FC Porto empata com o Rio Ave (2-2) e fica mais longe da aproximação ao Sporting na Liga Portuguesa • PortalR3


Jogadores vilacondenses deram muita luta aos portistas. (Foto: Rio Ave FC)

A equipa portista falhou redondamente a aproximação ao Sporting por culpa própria, deixando ainda fugir o Benfica. Não tirando mérito à forma como o Rio Ave encarou o seu mais cotado adversário, a grande verdade é que a formação de Vila do Conde teve a seu favor o completo desacerto dos centrais adversários. Os falhanços comprometedores do argentino Nehuén Pérez e do brasileiro Otávio Ataíde são inaceitáveis em alta competição, muito mais para uma equipa que ainda tem ambições de lutar pelo título. Ou tinha, porque mesmo ganhando ao Sporting na próxima sexta-feira no Estádio do Dragão, ficará com cinco pontos de desvantagem, o que nesta altura poderá ser irrecuperável.

Pela primeira vez sem Nico González, de abalada para o Manchester City, sem Galeno, agora na Arábia Saudita, e ainda sem Ivan Jaime, emprestado ao Valência, entre outros, o FC Porto até entrou bem no jogo. Valeu a excelente exibição do guardião polaco Cezarry Miszta a evitar que os dragões abrissem o marcador logo no primeiro minuto. O jovem Rodrigo Mora, de 17 anos, neste encontro o maior agitador do jogo dos dragões, rematou já dentro da área e Miszta defendeu superiormente. O guardião dos vilacondenses voltou a destacar-se aos 14 minutos, desta feita a evitar que um chapéu de Stephen Eustáquio fosse parar ao fundo da baliza. Uma entrada prometedora dos comandados de Anselmi, que fez atuar três centrais de raiz, em vez da chamada de um médio para ocupar uma dessas posições, como aconteceu na partida com o Maccabi Tel Aviv para a Liga Europa.

Falta alguém de peso na defesa dos dragões

Não é de agora, mas o FC Porto está a pagar bem caro não ter alguém que comande a sua defesa, como noutro tempos acontecia com o enormíssimo Pepe. O central luso-brasileiro era um jogador diferenciado e abandonou a carreira aos 41 anos, deixando um vazio tremendo no conjunto azul e branco. Nestas recentes idas ao mercado os portistas terão pecado ao não se protegerem nesse capítulo, pois os erros defensivos têm sido mais do que muitos ao longo das várias competições. O prematuro afastamento da Taça de Portugal e da Taça da Liga, a sucessão de prestações insuficientes na Liga Europa e a irregularidade na Liga Portuguesa têm muito a ver com a deficiente construção da equipa, já de si inferior aos plantéis dos seus adversários mais diretos. O segundo lugar no campeonato poderá ser, a partir de agora, o grande objetivo dos dragões, mas têm à sua frente o Benfica e o Braga logo atrás, em ambos os casos separados por dois pontos.

O primeiro golo do Rio Ave surgiu aos 37 minutos, depois de um roubo de bola do possante atacante brasileiro Clayton, emprestado pelo Vasco da Gama, ao central Nehuém Peréz em zona proibida, para depois contornar o guardião Diogo Costa e inaugurar o marcador. E Peréz haveria de se redimir do erro, logo no início da segunda parte, ao aproveitar uma bola perdida na sequência de um canto. Aos 76 minutos, o central brasileiro Otávio Ataíde, natural de São Paulo, ofereceu autenticamente a bola ao alemão Olinho, que não se fez rogado para colocar o Rio Ave de novo em vantagem. E Otávio também se viria a redimir do falhanço, apontando o tento do empate com que se concluiu a partida, ao surgir nas imediações da área e rematar com êxito, ainda que contando com o desvio da bola num adversário.

Petit, treinador dos vilacondenses, considerou o resultado justo. (Foto: Rio Ave FC)

Se num simples parágrafo se conta quase tudo em termos de resultado, numa análise mais contextualizada fica para a história uma partida em que o FC Porto até foi superior e até já deu uma imagem do que Martín Anselmi pretende para a equipa. A defesa a três é já uma imagem de marca, para lá da intensidade de jogo, da posse de bola e da circulação, numa clara tentativa de não deixar respirar os opositores. As ideias estão lá, mas os erros pagam-se caro. E aí não há treinador que resista. Como também não pode controlar os erros da arbitragem, que existiram, ainda que, só por si, não justifiquem o resultado. Com efeito, as decisões de ordem disciplinar não obedeceram a critérios iguais, deixando alguns lances mais duros dos vilacondenses sem a devida punição, para lá de um empurrão com as duas mãos de Olinho a Rodrigo Mora, passível da marcação de uma grande penalidade e que passou em claro aos olhos do VAR, o que suscitou fortes críticas dos portistas nas redes sociais.

Petit (treinador do Rio Ave): “O resultado ajusta-se ao que foi o jogo. O FC Porto teve uma entrada mais forte, com algumas mudanças do último jogo para este e tivemos de ajustar alguns pormenores. Foi difícil nos primeiros minutos, tiveram mais caudal ofensivo, criaram-nos muitas dificuldades.O empate acaba por ser justo para as duas partes.”

Martín Anselmi (treinador do FC Porto) “Hoje o FC Porto competiu, pensou na baliza adversária. É verdade que pagámos caro por certos erros, mas quero que fique a vontade e a coragem da equipa porque pensou sempre mais à frente. Tivemos muitas situações de golo e acho que a jogar assim teremos muitas possibilidades de ganhar. As partidas do Nico González e do Galeno são muito importantes, mas eu confio nos jogadores que temos e acho que com eles vamos melhorar muito.”

