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9 May 2025, Fri

BYD ultrapassa Honda e Renault em abril e sobe no ranking de vendas no Brasil

Clarice - Garota do Momento


A ascensão da BYD no mercado automotivo brasileiro ganhou novo destaque em abril de 2025, quando a montadora chinesa alcançou a sétima posição no ranking de emplacamentos. Com 8.345 veículos vendidos, a empresa superou marcas tradicionais como Honda e Renault, consolidando sua presença em um setor altamente competitivo. Esse marco reflete os investimentos agressivos da companhia no país, que incluem a construção de uma fábrica em Camaçari, na Bahia, com inauguração prevista para setembro. Apesar do feito, a liderança do mercado permanece com a Volkswagen, que emplacou quase 27 mil unidades no mesmo período.

O desempenho da BYD em abril não é um evento isolado, mas parte de uma trajetória de crescimento constante. A montadora, conhecida por seus veículos elétricos e híbridos, tem conquistado espaço com modelos acessíveis e tecnologia avançada, atraindo consumidores em busca de opções sustentáveis. No acumulado do ano, porém, a Honda ainda mantém vantagem, com 32.244 unidades vendidas contra 29.723 da BYD. A diferença de 2.521 veículos indica que a disputa está acirrada, e a chinesa pode encurtar essa distância nos próximos meses.

Para entender o impacto desse resultado, é importante analisar os números do mercado automotivo brasileiro em abril:

  • Volkswagen: 26.688 emplacamentos, com 16,4% de participação.
  • Fiat: 24.550 unidades, consolidada na vice-liderança.
  • Hyundai e General Motors: 16.254 e 16.017 veículos, respectivamente, na briga pelo terceiro lugar.
  • BYD: 8.345 unidades, superando Honda (8.298) e Renault (6.772).

A chegada da BYD ao sétimo lugar reforça a mudança no cenário automotivo do Brasil, onde marcas chinesas ganham força em um mercado historicamente dominado por gigantes ocidentais e japonesas. A seguir, exploramos os fatores por trás desse crescimento e o que ele significa para o futuro do setor.

Investimentos chineses no Brasil

A BYD tem apostado pesado no mercado brasileiro, com estratégias que vão além da simples venda de veículos. A empresa anunciou a construção de uma fábrica em Camaçari, Bahia, que terá capacidade de produzir até 300.000 veículos por ano. A unidade, que deve iniciar operações em setembro de 2025, representa um marco na expansão da montadora fora da China. Com esse projeto, a BYD pretende reduzir custos de importação e oferecer preços mais competitivos, desafiando diretamente rivais como Honda e Renault.

Além da fábrica, a montadora ampliou sua rede de concessionárias, planejando alcançar 250 lojas até o final de 2024. Essa expansão permitiu maior capilaridade no atendimento aos consumidores, especialmente em regiões onde marcas tradicionais já estão consolidadas. Em 2024, a BYD registrou 76.713 emplacamentos no Brasil, um aumento de 327,68% em relação aos 17.937 de 2023, consolidando o país como seu maior mercado internacional. Esse crescimento reflete a aceitação de modelos como o BYD Dolphin, o elétrico mais vendido no Brasil, e o BYD King, que compete com o Toyota Corolla.

O foco em veículos elétricos e híbridos também diferencia a BYD. Em março de 2025, o mercado de elétricos no Brasil cresceu 16,6%, alcançando 4% do total de vendas. A chinesa dominou esse segmento, respondendo por cerca de 90% das vendas de veículos elétricos. Modelos como o Dolphin Latin America Special Edition, lançado em 2023 por 149.800 reais, conquistaram consumidores pela combinação de preço acessível e segurança, comprovada por cinco estrelas no Latin NCAP.

