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14 Mar 2025, Fri


Uma pesquisa conduzida por pesquisadores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e divulgada na quinta-feira (13) revelou a presença significativa de 35 contaminantes na água da Lagoa da Conceição, em Florianópolis. A coleta, realizada entre dezembro de 2022 e abril de 2023, apontou elevados níveis de substâncias nocivas ao ecossistema local, como cafeína, antibióticos e até cocaína, no importante ponto turístico da capital catarinense.

Cerca de 35 substâncias nocivas à saúde foi encontradas na água da Lagoa da Conceição – Foto: Divulgação/UFSC/NDCerca de 35 substâncias nocivas à saúde foi encontradas na água da Lagoa da Conceição – Foto: Divulgação/UFSC/ND

A pesquisa, que foi publicada na revista Science of the Total Environment, foi realizada em parceria com a Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento), em colaboração com o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), e foi financiada pela Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa, Tecnologia e Inovação de Santa Catarina).

A professora Silvani Verruck, líder do estudo que integra o departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFSC, explica que a pesquisa começou após o desastre da Lagoa da Conceição, ocorrido em 25 de janeiro de 2021, quando uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) da companhia rompeu nas dunas e ruas do bairro. Para compensar as consequências do desastre, a Casan propôs realizar a pesquisa como parte do Programa de Recuperação Ambiental.

No entanto, a professora destaca que os contaminantes da lagoa tem origens diversas. “A biota natural se alterou por conta desse acidente. Mas também se somam o crescimento da população e as atividades turísticas. Por isso é necessário seguir acompanhando”, comenta.

Quais contaminantes foram encontrados na água

Ao todo, foram coletadas 27 amostras de água, sedimentos e 22 espécimes de peixes e crustáceos, em três períodos distintos: dezembro de 2022, fevereiro de 2023 e abril de 2023.

As amostras foram coletadas em pontos estratégicos da Lagoa da Conceição, como áreas próximas à estação de tratamento de esgoto, às áreas urbanizadas e às regiões de maior biodiversidade.

A cafeína foi o contaminante de maior concentração encontrado na Lagoa da Conceição – Foto: Divulgação/UFSC/NDA cafeína foi o contaminante de maior concentração encontrado na Lagoa da Conceição – Foto: Divulgação/UFSC/ND

Para analisar as amostras, foi utilizada a técnica  LC-MS/MS (Cromatografia Líquida acoplada à Espectrometria de Massa em Tandem), um método inovador e altamente sensível que permite identificar um total de 165 contaminantes de interesse emergente (CECs).

Um total de 35 contaminantes foram detectados. De acordo com a pesquisa, foi identificada a presença de anti-inflamatórios, antibióticos, antidepressivos, sedativos, estimulantes, e inclusive drogas ilícitas.

A cafeína foi o contaminante de maior concentração encontrado na Lagoa da Conceição. A segunda maior quantidade foi a ciprofloxacina, antibiótico utilizado em infecções causadas por bactérias. A clindamicina, antibiótico, e o diclofenaco, anti-inflamatório, também foram detectados em quantidades relevantes.

De acordo com os pesquisadores, essas substâncias foram identificadas em 63% das amostras analisadas, o que sugere uma presença significativa e consistente no ambiente.

Conforme a UFSC, as concentrações mais elevadas de substâncias contaminantes estavam localizadas na área próxima à estação de tratamento da LEI (Lagoa de EvapoInfiltração) da companhia de saneamento — sistema que permite que a água tratada volte para o meio ambiente.

A Casan informou que o efluente tratado na Estação de Tratamento de Esgoto da Lagoa da Conceição é destinado à Lagoa de Evapoinfiltração (LEI), não sendo lançado na Lagoa da Conceição.

Principais contaminantes identificados na água e suas concentrações

  • Cafeína: 4,02 a 15,03 ng/L
  • Ciprofloxacina:  6,05 ng/L a 7,54 ng/L
  • Clindamicina:  6,04 a 7,01 ng/L
  • Diclofenaco: 1,36 a 2,20 ng/L

Alta presença de cocaína na Lagoa da Conceição

A pesquisa também apontou elevados níveis de cocaína na Lagoa da Conceição, em Florianópolis. O artigo relata que os pesquisadores identificaram a presença de benzoilecgonina, o metabólico da droga, além da própria cocaína em amostras de água, sedimentos e biota na Lagoa da Conceição.

