, mas a imagem reforça a preocupação com a posse irregular de arma por parte do suspeito.

Outro elemento que pesa contra Bruno é uma medida protetiva de urgência registrada em 2022, solicitada por uma ex-companheira. Embora detalhes do caso não tenham sido divulgados, a existência da medida sugere um histórico de comportamento problemático, o que pode influenciar a investigação atual.

Aspectos do comportamento prévio:

  • Vídeo com arma: Mostra Bruno manuseando revólver dias antes do crime.
  • Medida protetiva: Registrada em 2022 por uma ex-companheira.
  • Posse irregular: Bruno não tinha autorização para portar a arma usada no crime.
  • Embriaguez: Alegada pelo suspeito como fator no momento do disparo.

A combinação desses fatores tem gerado debates públicos sobre a responsabilidade de profissionais de saúde em relação à posse de armas e à conduta pessoal.

Reações da comunidade

A morte de Kethlyn Vitória de Souza abalou a pequena cidade de Guarantã do Norte, com cerca de 36 mil habitantes. O sepultamento da adolescente, realizado na tarde de 5 de maio no cemitério municipal, reuniu familiares, amigos e moradores, que expressaram indignação e luto. Faixas e cartazes pedindo justiça foram vistos durante a cerimônia, e o caso ganhou destaque nas redes sociais, com hashtags como #JustiçaPorKethlyn.

Moradores relataram que Kethlyn era conhecida por sua alegria e sonhos de construir um futuro melhor. A jovem frequentava a escola local e tinha planos de cursar o ensino superior. Sua morte prematura deixou a comunidade em choque, especialmente por envolver um médico, profissão associada à confiança e cuidado.

Nas redes sociais, posts de indignação se multiplicaram, com usuários cobrando punição rigorosa para o suspeito. Alguns destacaram a gravidade do relacionamento entre um homem de 29 anos e uma adolescente, enquanto outros questionaram a facilidade de acesso a armas de fogo no Brasil. A Polícia Civil monitora as discussões online para identificar possíveis testemunhas ou informações relevantes.

Perfil do suspeito

Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello formou-se em medicina em 2020 pela Universidade Cristã da Bolívia, segundo registros profissionais. Ele atuava em Guarantã do Norte, atendendo em unidades de saúde locais, e era conhecido por colegas como um profissional dedicado. No entanto, o crime e as circunstâncias do relacionamento com Kethlyn trouxeram à tona questionamentos sobre sua conduta fora do ambiente profissional.

A ausência de porte de arma é um ponto central da investigação. No Brasil, a posse de armas de fogo é regulada pelo Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003), e o porte é restrito a categorias específicas, como policiais e seguranças. A arma usada por Bruno, um revólver, foi adquirida ilegalmente, segundo a polícia, e sua origem está sendo rastreada.

A defesa de Bruno sustenta que o médico agiu sem intenção de matar e que o consumo de álcool comprometeu seu julgamento. O advogado Fábio Henrique pediu que o caso seja tratado como homicídio culposo (sem intenção), mas a Polícia Civil mantém a investigação sob a ótica de homicídio doloso (com intenção) ou feminicídio, dependendo das conclusões periciais.

Trabalho da perícia

A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Mato Grosso desempenha um papel crucial na investigação. O laudo pericial, ainda em elaboração, deve esclarecer aspectos técnicos do crime, como a trajetória do projétil, a distância do disparo e o estado da arma. Esses dados são essenciais para confirmar se o tiro foi acidental, como alega o suspeito, ou se há indícios de intenção.

O corpo de Kethlyn foi submetido a exames necroscópicos no Instituto Médico Legal (IML) de Guarantã do Norte, que confirmaram a causa da morte como traumatismo craniano por ferimento à bala. Outros exames, como toxicológicos, estão sendo realizados para verificar a presença de álcool ou outras substâncias no organismo da vítima e do suspeito.

A arma apreendida também passa por análise balística. Os peritos buscam vestígios de impressões digitais, resíduos de pólvora e possíveis falhas mecânicas no revólver, que possam corroborar ou contradizer a versão de Bruno. O laudo deve ser concluído nos próximos dias, fornecendo elementos decisivos para o inquérito.

Etapas do trabalho pericial:

  • Exame necroscópico: Confirmou a morte por traumatismo craniano.
  • Análise balística: Avalia a arma e a trajetória do projétil.
  • Exames toxicológicos: Verificam a presença de álcool ou drogas.
  • Laudo final: Aguardado para esclarecer a dinâmica do crime.