Modelos que impulsionam as vendas

A gama de veículos da BYD no Brasil é um dos pilares de seu sucesso. A montadora oferece desde compactos até SUVs e picapes, atendendo a diferentes perfis de consumidores. Em abril, o BYD King, um sedã híbrido que rivaliza com o Toyota Corolla, subiu nove posições no ranking de vendas desde janeiro, alcançando a 31ª colocação com 1.599 unidades emplacadas. Já o Dolphin Mini, um compacto elétrico, também tem se destacado pela proposta acessível.

Os principais modelos da BYD no Brasil incluem:

  • BYD Dolphin: Líder entre os elétricos, com versões Plus e Diamond.
  • BYD King: Sedã híbrido com crescimento constante em vendas.
  • BYD Song Plus: SUV híbrido plug-in, concorrente do Toyota RAV4.
  • BYD Dolphin Mini: Compacto elétrico voltado para o público urbano.

A estratégia de oferecer veículos com tecnologia avançada a preços competitivos tem atraído consumidores que buscam alternativas aos modelos de combustão tradicionais. Enquanto a Honda aposta no HR-V, que vendeu 5.259 unidades em abril, a BYD diversifica sua oferta, cobrindo desde o segmento de entrada até o premium. Essa flexibilidade explica, em parte, sua capacidade de superar marcas estabelecidas em um mercado tão disputado.

Competição acirrada no topo

O mercado automotivo brasileiro em abril de 2025 revelou um cenário de intensa competição. A Volkswagen manteve a liderança com 26.688 emplacamentos, impulsionada por modelos como o Polo e o T-Cross. A Fiat, com 24.550 unidades, segue forte na segunda posição, apoiada pela popularidade da Strada, líder entre os veículos comerciais leves. Hyundai e General Motors disputam o terceiro lugar, com 16.254 e 16.017 vendas, respectivamente, enquanto a Toyota, com 12.391 unidades, consolida o quinto posto.

A BYD, ao alcançar a sétima posição, superou não apenas a Honda, mas também a Renault, que emplacou 6.772 veículos, e a Nissan, com 5.078 unidades. A Honda, apesar de ter perdido terreno em abril, mantém vantagem no acumulado do ano, com destaque para o HR-V, que figura entre os dez modelos mais vendidos. A Renault, por sua vez, enfrenta desafios com modelos como o Kwid, que não repetiu o desempenho de anos anteriores.

A ascensão da BYD no ranking reflete uma mudança no comportamento do consumidor brasileiro, que está mais aberto a marcas chinesas, especialmente em um contexto de alta nos preços dos combustíveis e maior conscientização ambiental. A chinesa capitaliza essa tendência com veículos que aliam eficiência energética e tecnologia, enquanto marcas tradicionais ajustam suas estratégias para manter competitividade.

Expansão global da BYD

O sucesso da BYD no Brasil é parte de uma estratégia global agressiva. Em 2024, a montadora vendeu 3,76 milhões de veículos em todo o mundo, superando Honda e Ford e ficando atrás apenas de Toyota, Volkswagen e Hyundai-Kia. No segundo trimestre de 2024, a empresa já havia ultrapassado Honda e Nissan em vendas globais, impulsionada por modelos elétricos acessíveis, como o Seagull, que custa menos de 10.000 dólares na China.

A expansão internacional da BYD inclui novos mercados como México, Tailândia, Japão e Europa, onde suas vendas devem dobrar em 2025, segundo projeções da S&P Global Mobility. No Brasil, a empresa se beneficia da crescente demanda por veículos elétricos, que representaram 4% do mercado em março de 2025. A abertura de fábricas em países como Hungria, Turquia e México reforça a capacidade da montadora de atender à demanda global sem depender exclusivamente da produção chinesa.

No Brasil, a BYD também investe em infraestrutura. A empresa lançou o navio “Shenzhen”, capaz de transportar 9.200 veículos, que fez sua primeira viagem ao país em 2025. Essa logística aprimorada garante a entrega rápida de modelos importados, enquanto a fábrica de Camaçari não entra em operação. A combinação de produção local e importação estratégica posiciona a BYD como uma força ascendente no mercado sul-americano.

