deputada de SC acusa bancada de direita de ‘bundamolismo’ durante votação na CCJ

A votação do Projeto de Lei 104/15, que prevê a proibição do uso de celulares e aparelhos eletrônicos em salas de aula, provocou acaloradas discussões entre deputados da direita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (11).

Deputada Julia Zanatta durante discussão na CCJ – Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados/NDDeputada Julia Zanatta durante discussão na CCJ – Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados/ND

A deputada Julia Zanatta (PL-SC) criticou colegas que apoiaram a proposta, afirmando que eles estavam cedendo às pressões da esquerda. Citando o advogado conservador Plinio Corrêa de Oliveira, Zanatta classificou os parlamentares como “revolucionários de marcha lenta” e os acusou de “frouxidão” e “bundamolismo”.

“Nós só vemos ceder para o outro lado. O diálogo é sempre para o outro lado. Então está precisando de menos bundamolismo, de menos frouxidão para que a gente avance em pautas necessárias firmes e fortes em defesa das nossas liberdades”, disse a deputada Julia Zanatta.

Capitão Alberto Neto (PL-AM) rebateu as acusações, afirmando que o projeto foi ajustado com emendas para minimizar os danos que poderiam ser causados pela esquerda.

Deputada Julia Zanatta durante discussão com colegas na CCJ – Vídeo: Reprodução/TV Câmara/ND

Ofendido, ele respondeu: “A única coisa que eu não fui por toda minha vida foi bunda mole. Muitas vezes o projeto aprovado não está do jeito que sonhamos, mas precisamos evitar algo pior”. A deputada catarinense retrucou: “Não citei ninguém nominalmente, mas se o chapéu serviu, infelizmente”.

O deputado Diego Garcia (Republicanos-PR) também respondeu às críticas, ironizando que ele e outros parlamentares de direita agora precisariam pedir “licença para entrar no clubinho” dos conservadores. Garcia alertou sobre o risco de personalizar os debates e defendeu a necessidade de diálogo interno para evitar divisões prejudiciais à bancada.

Apesar das divergências, o PL 104/15 foi aprovado por 45 votos a 14 e seguirá para análise no Senado. O episódio evidenciou tensões entre setores mais pragmáticos e ideológicos da direita, marcando um debate interno sobre estratégias legislativas e fidelidade aos princípios conservadores.



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