A presença da cocaína e das outras substâncias foram confirmadas por diferentes testes. No entanto, a professora afirma que a quantidade da droga não foi especificada, mas adianta que o volume está entre “as mais altas reportadas no mundo”.

Pesquisa foi divulgada na quinta-feira (13) – Foto: Divulgação/UFSC/NDPesquisa foi divulgada na quinta-feira (13) – Foto: Divulgação/UFSC/ND

“Neste artigo ainda não divulgamos a quantidade, pois fizemos outras análises. Vai sair um novo estudo quantificando o que encontramos. Esse é um resíduo comum na América Latina, mas essa quantidade foi bastante expressiva”, comenta Silvani.

Em um estudo recente, os mesmos pesquisadores já haviam detectado cocaína e outras drogas na Bacia de Santos, o que indica que o caso da Lagoa da Conceição não é isolado, mas parte de um problema ambiental mais amplo, que afeta ecossistemas costeiros em diversas regiões do país.

A origem dos contaminantes encontrados na Lagoa da Conceição

As substâncias teriam chegado na água da Lagoa da Conceição por diferentes vias. A professora alerta que a ação do ser humano, como descarte de lixo incorreto, pode contribuir significativamente para a contaminação, especialmente quando o lixo é arrastado pela água da chuva, alcançando a lagoa.

“A contaminação está diretamente relacionada à ação antrópica na região, como o descarte irregular de resíduos e a lixiviação”, alerta Silvani.

Outra situação que pode acentuar o problema são as ligações irregulares da rede coletora de esgoto, que faz com que substâncias químicas utilizadas pelos humanos sejam levados ao leito dos corpos d’água.

A professora explica que, apesar do estudo ter sido feito entre dezembro de 2022 e abril de 2023, os poluentes continuam entrando diariamente no sistema aquático. “Continuamos a usar medicamentos, produtos de higiene pessoal e de limpeza. A probabilidade de ter um fluxo dessas substâncias, em baixa concentração, mas a longo prazo, é grande.”

Contaminação ameaça vida aquática

Conforme o artigo, a presença dessas substâncias na água da Lagoa da Conceição pode trazer um dano significativo aos organismos aquáticos que vivem no local. A professora explica que esses contaminantes podem afetar algas, crustáceos e peixes, interferindo na sua reprodução e sobrevivência.

“A quantidade de resíduos que estamos encontrando está afetando diretamente a vida local. Ecologicamente, isso é muito preocupante para o meio ambiente, especialmente para peixes e outros animais”, sintetiza Silvani.

Vista do Mirante do Morro da Lagoa da Conceição – Foto: Divulgação/VisiteFloripa/NDVista do Mirante do Morro da Lagoa da Conceição – Foto: Divulgação/VisiteFloripa/ND

Substâncias não representam risco imediato à saúde humana, mas pode ser perigoso a longo prazo

De acordo com o estudo, as substâncias não representam risco imediato à saúde da população. No entanto, os pesquisadores alertaram para os perigos apresentados pela presença prolongada das substâncias na Lagoa da Conceição.

Isso se deve ao risco de criar bactérias resistentes a medicamentos. A presença de antibióticos na lagoa pode favorecer o desenvolvimento de bactérias que, ao serem expostas repetidamente a essas substâncias, tornam-se mais resistentes e difíceis de tratar com os remédios comuns.

A transmissão dessas bactérias para humanos ocorre pincipalmente através do consumo de peixes e crustáceos, ou pelo contato direto com a água. Por isso, especialistas reforçaram a necessidade de monitoramento contínuo para garantir a segurança alimentar e a qualidade ambiental.

Recomendações para reduzir os impactos ambientais

Em vista dos prejuízos para o ecossistema e o ser humano, o estudo destaca a necessidade de adotar medidas para mitigar os impactos dos contaminantes na Lagoa da Conceição. Entre as principais recomendações está a melhoria do processo de tratamento de efluentes, a criação de políticas públicas para monitoramento de contaminantes, e a conscientização da população.

