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8 May 2025, Thu

Conclave de 2025 segue sem papa após fumaça preta

Vaticano 2025


O sol desponta sobre a Praça de São Pedro, mas a chaminé da Capela Sistina permanece em silêncio após a fumaça preta da véspera. Em 8 de maio de 2025, o Vaticano amanhece envolto em expectativa, com os 133 cardeais eleitores reunidos no segundo dia do conclave para escolher o sucessor do papa Francisco, falecido em 21 de abril. A ausência de fumaça branca na primeira votação, realizada na tarde de 7 de maio, sinaliza que nenhum candidato alcançou os 89 votos necessários, equivalente a dois terços do colégio cardinalício. Milhares de fiéis e turistas se aglomeram na praça, atentos à chaminé, enquanto o mundo acompanha o processo que definirá o 267º pontífice da Igreja Católica.

O conclave, iniciado após a missa Pro Eligendo Pontifice, celebração solene na Basílica de São Pedro, segue rígidas tradições. A fumaça preta, vista por volta das 16h (horário de Brasília) de quarta-feira, indica que a votação inicial foi inconclusiva, um resultado esperado, já que nenhum conclave moderno elegeu um papa no primeiro dia. Nesta quinta-feira, até quatro votações estão previstas, com fumaças esperadas por volta das 7h e 14h (horário de Brasília), caso não haja eleição antecipada. A diversidade do colégio, com representantes de 71 países, reflete a globalização da Igreja, mas também aponta para possíveis divisões.

A espera pelo novo papa mobiliza não apenas os fiéis, mas também a mídia global, com transmissões ao vivo em dezenas de idiomas. A Capela Sistina, isolada e protegida contra interferências externas, é o epicentro de um ritual que combina espiritualidade e sigilo. O processo, regido pela constituição apostólica Universi Dominici Gregis, exige que os cardeais mantenham segredo absoluto sobre as discussões, sob pena de excomunhão.

Alguns aspectos definem o atual momento do conclave:

  • Sigilo absoluto: Os cardeais estão isolados, sem acesso a celulares ou comunicação externa.
  • Votações intensas: Até quatro rodadas diárias a partir do segundo dia aumentam a pressão por consenso.
  • Fumaça como sinal: A queima das cédulas, misturada a produtos químicos, gera fumaça preta ou branca, visível a todos na Praça de São Pedro.

Expectativa na Praça de São Pedro

A manhã de 8 de maio começou com a celebração da missa e laudes na Capela Paulina, seguida pela entrada dos cardeais na Capela Sistina às 9h15 (horário local). A multidão na Praça de São Pedro, composta por fiéis, turistas e jornalistas, mantém os olhos fixos na chaminé, aguardando o sinal que pode surgir a qualquer momento. Na quarta-feira, cerca de 45 mil pessoas acompanharam o primeiro resultado, e a movimentação hoje é ainda maior, com vendedores de souvenirs papais e grupos de oração marcando presença.

A fumaça preta de ontem, que demorou mais que o previsto para aparecer, gerou especulações. Enquanto o Vaticano estimava sua saída às 14h10, ela só foi vista às 16h, possivelmente devido a uma pregação prolongada do cardeal Raniero Cantalamessa ou à inexperiência de muitos cardeais, que participam de seu primeiro conclave. A demora alimentou debates entre os fiéis, mas não alterou a serenidade do ambiente, permeado por cânticos e rosários.

Tradições e rituais do conclave

O conclave é um dos processos eleitorais mais antigos do mundo, com raízes que remontam ao século XIII. Na Capela Sistina, sob os afrescos de Michelangelo, os cardeais escrevem seus votos em cédulas com a inscrição “Eligio in Summum Pontificem” (Eu elejo como Sumo Pontífice). Para garantir o sigilo, eles são orientados a disfarçar a caligrafia, e as cédulas são queimadas após cada contagem, produzindo a fumaça que comunica o resultado ao mundo.

Cada sessão de votação começa com orações e juramentos. Na quarta-feira, após o “Extra Omnes” (Todos fora), pronunciado pelo mestre de cerimônias, as portas da capela foram fechadas, isolando os cardeais. O juramento de sigilo, prestado individualmente, reforça a gravidade do momento. A votação inicial, considerada simbólica por muitos, serve para mapear preferências, mas raramente define o eleito.