Foco em sustentabilidade

A liderança da BYD no segmento de veículos elétricos no Brasil está diretamente ligada à sua aposta em sustentabilidade. A montadora parou de produzir veículos movidos exclusivamente a combustão em 2022, focando em elétricos e híbridos plug-in. No Brasil, o Dolphin se tornou o carro elétrico mais vendido, com versões adaptadas ao mercado local, como a Latin America Special Edition, que combina preço competitivo com segurança comprovada.

A empresa também investe em tecnologias como a Blade Battery, que oferece maior eficiência e segurança, e o sistema DM-i Super Hybrid, que reduz o consumo de combustível em modelos híbridos. Esses avanços tecnológicos atraem consumidores preocupados com o meio ambiente, especialmente em um contexto de incentivos fiscais para veículos elétricos no Brasil. Em 2024, o país importou 149.923 veículos elétricos da China, dos quais a maioria pertencia à BYD.

A sustentabilidade também está presente na estratégia de produção. A fábrica de Camaçari será equipada com tecnologias de baixo impacto ambiental, alinhadas às metas globais da montadora de reduzir emissões. Esses esforços reforçam a imagem da BYD como uma marca inovadora, capaz de competir com gigantes tradicionais em um mercado em transformação.

Desafios no mercado brasileiro

Apesar do crescimento, a BYD enfrenta obstáculos no Brasil. A infraestrutura de recarga para veículos elétricos ainda é limitada, especialmente fora dos grandes centros urbanos. Em 2024, o país contava com cerca de 3.000 pontos de recarga, número insuficiente para suportar a expansão do mercado de elétricos. A montadora tem investido em parcerias para ampliar essa rede, mas o ritmo ainda é lento.

Outro desafio é a concorrência de marcas chinesas como Chery e Great Wall Motor, que também expandem sua presença no Brasil. A Chery, presente no país desde 2009, vende modelos como o Tiggo, enquanto a Great Wall aposta em SUVs e picapes. Embora a BYD lidere o segmento elétrico, a competição por consumidores de veículos híbridos e a combustão é acirrada.

A percepção de marca também é um fator. Apesar do crescimento, a BYD ainda enfrenta resistência de consumidores que preferem marcas tradicionais como Honda e Volkswagen, vistas como mais confiáveis. A montadora tem investido em campanhas de marketing e parcerias, como o acordo com taxistas para oferecer modelos elétricos a preços acessíveis, mas a consolidação de sua imagem no Brasil levará tempo.

Comparação com rivais

A disputa entre BYD, Honda e Renault em abril revela dinâmicas distintas no mercado. A Honda, com 8.298 emplacamentos, depende fortemente do HR-V, que se mantém entre os SUVs compactos mais vendidos. No entanto, modelos como o ZR-V, com preço de 214.500 reais, não figuram entre os 50 mais vendidos, indicando dificuldades em segmentos premium. A Renault, com 6.772 unidades, enfrenta desafios com o Kwid, que perdeu espaço para compactos como o Fiat Mobi.

A BYD, por outro lado, se beneficia de uma oferta diversificada e preços competitivos. O Dolphin, por exemplo, custa a partir de 149.800 reais, enquanto o HR-V parte de 156.100 reais. Essa diferença, aliada à tecnologia elétrica, atrai consumidores sensíveis a custos operacionais. A Renault tenta reagir com o Kardian, que teve aumento de preço em 2025, mas ainda não alcança o impacto dos modelos da BYD.

A comparação entre as três marcas mostra:

  • BYD: Liderança em elétricos, com 90% do segmento.
  • Honda: Forte em SUVs, mas com queda em outros segmentos.
  • Renault: Foco em compactos, mas com crescimento limitado.
  • Preços: BYD oferece opções mais acessíveis no segmento elétrico.

