Estudo amplo e profundo revela o impacto das mudanças climáticas na saúde das pessoas
Segundo a revista britânica ‘The Lancet’, com o aumento da temperatura do planeta, 10 dos 15 indicadores que medem as ameaças à saúde pioraram agora. Estudo da Lancet revela o impacto das mudanças climáticas na saúde das pessoas
A revista científica “The Lancet” publicou nesta terça-feira (29) um estudo amplo e profundo sobre o impacto das mudanças climáticas na saúde das pessoas.
A crise climática derrete geleiras, espalha fogo, gera temporais, destrói casas, vidas. No dia a dia, a gente sabe: um calor inacreditável, mal-estar, cansaço, enjoo. Menos para ele. Se tem alguém que gosta do que está acontecendo, é o mosquito.
Calor, chuva, umidade para ele, quanto mais, melhor. Com as mudanças do clima aceleradas pelo homem, a capacidade de reprodução do mosquito da dengue, por exemplo, aumentou.
Em 2023, foram 5 milhões de casos de dengue em mais de 80 países – um recorde histórico. A maioria dos casos ocorreu no Brasil, no Peru, no México e na Colômbia. Mas também houve em países que não costumam conviver com a doença registros de dengue não importada, ou seja, contraída na própria região – nos Estados Unidos, na Itália, na França e na Espanha.
Segundo a revista “The Lancet”, por causa da emergência climática, o risco de transmissão da dengue pelo mosquito aedes aegypti é hoje 11% maior que na última década.
Esse é só um dos muitos impactos da crise climática na nossa saúde. O estudo publicado nesta terça-feira (29) na revista britânica “The Lancet” alerta que pessoas de todos os países enfrentam ameaças recordes. Com o aumento da temperatura do planeta, dez dos 15 indicadores que medem as ameaças à saúde pioraram agora.
Estudo amplo e profundo revela o impacto das mudanças climáticas na saúde das pessoas
Jornal Nacional/ Reprodução
Em 2023, as pessoas foram expostas, em média, a 50 dias a mais de temperaturas perigosas para a saúde. O impacto nos idosos chama atenção. As mortes de pessoas acima dos 65 anos por causa do calor aumentaram, desde 1990, em 167% – muito acima do esperado.
A insegurança alimentar também cresceu com o aumento das secas prolongadas. Marina Romanello é a diretora executiva do programa da revista “The Lancet” que fez a pesquisa. Ela é da University College, de Londres.
Em entrevista ao Jornal Nacional, a pesquisadora disse que as conclusões do estudo são as mais preocupantes em oito anos de monitoramento. A cientista lamenta que, em geral, a opinião pública ainda não tenha entendido o tamanho do problema, o impacto que essa crise tem na nossa saúde. A pesquisadora disse que a Conferência do Clima no Azerbaijão, a COP 29, que começa no dia 11 de novembro, vai ser mais uma oportunidade para os países assumirem compromissos mais ambiciosos contra a crise climática.
Os autores do estudo pedem que os trilhões de dólares gastos em combustíveis fósseis – que agravam essa crise que a gente vive – seja redirecionado para proteger a minha, a sua, a nossa saúde.
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