A precisão do trabalho pericial é fundamental para garantir que a investigação siga um rumo justo, evitando especulações e assegurando a correta tipificação do crime.

Implicações legais

O caso de Kethlyn Vitória de Souza pode resultar em múltiplas acusações contra Bruno Felisberto. O homicídio, principal crime investigado, pode ser classificado como doloso, culposo ou feminicídio, dependendo das provas coletadas. O feminicídio, previsto na Lei 13.104/2015, aplica-se a assassinatos de mulheres por razões de gênero, com pena de 12 a 30 anos de reclusão.

A posse irregular de arma, confirmada pela ausência de porte, é outro delito, com pena de até três anos de detenção, conforme o Estatuto do Desarmamento. Caso o relacionamento com Kethlyn seja enquadrado como estupro de vulnerável, a pena pode ser acrescida de 8 a 12 anos, agravada pelo fato de Bruno ser um profissional de saúde, o que implica maior responsabilidade social.

O histórico de medida protetiva contra o médico também pode ser considerado um agravante, sugerindo um padrão de comportamento violento. A combinação desses crimes pode levar a uma pena significativa, caso Bruno seja condenado em todas as frentes.

Luto e clamor por justiça

O sepultamento de Kethlyn, na tarde de 5 de maio, foi marcado por forte comoção. Familiares e amigos se reuniram no cemitério municipal de Guarantã do Norte, onde prestaram homenagens à adolescente. Fotos de Kethlyn sorrindo circularam nas redes sociais, acompanhadas de mensagens de apoio à família e pedidos de punição ao responsável.

A mãe de Kethlyn, que não teve o nome divulgado, fez um apelo público por justiça, pedindo que o caso não seja esquecido. A adolescente era a filha mais nova da família e tinha uma relação próxima com os pais e irmãos. A escola onde ela estudava suspendeu as aulas por um dia, em sinal de luto, e organizou uma homenagem póstuma com colegas e professores.

A comunidade de Guarantã do Norte planeja uma vigília em memória de Kethlyn, com o objetivo de manter o caso em evidência. Organizações locais de defesa dos direitos das mulheres também se pronunciaram, cobrando políticas públicas para combater a violência de gênero e proteger adolescentes em relacionamentos abusivos.

Medidas de prevenção

Casos como o de Kethlyn reforçam a importância de iniciativas para prevenir a violência contra mulheres e adolescentes. Em Mato Grosso, programas como a Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar, oferecem proteção a mulheres em situação de risco, mas a cobertura ainda é limitada em cidades menores, como Guarantã do Norte.

A educação sobre relacionamentos saudáveis também é vista como uma ferramenta essencial. Escolas e ONGs têm promovido palestras para jovens, abordando temas como consentimento, diferença de idade em namoros e sinais de abuso. A campanha “Não é Normal”, lançada pelo governo de Mato Grosso, incentiva a denúncia de comportamentos violentos, com linhas diretas como o 180 e o 190.

Outras ações preventivas incluem:

  • Fiscalização de armas: Reforço nas blitze para coibir a posse irregular.
  • Capacitação policial: Treinamento para identificar casos de violência doméstica.
  • Apoio psicológico: Disponibilização de serviços para vítimas e familiares.
  • Conscientização: Campanhas em escolas sobre relacionamentos abusivos.

Essas medidas buscam reduzir a incidência de crimes semelhantes, mas dependem de investimento contínuo e engajamento comunitário para serem eficazes.



Na madrugada de 3 de maio, a cidade de Guarantã do Norte, a 721 km de Cuiabá, foi palco de um crime que chocou a população local. Kethlyn Vitória de Souza, uma adolescente de apenas 15 anos, morreu após ser baleada na cabeça. O principal suspeito, Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello, médico de 29 anos e namorado da vítima, está preso preventivamente. Ele alega que o disparo foi acidental, ocorrido em um momento de embriaguez, mas a Polícia Civil investiga o caso como homicídio e apura possíveis crimes adicionais.

A tragédia aconteceu dentro de um carro, quando o casal retornava para casa após uma noite de diversão. Testemunhas relatam que Bruno, visivelmente abalado, levou Kethlyn ao hospital municipal, onde ela chegou em estado grave. Apesar dos esforços da equipe médica, a jovem não resistiu ao ferimento.

Após o ocorrido, o médico fugiu, mas se entregou à polícia dois dias depois, na Base Aérea da Serra do Cachimbo, no Pará. O caso ganhou repercussão nacional, especialmente por envolver uma adolescente e levantar questões sobre a natureza do relacionamento entre os dois.

