Mudança climática será destaque em festival do Arquivo Nacional
Debates globais sobre mudanças climáticas estarão presentes na 10ª edição da Mostra Arquivo em Cartaz, organizado pelo Arquivo Nacional (AN), secretaria do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), que constatou a inserção dessa questão na agenda dos arquivos públicos, privados e comunitários.
O tema Memórias da Terra em Filmes de Arquivo surgiu para a mostra de 2025, a partir das realizações de encontros como a 16ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP16), entre 21 de outubro e 1º de novembro de 2024, em Cali, na Colômbia; e a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que vai ocorrer em novembro deste ano no Brasil, em Belém do Pará.
A diretora geral do Arquivo Nacional, Ana Flávia Magalhães Pinto, disse à Agência Brasil, que os arquivos estão diretamente conectados as agendas de meio ambiente, principalmente, nesse cenário atual de colapso climático. Ela lembrou da tragédia que ocorreu no ano passado no Rio Grande do Sul.
“Instituições da atualidade, além de vulneráveis às catástrofes, como aconteceu recentemente no Rio Grande do Sul, os arquivos e seus sujeitos são estratégicos para contribuir a construção de futuros sustentáveis para todas as formas de vida. Nesta edição, a escolha do tema “Memórias da Terra” busca superar a dicotomia entre seres humanos, natureza e mobilizou filmes de arquivos que explicitam essas conexões”, afirmou.
“Tem uma preocupação muito grande com as questões ambientais e com as mudanças climáticas, com povos originários, ribeirinhos e quilombolas, considerados protetores do meio ambiente”, completou a coordenadora-geral de Relações Institucionais do AN e coordenadora executiva do Festival, Franciele Oliveira, em entrevista à Agência Brasil.
A abertura do Festival será na sede do Arquivo Nacional, no centro do Rio de Janeiro, nos dias 29 e 30 de janeiro. Na sequência (31), a cerimônia será na sede do MGI, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Segundo Franciele Oliveira o início marcado para janeiro é também em alusão aos 187 anos do Arquivo Nacional. Ao todo serão 52 obras entre filmes de curta e longa metragem.
Programação
As transformações ambientais, os impactos delas e a forma de sobrevivência, tudo isso vai ser mostrado em dez eventos presenciais de exibição de filmes e debates em locais das cinco regiões do Brasil no período de fevereiro a junho. Os horários das exibições nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Natal (RN), São Cristóvão (SE), Porto Alegre e Santa Maria (RS), Manaus (AM), Salvador (BA), serão publicados nos canais digitais do AN.
A programação do Festival terá também a Mostra Acervos, que traz uma seleção de filmes de arquivos em plataforma streaming para apreciação de Júri Popular e, entre 3 de fevereiro e 30 de junho, a exibição de filmes em canais da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Franciele Oliveira contou ainda que as obras foram selecionadas por uma curadoria coletiva. Essa é uma novidade porque em edições anteriores era feita individualmente ou no máximo em dupla. “Esse ano a gente tem uma nova proposta de uma curadoria coletiva, composta por seis membros escolhidos pelo Arquivo Nacional com base na expertise do cinema e da produção cultural e artística, mas também de acordo com as nossas parcerias firmadas para a realização do festival este ano”, informou.
Para a diretora geral do Arquivo Nacional, o modelo do festival em 2025 é uma forma de popularizar e expandir o conhecimento sobre as obras de arquivos.
“Apostamos nesta inovação exatamente com esse propósito, popularizar e democratizar produções que têm valor incalculável para o povo brasileiro. As imagens dos arquivos como instituições estáticas é o oposto de seu potencial e até mesmo da sua missão. Mantivemos nesta décima edição atividades tradicionalmente realizadas na unidade do Arquivo Nacional no Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, mobilizamos uma rede de parceiros, a começar por uma curadoria coletiva, com os quais buscamos superar distâncias geográficas e institucionais. A oportunidade de exibir os filmes em vários canais de TV pública, por meio da articulação com a EBC, potencializa ainda mais essas conexões, cabe destacar. Isso é essencial para democratizar a compreensão sobre o papel dos arquivos, profissionais, usuários, acervos e produções decorrentes dessas múltiplas interações que acontecem graças justamente à existência dessa própria dinâmica”, relatou.
Temporada
O Festival seguirá por todo o primeiro semestre de 2025 e contará, ainda, com a realização da Oficina Lanterninha Mágica da oficina de conservação de filmes, do Arquivo Faz Escola e encerrará em junho de 2025 com a Premiação dos Filmes da Mostra Acervos e a Mostra Lanterninha Mágica.
“A oficina Lanterninha Mágica é uma produção de filmes de arquivo junto às escolas do Estado do Rio de Janeiro”, revelou a coordenadora animada com a divulgação para os alunos.
Público
A organização acredita que o festival atinja todos os interessados pelos temas, por cinema, arte e demais acervos audiovisuais e sonoros; produtores e produtoras culturais de conteúdo audiovisual; usuárias e usuários de arquivos; pesquisadores e pesquisadoras; profissionais de arquivos públicos, privados e comunitários; e cinema e filme de arquivos; além de órgãos do poder público; movimentos sociais; escolas públicas e privadas; e instituições públicas e privadas de ensino superior. Franciele Oliveira será assistida por cerca de 1 milhão de pessoas.