O processo pode se estender por dias, embora os últimos conclaves, em 2005 e 2013, tenham durado apenas dois dias. Caso não haja consenso até o terceiro dia, uma pausa de 24 horas é feita para orações e reflexões. Após 34 votações sem resultado, o sistema muda, restringindo a escolha aos dois candidatos mais votados, mas mantendo a exigência de dois terços dos votos.

Perfil do colégio cardinalício

Com 133 eleitores, o conclave de 2025 é o mais global da história, com representantes de mais de 70 países. A Europa, que historicamente dominava o colégio, agora representa menos da metade dos votantes, reflexo das nomeações do papa Francisco, que buscou diversificar a Igreja. O Brasil conta com sete cardeais eleitores, incluindo Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, e Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília.

Entre os cardeais, alguns nomes são considerados “papáveis”, como o italiano Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, e o filipino Luis Antonio Tagle, conhecido por sua proximidade com as bases. No entanto, especialistas apontam que a eleição é imprevisível, e candidatos menos cotados frequentemente surpreendem. A influência de Francisco, que nomeou 80% dos eleitores, é um fator, mas não garante a escolha de um perfil progressista.

Logística e segurança no Vaticano

A organização do conclave envolve uma logística complexa. A Capela Sistina foi inspecionada para evitar câmeras ou microfones, e bloqueadores de sinal foram instalados para impedir comunicações externas. Os cardeais estão alojados na Casa Santa Marta, onde fazem refeições e descansam, mas permanecem isolados do mundo exterior. A Guarda Suíça e equipes do Vaticano garantem a segurança, enquanto a mídia global acompanha cada movimento.

A preparação incluiu a instalação da chaminé na Capela Sistina, feita dias antes do conclave. Os produtos químicos usados para produzir a fumaça – perclorato de potássio, antraceno e enxofre para a preta; perclorato de potássio, lactose e resina de clorofórmio para a branca – são cuidadosamente manejados. Quando a fumaça branca surgir, sinos da Basílica de São Pedro soarão, confirmando a eleição.

Alguns detalhes da logística destacam-se:

  • Isolamento total: Sinais de celular são bloqueados, e os cardeais não têm acesso a jornais ou TVs.
  • Capela Sistina: O local é varrido contra dispositivos eletrônicos antes de cada votação.
  • Casa Santa Marta: A residência oferece 130 quartos, garantindo conforto aos eleitores.
  • Transmissões ao vivo: Vatican News cobre os eventos em 11 idiomas, incluindo português.

Nomes cotados e especulações

Embora o sigilo do conclave impeça confirmações, especulações sobre os candidatos dominam as conversas fora da Capela Sistina. Pietro Parolin, de 70 anos, é visto como um diplomata habilidoso, com experiência em negociações internacionais. Luis Antonio Tagle, de 67 anos, destaca-se por seu carisma e defesa dos pobres, alinhado ao legado de Francisco. Outros nomes, como o húngaro Peter Erdo e o português José Tolentino de Mendonça, também aparecem em listas de apostas.

A diversidade do colégio cardinalício alimenta debates sobre a possibilidade de um papa não europeu. Pela primeira vez, a Ásia e a África têm representação significativa, com cardeais como o indiano Oswald Gracias e o sul-africano Wilfrid Napier. No entanto, a necessidade de consenso torna a escolha complexa, e alianças entre grupos podem definir o resultado.

Reações dos fiéis e da mídia

Na Praça de São Pedro, a atmosfera é de expectativa e espiritualidade. Freiras, famílias e peregrinos de diversas partes do mundo rezam o terço e acompanham as notícias por telões. A fumaça preta de ontem não desanimou os presentes, que veem o processo como um momento de renovação para a Igreja. Muitos trazem bandeiras de seus países, simbolizando a universalidade do catolicismo.

A mídia internacional mantém equipes no Vaticano, com repórteres posicionados na Praça de São Pedro e no Braccio Carlo Magno, ponto estratégico para transmissões. Canais como CNN, BBC e Al Jazeera oferecem cobertura contínua, enquanto Vatican News transmite em 56 idiomas, incluindo linguagem de sinais. A mobilização reflete o interesse global pelo conclave, que atrai atenção não apenas de católicos, mas de observadores políticos e culturais.

Momentos históricos do conclave

O conclave de 2025 insere-se em uma tradição que já produziu episódios marcantes. Em 1271, a eleição de Gregório X durou mais de dois anos, levando à criação de regras mais rígidas. Em contrapartida, os conclaves modernos são rápidos, com média de 3,2 dias nos últimos dez processos. A eleição de João Paulo II, em 1978, marcou a escolha do primeiro papa não italiano em séculos, enquanto a de Francisco, em 2013, trouxe o primeiro pontífice latino-americano.