O que diz autoridades sobre a contaminação na Lagoa da Conceição

A Casan destacou que o monitoramento da qualidade da água foi iniciado após o acidente de janeiro de 2021, quando foram registrados 422,3 milímetros de chuva, enquanto o esperado era de 138,6 milímetros.

A companhia destacou que os resultados coletados variam entre as diferentes regiões da lagoa, e o acidente não deve ser considerado responsável por essas alterações.

“A água da lagoa já se renovou pelo menos quatro vezes nesse período. As condições observadas são influenciadas, principalmente, por fatores como o crescimento populacional e o descarte inadequado de esgoto”, disse em nota.

O IMA (Instituto do Meio Ambiente) disse que a balneabilidade que avaliam nas águas segue critérios diferentes da realizada no estudo. A análise feita pelo IMA segue as exigências do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), e tem o objetivo de informar aos banhistas os pontos considerados seguros do ponto de vista sanitário.

Conforme a Resolução Conama nº 274, de 29 de novembro de 2000, o ponto é considerado “PRÓPRIO” quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas anteriores, no mesmo local, houver no máximo 800 Escherichia coli por 100 mililitros.

A Prefeitura de Florianópolis, através da Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável informou que irá analisar os dados apresentados pelo estudo e, a partir dessa avaliação, adotará as providências cabíveis dentro da competência da Secretaria, em diálogo com os órgãos responsáveis pelo saneamento e pela preservação ambiental.

“Os resultados refletem os impactos das atividades humanas sobre o meio ambiente. A Secretaria reafirma seu compromisso com a qualidade da água e a proteção do ecossistema local, além do monitoramento contínuo e da busca por soluções sustentáveis para minimizar esses efeitos”, diz a nota.

Sobre a questão do esgotamento sanitário em Florianópolis, a Prefeitura disse que tem intensificado a fiscalização dos sistemas de tratamento de esgoto, com o combate de pontos de descarte irregular, além do monitoramento contínuo da destinação dos efluentes.

Uma pesquisa conduzida por pesquisadores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e divulgada na quinta-feira (13) revelou a presença significativa de 35 contaminantes na água da Lagoa da Conceição, em Florianópolis. A coleta, realizada entre dezembro de 2022 e abril de 2023, apontou elevados níveis de substâncias nocivas ao ecossistema local, como cafeína, antibióticos e até cocaína, no importante ponto turístico da capital catarinense.

Cerca de 35 substâncias nocivas à saúde foi encontradas na água da Lagoa da Conceição – Foto: Divulgação/UFSC/NDCerca de 35 substâncias nocivas à saúde foi encontradas na água da Lagoa da Conceição – Foto: Divulgação/UFSC/ND

A pesquisa, que foi publicada na revista Science of the Total Environment, foi realizada em parceria com a Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento), em colaboração com o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), e foi financiada pela Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa, Tecnologia e Inovação de Santa Catarina).

A professora Silvani Verruck, líder do estudo que integra o departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFSC, explica que a pesquisa começou após o desastre da Lagoa da Conceição, ocorrido em 25 de janeiro de 2021, quando uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) da companhia rompeu nas dunas e ruas do bairro. Para compensar as consequências do desastre, a Casan propôs realizar a pesquisa como parte do Programa de Recuperação Ambiental.

No entanto, a professora destaca que os contaminantes da lagoa tem origens diversas. “A biota natural se alterou por conta desse acidente. Mas também se somam o crescimento da população e as atividades turísticas. Por isso é necessário seguir acompanhando”, comenta.

Quais contaminantes foram encontrados na água

Ao todo, foram coletadas 27 amostras de água, sedimentos e 22 espécimes de peixes e crustáceos, em três períodos distintos: dezembro de 2022, fevereiro de 2023 e abril de 2023.

As amostras foram coletadas em pontos estratégicos da Lagoa da Conceição, como áreas próximas à estação de tratamento de esgoto, às áreas urbanizadas e às regiões de maior biodiversidade.