Essa dinâmica sugere que a BYD está bem posicionada para continuar subindo no ranking, especialmente com a produção local a partir de setembro.

Planos para o futuro

A BYD tem planos ambiciosos para o Brasil. A fábrica de Camaçari será o primeiro passo para a produção local, que deve incluir modelos como o Dolphin e o Song Plus. A montadora também planeja lançar um híbrido flex, capaz de rodar com etanol, gasolina e eletricidade, adaptado às preferências do consumidor brasileiro. Esse modelo, previsto para 2026, pode ampliar o alcance da marca em regiões onde o etanol é amplamente utilizado.

A empresa também investe em parcerias estratégicas. Em 2025, a BYD fechou acordos com frotistas e taxistas, oferecendo descontos em modelos elétricos para aumentar sua presença nas ruas. A iniciativa já rendeu frutos, com o Dolphin se tornando comum em serviços de transporte por aplicativo em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.

A expansão da rede de concessionárias continua, com meta de alcançar 300 lojas até 2026. Essa capilaridade permitirá à BYD competir de igual para igual com marcas como Volkswagen e Fiat, que possuem redes consolidadas. A montadora também planeja investir em centros de pesquisa no Brasil, focados em tecnologias híbridas e elétricas adaptadas ao mercado local.

Tendências do mercado automotivo

O crescimento da BYD reflete tendências mais amplas no mercado automotivo brasileiro. A participação de veículos elétricos e híbridos, embora ainda pequena, cresce rapidamente, impulsionada por incentivos fiscais e alta nos preços dos combustíveis. Em 2024, o Brasil produziu e vendeu mais de 2,3 milhões de veículos, consolidando-se como o maior mercado da América do Sul.

Marcas chinesas, lideradas pela BYD, estão transformando o setor. A Chery, por exemplo, investiu 400 milhões de dólares em fábricas no Brasil, enquanto a Great Wall Motor aposta em picapes como a Poer. Essas empresas se beneficiam de custos de produção mais baixos e tecnologias avançadas, desafiando o domínio de marcas ocidentais e japonesas.

A Volkswagen, líder em abril, mantém sua força com modelos como o Polo, que vendeu 8.120 unidades no mês. A Fiat, com a Strada, domina o segmento de comerciais leves. No entanto, a ascensão de marcas como a BYD indica que o mercado está mais fragmentado, com consumidores buscando inovação e sustentabilidade.

Cronograma de expansão

A trajetória da BYD no Brasil é marcada por marcos estratégicos:

  • 2023: Lançamento do Dolphin e início da expansão de concessionárias.
  • 2024: 76.713 emplacamentos, maior mercado internacional da BYD.
  • 2025: Abertura da fábrica de Camaçari e lançamento de novos modelos.
  • 2026: Introdução do híbrido flex e meta de 300 concessionárias.

Esses passos mostram um planejamento cuidadoso, que combina produção local, inovação e adaptação ao mercado. A BYD não apenas superou Honda e Renault em abril, mas também estabeleceu as bases para desafiar as líderes do mercado nos próximos anos. A fábrica de Camaçari, em especial, será crucial para reduzir preços e aumentar a competitividade.

Curiosidades sobre a BYD

A BYD é mais do que uma montadora de veículos. Sua história e estratégias revelam aspectos únicos:

  • Fundada em 1995 como fabricante de baterias, entrou no setor automotivo em 2003.
  • É a maior produtora de veículos elétricos do mundo, superando a Tesla em vendas globais em 2024.
  • Seu nome significa “Build Your Dreams” (Construa Seus Sonhos).
  • Possui mais de 110.000 funcionários em pesquisa e desenvolvimento, um dos maiores times do setor.
  • Exporta para 70 países, com o Brasil como principal mercado fora da China.

Esses elementos destacam a capacidade da BYD de inovar e se adaptar, características que explicam seu sucesso no Brasil e no mundo. A montadora continua a expandir sua influência, trazendo tecnologias que podem redefinir o futuro do transporte no país.