Principais pontos da investigação:

  • Crime: Homicídio, com possibilidade de enquadramento como feminicídio.
  • Suspeito: Bruno Felisberto, médico de 29 anos, sem porte de arma.
  • Alegação: Disparo acidental durante manuseio de arma em estado de embriaguez.
  • Outras acusações: Investigação por possível estupro de vulnerável, devido à idade da vítima.
  • Local: Guarantã do Norte, Mato Grosso, na madrugada de 3 de maio.

A morte de Kethlyn e as circunstâncias do crime geraram debates sobre violência contra mulheres, posse de armas e relacionamentos com menores de idade, enquanto a polícia trabalha para esclarecer os detalhes do caso.

Detalhes do crime

A Polícia Civil de Mato Grosso conduz uma investigação minuciosa sobre o homicídio de Kethlyn Vitória de Souza. O crime ocorreu dentro do veículo de Bruno, enquanto o casal voltava de uma saída noturna. Segundo o depoimento do médico, ambos haviam consumido bebidas alcoólicas, o que teria influenciado os eventos daquela madrugada.

Bruno relatou que Kethlyn pediu para dirigir e sentou em seu colo. Nesse momento, ele pegou um revólver, acreditando que estava sem munição, e tentou disparar para fora do carro, sem sucesso. Ao tentar ajustar a arma, o disparo acidental teria ocorrido, atingindo a cabeça da adolescente. A versão apresentada pelo suspeito é analisada com cautela pela polícia, que aguarda o laudo pericial da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) para confirmar ou refutar a narrativa.

Após o disparo, o médico levou Kethlyn ao hospital municipal de Guarantã do Norte, onde ela chegou por volta de 1h da manhã. A equipe médica tentou reanimá-la por cerca de 40 minutos, mas os ferimentos eram graves demais. Testemunhas no hospital descreveram Bruno em estado de desespero, pedindo aos médicos que salvassem a jovem, a quem chamava de “a menina dele”.

O comportamento do suspeito após a morte da namorada também chamou atenção. Ao ser informado do óbito, ele teria tido um surto emocional, danificando móveis do hospital, como portas e janelas, antes de fugir do local. A Polícia Militar foi acionada, mas Bruno já havia deixado a cidade, iniciando um período de dois dias como foragido.

Prisão e interrogatório

Bruno Felisberto se entregou à polícia na tarde de 5 de maio, após se apresentar na Base Aérea da Serra do Cachimbo, no Pará, a cerca de 200 km de Guarantã do Norte. Ele entrou em contato com a Polícia Civil, que organizou sua condução de volta ao município. Imagens divulgadas mostram o médico chegando à delegacia sem algemas, chorando e visivelmente abalado.

Durante o interrogatório, que durou cerca de uma hora, Bruno confessou ser o autor do disparo, mas reforçou que o tiro foi acidental. Ele também guiou os policiais até o local onde havia descartado a arma, um revólver encontrado sob uma ponte na zona urbana de Guarantã do Norte, sentido Pará. A arma foi apreendida e enviada para análise pericial, que deve esclarecer se o disparo foi realmente acidental ou intencional.

A prisão em flagrante do médico foi convertida em preventiva, e ele permanece detido na delegacia de Guarantã do Norte. O delegado Waner dos Santos Neves, responsável pelo caso, informou que o inquérito deve ser concluído em até dez dias, prazo que pode ser estendido caso novas evidências surjam.

Principais passos da prisão:

  • Fuga inicial: Bruno deixou o hospital após danificar móveis e fugiu para o Pará.
  • Entrega: Contatou a polícia na Base Aérea da Serra do Cachimbo em 5 de maio.
  • Interrogatório: Confessou o disparo, alegando acidente, e indicou o local da arma.
  • Prisão preventiva: Confirmada após análise do depoimento e evidências iniciais.

O caso segue sob sigilo em alguns aspectos, mas a transparência da Polícia Civil tem sido destacada, com atualizações frequentes sobre o andamento das investigações.

Investigação por estupro de vulnerável

Além do homicídio, a Polícia Civil apura a natureza do relacionamento entre Bruno e Kethlyn, que pode configurar crime de estupro de vulnerável. Kethlyn completou 15 anos em 31 de março de 2025, mas o delegado Waner dos Santos Neves informou que, se o namoro começou antes de ela atingir 14 anos, Bruno poderá responder por esse crime, conforme o artigo 217-A do Código Penal Brasileiro.