A cafeína foi o contaminante de maior concentração encontrado na Lagoa da Conceição – Foto: Divulgação/UFSC/NDA cafeína foi o contaminante de maior concentração encontrado na Lagoa da Conceição – Foto: Divulgação/UFSC/ND

Para analisar as amostras, foi utilizada a técnica  LC-MS/MS (Cromatografia Líquida acoplada à Espectrometria de Massa em Tandem), um método inovador e altamente sensível que permite identificar um total de 165 contaminantes de interesse emergente (CECs).

Um total de 35 contaminantes foram detectados. De acordo com a pesquisa, foi identificada a presença de anti-inflamatórios, antibióticos, antidepressivos, sedativos, estimulantes, e inclusive drogas ilícitas.

A cafeína foi o contaminante de maior concentração encontrado na Lagoa da Conceição. A segunda maior quantidade foi a ciprofloxacina, antibiótico utilizado em infecções causadas por bactérias. A clindamicina, antibiótico, e o diclofenaco, anti-inflamatório, também foram detectados em quantidades relevantes.

De acordo com os pesquisadores, essas substâncias foram identificadas em 63% das amostras analisadas, o que sugere uma presença significativa e consistente no ambiente.

Conforme a UFSC, as concentrações mais elevadas de substâncias contaminantes estavam localizadas na área próxima à estação de tratamento da LEI (Lagoa de EvapoInfiltração) da companhia de saneamento — sistema que permite que a água tratada volte para o meio ambiente.

A Casan informou que o efluente tratado na Estação de Tratamento de Esgoto da Lagoa da Conceição é destinado à Lagoa de Evapoinfiltração (LEI), não sendo lançado na Lagoa da Conceição.

Principais contaminantes identificados na água e suas concentrações

  • Cafeína: 4,02 a 15,03 ng/L
  • Ciprofloxacina:  6,05 ng/L a 7,54 ng/L
  • Clindamicina:  6,04 a 7,01 ng/L
  • Diclofenaco: 1,36 a 2,20 ng/L

Alta presença de cocaína na Lagoa da Conceição

A pesquisa também apontou elevados níveis de cocaína na Lagoa da Conceição, em Florianópolis. O artigo relata que os pesquisadores identificaram a presença de benzoilecgonina, o metabólico da droga, além da própria cocaína em amostras de água, sedimentos e biota na Lagoa da Conceição.

A presença da cocaína e das outras substâncias foram confirmadas por diferentes testes. No entanto, a professora afirma que a quantidade da droga não foi especificada, mas adianta que o volume está entre “as mais altas reportadas no mundo”.

Pesquisa foi divulgada na quinta-feira (13) – Foto: Divulgação/UFSC/NDPesquisa foi divulgada na quinta-feira (13) – Foto: Divulgação/UFSC/ND

“Neste artigo ainda não divulgamos a quantidade, pois fizemos outras análises. Vai sair um novo estudo quantificando o que encontramos. Esse é um resíduo comum na América Latina, mas essa quantidade foi bastante expressiva”, comenta Silvani.

Em um estudo recente, os mesmos pesquisadores já haviam detectado cocaína e outras drogas na Bacia de Santos, o que indica que o caso da Lagoa da Conceição não é isolado, mas parte de um problema ambiental mais amplo, que afeta ecossistemas costeiros em diversas regiões do país.

A origem dos contaminantes encontrados na Lagoa da Conceição

As substâncias teriam chegado na água da Lagoa da Conceição por diferentes vias. A professora alerta que a ação do ser humano, como descarte de lixo incorreto, pode contribuir significativamente para a contaminação, especialmente quando o lixo é arrastado pela água da chuva, alcançando a lagoa.

“A contaminação está diretamente relacionada à ação antrópica na região, como o descarte irregular de resíduos e a lixiviação”, alerta Silvani.

Outra situação que pode acentuar o problema são as ligações irregulares da rede coletora de esgoto, que faz com que substâncias químicas utilizadas pelos humanos sejam levados ao leito dos corpos d’água.

A professora explica que, apesar do estudo ter sido feito entre dezembro de 2022 e abril de 2023, os poluentes continuam entrando diariamente no sistema aquático. “Continuamos a usar medicamentos, produtos de higiene pessoal e de limpeza. A probabilidade de ter um fluxo dessas substâncias, em baixa concentração, mas a longo prazo, é grande.”