A ascensão da BYD no mercado automotivo brasileiro ganhou novo destaque em abril de 2025, quando a montadora chinesa alcançou a sétima posição no ranking de emplacamentos. Com 8.345 veículos vendidos, a empresa superou marcas tradicionais como Honda e Renault, consolidando sua presença em um setor altamente competitivo. Esse marco reflete os investimentos agressivos da companhia no país, que incluem a construção de uma fábrica em Camaçari, na Bahia, com inauguração prevista para setembro. Apesar do feito, a liderança do mercado permanece com a Volkswagen, que emplacou quase 27 mil unidades no mesmo período.

O desempenho da BYD em abril não é um evento isolado, mas parte de uma trajetória de crescimento constante. A montadora, conhecida por seus veículos elétricos e híbridos, tem conquistado espaço com modelos acessíveis e tecnologia avançada, atraindo consumidores em busca de opções sustentáveis. No acumulado do ano, porém, a Honda ainda mantém vantagem, com 32.244 unidades vendidas contra 29.723 da BYD. A diferença de 2.521 veículos indica que a disputa está acirrada, e a chinesa pode encurtar essa distância nos próximos meses.

Para entender o impacto desse resultado, é importante analisar os números do mercado automotivo brasileiro em abril:

  • Volkswagen: 26.688 emplacamentos, com 16,4% de participação.
  • Fiat: 24.550 unidades, consolidada na vice-liderança.
  • Hyundai e General Motors: 16.254 e 16.017 veículos, respectivamente, na briga pelo terceiro lugar.
  • BYD: 8.345 unidades, superando Honda (8.298) e Renault (6.772).

A chegada da BYD ao sétimo lugar reforça a mudança no cenário automotivo do Brasil, onde marcas chinesas ganham força em um mercado historicamente dominado por gigantes ocidentais e japonesas. A seguir, exploramos os fatores por trás desse crescimento e o que ele significa para o futuro do setor.

Investimentos chineses no Brasil

A BYD tem apostado pesado no mercado brasileiro, com estratégias que vão além da simples venda de veículos. A empresa anunciou a construção de uma fábrica em Camaçari, Bahia, que terá capacidade de produzir até 300.000 veículos por ano. A unidade, que deve iniciar operações em setembro de 2025, representa um marco na expansão da montadora fora da China. Com esse projeto, a BYD pretende reduzir custos de importação e oferecer preços mais competitivos, desafiando diretamente rivais como Honda e Renault.

Além da fábrica, a montadora ampliou sua rede de concessionárias, planejando alcançar 250 lojas até o final de 2024. Essa expansão permitiu maior capilaridade no atendimento aos consumidores, especialmente em regiões onde marcas tradicionais já estão consolidadas. Em 2024, a BYD registrou 76.713 emplacamentos no Brasil, um aumento de 327,68% em relação aos 17.937 de 2023, consolidando o país como seu maior mercado internacional. Esse crescimento reflete a aceitação de modelos como o BYD Dolphin, o elétrico mais vendido no Brasil, e o BYD King, que compete com o Toyota Corolla.

O foco em veículos elétricos e híbridos também diferencia a BYD. Em março de 2025, o mercado de elétricos no Brasil cresceu 16,6%, alcançando 4% do total de vendas. A chinesa dominou esse segmento, respondendo por cerca de 90% das vendas de veículos elétricos. Modelos como o Dolphin Latin America Special Edition, lançado em 2023 por 149.800 reais, conquistaram consumidores pela combinação de preço acessível e segurança, comprovada por cinco estrelas no Latin NCAP.