O estupro de vulnerável é caracterizado por qualquer ato sexual com menores de 14 anos, independentemente de consentimento, e a pena pode chegar a 12 anos de reclusão. A investigação busca determinar quando o relacionamento começou, com base em depoimentos de familiares, amigos e possíveis registros digitais, como mensagens ou publicações em redes sociais.

A diferença de idade entre Bruno, de 29 anos, e Kethlyn, de 15, também levanta questões éticas e legais, especialmente considerando que o suspeito é um profissional da saúde. A apuração desse aspecto do caso é conduzida com cuidado, para proteger a memória da vítima e evitar especulações.

Comportamento prévio do suspeito

Um vídeo publicado nas redes sociais dias antes do crime mostra Bruno brincando com uma arma de fogo na presença de Kethlyn. A filmagem, que não foi feita no dia do homicídio, segundo o delegado, evidencia a familiaridade do médico com o manuseio de armas, apesar de ele não possuir porte legal.

A gravação mostra Bruno apontando o revólver em diferentes direções, enquanto Kethlyn aparece ao seu lado. A Polícia Civil analisa o vídeo como parte do inquérito, para entender o contexto do uso da arma e avaliar se o comportamento do médico indica negligência ou intenção. A defesa, representada pelo advogado Fábio Henrique, alega que a brincadeira não tem relação direta com o crime, mas a imagem reforça a preocupação com a posse irregular de arma por parte do suspeito.

Outro elemento que pesa contra Bruno é uma medida protetiva de urgência registrada em 2022, solicitada por uma ex-companheira. Embora detalhes do caso não tenham sido divulgados, a existência da medida sugere um histórico de comportamento problemático, o que pode influenciar a investigação atual.

Aspectos do comportamento prévio:

  • Vídeo com arma: Mostra Bruno manuseando revólver dias antes do crime.
  • Medida protetiva: Registrada em 2022 por uma ex-companheira.
  • Posse irregular: Bruno não tinha autorização para portar a arma usada no crime.
  • Embriaguez: Alegada pelo suspeito como fator no momento do disparo.

A combinação desses fatores tem gerado debates públicos sobre a responsabilidade de profissionais de saúde em relação à posse de armas e à conduta pessoal.

Reações da comunidade

A morte de Kethlyn Vitória de Souza abalou a pequena cidade de Guarantã do Norte, com cerca de 36 mil habitantes. O sepultamento da adolescente, realizado na tarde de 5 de maio no cemitério municipal, reuniu familiares, amigos e moradores, que expressaram indignação e luto. Faixas e cartazes pedindo justiça foram vistos durante a cerimônia, e o caso ganhou destaque nas redes sociais, com hashtags como #JustiçaPorKethlyn.

Moradores relataram que Kethlyn era conhecida por sua alegria e sonhos de construir um futuro melhor. A jovem frequentava a escola local e tinha planos de cursar o ensino superior. Sua morte prematura deixou a comunidade em choque, especialmente por envolver um médico, profissão associada à confiança e cuidado.

Nas redes sociais, posts de indignação se multiplicaram, com usuários cobrando punição rigorosa para o suspeito. Alguns destacaram a gravidade do relacionamento entre um homem de 29 anos e uma adolescente, enquanto outros questionaram a facilidade de acesso a armas de fogo no Brasil. A Polícia Civil monitora as discussões online para identificar possíveis testemunhas ou informações relevantes.

Perfil do suspeito

Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello formou-se em medicina em 2020 pela Universidade Cristã da Bolívia, segundo registros profissionais. Ele atuava em Guarantã do Norte, atendendo em unidades de saúde locais, e era conhecido por colegas como um profissional dedicado. No entanto, o crime e as circunstâncias do relacionamento com Kethlyn trouxeram à tona questionamentos sobre sua conduta fora do ambiente profissional.

A ausência de porte de arma é um ponto central da investigação. No Brasil, a posse de armas de fogo é regulada pelo Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003), e o porte é restrito a categorias específicas, como policiais e seguranças. A arma usada por Bruno, um revólver, foi adquirida ilegalmente, segundo a polícia, e sua origem está sendo rastreada.

A defesa de Bruno sustenta que o médico agiu sem intenção de matar e que o consumo de álcool comprometeu seu julgamento. O advogado Fábio Henrique pediu que o caso seja tratado como homicídio culposo (sem intenção), mas a Polícia Civil mantém a investigação sob a ótica de homicídio doloso (com intenção) ou feminicídio, dependendo das conclusões periciais.

Trabalho da perícia

A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Mato Grosso desempenha um papel crucial na investigação. O laudo pericial, ainda em elaboração, deve esclarecer aspectos técnicos do crime, como a trajetória do projétil, a distância do disparo e o estado da arma. Esses dados são essenciais para confirmar se o tiro foi acidental, como alega o suspeito, ou se há indícios de intenção.