Contaminação ameaça vida aquática

Conforme o artigo, a presença dessas substâncias na água da Lagoa da Conceição pode trazer um dano significativo aos organismos aquáticos que vivem no local. A professora explica que esses contaminantes podem afetar algas, crustáceos e peixes, interferindo na sua reprodução e sobrevivência.

“A quantidade de resíduos que estamos encontrando está afetando diretamente a vida local. Ecologicamente, isso é muito preocupante para o meio ambiente, especialmente para peixes e outros animais”, sintetiza Silvani.

Vista do Mirante do Morro da Lagoa da Conceição – Foto: Divulgação/VisiteFloripa/NDVista do Mirante do Morro da Lagoa da Conceição – Foto: Divulgação/VisiteFloripa/ND

Substâncias não representam risco imediato à saúde humana, mas pode ser perigoso a longo prazo

De acordo com o estudo, as substâncias não representam risco imediato à saúde da população. No entanto, os pesquisadores alertaram para os perigos apresentados pela presença prolongada das substâncias na Lagoa da Conceição.

Isso se deve ao risco de criar bactérias resistentes a medicamentos. A presença de antibióticos na lagoa pode favorecer o desenvolvimento de bactérias que, ao serem expostas repetidamente a essas substâncias, tornam-se mais resistentes e difíceis de tratar com os remédios comuns.

A transmissão dessas bactérias para humanos ocorre pincipalmente através do consumo de peixes e crustáceos, ou pelo contato direto com a água. Por isso, especialistas reforçaram a necessidade de monitoramento contínuo para garantir a segurança alimentar e a qualidade ambiental.

Recomendações para reduzir os impactos ambientais

Em vista dos prejuízos para o ecossistema e o ser humano, o estudo destaca a necessidade de adotar medidas para mitigar os impactos dos contaminantes na Lagoa da Conceição. Entre as principais recomendações está a melhoria do processo de tratamento de efluentes, a criação de políticas públicas para monitoramento de contaminantes, e a conscientização da população.

O que diz autoridades sobre a contaminação na Lagoa da Conceição

A Casan destacou que o monitoramento da qualidade da água foi iniciado após o acidente de janeiro de 2021, quando foram registrados 422,3 milímetros de chuva, enquanto o esperado era de 138,6 milímetros.

A companhia destacou que os resultados coletados variam entre as diferentes regiões da lagoa, e o acidente não deve ser considerado responsável por essas alterações.

“A água da lagoa já se renovou pelo menos quatro vezes nesse período. As condições observadas são influenciadas, principalmente, por fatores como o crescimento populacional e o descarte inadequado de esgoto”, disse em nota.

O IMA (Instituto do Meio Ambiente) disse que a balneabilidade que avaliam nas águas segue critérios diferentes da realizada no estudo. A análise feita pelo IMA segue as exigências do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), e tem o objetivo de informar aos banhistas os pontos considerados seguros do ponto de vista sanitário.

Conforme a Resolução Conama nº 274, de 29 de novembro de 2000, o ponto é considerado “PRÓPRIO” quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas anteriores, no mesmo local, houver no máximo 800 Escherichia coli por 100 mililitros.

A Prefeitura de Florianópolis, através da Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável informou que irá analisar os dados apresentados pelo estudo e, a partir dessa avaliação, adotará as providências cabíveis dentro da competência da Secretaria, em diálogo com os órgãos responsáveis pelo saneamento e pela preservação ambiental.

“Os resultados refletem os impactos das atividades humanas sobre o meio ambiente. A Secretaria reafirma seu compromisso com a qualidade da água e a proteção do ecossistema local, além do monitoramento contínuo e da busca por soluções sustentáveis para minimizar esses efeitos”, diz a nota.

Sobre a questão do esgotamento sanitário em Florianópolis, a Prefeitura disse que tem intensificado a fiscalização dos sistemas de tratamento de esgoto, com o combate de pontos de descarte irregular, além do monitoramento contínuo da destinação dos efluentes.



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