Modelos que impulsionam as vendas

A gama de veículos da BYD no Brasil é um dos pilares de seu sucesso. A montadora oferece desde compactos até SUVs e picapes, atendendo a diferentes perfis de consumidores. Em abril, o BYD King, um sedã híbrido que rivaliza com o Toyota Corolla, subiu nove posições no ranking de vendas desde janeiro, alcançando a 31ª colocação com 1.599 unidades emplacadas. Já o Dolphin Mini, um compacto elétrico, também tem se destacado pela proposta acessível.

Os principais modelos da BYD no Brasil incluem:

  • BYD Dolphin: Líder entre os elétricos, com versões Plus e Diamond.
  • BYD King: Sedã híbrido com crescimento constante em vendas.
  • BYD Song Plus: SUV híbrido plug-in, concorrente do Toyota RAV4.
  • BYD Dolphin Mini: Compacto elétrico voltado para o público urbano.

A estratégia de oferecer veículos com tecnologia avançada a preços competitivos tem atraído consumidores que buscam alternativas aos modelos de combustão tradicionais. Enquanto a Honda aposta no HR-V, que vendeu 5.259 unidades em abril, a BYD diversifica sua oferta, cobrindo desde o segmento de entrada até o premium. Essa flexibilidade explica, em parte, sua capacidade de superar marcas estabelecidas em um mercado tão disputado.

Competição acirrada no topo

O mercado automotivo brasileiro em abril de 2025 revelou um cenário de intensa competição. A Volkswagen manteve a liderança com 26.688 emplacamentos, impulsionada por modelos como o Polo e o T-Cross. A Fiat, com 24.550 unidades, segue forte na segunda posição, apoiada pela popularidade da Strada, líder entre os veículos comerciais leves. Hyundai e General Motors disputam o terceiro lugar, com 16.254 e 16.017 vendas, respectivamente, enquanto a Toyota, com 12.391 unidades, consolida o quinto posto.

A BYD, ao alcançar a sétima posição, superou não apenas a Honda, mas também a Renault, que emplacou 6.772 veículos, e a Nissan, com 5.078 unidades. A Honda, apesar de ter perdido terreno em abril, mantém vantagem no acumulado do ano, com destaque para o HR-V, que figura entre os dez modelos mais vendidos. A Renault, por sua vez, enfrenta desafios com modelos como o Kwid, que não repetiu o desempenho de anos anteriores.

A ascensão da BYD no ranking reflete uma mudança no comportamento do consumidor brasileiro, que está mais aberto a marcas chinesas, especialmente em um contexto de alta nos preços dos combustíveis e maior conscientização ambiental. A chinesa capitaliza essa tendência com veículos que aliam eficiência energética e tecnologia, enquanto marcas tradicionais ajustam suas estratégias para manter competitividade.

Expansão global da BYD

O sucesso da BYD no Brasil é parte de uma estratégia global agressiva. Em 2024, a montadora vendeu 3,76 milhões de veículos em todo o mundo, superando Honda e Ford e ficando atrás apenas de Toyota, Volkswagen e Hyundai-Kia. No segundo trimestre de 2024, a empresa já havia ultrapassado Honda e Nissan em vendas globais, impulsionada por modelos elétricos acessíveis, como o Seagull, que custa menos de 10.000 dólares na China.

A expansão internacional da BYD inclui novos mercados como México, Tailândia, Japão e Europa, onde suas vendas devem dobrar em 2025, segundo projeções da S&P Global Mobility. No Brasil, a empresa se beneficia da crescente demanda por veículos elétricos, que representaram 4% do mercado em março de 2025. A abertura de fábricas em países como Hungria, Turquia e México reforça a capacidade da montadora de atender à demanda global sem depender exclusivamente da produção chinesa.

No Brasil, a BYD também investe em infraestrutura. A empresa lançou o navio “Shenzhen”, capaz de transportar 9.200 veículos, que fez sua primeira viagem ao país em 2025. Essa logística aprimorada garante a entrega rápida de modelos importados, enquanto a fábrica de Camaçari não entra em operação. A combinação de produção local e importação estratégica posiciona a BYD como uma força ascendente no mercado sul-americano.