Cada conclave reflete o contexto da Igreja em sua época. Em 2025, temas como sinodalidade, mudanças climáticas e combate aos abusos, promovidos por Francisco, estão nas discussões prévias dos cardeais. A escolha do novo papa será influenciada por essas prioridades, mas também por questões internas, como a descentralização da Cúria Romana.

Alguns marcos históricos incluem:

  • 1271: Conclave mais longo, com quase três anos de duração.
  • 1978: Eleição de João Paulo II, primeiro papa polonês.
  • 2013: Escolha de Francisco, primeiro jesuíta e latino-americano.
  • 2025: Maior diversidade, com 71 países representados.

Papel da fumaça no ritual

A fumaça é o elemento mais visível do conclave, conectando os cardeais isolados ao mundo exterior. Produzida pela queima das cédulas em um forno especial, ela é o único sinal público do progresso das votações. A fumaça preta, resultado de uma votação inconclusiva, é aguardada com ansiedade, mas a branca, acompanhada pelos sinos, desencadeia celebrações. Em 2013, a fumaça branca que anunciou Francisco foi vista por milhões em todo o mundo.

Os horários das fumaças são cuidadosamente planejados. Na quinta-feira, elas podem aparecer às 5h30, 7h, 12h30 ou 14h (horário de Brasília), dependendo do ritmo das votações. Caso a eleição ocorra, a fumaça branca surge antes dos horários regulares, surpreendendo os fiéis. A precisão do processo reflete a organização do Vaticano, que busca manter a tradição viva em um mundo digital.

Preparativos para o anúncio

Quando o novo papa for eleito, o cardeal protodiácono Dominique Mamberti aparecerá na varanda da Basílica de São Pedro para proclamar “Habemus Papam”. O eleito, após aceitar a eleição na Sala das Lágrimas, escolherá seu nome papal e vestirá as vestes brancas. Cerca de 30 a 60 minutos após a fumaça branca, ele concederá a bênção Urbi et Orbi, marcando o início de seu pontificado.

A Sala das Lágrimas, localizada sob o “Juízo Final” de Michelangelo, é um espaço de reflexão para o novo papa. Ali, ele responde às perguntas “Aceita tua eleição canônica para Sumo Pontífice?” e “Como quer ser chamado?”. O momento, carregado de simbolismo, precede a apresentação do pontífice à multidão, que costuma lotar a Praça de São Pedro.

Influência do legado de Francisco

O papa Francisco, primeiro jesuíta e latino-americano, deixou um legado de reformas e abertura. Sua ênfase na sinodalidade, na proteção ambiental e no combate aos abusos moldou o perfil do colégio cardinalício. Os cardeais, muitos nomeados por ele, enfrentam o desafio de equilibrar continuidade e renovação. Temas como a paz global e a justiça social, defendidos por Francisco, ecoam nas discussões prévias ao conclave.

A diversidade do colégio reflete a visão de Francisco de uma Igreja mais inclusiva. A presença de cardeais de países como Mongólia, Haiti e Sudão do Sul sinaliza a expansão do catolicismo para novas regiões. No entanto, divisões entre progressistas e tradicionalistas podem influenciar as votações, tornando o processo mais longo que o esperado.

Alguns legados de Francisco em destaque:

  • Sinodalidade: Promoção de uma Igreja participativa, com maior envolvimento dos leigos.
  • Meio ambiente: Encíclica Laudato Si’ colocou a ecologia no centro do discurso católico.
  • Combate aos abusos: Reformas para aumentar a transparência na Igreja.
  • Diplomacia: Mediação em conflitos globais, como entre Cuba e EUA.

Movimentação global pelo conclave

O conclave de 2025 atrai atenção muito além do Vaticano. Líderes mundiais, de presidentes a monarcas, acompanham o processo, cientes do peso do papa na geopolítica. A eleição de Francisco, em 2013, foi vista como um marco para a América Latina, e agora especula-se sobre a possibilidade de um papa asiático ou africano. A escolha influenciará o posicionamento da Igreja em temas como migração, desigualdade e mudanças climáticas.

Na internet, o evento domina as redes sociais, com hashtags como #Conclave2025 e #HabemusPapam ganhando tração. Posts no X refletem a ansiedade global, com usuários compartilhando fotos da Praça de São Pedro e especulando sobre os candidatos. A cobertura da mídia, amplificada por transmissões em tempo real, mantém o mundo conectado ao Vaticano.