“A nossa expectativa parece megalomaníaca, mas tem fundamento com base na edição anterior, quando atingimos mais de 400 mil domicílios, no momento em que firmamos a parceria de exibir nos canais da EBC, enquanto rede pública. Se considerarmos que cada domicílio tem mais de um morador e às vezes famílias, que assistem a programação juntas, é possível estimar 1 milhão de participantes para a edição deste ano, porque além dos canais da EBC, a gente ampliou o número de canais do ano passado e a gente vai ter esse caráter itinerante”, comentou, apostando na renovação do público uma vez que o festival vai alcançar cidades fora de capitais.
“O streaming e os canais de TV são linguagens que atingem um público jovem, um público da tecnologia que nos outros anos não chegavam. Considerando essas características, a gente pode falar, sim, que há uma mudança de público, no sentido de abarcar mais territórios, mais públicos”, apontou.
A intenção de promover a Mostra Internacional passa pela valorização de filmes de arquivos; dos acervos audiovisuais e sonoros custodiados por instituições arquivísticas; promoção e organização de debates sobre as atuais políticas públicas de preservação desses acervos; troca de experiências e boas práticas sobre a produção de filmes de arquivo; além da difusão do acervo do Arquivo Nacional. Além disso, os agentes envolvidos no encontro vão incentivar a produção audiovisual de filmes de arquivos e a valorização de profissionais atuantes neste campo.
“A preocupação maior do Arquivo Nacional é justamente que a população brasileira tenha acesso aos acervos audiovisuais e sonoros que são patrimônios documentais, então, é difundir e promover a preservação desses acervos e fazer com que cheguem à população e também promover este estímulo dos filmes de arquivo, que são filmes, que tem na sua base, esses acervos para a linguagem da sétima arte, do cinema e do audiovisual”, acrescentou Franciele Oliveira.
Apoios
Para a realização do Festival, o Arquivo Nacional tem a parceria da Dataprev; da Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura; da EBC; das Assessorias de Participação Social e Diversidade do MGI e do MPO, com o projeto Cine Bloco K; o Instituto Rio Branco, do Ministério de Relações Exteriores (MRE); do Arquivo Público Municipal de São Cristóvão; da Universidade Federal do Amazonas; do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Porto Alegre; da Universidade Federal de Santa Maria, do Leão Etíope do Méier e do Zumvi Arquivo Afro Fotográfico.
Debates globais sobre mudanças climáticas estarão presentes na 10ª edição da Mostra Arquivo em Cartaz, organizado pelo Arquivo Nacional (AN), secretaria do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), que constatou a inserção dessa questão na agenda dos arquivos públicos, privados e comunitários.
O tema Memórias da Terra em Filmes de Arquivo surgiu para a mostra de 2025, a partir das realizações de encontros como a 16ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP16), entre 21 de outubro e 1º de novembro de 2024, em Cali, na Colômbia; e a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que vai ocorrer em novembro deste ano no Brasil, em Belém do Pará.
A diretora geral do Arquivo Nacional, Ana Flávia Magalhães Pinto, disse à Agência Brasil, que os arquivos estão diretamente conectados as agendas de meio ambiente, principalmente, nesse cenário atual de colapso climático. Ela lembrou da tragédia que ocorreu no ano passado no Rio Grande do Sul.
“Instituições da atualidade, além de vulneráveis às catástrofes, como aconteceu recentemente no Rio Grande do Sul, os arquivos e seus sujeitos são estratégicos para contribuir a construção de futuros sustentáveis para todas as formas de vida. Nesta edição, a escolha do tema “Memórias da Terra” busca superar a dicotomia entre seres humanos, natureza e mobilizou filmes de arquivos que explicitam essas conexões”, afirmou.
“Tem uma preocupação muito grande com as questões ambientais e com as mudanças climáticas, com povos originários, ribeirinhos e quilombolas, considerados protetores do meio ambiente”, completou a coordenadora-geral de Relações Institucionais do AN e coordenadora executiva do Festival, Franciele Oliveira, em entrevista à Agência Brasil.
A abertura do Festival será na sede do Arquivo Nacional, no centro do Rio de Janeiro, nos dias 29 e 30 de janeiro. Na sequência (31), a cerimônia será na sede do MGI, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Segundo Franciele Oliveira o início marcado para janeiro é também em alusão aos 187 anos do Arquivo Nacional. Ao todo serão 52 obras entre filmes de curta e longa metragem.
Programação
As transformações ambientais, os impactos delas e a forma de sobrevivência, tudo isso vai ser mostrado em dez eventos presenciais de exibição de filmes e debates em locais das cinco regiões do Brasil no período de fevereiro a junho. Os horários das exibições nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Natal (RN), São Cristóvão (SE), Porto Alegre e Santa Maria (RS), Manaus (AM), Salvador (BA), serão publicados nos canais digitais do AN.
