Trump acusa Zelensky de se recusar a fechar acordo sobre guerra

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, acusou na quarta-feira o líder ucraniano Volodymyr Zelensky de se recusar a “fazer um acordo” para acabar com a guerra de seu país com a Rússia.

“Continuamos a dar bilhões de dólares a um homem que se recusa a fazer um acordo, Zelensky”, disse o candidato republicano à Casa Branca em comentários duramente críticos em um comício de campanha na Carolina do Norte.

“Toda vez que ele vinha ao nosso país, ele saía com US$ 60 bilhões”, disse Trump, descrevendo ironicamente o presidente ucraniano como “provavelmente o maior vendedor do mundo”.

“O que lhe resta agora?” Trump zombou. “O país está completamente destruído.”

Um encontro presencial entre Trump, que tem sido altamente crítico em relação à ajuda que Washington e o Pentágono têm desembolsado para Kiev, e Zelensky foi cogitado para acontecer à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.

Mas a reunião deve ser cancelada, de acordo com a mídia dos EUA, que relatou que Trump não gostou da entrevista que Zelensky deu à revista The New Yorker, na qual o presidente ucraniano disse acreditar que o republicano de 78 anos “não sabe realmente como parar a guerra”.

Os comentários de Trump foram feitos logo após Zelensky se dirigir às Nações Unidas e acusar a Rússia de planejar ataques potencialmente catastróficos às usinas nucleares ucranianas.

Trump afirmou no início de setembro que tinha um plano “garantido” para acabar com a guerra, mas não o revelaria a menos que vencesse a eleição presidencial dos EUA.

Ele também afirmou repetidamente que resolveria a guerra entre Moscou e Kiev em 24 horas — sem explicar como.

Nos últimos meses, ele tem criticado particularmente o financiamento dos EUA para a Ucrânia e pediu que a Europa aumente suas contribuições.

Quando contatada pela AFP, a equipe de Trump se recusou a confirmar se o encontro entre os dois homens havia sido cancelado.