O sol desponta sobre a Praça de São Pedro, mas a chaminé da Capela Sistina permanece em silêncio após a fumaça preta da véspera. Em 8 de maio de 2025, o Vaticano amanhece envolto em expectativa, com os 133 cardeais eleitores reunidos no segundo dia do conclave para escolher o sucessor do papa Francisco, falecido em 21 de abril. A ausência de fumaça branca na primeira votação, realizada na tarde de 7 de maio, sinaliza que nenhum candidato alcançou os 89 votos necessários, equivalente a dois terços do colégio cardinalício. Milhares de fiéis e turistas se aglomeram na praça, atentos à chaminé, enquanto o mundo acompanha o processo que definirá o 267º pontífice da Igreja Católica.

O conclave, iniciado após a missa Pro Eligendo Pontifice, celebração solene na Basílica de São Pedro, segue rígidas tradições. A fumaça preta, vista por volta das 16h (horário de Brasília) de quarta-feira, indica que a votação inicial foi inconclusiva, um resultado esperado, já que nenhum conclave moderno elegeu um papa no primeiro dia. Nesta quinta-feira, até quatro votações estão previstas, com fumaças esperadas por volta das 7h e 14h (horário de Brasília), caso não haja eleição antecipada. A diversidade do colégio, com representantes de 71 países, reflete a globalização da Igreja, mas também aponta para possíveis divisões.

A espera pelo novo papa mobiliza não apenas os fiéis, mas também a mídia global, com transmissões ao vivo em dezenas de idiomas. A Capela Sistina, isolada e protegida contra interferências externas, é o epicentro de um ritual que combina espiritualidade e sigilo. O processo, regido pela constituição apostólica Universi Dominici Gregis, exige que os cardeais mantenham segredo absoluto sobre as discussões, sob pena de excomunhão.

Alguns aspectos definem o atual momento do conclave:

  • Sigilo absoluto: Os cardeais estão isolados, sem acesso a celulares ou comunicação externa.
  • Votações intensas: Até quatro rodadas diárias a partir do segundo dia aumentam a pressão por consenso.
  • Fumaça como sinal: A queima das cédulas, misturada a produtos químicos, gera fumaça preta ou branca, visível a todos na Praça de São Pedro.

Expectativa na Praça de São Pedro

A manhã de 8 de maio começou com a celebração da missa e laudes na Capela Paulina, seguida pela entrada dos cardeais na Capela Sistina às 9h15 (horário local). A multidão na Praça de São Pedro, composta por fiéis, turistas e jornalistas, mantém os olhos fixos na chaminé, aguardando o sinal que pode surgir a qualquer momento. Na quarta-feira, cerca de 45 mil pessoas acompanharam o primeiro resultado, e a movimentação hoje é ainda maior, com vendedores de souvenirs papais e grupos de oração marcando presença.

A fumaça preta de ontem, que demorou mais que o previsto para aparecer, gerou especulações. Enquanto o Vaticano estimava sua saída às 14h10, ela só foi vista às 16h, possivelmente devido a uma pregação prolongada do cardeal Raniero Cantalamessa ou à inexperiência de muitos cardeais, que participam de seu primeiro conclave. A demora alimentou debates entre os fiéis, mas não alterou a serenidade do ambiente, permeado por cânticos e rosários.

Tradições e rituais do conclave

O conclave é um dos processos eleitorais mais antigos do mundo, com raízes que remontam ao século XIII. Na Capela Sistina, sob os afrescos de Michelangelo, os cardeais escrevem seus votos em cédulas com a inscrição “Eligio in Summum Pontificem” (Eu elejo como Sumo Pontífice). Para garantir o sigilo, eles são orientados a disfarçar a caligrafia, e as cédulas são queimadas após cada contagem, produzindo a fumaça que comunica o resultado ao mundo.

Cada sessão de votação começa com orações e juramentos. Na quarta-feira, após o “Extra Omnes” (Todos fora), pronunciado pelo mestre de cerimônias, as portas da capela foram fechadas, isolando os cardeais. O juramento de sigilo, prestado individualmente, reforça a gravidade do momento. A votação inicial, considerada simbólica por muitos, serve para mapear preferências, mas raramente define o eleito.

O processo pode se estender por dias, embora os últimos conclaves, em 2005 e 2013, tenham durado apenas dois dias. Caso não haja consenso até o terceiro dia, uma pausa de 24 horas é feita para orações e reflexões. Após 34 votações sem resultado, o sistema muda, restringindo a escolha aos dois candidatos mais votados, mas mantendo a exigência de dois terços dos votos.