Foco em sustentabilidade

A liderança da BYD no segmento de veículos elétricos no Brasil está diretamente ligada à sua aposta em sustentabilidade. A montadora parou de produzir veículos movidos exclusivamente a combustão em 2022, focando em elétricos e híbridos plug-in. No Brasil, o Dolphin se tornou o carro elétrico mais vendido, com versões adaptadas ao mercado local, como a Latin America Special Edition, que combina preço competitivo com segurança comprovada.

A empresa também investe em tecnologias como a Blade Battery, que oferece maior eficiência e segurança, e o sistema DM-i Super Hybrid, que reduz o consumo de combustível em modelos híbridos. Esses avanços tecnológicos atraem consumidores preocupados com o meio ambiente, especialmente em um contexto de incentivos fiscais para veículos elétricos no Brasil. Em 2024, o país importou 149.923 veículos elétricos da China, dos quais a maioria pertencia à BYD.

A sustentabilidade também está presente na estratégia de produção. A fábrica de Camaçari será equipada com tecnologias de baixo impacto ambiental, alinhadas às metas globais da montadora de reduzir emissões. Esses esforços reforçam a imagem da BYD como uma marca inovadora, capaz de competir com gigantes tradicionais em um mercado em transformação.

Desafios no mercado brasileiro

Apesar do crescimento, a BYD enfrenta obstáculos no Brasil. A infraestrutura de recarga para veículos elétricos ainda é limitada, especialmente fora dos grandes centros urbanos. Em 2024, o país contava com cerca de 3.000 pontos de recarga, número insuficiente para suportar a expansão do mercado de elétricos. A montadora tem investido em parcerias para ampliar essa rede, mas o ritmo ainda é lento.

Outro desafio é a concorrência de marcas chinesas como Chery e Great Wall Motor, que também expandem sua presença no Brasil. A Chery, presente no país desde 2009, vende modelos como o Tiggo, enquanto a Great Wall aposta em SUVs e picapes. Embora a BYD lidere o segmento elétrico, a competição por consumidores de veículos híbridos e a combustão é acirrada.

A percepção de marca também é um fator. Apesar do crescimento, a BYD ainda enfrenta resistência de consumidores que preferem marcas tradicionais como Honda e Volkswagen, vistas como mais confiáveis. A montadora tem investido em campanhas de marketing e parcerias, como o acordo com taxistas para oferecer modelos elétricos a preços acessíveis, mas a consolidação de sua imagem no Brasil levará tempo.

Comparação com rivais

A disputa entre BYD, Honda e Renault em abril revela dinâmicas distintas no mercado. A Honda, com 8.298 emplacamentos, depende fortemente do HR-V, que se mantém entre os SUVs compactos mais vendidos. No entanto, modelos como o ZR-V, com preço de 214.500 reais, não figuram entre os 50 mais vendidos, indicando dificuldades em segmentos premium. A Renault, com 6.772 unidades, enfrenta desafios com o Kwid, que perdeu espaço para compactos como o Fiat Mobi.

A BYD, por outro lado, se beneficia de uma oferta diversificada e preços competitivos. O Dolphin, por exemplo, custa a partir de 149.800 reais, enquanto o HR-V parte de 156.100 reais. Essa diferença, aliada à tecnologia elétrica, atrai consumidores sensíveis a custos operacionais. A Renault tenta reagir com o Kardian, que teve aumento de preço em 2025, mas ainda não alcança o impacto dos modelos da BYD.

A comparação entre as três marcas mostra:

  • BYD: Liderança em elétricos, com 90% do segmento.
  • Honda: Forte em SUVs, mas com queda em outros segmentos.
  • Renault: Foco em compactos, mas com crescimento limitado.
  • Preços: BYD oferece opções mais acessíveis no segmento elétrico.

Essa dinâmica sugere que a BYD está bem posicionada para continuar subindo no ranking, especialmente com a produção local a partir de setembro.