O corpo de Kethlyn foi submetido a exames necroscópicos no Instituto Médico Legal (IML) de Guarantã do Norte, que confirmaram a causa da morte como traumatismo craniano por ferimento à bala. Outros exames, como toxicológicos, estão sendo realizados para verificar a presença de álcool ou outras substâncias no organismo da vítima e do suspeito.

A arma apreendida também passa por análise balística. Os peritos buscam vestígios de impressões digitais, resíduos de pólvora e possíveis falhas mecânicas no revólver, que possam corroborar ou contradizer a versão de Bruno. O laudo deve ser concluído nos próximos dias, fornecendo elementos decisivos para o inquérito.

Etapas do trabalho pericial:

  • Exame necroscópico: Confirmou a morte por traumatismo craniano.
  • Análise balística: Avalia a arma e a trajetória do projétil.
  • Exames toxicológicos: Verificam a presença de álcool ou drogas.
  • Laudo final: Aguardado para esclarecer a dinâmica do crime.

A precisão do trabalho pericial é fundamental para garantir que a investigação siga um rumo justo, evitando especulações e assegurando a correta tipificação do crime.

Implicações legais

O caso de Kethlyn Vitória de Souza pode resultar em múltiplas acusações contra Bruno Felisberto. O homicídio, principal crime investigado, pode ser classificado como doloso, culposo ou feminicídio, dependendo das provas coletadas. O feminicídio, previsto na Lei 13.104/2015, aplica-se a assassinatos de mulheres por razões de gênero, com pena de 12 a 30 anos de reclusão.

A posse irregular de arma, confirmada pela ausência de porte, é outro delito, com pena de até três anos de detenção, conforme o Estatuto do Desarmamento. Caso o relacionamento com Kethlyn seja enquadrado como estupro de vulnerável, a pena pode ser acrescida de 8 a 12 anos, agravada pelo fato de Bruno ser um profissional de saúde, o que implica maior responsabilidade social.

O histórico de medida protetiva contra o médico também pode ser considerado um agravante, sugerindo um padrão de comportamento violento. A combinação desses crimes pode levar a uma pena significativa, caso Bruno seja condenado em todas as frentes.

Luto e clamor por justiça

O sepultamento de Kethlyn, na tarde de 5 de maio, foi marcado por forte comoção. Familiares e amigos se reuniram no cemitério municipal de Guarantã do Norte, onde prestaram homenagens à adolescente. Fotos de Kethlyn sorrindo circularam nas redes sociais, acompanhadas de mensagens de apoio à família e pedidos de punição ao responsável.

A mãe de Kethlyn, que não teve o nome divulgado, fez um apelo público por justiça, pedindo que o caso não seja esquecido. A adolescente era a filha mais nova da família e tinha uma relação próxima com os pais e irmãos. A escola onde ela estudava suspendeu as aulas por um dia, em sinal de luto, e organizou uma homenagem póstuma com colegas e professores.

A comunidade de Guarantã do Norte planeja uma vigília em memória de Kethlyn, com o objetivo de manter o caso em evidência. Organizações locais de defesa dos direitos das mulheres também se pronunciaram, cobrando políticas públicas para combater a violência de gênero e proteger adolescentes em relacionamentos abusivos.

Medidas de prevenção

Casos como o de Kethlyn reforçam a importância de iniciativas para prevenir a violência contra mulheres e adolescentes. Em Mato Grosso, programas como a Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar, oferecem proteção a mulheres em situação de risco, mas a cobertura ainda é limitada em cidades menores, como Guarantã do Norte.

A educação sobre relacionamentos saudáveis também é vista como uma ferramenta essencial. Escolas e ONGs têm promovido palestras para jovens, abordando temas como consentimento, diferença de idade em namoros e sinais de abuso. A campanha “Não é Normal”, lançada pelo governo de Mato Grosso, incentiva a denúncia de comportamentos violentos, com linhas diretas como o 180 e o 190.

Outras ações preventivas incluem:

  • Fiscalização de armas: Reforço nas blitze para coibir a posse irregular.
  • Capacitação policial: Treinamento para identificar casos de violência doméstica.
  • Apoio psicológico: Disponibilização de serviços para vítimas e familiares.
  • Conscientização: Campanhas em escolas sobre relacionamentos abusivos.

Essas medidas buscam reduzir a incidência de crimes semelhantes, mas dependem de investimento contínuo e engajamento comunitário para serem eficazes.



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