Perfil do colégio cardinalício

Com 133 eleitores, o conclave de 2025 é o mais global da história, com representantes de mais de 70 países. A Europa, que historicamente dominava o colégio, agora representa menos da metade dos votantes, reflexo das nomeações do papa Francisco, que buscou diversificar a Igreja. O Brasil conta com sete cardeais eleitores, incluindo Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, e Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília.

Entre os cardeais, alguns nomes são considerados “papáveis”, como o italiano Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, e o filipino Luis Antonio Tagle, conhecido por sua proximidade com as bases. No entanto, especialistas apontam que a eleição é imprevisível, e candidatos menos cotados frequentemente surpreendem. A influência de Francisco, que nomeou 80% dos eleitores, é um fator, mas não garante a escolha de um perfil progressista.

Logística e segurança no Vaticano

A organização do conclave envolve uma logística complexa. A Capela Sistina foi inspecionada para evitar câmeras ou microfones, e bloqueadores de sinal foram instalados para impedir comunicações externas. Os cardeais estão alojados na Casa Santa Marta, onde fazem refeições e descansam, mas permanecem isolados do mundo exterior. A Guarda Suíça e equipes do Vaticano garantem a segurança, enquanto a mídia global acompanha cada movimento.

A preparação incluiu a instalação da chaminé na Capela Sistina, feita dias antes do conclave. Os produtos químicos usados para produzir a fumaça – perclorato de potássio, antraceno e enxofre para a preta; perclorato de potássio, lactose e resina de clorofórmio para a branca – são cuidadosamente manejados. Quando a fumaça branca surgir, sinos da Basílica de São Pedro soarão, confirmando a eleição.

Alguns detalhes da logística destacam-se:

  • Isolamento total: Sinais de celular são bloqueados, e os cardeais não têm acesso a jornais ou TVs.
  • Capela Sistina: O local é varrido contra dispositivos eletrônicos antes de cada votação.
  • Casa Santa Marta: A residência oferece 130 quartos, garantindo conforto aos eleitores.
  • Transmissões ao vivo: Vatican News cobre os eventos em 11 idiomas, incluindo português.

Nomes cotados e especulações

Embora o sigilo do conclave impeça confirmações, especulações sobre os candidatos dominam as conversas fora da Capela Sistina. Pietro Parolin, de 70 anos, é visto como um diplomata habilidoso, com experiência em negociações internacionais. Luis Antonio Tagle, de 67 anos, destaca-se por seu carisma e defesa dos pobres, alinhado ao legado de Francisco. Outros nomes, como o húngaro Peter Erdo e o português José Tolentino de Mendonça, também aparecem em listas de apostas.

A diversidade do colégio cardinalício alimenta debates sobre a possibilidade de um papa não europeu. Pela primeira vez, a Ásia e a África têm representação significativa, com cardeais como o indiano Oswald Gracias e o sul-africano Wilfrid Napier. No entanto, a necessidade de consenso torna a escolha complexa, e alianças entre grupos podem definir o resultado.

Reações dos fiéis e da mídia

Na Praça de São Pedro, a atmosfera é de expectativa e espiritualidade. Freiras, famílias e peregrinos de diversas partes do mundo rezam o terço e acompanham as notícias por telões. A fumaça preta de ontem não desanimou os presentes, que veem o processo como um momento de renovação para a Igreja. Muitos trazem bandeiras de seus países, simbolizando a universalidade do catolicismo.

A mídia internacional mantém equipes no Vaticano, com repórteres posicionados na Praça de São Pedro e no Braccio Carlo Magno, ponto estratégico para transmissões. Canais como CNN, BBC e Al Jazeera oferecem cobertura contínua, enquanto Vatican News transmite em 56 idiomas, incluindo linguagem de sinais. A mobilização reflete o interesse global pelo conclave, que atrai atenção não apenas de católicos, mas de observadores políticos e culturais.

Momentos históricos do conclave

O conclave de 2025 insere-se em uma tradição que já produziu episódios marcantes. Em 1271, a eleição de Gregório X durou mais de dois anos, levando à criação de regras mais rígidas. Em contrapartida, os conclaves modernos são rápidos, com média de 3,2 dias nos últimos dez processos. A eleição de João Paulo II, em 1978, marcou a escolha do primeiro papa não italiano em séculos, enquanto a de Francisco, em 2013, trouxe o primeiro pontífice latino-americano.