Vaz Mendes é jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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Jogadores vilacondenses deram muita luta aos portistas. (Foto: Rio Ave FC)

A equipa portista falhou redondamente a aproximação ao Sporting por culpa própria, deixando ainda fugir o Benfica. Não tirando mérito à forma como o Rio Ave encarou o seu mais cotado adversário, a grande verdade é que a formação de Vila do Conde teve a seu favor o completo desacerto dos centrais adversários. Os falhanços comprometedores do argentino Nehuén Pérez e do brasileiro Otávio Ataíde são inaceitáveis em alta competição, muito mais para uma equipa que ainda tem ambições de lutar pelo título. Ou tinha, porque mesmo ganhando ao Sporting na próxima sexta-feira no Estádio do Dragão, ficará com cinco pontos de desvantagem, o que nesta altura poderá ser irrecuperável.

Pela primeira vez sem Nico González, de abalada para o Manchester City, sem Galeno, agora na Arábia Saudita, e ainda sem Ivan Jaime, emprestado ao Valência, entre outros, o FC Porto até entrou bem no jogo. Valeu a excelente exibição do guardião polaco Cezarry Miszta a evitar que os dragões abrissem o marcador logo no primeiro minuto. O jovem Rodrigo Mora, de 17 anos, neste encontro o maior agitador do jogo dos dragões, rematou já dentro da área e Miszta defendeu superiormente. O guardião dos vilacondenses voltou a destacar-se aos 14 minutos, desta feita a evitar que um chapéu de Stephen Eustáquio fosse parar ao fundo da baliza. Uma entrada prometedora dos comandados de Anselmi, que fez atuar três centrais de raiz, em vez da chamada de um médio para ocupar uma dessas posições, como aconteceu na partida com o Maccabi Tel Aviv para a Liga Europa.

Falta alguém de peso na defesa dos dragões

Não é de agora, mas o FC Porto está a pagar bem caro não ter alguém que comande a sua defesa, como noutro tempos acontecia com o enormíssimo Pepe. O central luso-brasileiro era um jogador diferenciado e abandonou a carreira aos 41 anos, deixando um vazio tremendo no conjunto azul e branco. Nestas recentes idas ao mercado os portistas terão pecado ao não se protegerem nesse capítulo, pois os erros defensivos têm sido mais do que muitos ao longo das várias competições. O prematuro afastamento da Taça de Portugal e da Taça da Liga, a sucessão de prestações insuficientes na Liga Europa e a irregularidade na Liga Portuguesa têm muito a ver com a deficiente construção da equipa, já de si inferior aos plantéis dos seus adversários mais diretos. O segundo lugar no campeonato poderá ser, a partir de agora, o grande objetivo dos dragões, mas têm à sua frente o Benfica e o Braga logo atrás, em ambos os casos separados por dois pontos.

O primeiro golo do Rio Ave surgiu aos 37 minutos, depois de um roubo de bola do possante atacante brasileiro Clayton, emprestado pelo Vasco da Gama, ao central Nehuém Peréz em zona proibida, para depois contornar o guardião Diogo Costa e inaugurar o marcador. E Peréz haveria de se redimir do erro, logo no início da segunda parte, ao aproveitar uma bola perdida na sequência de um canto. Aos 76 minutos, o central brasileiro Otávio Ataíde, natural de São Paulo, ofereceu autenticamente a bola ao alemão Olinho, que não se fez rogado para colocar o Rio Ave de novo em vantagem. E Otávio também se viria a redimir do falhanço, apontando o tento do empate com que se concluiu a partida, ao surgir nas imediações da área e rematar com êxito, ainda que contando com o desvio da bola num adversário.

Petit, treinador dos vilacondenses, considerou o resultado justo. (Foto: Rio Ave FC)

Se num simples parágrafo se conta quase tudo em termos de resultado, numa análise mais contextualizada fica para a história uma partida em que o FC Porto até foi superior e até já deu uma imagem do que Martín Anselmi pretende para a equipa. A defesa a três é já uma imagem de marca, para lá da intensidade de jogo, da posse de bola e da circulação, numa clara tentativa de não deixar respirar os opositores. As ideias estão lá, mas os erros pagam-se caro. E aí não há treinador que resista. Como também não pode controlar os erros da arbitragem, que existiram, ainda que, só por si, não justifiquem o resultado. Com efeito, as decisões de ordem disciplinar não obedeceram a critérios iguais, deixando alguns lances mais duros dos vilacondenses sem a devida punição, para lá de um empurrão com as duas mãos de Olinho a Rodrigo Mora, passível da marcação de uma grande penalidade e que passou em claro aos olhos do VAR, o que suscitou fortes críticas dos portistas nas redes sociais.

Petit (treinador do Rio Ave): “O resultado ajusta-se ao que foi o jogo. O FC Porto teve uma entrada mais forte, com algumas mudanças do último jogo para este e tivemos de ajustar alguns pormenores. Foi difícil nos primeiros minutos, tiveram mais caudal ofensivo, criaram-nos muitas dificuldades.O empate acaba por ser justo para as duas partes.”

Martín Anselmi (treinador do FC Porto) “Hoje o FC Porto competiu, pensou na baliza adversária. É verdade que pagámos caro por certos erros, mas quero que fique a vontade e a coragem da equipa porque pensou sempre mais à frente. Tivemos muitas situações de golo e acho que a jogar assim teremos muitas possibilidades de ganhar. As partidas do Nico González e do Galeno são muito importantes, mas eu confio nos jogadores que temos e acho que com eles vamos melhorar muito.”

Vaz Mendes é jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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