Planos para o futuro

A BYD tem planos ambiciosos para o Brasil. A fábrica de Camaçari será o primeiro passo para a produção local, que deve incluir modelos como o Dolphin e o Song Plus. A montadora também planeja lançar um híbrido flex, capaz de rodar com etanol, gasolina e eletricidade, adaptado às preferências do consumidor brasileiro. Esse modelo, previsto para 2026, pode ampliar o alcance da marca em regiões onde o etanol é amplamente utilizado.

A empresa também investe em parcerias estratégicas. Em 2025, a BYD fechou acordos com frotistas e taxistas, oferecendo descontos em modelos elétricos para aumentar sua presença nas ruas. A iniciativa já rendeu frutos, com o Dolphin se tornando comum em serviços de transporte por aplicativo em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.

A expansão da rede de concessionárias continua, com meta de alcançar 300 lojas até 2026. Essa capilaridade permitirá à BYD competir de igual para igual com marcas como Volkswagen e Fiat, que possuem redes consolidadas. A montadora também planeja investir em centros de pesquisa no Brasil, focados em tecnologias híbridas e elétricas adaptadas ao mercado local.

Tendências do mercado automotivo

O crescimento da BYD reflete tendências mais amplas no mercado automotivo brasileiro. A participação de veículos elétricos e híbridos, embora ainda pequena, cresce rapidamente, impulsionada por incentivos fiscais e alta nos preços dos combustíveis. Em 2024, o Brasil produziu e vendeu mais de 2,3 milhões de veículos, consolidando-se como o maior mercado da América do Sul.

Marcas chinesas, lideradas pela BYD, estão transformando o setor. A Chery, por exemplo, investiu 400 milhões de dólares em fábricas no Brasil, enquanto a Great Wall Motor aposta em picapes como a Poer. Essas empresas se beneficiam de custos de produção mais baixos e tecnologias avançadas, desafiando o domínio de marcas ocidentais e japonesas.

A Volkswagen, líder em abril, mantém sua força com modelos como o Polo, que vendeu 8.120 unidades no mês. A Fiat, com a Strada, domina o segmento de comerciais leves. No entanto, a ascensão de marcas como a BYD indica que o mercado está mais fragmentado, com consumidores buscando inovação e sustentabilidade.

Cronograma de expansão

A trajetória da BYD no Brasil é marcada por marcos estratégicos:

  • 2023: Lançamento do Dolphin e início da expansão de concessionárias.
  • 2024: 76.713 emplacamentos, maior mercado internacional da BYD.
  • 2025: Abertura da fábrica de Camaçari e lançamento de novos modelos.
  • 2026: Introdução do híbrido flex e meta de 300 concessionárias.

Esses passos mostram um planejamento cuidadoso, que combina produção local, inovação e adaptação ao mercado. A BYD não apenas superou Honda e Renault em abril, mas também estabeleceu as bases para desafiar as líderes do mercado nos próximos anos. A fábrica de Camaçari, em especial, será crucial para reduzir preços e aumentar a competitividade.

Curiosidades sobre a BYD

A BYD é mais do que uma montadora de veículos. Sua história e estratégias revelam aspectos únicos:

  • Fundada em 1995 como fabricante de baterias, entrou no setor automotivo em 2003.
  • É a maior produtora de veículos elétricos do mundo, superando a Tesla em vendas globais em 2024.
  • Seu nome significa “Build Your Dreams” (Construa Seus Sonhos).
  • Possui mais de 110.000 funcionários em pesquisa e desenvolvimento, um dos maiores times do setor.
  • Exporta para 70 países, com o Brasil como principal mercado fora da China.

Esses elementos destacam a capacidade da BYD de inovar e se adaptar, características que explicam seu sucesso no Brasil e no mundo. A montadora continua a expandir sua influência, trazendo tecnologias que podem redefinir o futuro do transporte no país.



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