Cada conclave reflete o contexto da Igreja em sua época. Em 2025, temas como sinodalidade, mudanças climáticas e combate aos abusos, promovidos por Francisco, estão nas discussões prévias dos cardeais. A escolha do novo papa será influenciada por essas prioridades, mas também por questões internas, como a descentralização da Cúria Romana.

Alguns marcos históricos incluem:

  • 1271: Conclave mais longo, com quase três anos de duração.
  • 1978: Eleição de João Paulo II, primeiro papa polonês.
  • 2013: Escolha de Francisco, primeiro jesuíta e latino-americano.
  • 2025: Maior diversidade, com 71 países representados.

Papel da fumaça no ritual

A fumaça é o elemento mais visível do conclave, conectando os cardeais isolados ao mundo exterior. Produzida pela queima das cédulas em um forno especial, ela é o único sinal público do progresso das votações. A fumaça preta, resultado de uma votação inconclusiva, é aguardada com ansiedade, mas a branca, acompanhada pelos sinos, desencadeia celebrações. Em 2013, a fumaça branca que anunciou Francisco foi vista por milhões em todo o mundo.

Os horários das fumaças são cuidadosamente planejados. Na quinta-feira, elas podem aparecer às 5h30, 7h, 12h30 ou 14h (horário de Brasília), dependendo do ritmo das votações. Caso a eleição ocorra, a fumaça branca surge antes dos horários regulares, surpreendendo os fiéis. A precisão do processo reflete a organização do Vaticano, que busca manter a tradição viva em um mundo digital.

Preparativos para o anúncio

Quando o novo papa for eleito, o cardeal protodiácono Dominique Mamberti aparecerá na varanda da Basílica de São Pedro para proclamar “Habemus Papam”. O eleito, após aceitar a eleição na Sala das Lágrimas, escolherá seu nome papal e vestirá as vestes brancas. Cerca de 30 a 60 minutos após a fumaça branca, ele concederá a bênção Urbi et Orbi, marcando o início de seu pontificado.

A Sala das Lágrimas, localizada sob o “Juízo Final” de Michelangelo, é um espaço de reflexão para o novo papa. Ali, ele responde às perguntas “Aceita tua eleição canônica para Sumo Pontífice?” e “Como quer ser chamado?”. O momento, carregado de simbolismo, precede a apresentação do pontífice à multidão, que costuma lotar a Praça de São Pedro.

Influência do legado de Francisco

O papa Francisco, primeiro jesuíta e latino-americano, deixou um legado de reformas e abertura. Sua ênfase na sinodalidade, na proteção ambiental e no combate aos abusos moldou o perfil do colégio cardinalício. Os cardeais, muitos nomeados por ele, enfrentam o desafio de equilibrar continuidade e renovação. Temas como a paz global e a justiça social, defendidos por Francisco, ecoam nas discussões prévias ao conclave.

A diversidade do colégio reflete a visão de Francisco de uma Igreja mais inclusiva. A presença de cardeais de países como Mongólia, Haiti e Sudão do Sul sinaliza a expansão do catolicismo para novas regiões. No entanto, divisões entre progressistas e tradicionalistas podem influenciar as votações, tornando o processo mais longo que o esperado.

Alguns legados de Francisco em destaque:

  • Sinodalidade: Promoção de uma Igreja participativa, com maior envolvimento dos leigos.
  • Meio ambiente: Encíclica Laudato Si’ colocou a ecologia no centro do discurso católico.
  • Combate aos abusos: Reformas para aumentar a transparência na Igreja.
  • Diplomacia: Mediação em conflitos globais, como entre Cuba e EUA.

Movimentação global pelo conclave

O conclave de 2025 atrai atenção muito além do Vaticano. Líderes mundiais, de presidentes a monarcas, acompanham o processo, cientes do peso do papa na geopolítica. A eleição de Francisco, em 2013, foi vista como um marco para a América Latina, e agora especula-se sobre a possibilidade de um papa asiático ou africano. A escolha influenciará o posicionamento da Igreja em temas como migração, desigualdade e mudanças climáticas.

Na internet, o evento domina as redes sociais, com hashtags como #Conclave2025 e #HabemusPapam ganhando tração. Posts no X refletem a ansiedade global, com usuários compartilhando fotos da Praça de São Pedro e especulando sobre os candidatos. A cobertura da mídia, amplificada por transmissões em tempo real, mantém o mundo conectado ao Vaticano.



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