A programação do Festival terá também a Mostra Acervos, que traz uma seleção de filmes de arquivos em plataforma streaming para apreciação de Júri Popular e, entre 3 de fevereiro e 30 de junho, a exibição de filmes em canais da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Franciele Oliveira contou ainda que as obras foram selecionadas por uma curadoria coletiva. Essa é uma novidade porque em edições anteriores era feita individualmente ou no máximo em dupla. “Esse ano a gente tem uma nova proposta de uma curadoria coletiva, composta por seis membros escolhidos pelo Arquivo Nacional com base na expertise do cinema e da produção cultural e artística, mas também de acordo com as nossas parcerias firmadas para a realização do festival este ano”, informou.
Para a diretora geral do Arquivo Nacional, o modelo do festival em 2025 é uma forma de popularizar e expandir o conhecimento sobre as obras de arquivos.
“Apostamos nesta inovação exatamente com esse propósito, popularizar e democratizar produções que têm valor incalculável para o povo brasileiro. As imagens dos arquivos como instituições estáticas é o oposto de seu potencial e até mesmo da sua missão. Mantivemos nesta décima edição atividades tradicionalmente realizadas na unidade do Arquivo Nacional no Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, mobilizamos uma rede de parceiros, a começar por uma curadoria coletiva, com os quais buscamos superar distâncias geográficas e institucionais. A oportunidade de exibir os filmes em vários canais de TV pública, por meio da articulação com a EBC, potencializa ainda mais essas conexões, cabe destacar. Isso é essencial para democratizar a compreensão sobre o papel dos arquivos, profissionais, usuários, acervos e produções decorrentes dessas múltiplas interações que acontecem graças justamente à existência dessa própria dinâmica”, relatou.
Temporada
O Festival seguirá por todo o primeiro semestre de 2025 e contará, ainda, com a realização da Oficina Lanterninha Mágica da oficina de conservação de filmes, do Arquivo Faz Escola e encerrará em junho de 2025 com a Premiação dos Filmes da Mostra Acervos e a Mostra Lanterninha Mágica.
“A oficina Lanterninha Mágica é uma produção de filmes de arquivo junto às escolas do Estado do Rio de Janeiro”, revelou a coordenadora animada com a divulgação para os alunos.
Público
A organização acredita que o festival atinja todos os interessados pelos temas, por cinema, arte e demais acervos audiovisuais e sonoros; produtores e produtoras culturais de conteúdo audiovisual; usuárias e usuários de arquivos; pesquisadores e pesquisadoras; profissionais de arquivos públicos, privados e comunitários; e cinema e filme de arquivos; além de órgãos do poder público; movimentos sociais; escolas públicas e privadas; e instituições públicas e privadas de ensino superior. Franciele Oliveira será assistida por cerca de 1 milhão de pessoas.
“A nossa expectativa parece megalomaníaca, mas tem fundamento com base na edição anterior, quando atingimos mais de 400 mil domicílios, no momento em que firmamos a parceria de exibir nos canais da EBC, enquanto rede pública. Se considerarmos que cada domicílio tem mais de um morador e às vezes famílias, que assistem a programação juntas, é possível estimar 1 milhão de participantes para a edição deste ano, porque além dos canais da EBC, a gente ampliou o número de canais do ano passado e a gente vai ter esse caráter itinerante”, comentou, apostando na renovação do público uma vez que o festival vai alcançar cidades fora de capitais.
“O streaming e os canais de TV são linguagens que atingem um público jovem, um público da tecnologia que nos outros anos não chegavam. Considerando essas características, a gente pode falar, sim, que há uma mudança de público, no sentido de abarcar mais territórios, mais públicos”, apontou.
A intenção de promover a Mostra Internacional passa pela valorização de filmes de arquivos; dos acervos audiovisuais e sonoros custodiados por instituições arquivísticas; promoção e organização de debates sobre as atuais políticas públicas de preservação desses acervos; troca de experiências e boas práticas sobre a produção de filmes de arquivo; além da difusão do acervo do Arquivo Nacional. Além disso, os agentes envolvidos no encontro vão incentivar a produção audiovisual de filmes de arquivos e a valorização de profissionais atuantes neste campo.
“A preocupação maior do Arquivo Nacional é justamente que a população brasileira tenha acesso aos acervos audiovisuais e sonoros que são patrimônios documentais, então, é difundir e promover a preservação desses acervos e fazer com que cheguem à população e também promover este estímulo dos filmes de arquivo, que são filmes, que tem na sua base, esses acervos para a linguagem da sétima arte, do cinema e do audiovisual”, acrescentou Franciele Oliveira.
Apoios
Para a realização do Festival, o Arquivo Nacional tem a parceria da Dataprev; da Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura; da EBC; das Assessorias de Participação Social e Diversidade do MGI e do MPO, com o projeto Cine Bloco K; o Instituto Rio Branco, do Ministério de Relações Exteriores (MRE); do Arquivo Público Municipal de São Cristóvão; da Universidade Federal do Amazonas; do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Porto Alegre; da Universidade Federal de Santa Maria, do Leão Etíope do Méier e do Zumvi Arquivo Afro Fotográfico.
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